Coisas Boas de Julho

Mês estressante, com um volume de trabalho irreal, mas acabou. Agosto será melhor? Provavelmente não, mas a gente segue em frente.

Livro favorito: Jonathan Strange & Mr Norrell, de Susanna Clarke. Li ótimos livros em julho, mas destaco esse pelo seu caráter inusitado: uma obra de fantasia que não é capa-e-espada, não se passa num cenário de inspiração medieval, não tem elfos ou anões… enfim, que desafia com sucesso os clichês do gênero. Fiz uma resenha mais detalhada no instagram. Menções honrosas: Mrs. Dalloway, clássico de Virginia Woolf (que, na verdade, foi o único livro de julho para o qual dei 5 estrelas, então a rigor deveria ser o favorito, mas é uma leitura complexa e esse mês dei mais valor ao entretenimento por si) e Caninos Brancos, de Jack London, uma história emocionante contada do ponto de vista de um lobo.

Filme favorito: Ford v Ferrari. Demorei pra ver porque 1. é longo demais (saudade dos filmes de duas horas) e 2. achei que não gostaria de um filme sobre carros. Bom, o filme é longo mesmo, mas eu não cortaria nada. A história é tensa e envolvente, misturando drama humano e ação em doses exatas e contando com atuações impecáveis. Nunca achei que gostaria de um filme sobre carros (nem da animação da Pixar eu gostei tanto), mas acabei amando. O bônus para a minha geração é relembrar a adrenalina das corridas de Fórmula 1 das manhãs de domingo nos anos 80 (depois ficou bem sem graça), embora o filme não trate de Fórmula 1.

Série favorita: Diário de um Confinado, de Bruno Mazzeo (cuja voz me lembra demais a do pai, o grande Chico Anysio). Ri demais e me identifiquei muito, especialmente no episódio em que ele faz exercícios (não sou sedentária como o protagonista, mas isso não me impede de xingar muito os apps que uso). Menção honrosa: Dark, que só comecei a ver depois do finale e não me decepcionei.

Novidade: o app Down Dog substituiu o 7 Minutos na minha rotina. Andava meio enjoada do 7 Minutos (mas é bom, uso há anos) e o Down Dog está de graça até janeiro, então é uma boa oportunidade para testar e pensar se vale a pena a compra. Na verdade é um conjunto de apps e baixei três deles: Yoga, HIIT e 7 Minute Workout. Por enquanto só testei o HIIT (achou que seria o 7 Minute, né?), mas pretendo em breve testar o Yoga, assim que meu estoque de vídeos da Adrienne esgotar.

Coisas Boas de Junho

O Dia de Folga está de cara nova: a Crisna fez um banner lindo pra ele. Se você está lendo este post via feed ou email, dá uma passadinha no site pra conferir!

Livro favorito: O Menino do Pijama Listrado, de John Boyne. Depois de gostar muito de Uma escada para o céu, finalmente peguei o livro mais conhecido do autor. A história segue o ponto de vista de Bruno, um garoto de nove anos, resultando em uma escrita simples e honesta. O leitor é envolvido lentamente e recebe um soco no estômago no clímax. Chorei, sim (e não vou ver o filme).

Filme favorito: It’s a beautiful day in the neighbourhood. Previsível desde a primeira cena, mas tão bem executado que cativa. Baseado no relacionamento entre o jornalista Tom Junod (que ganhou o nome de Lloyd Vogel no filme) e Fred Rogers, apresentador de programa infantil nos EUA por mais de trinta anos. Tom Hanks está grisalho e excelente.

Série favorita: a sétima temporada de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. Pelo menos até agora, está valendo a pena ter sobrevivido a duas temporadas terríveis. (Mas dói ouvir “Sousa” pronunciado como “Sussa”. Tá sussa, mermão.)

Novidade: experiências com café e leite vaporizado. Muitos tópicos lidos no fórum Clube do Café e muitos vídeos no youtube para aprender o básico. Resgatei minha modesta cafeteira de espresso, uma DeLonghi EC220 (que ficava na firma e estava parada há mais de um ano) e um moedor manual Hario Slim (que tinha dado de presente de dia dos pais – pegar presente de volta é feio, eu sei), comprei café em grãos (e uns copos bacanas) e tenho brincado com moagens, extrações, vaporização, lattes e cappuccinos. Deu até saudade do tempo em que eu tinha um blog especializado no tema, o Espresso do Meio-Dia (a maioria dos posts está aqui no DdF agora). Um dia, se tudo mais der errado, quem sabe possa ganhar a vida como barista.

Bônus: um mês inteiro usando o planner que criei em maio no Notion. Fiz a revisão mensal ontem e me tomou um bom tempo (uma hora, talvez), mas foi um exercício muito interessante. Espero manter a prática.

Coisas Boas de Maio

Livro favorito: a duologia Dreamblood, da deusa N. K. Jemisin (infelizmente sem tradução para o português). Dica da @soterradaporlivros. Fiz resenha no instagram.

