Quadrinhos Geeks

Você é geek? Entende inglês? Então, vá agora mesmo ao HijiNKS Ensue. Já. Imediatamente.

Descobri o site graças ao Bitaites e acabei perdendo a manhã navegando entre os quadrinhos. Twittei alguns dos meus favoritos, reservei outros para amanhã, mas acabei decidindo colocar tudo num texto rápido aqui no DF:

Abaixo de cada cartoon, Joel Watson desenvolve o assunto. Freqüentemente, os textos são tão engraçados quanto os quadrinhos.

O cara vive do site e, para continuar assim, conta com doações (via PayPal) e com a venda de produtos, além do link love.

Eu achei o máximo. Fazia tempo que não me divertia tanto com um site de humor.

É uma pena que, em terras tupiniquins, nêgo ache que engraçado mesmo é aquele blog que kiba copia piadas dos outros, ou um certo progama de auditório baseado em trocadilhos infames e ridicularização alheia (cof, cof, custe o que custar, cof).

A Fox e o desrespeito

A Lu Freitas lembrou: dia 1ºde julho fez um ano que o canal Fox, transmitido somente em pacotes de televisão por assinatura, tomou a antipática decisão de dublar quase toda a sua programação. O blog TeleSéries liderou um movimento para marcar a data.

Fox - um ano de desrespeito ao telespectador

Na época, a Fox alegou que uma pesquisa com sua audiência indicava a preferência por programas dublados.

Como assim, Bial?

Então, todos os outros canais de televisão por assinatura têm prejuízo? Universal Channel, Warner, People & Arts, AXN etc. etc. e tal, todos os canais que têm grade de programação majoritariamente legendada estão contrariando sua audiência? Só a Fox está certa?

Televisão por assinatura não é pra todo mundo. Antes que comunistas de cartilha me chamem de reacionária ou elitista, diga-me: quem tem 100 reais, no mínimo, pra pagar mensalmente pela tv a cabo? A verdade é que, no Brasil, somente uma certa classe (econômica e/ou cultural) pode dar-se a esse luxo.

Essa mesma elite freqüenta cinemas, lê romances e navega na internet. É um público que pode até não estar familiarizado com outros idiomas, mas, certamente, é alfabetizado e plenamente capaz de acompanhar legendas.

É essa turma que valoriza o trabalho dos atores originais, que escuta o timbre manso do Robin Williams em Tempo de Despertar e, na hora, já se lembra de Sociedade dos Poetas Mortos, que adora a voz rouca do Al Pacino – ainda mais em Advogado do Diabo –, que acha bacana ouvir a Cameron Diaz em Shrek.

Ah, é uma pequena parte da população? Sim, mas essa minoria compõe a maioria que paga, todo mês, por um pacote especial de televisão, e espera ser respeitada. Não é favor algum levá-la em consideração; antes, é obrigação dos prestadores de serviço que vivem do dinheiro dessa parcela. No mínimo, a opção de som original com legendas deveria estar acessível.

Vindo da Fox, esse desrespeito nem surpreende – a emissora é especialista em ignorar o telespectador. Intervalos comerciais de seis, e até oito minutos são comuns (sim, já cronometrei). Falta de som ou falta de sinal acontecem com mais freqüência que em outros canais. Outro dia, a transmissão estava tão desbotada – não era a minha tv, eu testei – que a cor dos Simpsons era… cor-de-pele.

Aliás, falando em Os Simpsons, realiza a cena: exibição do desenho animado após a meia-noite. Acabou o primeiro episódio, começou o segundo… em espanhol. Esquisito, despropositado, mas tudo bem, dá pra entender. Vem o primeiro intervalo e… surpresa! A Fox tirou o episódio do ar, na metade e, obviamente, sem nenhum aviso.

Bacana, hein?

Depois de tudo isso, ainda tem gente que grita “crime! pirataria!” quando o telespectador resolve baixar episódios e legendas – aos quais tem o direito de assistir, já que paga todo mês por eles – para ver da forma que mais lhe agrada, no horário mais conveniente.

Você vai me dizer: “ah, pára de ver a Fox, se ela te incomoda tanto”. Já parei, há muito tempo (exceto pelos Simpsons, de vez em quando). Só que minha liberdade de parar de ver o canal não anula minha liberdade de, como consumidora, reclamar.

A propósito, o que falta em várias esferas do nosso dia-a-dia é reclamação. O conformismo é característica do brasileiro, infelizmente (e eu me incluo nessa, em alguns aspectos).

