Filmes favoritos em março e abril de 2023

Juntando dois meses, porque durante a viagem à Oceania não fiz a listinha de março.

Recentes

Mrs. Harris Goes to Paris (2022): uma mulher generosa e trabalhadora tem a chance de realizar sonhos e encontrar um novo amor. Atuações sensíveis e lindos figurinos Dior. 4 estrelas

Tár (2022): uma maestrina excepcional fez inimigos pelo caminho e está prestes a ver sua vida ruir. A atuação da Cate Blanchett é tão mesmerizante que me esqueci de prestar atenção à história nos primeiros 20 minutos do filme. 4 estrelas

A House Made of Splinters (2022): o documentário acompanha um curto período nas vidas de crianças ucranianas acolhidas em um abrigo temporário. De partir o coração. 4 estrelas

Ticket to Paradise (2022): Julia Roberts e George Clooney estão excelentes, química de sobra. Fazia tempo que Hollywood não fazia uma comédia romântica tão boa. 5 estrelas

Close (2022): dois meninos são melhores amigos, até serem apontados como namorados. Filme tristíssimo, com atuações pungentes, fotografia e roteiro perfeitos. 5 estrelas

The Broken Circle Breakdown (2012): outro drama para gastar a caixa de lenços (pode culpar a @soterradaporlivros por esse e pelo anterior). Um casal muito louco sossega após o casamento, só para sofrer terrivelmente depois de um tempo. 4 estrelas

Como Nossos Pais (2017): com direção da Laís Bodanzky e ótimas atuações, o filme discute o papel da mulher, o casamento, os relacionamentos amorosos e entre pais e filhos. 4 estrelas

Some Voices (2000): Daniel Craig antes da fama faz um esquizofrênico que quase enlouquece o irmão e se envolve com uma mulher que não tem o melhor gosto do mundo para homens. Apesar de provocar uma risada ou outra, a história é dramática (pelo menos não é de fazer chorar). 4 estrelas

Direto do Túnel do Tempo

O Segredo do Abismo (1989): os efeitos visuais envelheceram mal, uma mistura de atari com néon anos 80, mas a história vale a pena e os personagens são ótimos. 4 estrelas

Laços de Ternura (1983): um filme que tem Jack Nicholson tem que ser divertido, certo? Errado. Esse aqui é um dramalhão sem fim, quase desidratei de tanto chorar. 4 estrelas

Charade (1963): mistério, suspense, romance, comédia, diálogos divertidos e várias reviravoltas. Podia ser do Hitchcock, como disse a @soterradaporlivros, mas é muito mais divertido. 5 estrelas

Para consultar onde assistir aos filmes: https://www.justwatch.com

Filmes: os melhores de janeiro de 2022

Ufa, 14 filmes em janeiro! Recesso e hiato nas séries ajudaram. Falando em séries, vi também a nova temporada de Dexter e recomendo.

Recentes

Encanto (disney+, 2021): lindas cores, lindo traço, linda música. Achei que fez pouco uso da cultura colombiana, mas curti (e chorei, claro). 4 estrelas

Being the Ricardos (amazon prime, 2021): Aaron Sorkin e, pra mim, isso diz tudo. Bastidores do super sucesso dos anos 60 “I Love Lucy” e das vidas dos seus protagonistas, Lucille Ball e Desi. 4 estrelas

King Richard – Criando Campeãs (hbo max, 2021): nunca achei que conseguiria odiar um personagem interpretado pelo Will Smith, mas o pai da Serena e da Venus é irritante ao extremo. 4 estrelas

Direto do túnel do tempo

As Pontes de Madison (hbo max, 1995): desidratei de tanto chorar no último terço do filme. Os dramas e dilemas de Francesca poderiam muito bem ser transportados para os dias de hoje. Quem nunca ficou dividida, seja lá por quais motivos fossem, entre a vida atual ou mergulhar de cabeça em um novo amor? Bônus: Clint Eastwood mais bonito do que nunca. 5 estrelas

Os Queridinhos da América (hbo max, 2001): elenco de primeira em uma comédia que, no geral, envelheceu bem. 4 estrelas

O Martírio de Joana D’Arc (youtube, 1928): filme mudo, sequer tem trilha sonora, mas o drama é tão pungente que não desgrude o olho da tela. Excelentes atuações e ótima exploração de takes de baixo para cima e vice-versa. 5 estrelas

Sweeney Todd (hbo max, 2007): ok, eu vi enganada. Queria um musical leve, recebi um terror gore e realmente não sei como vi até o final. Acho que foi no susto. Apesar do pânico, são perfeitos os cenários, roupas, maquiagem, efeitos. Atuações também excelentes. 5 estrelas

