Morto até o Anoitecer

Morto até o Anoitecer - capaDas coisas bizarras do (meu) mundo: embora adore histórias de vampiros e seriados de qualquer tema, nunca vi a série True Blood (apesar de ter ouvido falar muito bem). Imagine, então, a minha surpresa quando descobri que Morto até o Anoitecer é o livro que deu origem à série! Descobri isso há, digamos, cinco minutos, quando fui atrás da imagem da capa do livro para ilustrar esse texto…

A protagonista (e narradora do livro) é Sookie Stackhouse, uma garçonete de 25 anos e… telepata. Sua capacidade de ler mentes a faz passar por maluca aos olhos de boa parte da população de Bon Temps, a cidadezinha em que vive. Por isso, e por exigir de Sookie um enorme autocontrole para não se deixar invadir pelos pensamentos alheios, ela vê sua habilidade mais como um incômodo do que como um dom.

Fascinada por histórias de vampiros, Sookie anseia por encontrar um ao vivo e a cores, numa época em que eles andam livremente entre os humanos (embora haja desconfianças de ambos os lados) e alimentam-se de sangue sintético. Bem, um dia, um vampiro realmente aparece no bar em que ela trabalha. Para sua completa felicidade, Sookie descobre-se incapaz de ler a mente do estranho, o que é um verdadeiro alívio, já que pode relaxar sua guarda mental.

Então, quando tudo está indo bem, assassinatos começam a acontecer na pacata cidade… e mais não conto, para não estragar a história.

Provavelmente não começaria a ver True Blood se dependesse desse livro. Não que a história seja ruim… achei-a mal escrita, isso sim. Uma ótima ideia, mal executada. O vocabulário é pobre e a trama demora um bom tempo (sem trocadilho) para fisgar o leitor. Seu mérito é que, quando finalmente o fisga, não larga mais. O suspense é bem conduzido e peguei-me tentando adivinhar a identidade do assassino – e falhei miseravelmente. As surpresas que o livro reserva fizeram-no subir no meu conceito. E aí entra o velho questionamento: será que ele é mal escrito mesmo, ou será que foi mal traduzido? Afinal, peguei um “replace” traduzido como “recolocar” (quando o certo seria “substituir”) e outros erros primários que dão mesmo margem à dúvida.

De qualquer forma, Morto até o Anoitecer não é uma obra-prima e não se compara aos primeiros livros de Anne Rice, por exemplo, mas é diversão garantida (e muito melhor que as últimas crônicas vampirescas de Rice, muito). É o primeiro de uma série de, até agora, onze livros. Há mais um prometido para 2012. Publicado em 2001, é anterior à série Crepúsculo e, comparando o livro de Charlaine Harris ao primeiro filme da saga de Stephenie Meyer (cujo livro não li), Morto até o Anoitecer é muito mais interessante, menos adolescente e até um pouco sombrio.

Ficha

  • Título original: Dead until Dark
  • Autor: Charlaine Harris
  • Editora: Prestígio
  • Páginas: 314
  • Cotação: 3  estrelas
  • Encontre Morto até o Anoitecer.

As Esganadas

As Esganadas - capa

Em seu quarto romance, Jô Soares retoma sua fórmula: um crime (ou melhor, uma série de crimes), um pano de fundo histórico (dessa vez, o momento escolhido é o Estado Novo, especificamente 1938), personagens reais desfilando ao lado dos fictícios e muitas risadas.

As Esganadas não segue a ordem natural dos livros de suspense, em que o leitor passa a história tentando descobrir quem é o assassino. Jô revela rapidamente o nome e a motivação do psicopata que odeia gordas, mas isso não tira a graça do livro. Ao contrário, o divertido é observar o delegado Mello Noronha às voltas com o mistério, auxiliado pelo português Tobias Esteves (pesonagem à la Sherlock Holmes), pela jornalista Diana de Souza e pelo fiel escudeiro Valdir Calixto.

As aventuras desse quarteto rendem ótimos momentos. Além do humor de tipo (afinal, há um personagem português!), Jô Soares abusa da ironia e do humor sutil, que numa leitura rápida até passa batido. De quebra, faz uma crítica ao preconceito da sociedade

Alguns dos personagens históricos são Aleister Crowley, Filinto Müller, Fernando Pessoa, Maria Clara Machado e, claro, Getúlio Vargas. É inevitável aprender ou recordar algo de História. Como sempre, possuir um pouco de cultura geral ajuda bastante a curtir os livros do Jô. Em certos momentos, ele até exagera nas explicações históricas, quebrando o ritmo da leitura, mas sempre é possível aproveitar esses trechos para aprender algo.

Não espere, no entanto, um livro denso. As Esganadas é leve (sem trocadilho), agradável (apesar dos crimes meio nojentos) e perfeito para as férias.  É muito mais engraçado que Assassinatos na Academia Brasileira de Letras (o mais fraco de todos) e mais dinâmico que O homem que matou Getúlio Vargas, sendo meu segundo livro favorito do Jô – só perde para o imbatível O Xangô de Baker Street.

 Trechos

A funerária Estige passara de pai para filho desde a Guerra do Paraguai. Seu bisavô enriquecera devido a um contrato feito com o governo, sem licitação, intermediado pela namorada de um funcionário ligado ao gabinete do Ministério da Guerra. Tal contrato cedia exclusividade para o funeral dos soldados não identificados mortos no conflito. O escândalo da negociata fora abafado quando a imprensa descobriu que havia um número maior de enterros do que de combatentes mortos. (p. 18)

 

– O senhor é evangélico? – pergunta o curioso Calixto.

– Não, sou agnóstico.

– Agnóstico? O que é agnóstico?

