Filmes favoritos em outubro e novembro de 2024

Recentes

Ainda Estou Aqui (2024): Fernanda Torres maravilhosa. A história é contada em passo lento para que o espectador tenha tempo de absorver e se emocionar (mas podia ter acabado um pouco antes).

A Substância (2024): crítica profunda ao medo de envelhecer e a como mulheres após os 40 ou 50 são vistas, inclusive por si mesmas. Também bate no machismo e na misoginia (os homens do filme são todos horrendos).

Bruxas (2024): documentário sobre depressão e psicose pós-parto que também trata do lugar da mulher no mundo de forma geral e de como esse lugar foi roubado ao longo dos séculos pelos homens.

As Três Filhas (2023): história sensível sobre relacionamentos, tendo a morte como fagulha. Lembra que nunca podemos achar que conhecemos as dores alheias. Atuações excelentes.

Alguém Como Você (2001): comédia romântica típica da virada do século, uma pegada “Sex and the City”. O desfecho é previsível, mas o roteiro é bem conduzido (embora tenha uma ou duas frases que hoje soam mal).

Direto do Túnel do Tempo

O Que É Isso, Companheiro? (1997): alguns textos são forçados demais, mas em geral o filme é excelente. Mostra o lado dos militares e o dos guerrilheiros. Provavelmente não poderia ser feito hoje, dada a atual polarização.

Emma (1996): adaptação do romance da Jane Austen. Achei que seria impossível contar uma história cheia de confusões em apenas 2 horas, mas o filme funciona. Bela cenografia e figurinos. Mr. Knightley é adorável.

A Tortura do Silêncio (1953): um padre ouve a confissão de um assassino e acaba se tornando o principal suspeito do crime. Suspense de Hitchcock com tensão até o fim.

Como Agarrar um Milionário (1953): Marilyn Monroe ótima como sempre, no papel de uma míope atrapalhada; Lauren Bacall arrasando; a história tem momentos divertidos, mas o ponto alto é mesmo ver essas divas em cena.

Núpcias Reais (1951): achei as canções meio irritantes, mas os número de dança compensam largamente. Esse é o filme que tem a clássica cena em que Fred Astaire dança nas paredes e no teto do quarto do hotel.

Onde assistir: justwatch.com

Livro: A Tempestade que Criamos

Livro da vez: A Tempestade que Criamos, de Vanessa Chan.

Cecily é uma mãe de família comum com uma atividade secreta incomum: vivendo na Malásia ocupada pelos britânicos, ela passa informações aos japoneses, cujo objetivo é uma Ásia sem europeus e, claro, dominada pelo Japão. Cecily demora a entender que a dominação japonesa é mais sanguinária que a britânica e, quando se dá conta, sua família já está esfacelada. A narrativa acompanha também as vidas dos seus três filhos, Jujube, Abel e Jasmin, durante a dominação japonesa e a Segunda Guerra Mundial.

A Tempestade que Criamos é escrita de forma objetiva e quase casual, mas é uma história pesadíssima. A sequência de sofrimentos a que são submetidos os malaios, tanto no grande esquema das coisas quanto no cotidiano simples das famílias, é devastadora. Eu não desconhecia a crueldade do exército japonês, infame graças à ocupação da Coréia e a histórias como Invencível (filme de 2014, baseado em livro), e mesmo assim me vi chocada durante a leitura. Não é um livro que faça chorar (talvez justamente por ser brutal demais), mas algumas cenas vão me acompanhar por um bom tempo.

Recomendo para quem gosta de romances históricos. 4 estrelas

Filmes favoritos em agosto de 2024

Recentes

Às Vezes Quero Sumir (2023): me conectei mais do que gostaria com esse filme sobre as dificuldades de formar conexões na vida adulta. Ótimas atuações.

Godzilla Minus One (2023): não é melhor que o primeiro, mas é bem bom, com foco em personagens interessantes.

Amantes Eternos (2013): história sedutora, envolvente e lânguida como devem ser todas as histórias de vampiros.

Uma Noite em 67 (2010): documentário sobre o Festival de Música Popular Brasileira de 1967. Entremeia filmagens da época com entrevistas recentes.

O Castelo Animado (2004): uma garota com baixa autoestima é amaldiçoada por uma bruxa, conhece outro bruxo e vive aventuras. Um pouco confuso, mas bem bonito.

Direto do Túnel do Tempo

Túmulo dos Vagalumes (1988): animação do Studio Ghibli com um visual muito bonito e uma história muito triste.

Onde assistir: justwatch.com

Livro: O Senhor das Moscas

Livro da vez: O Senhor das Moscas, de William Golding.

Durante a Segunda Guerra Mundial, garotos ingleses sofrem um acidente de avião e caem em uma ilha deserta. Enquanto torcem para serem resgatados, tentam se organizar, mas logo decaem para a selvageria.

Crianças bem-educadas se rendem ao medo, perdem qualquer senso crítico, tornam-se subservientes ou líderes sanguinários, provavelmente revelando o que estava escondido desde sempre sobre a fina camada de verniz civilizatório. É bom notar que Porquinho já era maltratado na escola e que logo nos primeiros minutos na ilha o padrão se repete.

Recomendo para quem gosta de histórias de aventura e não espera finais felizes. 4 estrelas