Risoto falso low carb

“Como pode ser risoto se não tem arroz?”, você dirá. Por isso, já aviso logo no título que é um risoto falso.

Desde que mudei minha alimentação para o estilo low carb, a coisa de que mais sinto falta é o tal do risoto. Eu costumava fazer toda semana, até mais de uma vez por semana, e inclusive tenho algumas receitas aqui no Dia de Folga.

Macarrão, pão, croissant… tudo isso fez falta no começo, mas hoje em dia passo muito bem sem. Mas o risoto… ah, esse mora no meu coração.

Em regra, não curto as substituições tão propostas em sites especializados em alimentação low carb. Costumo achar o resultado final decepcionante, por isso demorei tanto tempo para testar o tal risoto de couve-flor. O resultado ficou melhor do que eu esperava já na primeira tentativa e, com as modificações que fui fazendo ao longo do tempo, acho que ele se aproxima muito do risoto de verdade – o suficiente pra matar a vontade, sem frustrações.

A receita aqui é de risoto de funghi secchi, mas no fim dou umas dicas para que vire risoto do que você preferir.

Ingredientes

Ingredientes principais.
Ingredientes principais.

  • 1 couve-flor média (500 gramas)
  • 25 gramas de funghi secchi (cogumelos desidratados)
  • 1/2 xícara (chá) de vinho branco seco
  • 1/2 cebola picada em cubinhos
  • 5 colheres (sopa) de creme de leite (de lata, por ser o mais rico e cremoso)
  • azeite para refogar
  • sal, pimenta e noz-moscada a gosto
  • 1 colher (sopa) de manteiga gelada
  • 2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado (opcional)

Preparo

Couve-flor picadinha.
Couve-flor picadinha.

A parte mais chata é, de longe, picar a couve-flor. Pique tanto quanto sua paciência permitir. Eu não jogo fora os talos, mas cuido para picá-los bem a fim de que cozinhem no mesmo ritmo das flores. Se jogar fora os talos, você precisará de 1 quilo de couve-flor para obter o mesmo rendimento.

Um multiprocessador pode ser usado pra picar a couve-flor. Não tente usar mixer ou liquidificador (ela virará uma massa, em vez de ficar soltinha).

Numa vasilha, coloque o cogumelo seco e adicione água quente até cobrir para hidratá-los (uns dez minutos bastam).

Esquente o azeite numa panela média ou grande, adicione a cebola, uma pitada de sal e refogue até que a cebola fique transparente. Acrescente a couve-flor picadinha, o sal, a pimenta e refogue ligeiramente. Adicione o vinho branco seco e tampe a panela. Deixe cozinhar em fogo baixo. A cada 5 minutos, mexa, confira o cozimento prove o ponto. A couve-flor deve ficar macia. Dez ou quinze minutos são suficientes. Aproveite para corrigir o tempero.

A água não deve secar. Por aqui, nunca secou (a couve-flor solta água o suficiente) mas, se você achar que vai secar, derrame um pouquinho de água quente.

Quando a couve-flor estiver macia, escorra a água dos cogumelos (você pode guardá-la para uma sopa ou outra preparação) e os adicione à panela. Mexa bem e deixe cozinhar por mais uns 5 minutos (em fogo baixo e com a panela tampada) para que os sabores se misturem. Corrija o tempero se necessário.

Agora é a hora de finalizar o prato. Coloque o creme de leite, raspe um pouco de noz-moscada por cima e misture bem. Acrescente a manteiga gelada e mexa até derreter e incorporar. Por fim, misture o queijo parmesão ralado.

Desligue o fogo e sirva imediatamente.

Dicas e Complementos

Risoto de Funghi Secchi Low Carb
Risoto de Funghi Secchi Low Carb

O cogumelo desidratado incha horrores com a água quente, por isso entraram só 25 gramas nessa receita. Se você quiser fazer um risoto de outra coisa, use de 200 a 300 gramas da tal coisa. A carne, qualquer que seja, já deve entrar já temperada e pronta pra comer (ela não vai cozinhar no risoto). O queijo deve ser picado e, quanto mais duro, menores devem ser os pedaços, pra garantir que derreta e/ou se incorpore bem à couve-flor.

Uma outra exceção à regra de 200-300 gramas é o salmão defumado congelado. Ele é bastante forte e uma bandeja (100 gramas) é suficiente. Como geralmente é comido cru, não precisa ser cozido antes de entrar no risoto, mas deve estar em temperatura ambiente.

Você pode substituir o vinho branco por vermute seco importado (italiano ou francês).

Se for fazer o risoto com carne de vaca ou com embutidos, pode usar o vinho tinto seco em lugar do branco (claro que o risoto ficará escuro).

