Letra e Música

Ficha Técnica

Music and Lyrics. EUA, 2006. Comédia romântica. 96 minutos. Direção: Marc Lawrence. Com Hugh Grant, Drew Barrymore, Brad Garrett, Kristen Johnston, Haley Bennet.

Alex Fletcher (Hugh Grant) é um decadente astro da música pop, que fez muito sucesso na década de 80 mas que agora apenas se apresenta no circuito nostálgico de feiras e parques de diversão. A chance de mais uma vez fazer sucesso bate à sua porta quando Cora Corman (Haley Bennet), a atual diva do pop, o convida para compor uma canção e gravá-la com ela, em dueto. O problema é que Alex há anos não compõe uma canção sequer, além de jamais ter escrito uma letra de música. Sua salvação é Sophie Fisher (Drew Barrymore), a encarregada de cuidar das plantas de Alex, cujo jeito com as palavras serve de inspiração para Alex.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

4 estrelas

Atualização em 29.03.2007: a Srta. Bia deu a ótima sugestão de incluir o link para o clip “PoP! Goes My Heart”, sucesso de Alex Fletcher e seu grupo “PoP!” nos anos 80, então aqui está. Fazendo jus ao título do filme, eis também a letra. Advertência: esse clip pode provocar efeitos colaterais, como dancinha, assobios incontidos e incapacidade de esquecer a melodia. Assista por sua conta e risco.

Mais uma comédia romântica, sim. Letra e Música, no entanto, está acima da média do gênero.Alex Fletcher, o personagem de Hugh Grant, fez sua carreira nos anos 80 com uma mistura de Menudo e Sidney Magal que arranca risadas da platéia na casa dos 30 (ou quase) desde a primeira cena. O visual brega, as letras melosas em ritmo de rock, os rebolados característicos da época estão todos presentes. O artista antes bem-sucedido que, no presente, vive melancolicamente do sucesso passado – este é Alex, mas poderia ser uma dezena de cantores da vida real. A sátira aos anos 80 é deliciosa.

A personagem Cora Corman, de Haley Bennet, faz o contraponto como representante da música pop do fim dos anos 90 e que perdura até hoje – aliás, tem-se acentuado. Sucesso meteórico construído com muito mais ênfase em corpos e rostos bonitos que em talento; megaproduções; disputa ponto a ponto na preferência dos fãs adolescentes enlouquecidos, nem que, para isso, seja necessário abrir mão da qualidade e do bom senso – tudo isso soa familiar? Qualquer semelhança com Beyoncé, Britney Spears e outras cantoras da atualidade não é mera coincidência. A crítica especializada tem menosprezado o desempenho de Bennet no filme, mas ela está na medida para o papel de uma cantora pop totalmente inexpressiva e cabeça-de-vento.

No meio de tudo isso, tem-se Sophie (Drew Barrymore), estranha ao mundo da música, mas com vocação e aspirações artísticas. A obviedade do par romântico a caminho não tira a graça de ver Sophie e Alex batendo cabeça, discutindo, bringando e só aos poucos se entendendo. Os diálogos ágeis do roteiro de Marc Lawrence (que também dirigiu e produziu o filme e tem no currículo o engraçado Miss Simpatia e sua continuação), se não produzem gargalhadas estrondosas, mantêm o tempo todo o sorriso dos espectadores e despertam boas risadas ocasionais.

A “química” entre Drew Barrymore e Hugh Grant é patente e fornece a seus personagens aquele ar de cumplicidade essencial para criar um clima de romance. Ambos são calejados no gênero. Grant faz o papel de bom moço como poucos e Barrymore leva jeito para comédia física, com trejeitos, caras e bocas. Juntos, formam um casal bonitinho, ainda que desequilibrado, levando o público a torcer pelo previsível final feliz.

O enredo centrado em música é um elemento extra muito bem-vindo, que contribui para aumentar a empatia do público com a história e a diferencia de outras comédias românticas. É difícil não cantarolar a música-tema. Os atores coadjuvantes Brad Garrett (conhecido como o grandalhão de Everybody Loves Raymond) e Kristen Johnston (que participou da perpétua série E.R. como a antipática chefe de enfermagem Eve Peyton) completam o filme com suas ótimas atuações.

Letra e Música é humor leve, fácil e, ainda assim, de bom gosto. Nada de apelações desprezíveis. Um deleite para quem curte comédias românticas e ainda se lembra dos anos 80.

O Amor Não Tira Férias

Ficha Técnica

The Holiday. EUA, 2006. Comédia romântica. 138 minutos. Direção: Nancy Meyers. Com Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law e Jack Black.

