Jonathan Strange e Mr. Norrell

O livro é um tijolo? É, mais de 800 páginas. A leitura é lenta? Se você comparar com livros convencionais de fantasia, sim. A história é chata ou arrastada? De jeito nenhum. Foi um dos melhores livros que li em 2020 (até agora) e virou um dos meus favoritos do gênero.

Norrell é um velho mago teórico (na maior parte do tempo) e rabugento (sempre). Strange é um jovem que não sabe o que quer da vida e que se depara com a magia por acidente. Lá pelas tantas, essa dupla é reunida na Londres georgiana (começo do séc. XIX) e nasce daí uma improvável amizade. A história é permeada de fatos históricos e referências a pessoas reais, o que torna tudo mais interessante. A escrita de Susanna Clarke tem o ritmo certo para mergulhar o leitor numa Inglaterra que poderia ser real – se a magia não tivesse sido esquecida.

Esqueça Harry Potter. Esqueça O Senhor dos Anéis. Esqueça histórias capa-e-espada e ambientações medievais. Se você gosta de fantasia e é capaz de encarar esse livro sem ideias preconcebidas, terá grandes chances de se divertir com ele. E sim, é um tijolo, mas olhe pelo lado bom: é volume único.

Minha crítica fica para as personagens femininas que, embora cruciais na trama, não são muito desenvolvidas.

Estrelinhas no caderno: 4 estrelas