O Amor Não Tira Férias

Ficha Técnica

The Holiday. EUA, 2006. Comédia romântica. 138 minutos. Direção: Nancy Meyers. Com Cameron Diaz, Kate Winslet, Jude Law e Jack Black.

Iris Simpkins (Kate Winslet) escreve uma coluna sobre casamento bastante conhecida no Daily Telegraph, de Londres. Ela está apaixonada por Jasper (Rufus Sewell), mas logo descobre que ele está prestes a se casar com outra. Bem longe dali, em Los Angeles, está Amanda Woods (Cameron Diaz), dona de uma próspera agência de publicidade especializada na produção de trailers de filmes. Após descobrir que seu namorado Ethan (Edward Burns) não tem sido fiel, Amanda encontra na internet um site especializado em intercâmbio de casas. Ela e Iris entram em contato e combinam a troca de suas casas, com Iris indo para a luxuosa casa de Amanda e esta indo para a cabana no interior da Inglaterra de Iris. Logo a mudança trará reflexos na vida amorosa de ambas, com Iris conhecendo Miles (Jack Black), um compositor de cinema que trabalha com Ethan, e Amanda se envolvendo com Graham (Jude Law), irmão de Iris.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

3,5 estrelas

O que me chamou a atenção e motivou-me a ver esse filme foi o elenco. Kate Winslet e Jude Law protagonizaram dois dos meus filmes favoritos, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Closer. Jack Black tem um ótimo papel em outro da minha lista de Top 5 (claro…), Alta Fidelidade (baseado em livro, que também virou peça teatral). Cameron Diaz já provou que é mais do que apenas um rostinho bonito e tem boas atuações em excelentes filmes (Shrek, Minority Report, Vanilla Sky). Assim, rendi-me a um típico romance-água-com-açúcar-de-fim-de-ano.

A sinopse já mostra como a história é previsível. Não espere grandes reviravoltas, nem emoções tumultuadas – não é para isso que comédias românticas existem, afinal. Elas são feitas para alegrar o espírito, acalmar o coração e reacender velhas crenças em amor verdadeiro, paixão à primeira vista, essa bobagem “mulherzinha”. Nessa missão, o filme é bem-sucedido. Como toda boa produção de fim de ano, O Amor Não Tira Férias ainda cumpre o tradicional papel de deixar uma mensagem de esperança diante do novo ano.

A direção de Nancy Meyers (responsável, também, por Alguém Tem Que Ceder e Do Que As Mulheres Gostam) é boa, o elenco está excelente. A trilha sonora é de primeira, com um quê de bossa-nova. De quebra, o filme faz referência a várias produções norte-americanas, tanto antigas quanto mais recentes, e brinca com músicas famosas e com a criação dos trailers, cativando os cinéfilos. E tente reconhecer os figurões que aparecem numa das cenas finais.

Quer se divertir assistindo a uma comédia bem feita e sair mais leve do cinema? Coloque O Amor Não Tira Férias na sua lista de programas de férias.

Globo de Ouro 2007

Tim Robbins e Jamie FoxxParece que Rubens Ewald Filho não quis repetir o fiasco de 2006, em que apresentou o Globo de Ouro ao lado de Analice “Casa-dos-Artistas” Nicolau, pelo SBT. Claro que o vexame não foi do crítico de cinema, mas de Analice. Aliás, os vexames, no plural. Quem viu, ainda se lembra da ignorância completa da moça, capaz de confundir Tim Robbins com Jamie Foxx. A impaciência de Ewald Filho era patente e, elegantemente, ele deu uma série de “cortadas” em Analice.

Este ano, Rubens Ewald Filho narrou o evento para a Warner Channel. “Narrou” mesmo, não comentou, porque não sobrava tempo. Ewald Filho ficou sobrecarregado com a tentativa de tradução simultânea, que tomou o tempo que seria melhor empregado em seus ótimos comentários sobre artistas e produções indicados ao prêmio. O esforço de traduzir foi vão, já que não é essa a sua praia e o crítico perdeu-se várias vezes. Apesar da burrinha Analice, tenho que admitir que o modelo do SBT funcionou melhor: dois tradutores simultâneos, e parte do tempo que seria dos comerciais destinada aos comentários excelentes de Rubens.

A premiação não surpreendeu muito. Scorsese confirmou seu favoritismo ao Oscar 2007 – é bem provável que este ano a Academia confira ao diretor a tão aguardada estatueta pelo excelente Os Infiltrados. O melhor filme dramático foi Babel, que estréia nas telonas brasileiras na próxima sexta-feira, dia 19. Cartas de Iwo Jima, produção norte-americana dirigida por Clint Eastwood inteiramente falada em japonês, foi eleito o melhor filme em língua estrangeira. Dreamgirls ganhou como melhor filme – drama/musical. Cartas de Iwo Jima[bb] estréia no Brasil em 22 de fevereiro, e Dreamgirls chega uma semana antes, dia 16. Meu amado-idolatrado-salve-salve Hugh Laurie ganhou, pela segunda vez consecutiva, o Globo de Ouro de melhor ator em série dramática, graças ao seu trabalho como o antipático protagonista de House[bb]. Essa foi uma das maiores surpresas da noite, primeiro pela dobradinha, segundo porque Patrick Dempsey era forte concorrente por seu papel em Grey’s Anatomy[bb] (indicada em quatro categorias e vencedora como melhor série dramática).