Sex and the City – O Filme

Ficha Técnica

  • Título original: Sex and the City
  • País de origem: EUA
  • Ano: 2008
  • Gênero: Comédia Romântica
  • Duração: 148 minutos
  • Direção: Michael Patrick King
  • Roteiro: Michael Patrick King, baseado em personagens do livro de Candace Bushnell.
  • Elenco: Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Chris Noth, Candice Bergen, Jennifer Hudson.
  • Sinopse: Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) é uma escritora de sucesso que vive em Nova York. Ela e suas amigas Samantha Jones (Kim Cattrall), Charlotte York (Kristin Davis) e Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) são bem-sucedidas profissionalmente e buscam, também, o sucesso amoroso.

Comentários

Sex and the City - O Filme Quando Sex and the City[bb]o seriado – acabou, fiquei com aquela sensação de “mas já?!”. Claro, toda série precisa acabar um dia (menos E.R., aparentemente). A bem da verdade, houve um bom desfecho para as personagens. É que acompanhar Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte por 6 anos foi tão bom que a vontade era de ver mais: Carrie e Big vão mesmo dar certo juntos? Miranda vai se acostumar à vida fora de Manhattan? Samantha agüentará um relacionamento monogâmico? Charlotte será, digamos, menos Charlotte?

Sex and the City – O Filme foi feito exatamente para responder todas essas dúvidas.

Sim, é um filme para fãs. Até conheço gente que não assistia à série e gostou do filme, mas ele foi todinho pensado em quem acompanhou os episódios. Isso já fica claro na abertura, um belo flashback dos seis anos de série. A última cena também traz uma ótima piada interna, a respeito do drink preferido das moças, o Cosmopolitan.

Charlotte está mais histérica e irritante do que nunca; Samantha apresenta facetas que nem suspeitávamos; Carrie ainda se encanta com marcas e grifes (e Sarah Jessica Parker está assustadoramente magra) e Miranda continua sendo a personagem com quem mais me identifico (inclusive quando ela faz besteira).

E Big… bem, Big continua um charme.

A primeira pergunta dos fãs é respondida logo no início: Carrie e Big (sim, ele tem nome, é John e não foi revelado no filme, mas no último episódio do seriado – mas é mais legal chamá-lo Big) estão procurando um apartamento para morarem juntos, após 4 anos de relacionamento. As outras respostas? Bem, veja o filme. Afinal, 148 minutos equivalem a uns 6 episódios, o suficiente para saciar todas as curiosidades.

Fã como sou da série, o filme precisaria ser muito ruim para me desagradar. O fato é que ele é muito bom. Os atores reprisam perfeitamente seus papéis, Jennifer Hudson (ganhadora do Oscar pelo papel coadjuvante em Dreamgirls) faz uma participação bacana – sem nada de mais – e o glamour do seriado foi plenamente captado, para desgosto dos que rotulam Sex and the City como um desfile de marcas. O foco da série, como o do filme, sempre foi a amizade das quatro protagonistas que, entre sucessos e insucessos profissionais e amorosos, permanecem lado a lado. Coisa rara no universo feminino, diga-se de passagem.

Sex and the City – O Filme tem, ainda, a qualidade de dosar comédia e drama com primor. Risadas estão garantidas e, se você for do tipo emotivo, algumas lágrimas também.

Cotação: 5 estrelas

Curiosidades

Sex and the City – O Filme representa um ano na vida das personagens.

No site oficial do filme (em inglês), há um testezinho para descobrir seu “par perfeito”. Fiz o teste e deu Mr. Big na cabeça:

Ele é um homem confiante e influente que aproveita as melhores coisas, mas também o filho obediente que acompanha a mãe à igreja aos domingos. Ele é esquivo, o que é tão irresistível quanto frustrante. Big pode ser imprevisível e parece totalmente inacessível – e deixa você pra baixo ocasionalmente – mas então dá um jeito de surpreendê-la, expondo-se quando você menos espera.

Eu sei, esses testes são bobos, mas são engraçadinhos.

Além da Tela

Foram usados mais de 300 figurinos ao longo das filmagens. 300 também é o número de jóias que a H. Stern emprestou.

A série mostra a vida de 4 mulheres na casa dos 30; no filme, elas já estão na casa dos 40 (e além). Eis a idade dos protagonistas:

  • Sarah Jessica Parker (Carrie): 43
  • Kim Cattrall (Samantha): 51
  • Kristin Davis (Charlotte): 43
  • Cynthia Nixon (Miranda): 42

Chris Noth (Big) foi uma surpresa: o galã tem 53 anos! Jennifer Hudson é a caçula, com 26.