Por que gosto tanto de House

Ou “Por que gosto tanto de séries em geral e de House em particular”

Raramente choro com a vida real. Não sou nenhum Chandler Bing, mas o fato é que a última vez que chorei de verdade foi há mais de 2 anos, e eu estava de porre (aliás, a causa do choro era uma tremenda bobagem). A exceção são as despedidas: fico mais sentimental nessas situações e quase sempre acabo chorando.

Já na ficção, afogo-me em lágrimas o tempo todo. Choro com filme sessão-da-tarde, com desenho animado, com comédia romântica. Choro com livros, eventualmente. Já manchei uma tirinha de Calvin e Haroldo. Chorava com novelas, quando as acompanhava. E caio em prantos com seriados. Sério mesmo. Sou capaz de lembrar de um episódio que vi há anos e ficar com os olhos cheios d’água.

Antes que você diga “get a life” ou “mas é só um filme”, esclareço que não sou nenhuma tapada. Sei que tem tanta gente por aí sofrendo de verdade, coitadinhos. Sei que é ridículo chorar por essas bobagens. Tão ridículo quanto torcer até as lágrimas por 11 babacas correndo em volta de uma bola. Estamos conversados?

O lance é que escolho envolver-me a esse ponto com a ficção. É catártico É divertido. É essa mesma capacidade de desligar-me da realidade e entrar na fantasia que me permite sair deliciada do cinema com Indiana Jones, por exemplo, ou rir até hoje de Chaves, ou de um quadro antigo d’Os Trapalhões.

É essa característica, por outro lado, que me impede de ver filmes sanguinolentos/nojentos/aterrorizantes, a não ser em condições especialíssimas. Minha pior experiência no cinema foi Seven. O filme é ótimo, eu sei; só que eu quis sair correndo e, juro, se estivesse sozinha, não teria assistido até o fim. Seria a primeira e única vez em que sairia no meio de uma exibição.

Obviamente, é esse mesmo salto para a ficção que me faz cair em prantos toda vez que vejo a morte do Dr. Mark Greene ou de Edith Keeler. Choro rios no fim de Friends (e, veja só, nem é triste – no máximo, melancólico). E me emociono horrores em alguns episódios de House MD – como, por exemplo, no episódio de ontem, a motivação para escrever esse texto hoje. Season finale. Último episódio da quarta temporada. Na verdade, episódio duplo, embora cada um tenha um nome: House’s Head e Wilson’s Heart. Títulos apropriadíssimos, por sinal.

(Ok, é impossível continuar a escrever sem dar spoilers. Se você ainda – está esperando o quê?! – não viu o fim da temporada de House e não quer estragar a surpresa, pare de ler agora. É sério. Depois, não reclame.)

O Donizetti twittou que o episódio duplo estava entre as melhores coisas que ele viu na tv em todos os tempos. Eu assino embaixo. O interessante é que, na média, esta nem foi a melhor temporada de House. A coisa melhorou mesmo após a greve dos roteiristas (aliás, se mantiverem esse padrão, que façam greve sempre que quiserem). Analisada como um todo, foi uma boa temporada, mas não tanto quanto a terceira, que teve um belo (e grande) arco inicial e terminou de forma tão inusitada que era quase inacreditável, com a remoção de metade dos personagens fixos do seriado.

Parece que a turma que faz House gosta mesmo de subverter a lógica das séries, já que fizeram isso novamente, ao fim da quarta temporada. De um modo primoroso, diga-se. Gradualmente, ao longo de alguns episódios, os roteiristas envolveram o espectador e prepararam o caminho para os 90 minutos mais surpreendentes e intensos que um fã poderia desejar. Nessa hora e meia final, tudo foi muito bem cuidado: fotografia, sonorização, efeitos visuais. A direção foi de babar (curioso que foram dois diretores, um para cada metade: Greg Yaitanes e Katie Jacobs).

O argumento é meticulosamente tecido para conduzir o espectador pelos mesmos labirintos em que House está, fazendo-o chegar às conclusões certas no mesmo momento em que o personagem as percebe.

Os atores, então, estavam em sua melhor forma. Hugh Laurie é bom demais, isso todo mundo sabe. Um sorrisinho ou um olhar traduzem uma gama de emoções. Como em:

– Você está pedindo que eu arrisque a minha vida para salvar a dela?

Há surpresas, porém. House e Wilson não fazem sua dança usual. House não está em condições de ser o sabe-tudo-arrogante de sempre. Wilson não dá conta de ser o grilo falante/melhor amigo. O grilo falante, nesse episódio, é Foreman. A amiga, tanto de House quanto de Wilson, é Cuddy. A arrogância ficou de fora.