O vinho que você usa pra cozinhar deve ter qualidade. Use o mesmo vinho que você beberá no jantar.

Se não quiser colocar bebida alcoólica de jeito algum, o risoto perderá em perfume e sabor, mas você pode remediar com meia xícara de caldo de legumes (preferencialmente feito em casa, pra ficar mais aromático e menos salgado).

Você pode acrescentar cheiro verde picado se gostar, ou ervas finas secas, ou manjericão… enfim, a erva que você preferir. A dica é acrescentar sempre no fim da preparação (com a manteiga ou o queijo ralado) pra não amargar. Ou então você pode polvilhar diretamente sobre o prato, após servir.

Sim, esse risoto leva creme de leite, embora isso seja um crime em risotos de verdade. Como a couve-flor não tem amido, esse é o jeito de dar cremosidade ao prato. Eu avisei que era um risoto falso.

“Mas Lu, não fica com gosto de couve-flor?” Não acho que fique. Todos os outros ingredientes e temperos apagam o gosto da couve-flor, do mesmo modo que apagam o gosto do arroz. Dito isso, se você não gosta de couve-flor, é melhor nem tentar, porque aquilo que a gente não gosta, a gente sente mesmo que tenha só meio grama na panela (olá, erva-doce).

“Mas você nunca come risoto de verdade?” Como, sim. Só que não dá pra comer toda semana, né? Afinal, é riquíssimo em carboidratos e eu já costumo preencher minha “cota” com doces e vinho. Já o risoto low carb… esse é liberadíssimo, dá pra comer toda semana, duas vezes por semana, quando der na telha.

  • Tempo de preparo: 40 minutos (metade disso é picando a couve-flor, creia-me)
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 2 porções (não nego nem confirmo que já comi uma panela sozinha)

Bolo de Caneca Low Carb

Essa receitinha mata a vontade de doces e você não corre o risco de exagerar, já que a porção é individual.

Ingredientes

  • 1 colher (sopa) de farinha de amêndoas
  • 1 colher (sopa) de manteiga ou creme de leite
  • 1 colher (sopa) de cacau em pó ou de whey protein
  • 1 ovo
  • 1 pitada de fermento
  • adoçante

Preparo

Misture todos os ingredientes em uma caneca e leve ao microondas por um minuto e meio em potência alta (ajuste o tempo segundo o seu microondas).

Dicas e Complementos

Se a manteiga estiver gelada, derrata-a no microondas antes de acrescentar os outros ingredientes.

Bolo de Caneca Low Carb
Bolo de Caneca Low Carb

Você pode colocar um ou dois tabletes de chocolate amargo por cima, antes de levar ao microondas. No final do preparo, terão ido para o fundo. Aí, é só desenformar pra ficar bonitinho como na foto ao lado.

(Os “buracos” no topo foram causado exatamente pelos tabletes de chocolate; exagerei no tamanho.)

  • Tempo de preparo: 5 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 1 bolinho

A Vinum Brasilis não é mais a mesma.

Há sete edições frequento a Vinum Brasilis, um evento de degustação de vinhos brasileiros que acontece anualmente em Brasília. Já falei sobre a Vinum Brasilis aqui no blog. Este ano, estive por lá no segundo dia de evento, 17 de agosto, e… a Vinum Brasilis não é mais a mesma.

Nesta 11ª edição, a organização do evento foi transferida para outra empresa e o resultado deixou a desejar. Pra início de conversa, a VB costumava acontecer num espaço próximo a uma das poucas estações de metrô da cidade (no campus do IESB da asa sul, pra quem conhece Brasília). Dessa vez, foi transferido para o Lago Norte – um lugar distante, sem serviço decente de transporte púbico e para onde a corrida de táxi sai bem salgada. Não dá pra entender que um evento focado em bebidas ocorra em um lugar que privilegia o uso do carro. Pra piorar, o serviço de transporte gratuito das edições anteriores simplesmente não existiu em 2018, justamente quando seria mais necessário.

