Almanaque dos Seriados

Da série Livros Que Não Vou Comprar, Mas Gostaria de Ganhar.

Almanaque dos Seriados Achei ontem essa pérola, numa livraria próxima: o Almanaque dos Seriados é uma verdadeira jornada pelo túnel do tempo (sim, trocadilho infame, eu sei) das séries das últimas décadas. Numa folheada ligeira, sem procurar por nada específico, deparei-me com uma foto do McGyver[bb], outra da tripulação de Star Trek: The Next Generation[bb], uma notinha sobre a Dama de Ouro e uma página inteira dedicada ao Chaves[bb]. Nada mal, nada mal mesmo.

Só não comprei porque, no fundo, não há nada no livro que não possa ser encontrado na internet. Confesso que foi difícil pensar tão racionalmente… Seriados estão entre meus passatempos favoritos, isso não é segredo (e meu perfil no Orangotag está aí para não me deixar mentir).

Será que já tem House M.D. no Almanaque?

Saiu o cd da Thais Uessugui

Thais Uessugui - Japonêga Lembra que, quando divulguei a enquete sobre o Dia de Folga (que resolvi deixar perpetuamente no ar), ofereci brindes aos participantes? Lembra que um deles era o primeiro cd da Thais Uessugui e tive de trocar por outro porque o lançamento atrasou?

Pois bem: em maio, o cd da Thais, Japonêga, foi lançado! Você pode encomendá-lo no site da gravadora. Em breve, estará à venda em outros cantos, também.

Antes de comprar, você pode ouvir algumas músicas no MySpace da Thais e no ADD 464, do Maestro Billy.

Vai conferir, que vale a pena – é música brasileira de qualidade!

Atualização: para saber mais sobre a Thais, você pode baixar a entrevista de quase 20 minutos para a Rádio Verde Oliva (mp3, 8,17 MB), dada no fim de abril.

Exposição e Encontro

Duas dicas para quem mora em Brasília:

Traje de banho masculino - início do século XX Até o dia 25 de maio acontece a exposição 200 Anos da Indústria no Brasil, no Museu do Automóvel (próximo ao Palácio do Buriti). A mostra fica aberta das 10h às 20h e a entrada é franca. Além de proporcionar uma boa dose de cultura, a exposição também diverte com peças inusitadas, como o traje de banho masculino no início do século XX. Só merecia um espaço com iluminação e ventilação mais adequadas.

Você poderá ler (e ver) mais sobre a exposição na Revista Feed-se nº 1, disponível para download gratuito a partir de 10 de maio, no site da revista.

O grupo Blogs DF está com tudo e está prosa. O primeiro encontro no mundo real aconteceu no último dia 28, no Martinica Café; o segundo será no próximo sábado. No espaço virtual, o bate-papo é diário, em meio a planos de dominação mundial. Se você tem um blog e mora no Distrito Federal, junte-se a nós.

As fotos dos encontros podem ser vistas no Flickr, sob a tag blogsdf.

Aos Meus Amigos

“Il faut faire du scandale.”
(a frase preferida do personagem Léo)

Aos Meus Amigos A minissérie do início do ano da Rede Globo, desta vez, foi Queridos Amigos. A responsável pela adaptação de livro em minissérie foi a própria autora do original: Maria Adelaide Amaral escreveu Aos Meus Amigos em 1992 e reconstruiu a narrativa para adaptá-la à televisão. O resultado foi excelente, com atores de primeiro time e uma trilha sonora maravilhosa, com estrelas como Gonzaguinha e Elis Regina. Como geralmente acontece, porém, o livro supera a adaptação.

Aos Meus Amigos tem Léo (interpretado pelo excelente Dan Stulbach) como personagem central. Ele é a “cola” da história, embora o primeiro diálogo já anuncie: “O Léo morreu”. Léo foi inspirado numa figura real: o jornalista Décio Bar, que cometeu suicídio em 1991 e era amigo da escritora. Foi sua morte que motivou o livro, dedicado a ele. O pano de fundo, na ficção, é 1989, marcado pela volta das eleições diretas no Brasil e, no mundo, pela queda do Muro de Berlim. Era uma época de grandes transformações, de paradigmas quebrados e esperanças renascidas.

Toda a história de Aos Meus Amigos se passa em pouco mais de um dia. Os amigos de Léo se reencontram – alguns não se viam há anos – para o velório e o enterro. O leitor penetra em seus mundos, repletos de frustrações, casamentos desfeitos, fragilidades, amargura e incertezas. É um grande mosaico, formado de fragmentos de histórias pessoais mescladas a fatos históricos, frutos das reminiscências dos protagonistas.

Aos Meus Amigos flui facilmente, mas não espere encontrar um livro leve. Pelo contrário: há momentos em que é preciso interromper a leitura para respirar, dar uma pausa nas tragédias dos personagens, nos seus dramas. O livro não cansa, mas exaure em alguns momentos. Se você lembrar que boa parte dele se passa durante o ambiente depressivo de um velório, isso faz todo o sentido.

Queridos Amigos herdou do livro os personagens e seus contornos psicológicos, mas inovou muito na história. Na verdade, ela não foi adaptada, mas inspirada no livro, como frisa a nova edição e indicava a abertura da minissérie. A própria Maria Adelaide Amaral explicou, no Marília Gabriela Entrevista (canal GNT), que teve de criar várias situações novas para fazer as trezentas e poucas páginas preencherem 25 capítulos.

O resultado é que a minissérie, embora tocante, diluiu bastante a história. O primeiro capítulo apresenta Léo tentando reunir seus amigos para “celebrar a vida”; sua morte ficou para o final. Novos personagens aparecem e a trama se prolonga por dias e dias. Nesse processo, a grande perda foram os diálogos fortes do livro. No original, há debates intensos sobre política, crenças, movimento estudantil, crises existenciais, amor, filosofia. Na televisão, não há a mesma profundidade.

Queridos Amigos foi uma excelente minissérie, mas Aos Meus Amigos é ainda melhor. Seria interessante ver o livro transformado em filme. O cinema aproveitaria melhor toda a densidade e o drama da história, sem a necessidade de concessões, com mais fidelidade ao texto e ao ritmo. Aos Meus Amigos renderia um filmão e fugiria do tema vida-de-pobre-é-difícil, em que o cinema brasileiro tornou-se especialista.

Ficha Técnica

  • Título: Aos Meus Amigos
  • Autora: Maria Adelaide Amaral
  • Primeira edição: 1992
  • Editora: Globo
  • Páginas: 336
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