Serviço

Letra e Música

Ficha Técnica

Music and Lyrics. EUA, 2006. Comédia romântica. 96 minutos. Direção: Marc Lawrence. Com Hugh Grant, Drew Barrymore, Brad Garrett, Kristen Johnston, Haley Bennet.

Alex Fletcher (Hugh Grant) é um decadente astro da música pop, que fez muito sucesso na década de 80 mas que agora apenas se apresenta no circuito nostálgico de feiras e parques de diversão. A chance de mais uma vez fazer sucesso bate à sua porta quando Cora Corman (Haley Bennet), a atual diva do pop, o convida para compor uma canção e gravá-la com ela, em dueto. O problema é que Alex há anos não compõe uma canção sequer, além de jamais ter escrito uma letra de música. Sua salvação é Sophie Fisher (Drew Barrymore), a encarregada de cuidar das plantas de Alex, cujo jeito com as palavras serve de inspiração para Alex.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

4 estrelas

Atualização em 29.03.2007: a Srta. Bia deu a ótima sugestão de incluir o link para o clip “PoP! Goes My Heart”, sucesso de Alex Fletcher e seu grupo “PoP!” nos anos 80, então aqui está. Fazendo jus ao título do filme, eis também a letra. Advertência: esse clip pode provocar efeitos colaterais, como dancinha, assobios incontidos e incapacidade de esquecer a melodia. Assista por sua conta e risco.

Mais uma comédia romântica, sim. Letra e Música, no entanto, está acima da média do gênero.Alex Fletcher, o personagem de Hugh Grant, fez sua carreira nos anos 80 com uma mistura de Menudo e Sidney Magal que arranca risadas da platéia na casa dos 30 (ou quase) desde a primeira cena. O visual brega, as letras melosas em ritmo de rock, os rebolados característicos da época estão todos presentes. O artista antes bem-sucedido que, no presente, vive melancolicamente do sucesso passado – este é Alex, mas poderia ser uma dezena de cantores da vida real. A sátira aos anos 80 é deliciosa.

A personagem Cora Corman, de Haley Bennet, faz o contraponto como representante da música pop do fim dos anos 90 e que perdura até hoje – aliás, tem-se acentuado. Sucesso meteórico construído com muito mais ênfase em corpos e rostos bonitos que em talento; megaproduções; disputa ponto a ponto na preferência dos fãs adolescentes enlouquecidos, nem que, para isso, seja necessário abrir mão da qualidade e do bom senso – tudo isso soa familiar? Qualquer semelhança com Beyoncé, Britney Spears e outras cantoras da atualidade não é mera coincidência. A crítica especializada tem menosprezado o desempenho de Bennet no filme, mas ela está na medida para o papel de uma cantora pop totalmente inexpressiva e cabeça-de-vento.

No meio de tudo isso, tem-se Sophie (Drew Barrymore), estranha ao mundo da música, mas com vocação e aspirações artísticas. A obviedade do par romântico a caminho não tira a graça de ver Sophie e Alex batendo cabeça, discutindo, bringando e só aos poucos se entendendo. Os diálogos ágeis do roteiro de Marc Lawrence (que também dirigiu e produziu o filme e tem no currículo o engraçado Miss Simpatia e sua continuação), se não produzem gargalhadas estrondosas, mantêm o tempo todo o sorriso dos espectadores e despertam boas risadas ocasionais.

A “química” entre Drew Barrymore e Hugh Grant é patente e fornece a seus personagens aquele ar de cumplicidade essencial para criar um clima de romance. Ambos são calejados no gênero. Grant faz o papel de bom moço como poucos e Barrymore leva jeito para comédia física, com trejeitos, caras e bocas. Juntos, formam um casal bonitinho, ainda que desequilibrado, levando o público a torcer pelo previsível final feliz.

O enredo centrado em música é um elemento extra muito bem-vindo, que contribui para aumentar a empatia do público com a história e a diferencia de outras comédias românticas. É difícil não cantarolar a música-tema. Os atores coadjuvantes Brad Garrett (conhecido como o grandalhão de Everybody Loves Raymond) e Kristen Johnston (que participou da perpétua série E.R. como a antipática chefe de enfermagem Eve Peyton) completam o filme com suas ótimas atuações.

Letra e Música é humor leve, fácil e, ainda assim, de bom gosto. Nada de apelações desprezíveis. Um deleite para quem curte comédias românticas e ainda se lembra dos anos 80.