Filmes favoritos em agosto de 2022

Recentes

Eduardo e Mônica (2020): imperdível para quem é de Brasília (ou quase, como eu) e pra quem é fã de Renato Russo, mas vale a pena mesmo que você não esteja nessas caixinhas. Leve (embora haja conflito) e com boas atuações, apesar das idades dos atores discrepantes das dos personagens.

Call Me Marianna (2015): documentário polonês sobre a dolorosa e solitária transição de Marianna, mulher transgênero.

Sentidos do Amor (2011): uma pandemia elimina o sentido do olfato e uma segunda onda põe fim ao paladar. Enquanto espera/teme a onda seguinte, a humanidade se adapta. Em meio à tragédia, um chef de cozinha e uma cientista se apaixonam. Angustiante.

Direto do Túnel do Tempo

Francis Ford Coppola – O Apocalipse de um Cineasta (1991): documentário sobre a produção de Apocalipse Now, que quase levou Coppola à falência. Com gravações da época feitas por Eleanor Coppola, que manteve um diário na época da produção.

Tomates Verdes Fritos (1991): li o livro e vi o filme logo em seguida. O livro é muito bom, mas o filme é excelente, com uma dinâmica narrativa muito melhor, que favorece a emoção. Elenco formidável.

Quanto Mais Quente Melhor (1959): comédia bastante progressista para a época. Dirigido por Billy Wilder e com grande elenco, o filme conta as aventuras de uma dupla de músicos que se disfarça de mulheres para fugir da máfia.

Duas Vidas (1939): um homem e uma mulher se apaixonam durante uma viagem de navio a Nova Iorque e prometem se reencontrar em seis meses no Empire State Building. Clássico do cinema romântico, gerou o (provavelmente mais famoso) Tarde demais para esquecer, de 1957.

Livro: Uma Rosa Só

Livro da vez: Uma Rosa Só, de Muriel Barbery.

Rose começou a se fechar para o mundo ainda na infância, uma forma de defesa contra a solidão e as perdas. Aos quarenta anos, recebe uma carta informando que seu pai morreu e deixou um testamento, e que deve viajar ao Japão para ouvir a leitura.

Ao chegar em Kyoto, Rose se vê em uma peregrinação por templos entremeados de jardins e pessoas interessantes. Ela começa a questionar suas convicções e a forma como tem levado a vida.

O livro tem uma linguagem delicada, quase poética em certos momentos. O leitor precisa ir devagar, desligando-se das preocupações cotidianas e imergindo em um tempo mais lento e suave. Uma rosa só é para saboreado com calma, como uma xícara de chá quente.

Minha única ressalva é quanto ao desfecho: achei que tudo aconteceu muito rapidamente, uma revolução em poucos dias. Faltou verossimilhança.

Recomendo para um fim-de-semana tranquilo ou como um refúgio na correria do dia-a-dia.

Estrelinhas do caderno: 4 estrelas

Livro: É assim que se perda a guerra do tempo

Livro da vez: É assim que se perda a guerra do tempo, de Amal El-Mohtar e Max Gladstone.

Red e Blue são duas combatentes em lados opostos de uma eterna guerra temporal que pode mudar os destinos do mundo a qualquer segundo. Entre campos de batalha, começam a se corresponder e percebem que têm muito a aprender uma com a outra e mantêm uma troca de cartas secreta – e perigosa – ao longo dos séculos.

Não gosto muito de livros narrados no tempo presente, nem sou fã de livros epistolares. Além disso, esperava mais ficção científica e menos romance. Por tudo isso a história acabou não me fisgando.

Por outro lado, é bem escrita e tem umas sacadas muito interessantes, especialmente quanto a paradoxos temporais. Há pistas para os leitores quebrarem a chave da história, o que considero um bônus. O desfecho é bem bacana e justificou a leitura para mim.

Indico para quem curte histórias de amor e gostaria de ingressar suavemente no fascinante mundo da ficção científica.

Estrelinhas no caderno: 3 estrelas

Paris, 98!

Paris, 98! - capaOs livros de Mario Prata são sempre certeza de uma leitura gostosa, leve e muito divertida. Paris, 98! não é diferente.

Gregório é um funcionário do setor de câmbio do Bradesco. É casado, está esperando um filho, ganha uma mixaria, deve para um agiota e compra nas Casas Bahia. Eis que, graças a uma dessas compras, é sorteado para assistir à Copa do Mundo de 1998, na França. Tudo pago, ingresso para todos os jogos. Depois de muito planejamento, Gregório vai. E a vida dele nunca mais será a mesma…

Paris, 98! é uma forma inusitada de ver a Cidade Luz e a retrospectiva do fiasco apresentado pela seleção brasileira em 98. É Gregório que apresenta tudo. Bom de papo, o bancário cativa todo mundo na excursão e cativa também o leitor, que torce por ele no bolão, no dia-a-dia, quer vê-lo feliz, sem dívidas e cheio de dinheiro no bolso. Será que ele vai se dar bem? Será que venderá os ingressos do jogo para quitar a dívida com o Seu Gomes? Será que sobreviverá em francês?

Essa resenha é curta como é curto o livro: apenas 104 páginas que você lê num instante. Diversão garantida, ou seu ingresso de volta.

Ficha

  • Título: Paris, 98!
  • Autor: Mario Prata
  • Editora: Objetiva
  • Páginas: 104
  • Cotação: 4 estrelas
  • Encontre Paris, 98!.