Curtindo a vida adoidado

O Alexandre Inagaki fez um ótimo texto recordando o filme Curtindo a vida adoidado, um clássico para a geração que passou os anos 80 ou 90 vendo “Sessão da Tarde”. Além da nostalgia que desperta, o artigo – publicado em 25 de julho de 2006 – vale a visita pelas indicações de links, particularmente um divertidíssimo vídeo no YouTube que mescla as cenas de Curtindo a vida adoidado com a narração do blockbuster O Código Da Vinci. Impagável!

Passe no Pensar Enlouquece para ler o artigo e descobrir, por exemplo, quem fez a irmã de Ferris Bueller num seriado inspirado no filme.

Pesquisa: finalistas da Copa do Mundo 2006

Há nova pesquisa aí, na coluna da direita. Responda: quem você acha que vai disputar a final da Copa 2006 com a seleção brasileira (se é que o Brasil será finalista)?

A pesquisa anterior perguntava: Qual produção merece o Oscar 2006 de melhor filme?

41% dos participantes afirmaram que o ganhador merecia ser O Segredo de Brokeback Mountain.

9% apontaram Munique.

Boa Noite e Boa Sorte conquistou 11% dos votos.

Capote não obteve nenhum voto – e, realmente, era o mais fraco dos concorrentes, na minha modesta opinião.

Crash – No Limite ficou com 20% e, no fim das contas, foi o filme que levou a estatueta.

18% dos votantes disseram que nenhum destes filmes merecia o Oscar.

Obrigada a todos que opinaram!

Ponto Final – Match Point

Ficha técnica

Match Point. Inglaterra/EUA/Luxemburgo, 2005. Drama. 124 minutos. Direção: Woody Allen. Com Jonathan Rhys-Meyers, Scarlett Johansson, Alexander Armstrong, Matthew Goode, Brian Cox, Penelope Wilton.
Chris (Jonathan Rhys-Meyers) é um ex-jogador de tênis que se apaixona por Nola Rice (Scarlett Johansson), a namorada de seu amigo Tom (Matthew Goode), que será também seu cunhado em breve.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

5 estrelas

Um filme do Woody Allen em que ele não atua e que não é comédia – ao invés disso, muita tensão e suspense. Outras coisas que o destacam na filmografia de Allen é que se trata do filme mais extenso que ele já fez, e é o primeiro rodado na Inglaterra.

A teoria do caos é o foco de Match Point. A primeira frase resume a idéia de todo o enredo: “O homem que afirmou que é mais importante ter sorte que trabalhar duro entendeu o sentido da vida”. Toda a história gira em torno dessa premissa. O personagem principal é um sujeito esforçado, mas acima de tudo sortudo – o que fica ainda mais evidente quando comparado a Nola Rice, personagem interpretada pela atual queridinha de Allen, Scarlett Johansson.

Mesmo nas situações em que se acredita que Chris está no controle da sua própria vida, logo depois percebe-se a intervenção do acaso (ou da sorte, como queira). A vida é uma sucessão de fatos aleatórios que nos conduzem a um ou outro resultado, quase sem querer. Não que não tenhamos controle algum – o controle existe, mas as coisas dificilmente ocorrem como o planejado. Para que dêem realmente certo, o componente sorte é essencial. Se você é uma pessoa genial, dedicada, competente, mas não encontra alguém no caminho pra dar aquele empurrão, ou não topa com uma boa proposta de emprego antes do seu concorrente, de nada adianta todo o talento.

Eu poderia falar muito mais sobre o tema, mas a idéia aqui é comentar o filme, não entrar numa discussão filosófica. E, sim, o filme é excelente, um dos melhores de Woody Allen.

E é melhor nem comentar a tradução de “match point”, expressão esportiva sem correspondente no português, como “ponto final”, que tem um sentido absolutamente diferente na nossa linguagem coloquial.

Capote

Ficha técnica

Capote. Estados Unidos, 2005. Drama. 98 minutos. Direção: Bennett Miller. Com Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Clifton Collins Jr, Chris Cooper, Bruce Greenwood.

Em novembro de 1959, Truman Capote (Philip Seymour Hoffman) lê um artigo no jornal New York Times sobre o assassinato de quatro integrantes de uma conhecida família de fazendeiros em Holcomb, no Kansas. O assunto chama a atenção de Capote, que estava em ascensão nos Estados Unidos. Capote acredita ser esta a oportunidade perfeita de provar sua teoria de que, nas mãos do escritor certo, histórias de não-ficção podem ser tão emocionantes quanto as de ficção. Usando como argumento o impacto que o assassinato teve na pequena cidade, Capote convence a revista The New Yorker a lhe dar uma matéria sobre o assunto e, com isso, parte para o Kansas. Acompanhado por Harper Lee (Catherine Keener), sua amiga de infância, Capote surpreende a sociedade local com sua voz infantil, seus maneirismos femininos e roupas não-convencionais. Logo ele ganha a confiança de Alvin Dewey (Chris Cooper), o agente que lidera a investigação pelo assassinato. Pouco depois os assassinos, Perry Smith (Clifton Collins Jr.) e Dick Hickock (Mark Pellegrino), são capturados em Las Vegas e devolvidos ao Kansas, onde são julgados e condenados à morte. Capote os visita na prisão e logo nota que o artigo de revista que havia imaginado rendia material suficiente para um livro, que poderia revolucionar a literatura moderna.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

2 estrelas

Admito que fui ver o filme de má vontade, convencida de que não ia gostar. Tinha visto o trailer umas três vezes, sem a menor empolgação. Confirmei minha idéia prévia: o filme é chato. uma hora e meia que parecem três.

Truman Capote é autocentrado, egoísta, cínico, egocêntrico, arrogante, antipático. O roteiro é bem conduzido, mas a proposital falta de carisma do personagem-título torna a fita arrastadíssima. Capote é para ser visto em dvd, com pausas quando o tédio imperar.

Philip Seymour Hoffman ganhou merecidamente o Oscar 2006 de melhor ator.

Restou a curiosidade de ler o livro A Sangue Frio, o resultado da investigação de Capote sobre o crime ocorrido em Holcomb. Acredito que seja, realmente, um bom livro.