Robert Sean Leonard é um espetáculo à parte. O cara sempre foi bom – haja vista Sociedade dos Poetas Mortos -, mas eu não sabia que era tão bom.

A dança das cadeiras, a ousadia em mexer com o estabelecido tem sido um ponto forte de House. Você simplesmente não sabe o que vai acontecer. Na maioria das séries, as coisas são bem mais previsíveis. Em Star Trek, sabíamos que só os camisas-vermelhas morriam nas missões. Em Law & Order, os detetives sempre acabam bem. Em Third Watch, há um verdadeiro massacre contra as unidades de bombeiros e de polícia, e nenhum dos protagonistas morre – só um se ferra, na verdade.

Você não tem essa mesma segurança assistindo a House. Se é óbvio que o personagem-título não pode morrer (não enquanto a série faz tanto sucesso), ele não está, por outro lado, livre de tragédias. Nenhum deles está. Ali, ninguém tem o cartão de saída livre da prisão.

A canção mais característica de House MD, que acaba por definir o seriado, é um clássico dos Rolling Stones. O refrão (e o título) é You can’t always get what you want – você não pode ter sempre o que quer. Isso é seguido à risca pela equipe que faz a série. Os personagens não vivem felizes para sempre.

O último diálogo da temporada retoma a tal canção. House diz para Amber (original – ou quase – aqui):

– A vida não devia ser randômica. Misantropos solitários e viciados deveriam morrer em batidas de ônibus, e jovens de boa-vontade e apaixonadas que foram tiradas de casa no meio da noite deveriam sair ilesas.
– Autopiedade não combina com você.
– Não. Bem, estou lutando entre auto-aversão e autodestruição. Wilson vai me odiar.
– Você meio que merece.
– Ele é meu melhor amigo.
– Eu sei. E agora?
– Eu poderia ficar aqui com você
– Desça do ônibus.
– Não posso.
– Por que não?
– Porque aqui não dói. Eu não quero sentir dor. Não quero ser infeliz. E não quero que ele me odeie.
– Você não pode ter sempre o que quer.

A letra continua: “but if you try sometimes you might find you get what you need” – mas se você tentar às vezes, pode descobrir que tem o que precisa.

Será que essa é uma das vezes para House e Wilson?

Como será a quinta temporada? Destruíram um elemento vital da série – para mim, o elemento vital. Ele será reconstruído? Haverá mudanças radicais? Restarão seqüelas, cicatrizes, isso é certo; mas em que profundidade?

House já aprontou das suas antes, é bem verdade. Atribui-se a ele a culpa pelo fracasso de três casamento do Wilson. Dessa vez… bem, dessa vez, House nem teve a intenção. Racionalmente falando, ele não é realmente culpado. Tudo não passou de uma junção infeliz de fatores. A vida é randômica – e injusta.

Agradecimentos ao Cardoso, que
leu meus lamentos na última semana e não deram spoilers.
E à minha mãe, por ter falado, há uns anos, “Assiste até o fim, que você vai gostar”.
Minhas duas maiores paixões televisivas são culpa dela.
(E quem falar “e pra você, Xuxa” apanha!).

PS: provavelmente, esse artigo mal começa a explicar por que gosto de séries, ou de House

PPS: tem mais spoiler nos comentários.

PPPS: House merecia um universo expandido (não, A ciência médica de House não conta).

Quem é você em Sex and the City?

Quem é você em Sex and the City? Acabei de ver no Chá de Hortelã: Quem é você em Sex and the City? Teste rápido, 15 questões. Perfeito para preparar o espírito para um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos (por mim, pelo menos). Sim, Sex and the City[bb] estréia hoje nos cinemas brasileiros e mal posso esperar por uma brecha na agenda que me permita conferir as novas aventuras do mais famoso quarteto de Nova Iorque.

Meu resultado? Miranda Hobbes, claro.

Honestidade e competência são os adjetivos que melhor definem sua forte personalidade. Como Miranda, personagem vivida por Cynthia Nixon no seriado, você acredita em seu trabalho e o executa com grande prazer. Miranda sempre se sente dividida entre a profissional e a pessoa que se diverte e ama, isso pode ser comum na sua vida. Feminista por natureza, você defende seus direitos e de seus amigos com garras, principalmente se forem mulheres. Pode ser um grande desafio para você se permitir ser amada por um homem. Aprender a simplesmente “deixar para lá” certos conceitos podem parecer ferir seu orgulho, mas na verdade são apenas concessões normais para se relacionar com alguém.

Digamos que 90% da descrição batem com esta que vos escreve. E o mais legal é que nem titubeei ao dar as respostas.