Molho de Mostarda para Carnes

Receita facinha para dar um tchan no filé.

Ingredientes

Molho de Mostarda para Carnes
Ingredientes.
  • 150 ml. de leite
  • 150 ml. de creme de leite (pode usar o desnatado)
  • 4 colheres (sopa) de mostarda dijon (aquela de boa qualidade, em vidro, mais cara – mas vale quanto custa)
  • pimenta-do-reino (se for moída na hora, melhor ainda)
  • sal

Você também precisará de

  • panela pequena
  • molheira

Preparo

Molho de Mostarda para Carnes
Com filé mignon.

Na panela, leve o leite e a mostarda ao fogo baixo, mexendo até dissolver a mostarda. Aproveite para acrescentar uma pitada de sal e o quanto desejar (dentro dos limites do bom senso) de pimenta-do-reino.

Assim que começar a ferver (as bolinhas começam a aparecer junto às paredes da panela, mas o centro ainda não está fervendo), adicione o creme de leite e misture bem. Prove o molho: se quiser adicionar sal ou pimenta, a hora é agora, mas retire a penela da chama, tempere, mexa, prove e volte ao fogo.

O molho não deve ferver para não talhar o creme de leite.

Despeje-o numa molheira e sirva como acompanhamento de carnes.

Dicas e Complementos

Fiz o molho originalmente para filé mignon, mas também fica gostoso com frango e imagino que vá bem com peixes de sabor acentuado, como o salmão. Na verdade, até como molho de macarrão eu já usei.

  • Tempo de preparo: 15 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 6 porções

500 Anos de Sabor

No colégio, História era minha matéria favorita. No dia-a-dia, o interesse por comida (e por comer, obviamente) é constante. Claro que um livro juntando essas duas delícias chamaria minha atenção. Apesar disso, Brasil 1500/2000: 500 Anos de Sabor mofou na minha estante por anos (talvez desde 2000, de fato). Eu não sabia o que estava perdendo.

O livro é um verdadeiro passeio pela história gastronômica do Brasil. Da Colônia até os dias atuais, passando pelas contribuições dos índios, dos negros e das várias correntes migratórias, 500 Anos de Sabor é uma leitura fascinante, nada diet e capaz de agradar até quem não curte esquentar a barriga no fogão ou ler sobre batalhas, datas e figuras históricas. Afinal, todo mundo gosta de uma boa mesa (aliás, eis aí um bom jeito de motivar o estudo da História).

Conta-se, por exemplo, que a onipresente mandioca veio dos índios (ao passo que sua bebida preferida, o cauim, não caiu nas graças dos europeus – felizmente); que a mesa portuguesa só ganhou sabor de verdade com os temperos trazidos pelos negros em honra aos seus orixás; que entradas e bandeiras enriqueceram a culinária nacional com pratos rápidos e de fácil conservação, como a paçoca de carne-seca; que as Grandes Guerras, assolando a Europa, fizeram os olhos e o paladar brasileiros voltarem-se para os vizinhos norte-americanos.

A discussão sobre a origem da feijoada também está presente, claro:

Feijoada
Quem resiste?

Como toda paixão, a feijoada costuma gerar acaloradas polêmicas. Teria mesmo nascido na senzala? Não teria muito mais a ver com receitas portuguesas mesmo, das regiões da Estremadura, do Alto Douro e Trás-os-Montes, que misturam feijão de vários tipos, menos o feijão preto, a linguiças, orelhas e pés de porco, e que se recomenda comer com arroz, especialmente na terça-feira de carnaval? Não seria uma receita muito mais moderna, surgida ali pelo final do século passado [XIX], a partir de informações culinárias de outros países, já então mais frequentes no Brasil, inspiradas por outros cozidos, como o cassoulet francês, que também leva feijão – branco – no seu preparo?

(…)

O que se pode fazer com segurança, para chegar mais perto da verdade, é relembrar um pouco os hábitos alimentares da senzala brasileira, nos dois primeiros séculos de colonização. (…)

Quando a escassez de comida não era tanta, suas refeições básicas juntavam a onipresente farinha de mandioca à carne ou peixe, além dos vegetais que estivessem à mão. E quando podiam, os escravos procuravam manter sua alimentação de origem, que não prescindia do feijão preto, trazido por eles da África, mais muita pimenta-malagueta como tempero. Dos senhores de engenho recebiam às vezes restos de carnes, mais a permissão para entrar nos pomares, servindo-se das frutas disponíveis, entre elas a laranja. E a aguardente costumava ser distribuída até com fartura, menos por generosidade e mais para estimular a alegria, aumentando assim, quem sabe, o empenho na lida dos canaviais.

Feijão preto, restos de carnes, farinha de mandioca, pimenta, laranja, até a bebida – não é difícil reconhecer na união desses elementos um parentesco bem próximo com a nossa feijoada contemporânea. (…) Não deve ser mera coincidência.

Às margens do texto, poesia, prosa, ditos populares e canções ilustram a fusão entre culinária e cultura.

500 Anos de Sabor foi patrocinado pelo Pão de Açúcar em 2000 e não é mais vendido; quase nem escrevo sobre ele.  O Neto Cury (que me lembrou dos sebos), a Cynthia Semíramis (que falou sobre a preservação da memória do livro) e a Júlia Reis (que nem sabia que o livro tinha a ver com a praia dela) disseram que isso não é razão suficiente pra não falar dele. Estão certos. O texto é bacana, as receitas (mais de duzentas) vão da maniçoba à charlotte russe e, veja só, dá pra comprá-lo na Estante Virtual, meu sebo favorito.

Ficha Técnica

  • Título: 500 Anos de Sabor – Brasil 1500-2000
  • Autora: Eda Romio
  • Ano de edição: 2000
  • Editora: ER comunicações
  • Páginas: 248
  • Encontre na Estante Virtual.

A Conversa Chegou à Cozinha de quem?

Já está passando da hora de dizer quem ganhou os livros A Conversa Chegou à Cozinha e O Mundo É O Que Você Come. Afinal, a promoção encerrou-se no dia 20 de março.

Foram poucas, mas belas participações. Renderam-me viagens no tempo e água na boca.

Agora, sem mais delongas…

A Conversa Chegou À Cozinha da Gabi Bianco!

O texto da Gabi foi o mais inspirador pra mim. Não só porque sou uma descendente de italianos apaixonada por massas, mas porque macarrão ao molho de tomate é um dos pratos favoritos da minha mãe.

A todos os participantes, muito obrigada! Espero que tenham gostado de fazer os textos como gostei de os ler.

Gabi, o pessoal da editora vai entrar em contato contigo e mandar os livros para a sua casa logo, logo. 🙂