Filme favorito: Coringa (sim, só vi agora). Atuação primorosa de Joaquin Phoenix,. Edição excelente, conferindo ao filme um ritmo que permite absorver a trama forte, por vezes perturbadora.

Séries favoritasFleabag Modern Love, ambas disponíveis no Prime VideoFleabag é uma comédia inglesa cheia de ironia e sarcasmo, com a participação especialíssima de Andrew Scott na segunda temporada (provando que o Moriarty fica fantástico mesmo sem coroa). Modern Love adapta histórias românticas publicadas no The New York Times e tem a Big Apple como personagem coadjuvante – além de também contar com Andrew Scott (estou começando a perceber um padrão).

Descoberta: Notion, apresentado pela @fabineves e que se tornou minha obsessão no último terço do mês. Criei um planner fantástico nele, muito melhor que qualquer um que eu tivesse comprado (e de graça, né, Fabi?). Além do benefício direto de ter um planner personalizável e online, colhi o benefício indireto de aprender algo novo, e aprender é uma das minhas coisas favoritas na vida.

Outra descoberta: o canal National Theatre, com a apresentação de uma peça por semana no youtube, na íntegra. Ver Frankenstein nas duas versões (Benedict Cumberbatch e Jonny Lee Miller alternando-se no papel de criador e criatura) foi um privilégio. Tem legendas em inglês.

Bônus: o desenvolvimento de uma ótima rotina de exercícios em casa. Sei não se volto pra academia (se voltar, não será para a que eu frequentava antes, já que não financio fake news).

Chega de hobbies!

De vez em quando acontece a tal da sincronicidade: você tem uma ideia, cria um plano e aí, logo em seguida, alguém te fala praticamente a mesma coisa ou você lê em algum lugar exatamente a mesma ideia. Assim que começou o ano, fiz uma resolução: nada mais de hobbies! Um ou dois dias depois, o Leo Babauta fez um post traduzindo meus pensamentos.

Não pretendo largar todo e qualquer hobby, de jeito nenhum! Simplesmente, não vou inventar novos. A ideia é aprofundar os principais – o que nunca foi uma tarefa muito fácil pra mim. Sou useira e viseira em ir atrás de novos interesses. Alguns duram por anos, outros por apenas algumas semanas. Enjoo logo das “modas” que eu mesma invento.

O resultado? Pouca profundidade em um monte de assuntos – o que, pra ser honesta, não me incomoda – e gastos supérfluos aos montes. Porque, claro, cada novo passatempo vem acompanhado das suas necessidades, gerando “investimentos” em cursos, equipamentos, materiais diversos, espaço em casa… isso não é nada minimalista.

(Nem vou falar da “perda de tempo” porque isso também não me incomoda: tempo usado para adquirir novos conhecimentos ou habilidades é tempo bem usado, sempre.)

No fim das contas, pouquíssimos interesses me acompanham ao longo dos anos. Basicamente, livros, filmes e seriados. Viajar? Não considero que seja um hobby. É uma coisa que adoro fazer – como adoro tomar sorvete – mas não chega a ser um passatempo, não.

Minha resolução de ano novo, então, é não inventar novos hobbies; em vez disso, vou dedicar meu tempo livre em 2018 a aprofundar os passatempos que cultivo há anos. O plano é ler bastante (pelo menos dois livros por mês, de preferência quatro), ver muitos filmes (um por semana) e curtir seriados (sem metas nesse caso – quando eu atingir a meta, eu dobro a meta).

O Leo Babauta – ou melhor, outro blogueiro de quem ele pegou a ideia – chamou isso de “Depth Year“, ou “Ano em Profundidade“. A ideia é “ir mais fundo, não mais vasto” (“go deeper, not wider”).

Pra mim, isso quer dizer não investir tempo nem gastar dinheiro com passatempos novos em 2018. Nada de despesas com equipamentos e cursos, nada de horas e horas pesquisando novos assuntos, nada de ir atrás de novos interesses. O post do Leo Babauta, na verdade, abrange outros aspectos, não apenas hobbies. Além disso, ele também está determinado a não comprar livros em 2018, promessa que nem me arrisco a fazer. No meu caso, quero só um pouco de foco e profundidade nas minhas horas livres.

Gostaria de dizer que essa é uma resolução permanente, que nunca mais vou me aventurar em passatempos novos, que vou me dedicar apenas às coisas que desde a infância consistentemente me interessam, mas duvido muito que consiga manter essa pegada pra sempre. Então, um ano de cada vez. Ano que vem eu vejo como a coisa rolou e como vai ficar.

(A pegadinha é que, no fim de 2017, enveredei por duas novas atividades: tentar aprender a desenha algo além de casinha com chaminé e ressuscitar meu francês, em coma há uns quinze anos. Estou contando isso como aprendizado, não como hobby. E, pra ser franca, em janeiro ainda não consegui retomar esses estudos.)