Animal em apartamento pode? Pode!

Anos atrás, fiz um post contando o stress que o síndico do meu prédio me fez passar quando adotei minha primeira gata. Quis, inclusive, proibir a entrada do instalador de rede de proteção e me ameaçou com despejo.

O desfecho foi o seguinte: fiz uma pesquisa jurisprudencial, encontrei pouca coisa, mas imprimi o que encontrei; deixei na portaria, com uma carta curta ao síndico resumindo o que dizem a lei e os tribunais; o síndico nunca mais me encheu o saco. Inclusive, depois de um tempo, até começou a me tratar com simpatia, veja só que coisa.

O síndico estava errado, claro, e deve ter consultado algum advogado que lhe disse isso. Infelizmente, esse tipo de aborrecimento é frequente. A prova disso são as dezenas de comentários e emails que recebi de pessoas que passaram pelos mesmos problemas.

O que é importante saber:

  • dentro do seu apartamento, você pode fazer o que quiser – desde que não seja contra a lei e não perturbe o sossego dos vizinhos;
  • ter animais em apartamento não é contra a lei (a principal, no caso, é o Código Civil, com destaque para o art. 1.335);
  • ainda que a convenção de condomínio proíba, você pode ter animais – a convenção não se sobrepõe à lei.

Por que estou falando tudo isso agora? Porque mês passado virou notícia uma decisão judicial sobre o tema e a sentença está facilmente acessível. Ela traz precedentes de diversos tribunais e serve como um bom ponto de partida, caso você precise convencer seu síndico de que você tem direito de manter animais em seu apartamento.

Lembre-se apenas que o seu direito não pode perturbar o direito alheio. Se os seus animais, ou as condições em que você os mantém, perturbarem a saúde ou o sossego dos vizinhos, você pode ser “convidado” a se mudar, sim. São casos extremos: muitos animais, cheiro insuportável, animal agressivo que transita pelas áreas comuns sem focinheira, coisas desse nível. Ou seja: o bom senso continua valendo.

Corte as unhas do seu gato.

Arranhador
Minha tentativa (gigante) de desestimular ataques ao sofá.

Cachorros desgastam suas unhas pelo simples atrito com o solo (embora esse desgaste seja insignificante em cães de apartamento, porque o piso é liso demais). Já as unhas dos gatos, como são retráteis, não gastam com caminhadas. Para mantê-las curtas, o felino tem o instinto de desgastá-las em troncos, arranhadores ou o que mais encontrar pela frente (leia-se: seus móveis).

Só que normalmente o poste de arranhar (ou o seu sofá) não é suficiente para manter as garras curtas, já que elas crescem mais rapidamente do que um gato de apartamento dá conta de gastá-las. Se ele for um felino meio preguiçoso, então, a situação piora.

Unhas grandes detonam os móveis, arranham os humanos durante  as brincadeiras e machucam o próprio gato. Quando ele se coça, pode acabar se ferindo. Se há mais de um gato na casa, eles podem se arranhar seriamente durante brincadeiras ou brigas. Em casos extremos, as unhas crescem tanto que, como naturalmente se curvam para dentro, perfuram a pata do bichano – nesse caso, só um veterinário pode desfazer o estrago.

No dia-a-dia, você pode e deve ajudar seu gatinho cortando as unhas dele. Use um cortador próprio para gatos (que permite calcular melhor a altura do corte). Há quem prefira usar o cortador de unhas humano (o “trim”), mas acho-o mais difícil para quem não tem experiência – nada impede que você tente, porém.

Aproveite quando ele está sonolento ou dormindo para pegar uma pata e apertá-la por baixo (na “almofada”) suavemente, para que as unhas apareçam. Cortar apenas a ponta de cada unha já basta, mas logo elas estarão compridas de novo. Para não precisar fazer isso toda semana, você pode cortar um pedaço maior; nesse caso, observe bem a unha e verá que a parte mais larga é rosada: não corte esse pedaço! A unha do gato é diferente da nossa, ela é irrigada e faz parte do próprio dedo (por isso, a remoção total das unhas é um ato extremamente cruel– é como amputar a última falange dos nossos dedos). Se você cortar a parte rosa, seu gato sangrará e sentirá dor.

Quando a unha do gato é escura, não dá pra ver essa parte rosada. Aí, se você não tiver muita experiência, é melhor cortar apenas as pontinhas e deixar para o veterinário (ou para o funcionário do petshop de confiança) o trabalho de cortá-las mais profundamente de vez em quando.

O corte da unha, se feito corretamente, não provoca dor nenhuma no gato, mas a maioria deles não gosta que mexam em suas patas. É comum que ele a fique puxando enquanto você tenta fazer o trabalho. Por isso, acho ideal pegá-lo durante o sono. De qualquer modo, não estresse seu animal – se conseguir cortar apenas uma ou duas unhas antes que ele escape, deixe-o em paz e conclua o serviço depois.

Veja esse passo-a-passo ilustrado para entender melhor como cortar as unhas do seu gato. Este outro está em inglês, mas traz ótimas fotos e mostra um cortador de unhas próprio para os felinos (à venda em petshops).

Quanto às garras traseiras, durante o grooming (o banho que o gato se dá várias vezes ao dia), ele as puxa com os dentes, retirando as capas delas. Isso costuma ser suficiente para mantê-las num tamanho aceitável, sem que precisemos cortá-las.

Agora, vou te contar uma coisa: eu não faço um bom trabalho cortando as unhas da Cacau. Acabo ficando com medo de machucá-la e, por isso, corto quase nada – e quase nunca. Tenho uma amiga (oi, Sandra!) que faz esse favor pra mim, de tempos em tempos.

