Fahrenheit 451

Livro da vez: “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury, livro de novembro do projeto #lendoscifi.

Guy Montag é um bombeiro, e seu trabalho é queimar livros. Em algum momento, o governo convenceu as pessoas de que livros são coisas fúteis, difíceis e que causam apenas tristeza. Nessa sociedade distópica, quase todos estão felizes em passar o dia inteiro na frente de telas de TV, em um estado quase hipnótico, convencidos de aqueles personagens do outro lado são sua “família”. Pensar dá trabalho, afinal de contas.

Posso pensar em dois ou três governantes que adorariam transformar essa ficção em realidade.

“Fahrenheit 451”, “1984” e “Admirável Mundo Novo” formam a “santíssima trindade” das distopias. Embora sejam considerados clássicos, são de leitura fácil e são uma excelente porta de entrada para a ficção científica por contrariarem a noção geral de que scifi é só viagem no tempo e nave espacial.

Em tempos de desinformação, “Fahrenheit 451” é leitura imprescindível.

Estrelinhas no caderno: 5 estrelas

O Médico e o Monstro

Livro da vez: “O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson, última leitura do ano do projeto #lendoscifi.

Ou “O estranho caso da história que todo mundo pensa que conhece, mas não é bem assim”.

A transformação do Dr. Jekyll em Mr. Hyde está meio que no inconsciente coletivo, graças às inúmeras adaptações e referências, de Pernalonga ao Incrível Hulk. Mesmo assim, o livro me surpreendeu. Eu não conhecia as motivações do Jekyll, nem as vilanias do Hyde, e ambos os aspectos geraram um debate interessante no grupo.

A forma como a história é narrada é bem interessante, incluindo cartas e trechos de jornal, tudo para criar uma aura de realismo apesar do tema fantástico.

A ficção científica está ali, mas bem de tênue. Nisso, o livro lembra Frankenstein. Também são parecidos pela egolatria humana e, em menor grau, pela relação entre criador e criatura.

um livro fininho e sem dúvida um clássico que merece ser lido. Fechou com chave de outro o #lendoscifiano2. Já aguardo ansiosamente pelo #lendoscifiano3. Quer entrar na roda? Fala com a @soterradaporlivros!

Estrelinhas no caderno: 5 estrelas

Coisas Boas de Novembro

Pelos meus cálculos, novembro durou uns 82 dias, mais ou menos.

Livro favorito: passei boa parte do mês lendo o segundo e o terceiro volumes da trilogia A Terra Partida, da N. K. Jemisin, e amei. Jemisin é uma escritora de fantasia que foge de todos os clichês do gênero, então recomendo fortemente a leitura mesmo que você torça o nariz para os ditos clássicos de fantasia. Aqui não tem ambientação medieval, nem capa-e-espada, nem duelos de varinhas, nem bardos, elfos e anões. O que tem: personagens complexos e multifacetados, mulheres fortes e protagonistas, enredo com camadas e camadas de discussões sobre preconceito (racial também, mas não só), meio-ambiente e política, relações interpessoais belíssimas e uma construção de mundo (worldbuilding) de cair o queixo.

Filme favorito: vi muitos nos primeiros dias do mês (e nada no restante) e destaco Let the right one in, filme sueco que atualiza o mito dos vampiros (tem um remake  de Hollywood que não vi ainda). Menção honrosa para Por um punhado de dólares, porque sou aquela pessoa que sempre disse que odeia bang-bang, e de repente me peguei gostando muito de um filme que é justamente um clássico do faroeste.

Série favorita: em novembro, o grande acontecimento seriadístico  foi o encerramento de Supernatural, e depois de quinze anos acompanhando a série estou me sentindo como o Sam adolescente – perdida no mundo. E sim, gostei do final. Gostei muito. Apesar dos altos e baixos – especialmente dos fossos das últimas temporadas -, Supernatural se consolidou como uma das minhas séries favoritas da vida.

Hum, agora que notei: em livro, filme e série, o mês foi voltado para a fantasia. Nada mais justo em um ano em que a realidade tem sido muito dura.

Bônus: fiz um curso bem bacana sobre história do cinema no Museu da Imagem e do Som (MIS). Um viva para os cursos online, porque jamais teria disposição de ir ao MIS três vezes por semana, à noite, durante um mês e meio. Vale a pena olhar de vez em quando a página de Cursos do MIS – a programação é bem interessante e variada.

Coisas Boas de Outubro

Um mês que tem dias de férias nunca é um mês ruim. Ainda que a pandemia do coronga tenha impedido o turismo, consegui descansar e recarregar as baterias.

Livro favorito: Com Sangue, do mestre Stephen King, foi o único no mês a levar 5 estrelas. O livro traz quatro contos excelentes. Publiquei uma resenha no instagram.

Filme favorito: Luzes da Cidade, do Chaplin, foi o filme do mês. Ainda na era do cinema mudo, Chaplin é um vagabundo que se apaixona por uma florista cega; ao mesmo tempo, conhece um milionário que o considera seu melhor amigo, mas apenas durante as bebedeiras. O filme tem muito da comédia física característica do gênio Charles Chaplin e dei boas risadas, mas também me emocionei.

Série favorita: continuo revendo Gilmore Girls. Ando sem pique para encarar séries novas.

Bônus: comprei uma sorveteira! É uma Fun Kitchen doméstica, modesta, parece um brinquedo, mas funciona direitinho. Fazer e ler sobre sorvetes, balanceamento de fórmulas e criação de sabores foi o passatempo do mês. Até agora testei oito sabores, com diferentes graus de sucesso. Ainda dá pra melhorar – e a sorveteirinha não faz milagres, não dá pra competir com sorvetes artesanais bacanas – mas todos os sabores variaram entre o “bom” e o “excelente”, então estou bem satisfeita com a brincadeira. Tem fotos no instagram (que desde  meados de outubro já não permite o uso dos posts dentro do wordpress, blargh).

E seguimos para o nível 11 de Jumanji.