Infelizmente, esse não foi o único problema do evento. Senão, vejamos:

  • Banheiros químicos. Odeio banheiros químicos (quem gosta?) e, no caso, eram completamente desnecessários. A VB ocorreu no estacionamento de um shopping, bastava que na entrada fosse colocada uma daquelas pulseirinhas de papel para permitir a saída, o uso de banheiro do shopping e o retorno. Ou, quem sabe, podiam ter escolhido um local com banheiros de verdade (como era no IESB ou, antes disso, no Centro de Convenções).
  • Local semiaberto. Se tivesse chovido, o evento estaria arruinado. “Ah, mas não chove em Brasília em agosto”. Pois no dia seguinte, 18 de agosto, caiu um verdadeiro temporal em Brasília. Deram sopa pro azar.
  • Pouca comida. Tradicionalmente, há mesas de pães e frios. Dessa vez, uma única mesa, acanhada e mal abastecida. As escassas bandejas de frios não duravam 3 minutos. Vale notar que o evento teve início às 18 horas – todo mundo vai direto do trabalho, sem tempo pra jantar. Ah, e como bem lembrou o Roan nos comentários, sequer havia palitos para os embutidos. Guardanapos também eram um luxo: esperava-se que os convidados limpassem as mãos engorduradas – pela falta de palitos – na própria roupa.
  • Buffet pago. A organização divulgou que haveria um serviço de buffet da Sweet Cake. Em outras edições, esse serviço foi gratuito. Dessa vez, pagava-se de 20 a 25 reais por um pratinho de isopor de massa ou risoto, com talheres de plástico.
  • Poucos expositores, em comparação a edições passadas.
  • Espaço pequeno. Os expositores e os frequentadores ficavam amontoados. Pra piorar, havia palcos, tablados e outras coisas absolutamente dispensáveis ocupando o já apertado espaço.

Vale dizer que não se trata de um evento gratuito. O preço do ingresso é de oitenta reais.

Bem, então não valeu a pena ter ido?

Valeu, sim. Porque, felizmente, a Vinum Brasilis não é mais a mesma também no que diz respeito à qualidade dos vinhos expostos, que só aumenta ano a ano.

Mesmo os vinhos tintos, que são um conhecido ponto fraco dos brasileiros (muito doces, muito aguados, muito sem graça), evoluíram nitidamente nos últimos anos e não fizeram feio. O grande problema, continua sendo o preço: é muito difícil encontrar uma boa garrafa de tinto nacional por menos de 60 reais, e com esse valor compra-se uma ótima garrafa de vinho espanhol ou sulamericano. E isso apesar do altíssimo imposto de importação.

As estrelas do evento continuam a ser os espumantes. O produto nacional é excelente e o preço é competitivo.

Dentre as ótimas vinícolas, destaco Don Giovanni, Maximo Boschi, Rio Sol (que voltou a cuidar da qualidade dos seus tintos e surpreendeu), Lidio Carraro, Valmarino (especialmente pelos espumantes), Dom Cândido e, a maior surpresa da noite, Pireneus, cujas vinhas ficam em Goiás, a pouco mais de cem quilômetros de Brasília.

Vou de novo à Vinum Brasilis no próximo ano? Sem dúvida. Mas, cá entre nós, estou torcendo para que a organização mude novamente de mãos.

Panqueca Low Carb

Essa não é aquela panqueca doce de café-da-manhã americano, mas sim aquela panqueca do almoço de domingo. É fácil de fazer e, nessa versão, é perfeita para quem monitora o consumo de carboidratos.

Ingredientes

  • 6 colheres (sopa) de creme de leite (que não seja light)
  • 4 colheres (sopa) de farinha de amêndoas
  • 4 colheres (sopa) de queijo ralado
  • 3 ovos
  • 1 pitada de sal
  • outros temperos a gosto (opcional)

Você também precisará de

  • Frigideira média ou grande
  • um pouco de azeite ou manteiga

Preparo

Misture todos os ingredientes com um garfo, um fouet ou um mixer.

Coloque o azeite ou a manteiga na frigideira e leve ao fogo. Quando estiver quente, despeje um quarto da massa no centro da frigideira e rapidamente leve a massa para as bordas.

Panquecas Low Carb

Após um minuto ou dois, a massa já estará sequinha o suficiente para virar. Vire para dourar e está pronta a primeira panqueca. Não é necessário untar a frigideira para fazer as seguintes.

Recheie com o que quiser. As da foto foram recheadas com as sobras de um lombo de porco que eu tinha feito na slow cooker. Desfiei, esquentei, enrolei e comi.

Dicas e Complementos

Você pode cobrir as panquecas com molho de tomate (ou outro molho low carb) e queijo e levar para gratinar no forno pré-aquecido em temperatura alta por 10 minutos, ou até que o queijo derreta.

A substituição da farinha de amêndoas por outros tipos de farinha alterará a textura e a quantidade de carboidratos da receita. Faça por sua conta e risco.

Essa massa é cremosa e é necessário espalhar rápido pela frigideira para conseguir a forma de panqueca. Não é uma massa fininha como a tradicional. Se achar que está muito grossa, adicione uma colher (sopa) e água e misture novamente.

  • Tempo de preparo: 20 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 4 panquecas grandes