A Warner retransmitirá o Globo de Ouro 2007, com legendas, no dia 21 de janeiro, às 17 horas.

Referências

Volver

Ficha técnica

Volver. Espanha, 2006. Drama. 121 min. Direção: Pedro Almodóvar. Com Penélope Cruz, Carmen Maura, Lola Dueñas, Blanca Portillo, Yohana Cobo, Chus Lampreave.

Raimunda (Penélope Cruz) é uma jovem mãe, trabalhadora e atraente, que tem um marido desempregado e uma filha adolescente. Como a família enfrenta problemas financeiros, Raimunda acumula vários empregos. Sole (Lola Dueñas), sua irmã mais velha, possui um salão de beleza ilegal e vive sozinha desde que o marido a abandonou para fugir com uma de suas clientes. Um dia, Sole liga para Raimunda para contar que Paula (Yohana Cobo), tia delas, havia falecido. No mesmo dia, Raimunda encontra o marido morto, o que a impede de comparecer ao enterro da tia. Em meio a tudo isso, Irene (Carmen Maura), mãe de Raimunda e Sole, morta há anos, aparece para Sole.

Mais informações: Adoro Cinema.

Cometários

5 estrelas

O novo filme de Almodóvar caiu rapidamente no gosto do público e da crítica. Não é para menos: o diretor espanhol mais aclamado de todos os tempos retoma alguns dos seus melhores elementos e cria uma história dramática de um lado e divertidíssima de outro, bem diferente de seu último filme, Má Educação, tenso da primeira à última cena. É difícil rotular Volver simplesmente como “Comédia” ou “Drama”, já que, para Almodóvar, um gênero não exclui necessariamente o outro.

Volver aproxima-se de Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos – tanto nesse trabalho de 1988 (quanto teve início a desavença entre Almodóvar e Carmen Maura, após seis filmes juntos) quanto em Volver (que marca o retorno da sua parceria profissional), o diretor aborda o universo feminino com muito bom-humor e cores vivíssimas. Apesar dessas semelhanças, Volver é um filme mais amadurecido, com um forte argumento e um jogo muito interessante com o surrealismo.

Volver aborda a morte, as relações familiares e a cumplicidade feminina. Os homens são retratados da pior maneira, representando traição, violência, deslealdade. As qualidades, da doçura à determinação, são todas das mulheres.

Além de um retorno à parceria com Carmen Maura, Volver traz de volta Penélope Cruz, dirigida por Almodóvar em dois outros filmes (Carne Trêmula e Tudo Sobre Minha Mãe). Outro retorno é às origens do diretor: Almodóvar declarou que baseou o filme nas recordações da sua infância passada no interior da Espanha e nas lembranças que guarda de sua própria família.

O elenco é de primeira grandeza. Carmen Maura dispensa comentários, Penélope Cruz está absolutamente perfeita e Lola Dueñas (que interpretou Rosa no excelente Mar Adentro) não deixa por menos. Tanto assim que o time, completado por Blanca Portillo, Yohana Cobo e Chus Lampreave, ganhou o prêmio coletivo de melhor interpretação feminina do Festival de Cannes de 2006 (além do prêmio de melhor roteiro).

Volver foi o filme espanhol indicado para representar o país no Oscar 2007 e tem chances reais de receber uma estatueta. Acabou de ganhar da Academia Européia de Cinema os prêmios de melhor diretor, melhor atriz (Penélope Cruz) e melhor compositor (Alberto Iglesias), e ainda o prêmio do público de melhor filme europeu.

Aos fãs de Almodóvar é imprescindível uma visita à sua página oficial, que conta com textos escritos por ele mesmo sobre as filmagens de Volver, além de outros artigos.

Trapaça

Valendo-me da possibilidade que o WordPress oferece de mudar a data dos artigos, acabei de publicar três resenhas de filmes com datas da semana passada.

Nos últimos dias, faltou-me tempo e paciência para atualizar o blog, especialmente porque voltei à rotina normal de trabalho, mas assunto havia de sobra. Hoje, resolvi tirar (parte d)o atraso. Quem passou por aqui por esses dias bem sabe que o blog estava parado. A intenção não é mascarar a ausência, mas aproveitar de forma elegante uma semana parada em termos “bloguísticos”, em vez de concentrar três artigos numa única data.

Ainda há assuntos pendentes, inclusive resenhas, mas a data real de publicação voltará a ser respeitada.

Voltamos, portanto, à nossa programação normal.