Iris Simpkins (Kate Winslet) escreve uma coluna sobre casamento bastante conhecida no Daily Telegraph, de Londres. Ela está apaixonada por Jasper (Rufus Sewell), mas logo descobre que ele está prestes a se casar com outra. Bem longe dali, em Los Angeles, está Amanda Woods (Cameron Diaz), dona de uma próspera agência de publicidade especializada na produção de trailers de filmes. Após descobrir que seu namorado Ethan (Edward Burns) não tem sido fiel, Amanda encontra na internet um site especializado em intercâmbio de casas. Ela e Iris entram em contato e combinam a troca de suas casas, com Iris indo para a luxuosa casa de Amanda e esta indo para a cabana no interior da Inglaterra de Iris. Logo a mudança trará reflexos na vida amorosa de ambas, com Iris conhecendo Miles (Jack Black), um compositor de cinema que trabalha com Ethan, e Amanda se envolvendo com Graham (Jude Law), irmão de Iris.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

3,5 estrelas

O que me chamou a atenção e motivou-me a ver esse filme foi o elenco. Kate Winslet e Jude Law protagonizaram dois dos meus filmes favoritos, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Closer. Jack Black tem um ótimo papel em outro da minha lista de Top 5 (claro…), Alta Fidelidade (baseado em livro, que também virou peça teatral). Cameron Diaz já provou que é mais do que apenas um rostinho bonito e tem boas atuações em excelentes filmes (Shrek, Minority Report, Vanilla Sky). Assim, rendi-me a um típico romance-água-com-açúcar-de-fim-de-ano.

A sinopse já mostra como a história é previsível. Não espere grandes reviravoltas, nem emoções tumultuadas – não é para isso que comédias românticas existem, afinal. Elas são feitas para alegrar o espírito, acalmar o coração e reacender velhas crenças em amor verdadeiro, paixão à primeira vista, essa bobagem “mulherzinha”. Nessa missão, o filme é bem-sucedido. Como toda boa produção de fim de ano, O Amor Não Tira Férias ainda cumpre o tradicional papel de deixar uma mensagem de esperança diante do novo ano.

A direção de Nancy Meyers (responsável, também, por Alguém Tem Que Ceder e Do Que As Mulheres Gostam) é boa, o elenco está excelente. A trilha sonora é de primeira, com um quê de bossa-nova. De quebra, o filme faz referência a várias produções norte-americanas, tanto antigas quanto mais recentes, e brinca com músicas famosas e com a criação dos trailers, cativando os cinéfilos. E tente reconhecer os figurões que aparecem numa das cenas finais.

Quer se divertir assistindo a uma comédia bem feita e sair mais leve do cinema? Coloque O Amor Não Tira Férias na sua lista de programas de férias.

Brigdet Jones no Limite da Razão

Ficha técnica

Bridget Jones: the Edge of Reason. Inglaterra/França/Irlanda/EUA, 2004. Comédia Romântica. 108 min. Direção: Beeban Kidron. Com Renée Zellweger, Hugh Grant, Colin Firth e Jim Broadbent.

Bridget começa a se sentir desconfortável em sua relação com o conservador Mark, quando reencontra o cafajeste Daniel.

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

O primeiro filme é mais interessante, detendo-se na crise dos 30 anos. No Limite da Razão concentra-se mesmo nas trapalhadas de Bridget. Dá pra rir e vale a pena para quem gosta da trintona mais enrolada do mundo, mas não provoca tanta identificação quanto o primeiro.

Decididamente, não me identifiquei com a Bridget do segundo filme. Não sou tão atrapalhada quanto ela, não estrago as coisas com tanta freqüência (só de vez em quando), nunca fui à Tailândia e não uso super-sutiã. Principalmente, não há nenhum Colin Firth correndo atrás de mim e, certamente, nenhum Hugh Grant (canalha, é verdade) tentando me seduzir…

O ponto alto do filme é a trilha sonora, tão boa quanto a do primeiro longa. Identificação muito maior com as músicas que com a história propriamente dita.

Baseado em livro homônimo.

Dança Comigo?

Ficha técnica

Shall We Dance? EUA, 2004. Drama. 95 min. Direção: Peter Chelsom. Com Richard Gere, Jennifer Lopez, Susan Sarandon e Stanley Tucci.

Homem que leva uma vida tranqüila, porém monótona, com a mulher resolve se inscrever num curso de dança de salão. Refilmagem do longa homônimo japonês de 1996.

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

Não é espantoso pensar que alguém que você ainda nem conhece pode estar prestes a dar o pontapé inicial na sua nova vida?

É isso o que acontece em Dança Comigo?. Dois estranhos aproximam-se pela dança e, cada um à sua forma, muda a vida do outro. Estou falando do casal protagonista – Richard Gere e Jennifer Lopez. Na verdade, todos os personagens mudam, pela dança, pelo contato uns com os outros. Essa é a grande poesia do filme. Classificá-lo de “comédia romântica” é meio inapropriado, embora haja vários momentos engraçados. O romantismo não é a tônica; a dança, sim.

Dança Comigo é leve, engraçado, mas não é bobo. Um filme que, sem dúvida, vale a pena, apesar de ter ganhado apenas uma estrelinha dos críticos da Folha. Acrescente-se que há seqüências belíssimas de dança, inspiradoras mesmo.

O que me faz lembrar que não cumpri um dos objetivos para o ano de 2004 – aprender dança de salão. Um dos vários pontos em que deixei furo nesse ano… Bem, o ano ainda não acabou.

Destaque para a bela música The Book of Love, no finzinho do filme.

Em tempo: uma rasgação de seda para o Richard Gere – o cara não perde o charme. Pelo contrário: como alguns bons vinhos, fica ainda melhor com o passar do tempo. Como pode ser ruim um filme com ele?!