Seja no petshop, no veterinário, com a ajuda de uma amiga ou sozinha, é importantíssimo cortar as unhas do seu bichinho de vez em quando, para a proteger a saúde e o bem-estar dele. Isso também é posse responsável.

Fuuuuuurminator!

Rasqueadeira.
Exemplo de rasqueadeira.

Logo que adotei minha primeira gata, fiz uma compra monstruosa de enxoval – e absolutamente inútil. Tanto que, na semana seguinte, devolvi vários itens que foram rigorosamente desprezadas pela Mel.

Uma das coisas que comprei e nunca usei foi uma rasqueadeira como a da foto ao lado – uma espécie de pente ou escova para gatos. A Mel simplesmente odiava aquele treco e, tudo bem, ela quase não tinha pelos mesmo, então eu nem insistia.

Aí, veio a Cacau. Gata de pelo curto também, mas com uma quantidade absurda de subpelo – que a deixa linda, macia e fofinha, e deixa minha casa e minhas roupas parecendo uma continuidade dela. Tentei usar a rasqueadeira, mas ela parecia odiá-la com ainda mais vigor que a Mel. Também, olha a aparência do negócio… imagina um monte de agulhas fininhas raspando a sua pele. Não deve ser muito bacana.

Furminator
A minha furminator.

Passa o tempo e acho um vídeo no youtube de um negócio que prometia maravilhas, um tal de furminator, o “exterminador de pelos”. Produto importado, caro (veja, uma rasqueadeira comum custa uns 15 reais; o tal do furminator metido a besta custava quase cem realezas em 2009) e “sabe-se lá se funciona”, mas era tanto o pelo da Cacau que resolvi pagar pra ver.

E não é que o treco é bom?!

Não sei exatamente qual é a mágica. Provavelmente, são as cerdas metálicas bem juntinhas que agarram o pelo melhor que aqueles pentes largos; além disso, como são curtas e não são tão finas, não devem arranhar a pele dos gatos. Fato é que a Cacau adora ser escovada com o tal do furminator (a Mel tinha as suas fases). Basta pegá-lo e dar umas batidinhas na cama que ela vem correndo, se deita de lado, depois vira para o outro lado pra eu completar o trabalho… num dia inspirado, isso pode durar quase meia hora. Às vezes ela não está com tanto saco assim, e aí dou só uma escovadela básica de minuto e meio – já é o suficiente para tirar muito pelo.

A furminator em ação aqui em casa.
A furminator em ação.

Não forço, não seguro a Cacau e, claro, tomo cuidado pra não machucá-la. Sempre sou gentil. Ela está sem paciência? Ok, eu tento de novo outro dia. Procuro transformar a escovação num momento de carinho e mesmo assim consigo tirar pelo suficiente para estufar um bicho de pelúcia.

Dá pra encontrar a furminator no Mercado Livre e você pode ver um vídeo comparando a furminator a uma escova comum no youtube. Para gatos de pelo longo, suponho que a delicadeza na escovação deva ser ainda maior, por causa dos eventuais nós, mas os benefícios também serão maiores.

Cabe lembrar que a furminator só tira os pelos que já cairiam naturalmente. Ao contrário do que alguns dizem por aí, ela não é uma tosquiadeira. As cerdas não têm corte. Vale dizer, também, que os benefícios não são somente estéticos, mas também dizem respeito à saúde do felino, já que a escovação constante evita a formação de bolas de pelo e facilita a higiene regular do gato.

Usando com cuidado, a furminator ajuda a manter o gato e a casa bonitos e livres de bolas de pelo… e ainda fortalece os laços entre humanos e bichanos. Recomendo!

(Em tempo: aquele nome que você vê pela metade no cabo da minha furminator é o do importador, que costumava comprar, reembalar e distribuir em petshops; faz séculos que não vejo com essa marca.)

Vem aí o Correio da Lu!

Correio da LuAlguns já notaram que na barra lateral dos meus blogs e ao fim de cada post há uma novidade: o link para assinar minha newsletter – vários já assinaram, inclusive, e agradeço. 🙂

Seguindo os passos da Nospheratt, criei uma newsletter para ter mais um canal de comunicação com você, leitor. Devo confessar que ainda estou trabalhando no formato, mas a ideia principal é agregar num só boletim mensal – enviado para o seu email – os resumos das minhas publicações nos vários blogs que mantenho: Cadê o Atum?Dia de Folga, Espresso do Meio-Dia e Mania de Organizar. Além disso, pretendo agregar outras informações bacanas que nem sempre viram textos.

O Correio da Lu servirá, também, para uma maior interatividade. Quando você receber o boletim, apenas clique em “Responder” para enviar-me sugestões, dicas, reclamações, ideias, pitacos etc. e tal – sobre qualquer dos blogs e sobre a própria newsletter.

Ca-la-ro que não usarei seu endereço de email para mais nada, e você poderá parar de receber os informativos a qualquer momento. Cada newsletter trará, no rodapé, um link para você se descadastrar.

O nº 1 sai no fim de janeiro – assine, ainda dá tempo! Basta clicar nesse link e informar seu email.

Espero contar com a sua participação em mais essa jornada. 🙂

Atualização: em março de 2012, o serviço MailChimp incorporou o Tiny Letter (o serviço que eu usava para gerar as newsletters) ao seu banco de dados. A migração foi um desastre para mim, com a perda do banco de emails e das pré-formatações. Por isso, abandonei a newsletter. Obrigada pela companhia nesse curto passeio – foram só dois números!