– É um ateu cagão – define Mello Noronha, à sua maneira. (p. 47)

 

Existe um preconceito velado contra a obesidade. Na verdade, dificilmente os homens o sentem. Podem ser gordos inteligentes ou ricos ou oferecerem tantos outros atrativos. Quem sofre o problema com maior intensidade são as mulheres. As mulheres gordas. O leitor pode se escandalizar com o uso da palavra gorda. Os eufemismos mais comuns são: cheinha, forte, grande e, o mais ousado, gordinha.

Geralmente, acham que a gorda (odeio a palavra obesa) não tem força de vontade. Nem caráter. Nem vergonha na cara. A gorda é um pária; o excesso de peso, um divisor de águas. O próprio adjetivo é um palavrão. Ninguém se importa com o sofrimento ou com a humilhação da gorda.

Acham que ela é gorda porque quer. Observem o olhar triste das moças gordas varrendo as vitrines da moda. Os figurinos são para as magras. Alguns vendedores ainda informam sem se alterar: “Aqui é só pra pessoas normais, madame”. E a gorda se afasta engolindo o ultraje. Restam-lhe as lojas especializadas ou as costureirinhas de bairro. Para mim, anormal é o tratamento do vendedor.

A obesidade é democrática, não faz diferença de classe. Há gordas ricas e gordas pobres. Todas sentem a mesma reprovação silenciosa da sociedade. Existem gordas belas, mas, se a beleza é notada, há sempre um apêndice ao comentário: “O rosto é lindo. Pena que seja gorda”. (p. 95-96)

 

– Ser gordo ou se achar gordo são duas coisas diferentes – afirma Tobias Esteves. – Minha alcunha em Lisboa, junto aos colegas da delegacia, era Gordo; no entanto, não me acho gordo.

– O senhor não é gordo, é só um pouco baixo pro seu peso – declara o diplomático Calixto. (p. 107)

 

– É verdade, doutor Noronha – anima-se Calixto. – Terceiro lugar, numa Copa do Mundo, lá na Europa. Não é nada, não é nada…

– Não é nada – arremata Tobias Esteves, com sua lógica arrasadora. (p. 126)

 

A obra inicia com um prelúdio de cento e trinta e seis compassos representando o fluxo eterno do rio. Dura cerca de quatro minutos. Em sua autobiografia, Wagner menciona que a ideia surgiu quando estava sonolento num quarto de hotel, na Itália. Não esclarece se o prelúdio despertou-o ou fê-lo dormir de vez. (p. 187-188)

 

– Imenso prazer em revê-la e, se o marido me permite o elogio, linda e elegante como sempre.

– Nem tanto. Preciso perder dois quilos.

Tobias Esteves pontifica sobre o assunto:

– Senhora dona Yolanda, se me permite, sua declaração tem uma característica universal. Toda mulher do mundo acha que precisa perder dois quilos. O que disse já foi repetido em todas as demais línguas faladas no dito mundo civilizado. Sabe como a mulher chega a esta conclusão? Observando-se nas fotos. No espelho, ninguém se vê como realmente é. Diante do espelho, acontece uma correção inconsciente do corpo, e ela apresenta o melhor ângulo de si mesma. Numa fotografia, as pessoas aparecem chapadas no papel. Ninguém faz de si uma imagem real. Nos achamos um pouco melhores do que somos. Por isso é tão comum ouvir-se a frase: “estou horrorosa nesta foto!”. Geralmente, não é verdade. De modo que posso garantir à senhora, dona Yolanda, que a sua beleza é irreprochável.

– Muito obrigada, seu Tobias, mas a verdade é que eu preciso perder dois quilos. (p. 218)

Ficha

  • Título: As Esganadas
  • Organizador: Jô Soares
  • Editora: Companhia das Letras
  • Páginas: 262
  • Cotação: 4 estrelas
  • Encontre As Esganadas.
Este texto faz parte do Desafio Literário 2011, cujo tema em dezembro são lançamentos de 2011. Conheça o Desafio Literário.

Fim dos Tempos

Ficha Técnica

  • Título original: The Happening
  • País de origem: EUA
  • Ano: 2008
  • Gênero: Drama
  • Duração: 91 minutos
  • Direção: M. Night Shyamalan
  • Roteiro: M. Night Shyamalan
  • Elenco: Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizamo, Ashlyn Sanchez e Betty Buckley.
  • Sinopse: estranhas mortes ocorrem em várias das principais cidades dos Estados Unidos. Elas desafiam a razão e chocam pelo inusitado. O professor Elliot Moore (Mark Wahlberg), sua esposa Alma (Zooey Deschanel), o amigo Julian (John Leguizamo) e sua filha Jess (Ashlyn Sanchez) resolvem partir em busca de um local mais seguro.

Comentários

Fim dos Tempos Lidar com as expectativas alheias é um incômodo e pode chegar a ser uma tortura. Ná é à toa que tem gente que prefere mantê-las baixas.

Um estudante que começa o semestre fazendo uma colocação medíocre, por exemplo, não cria grandes expectativas acerca de sua inteligência. Se sua próxima participação for muito boa, terá superado as expectativas. Se for ruim, não chegará a frustrar ninguém.

Por outro lado, um aluno que faz uma observação brilhante conquistará o respeito do professor (e, provavelmente, o despeito dos colegas). Se sua próxima intervenção for estúpida, decepcionará; se for tão brilhante quanto a primeira, atenderá às expectativas – mas quantas vezes conseguirá fazê-lo? Aos poucos, começará a sentir a pressão do padrão que ele próprio criou. Se nunca mais abrir a boca em classe, bem, esta também é uma forma de frustrar expectativas.

M. Night Shyamalan é esse aluno que começou brilhantemente e não conseguiu manter o nível.

O indiano já tinha algumas produções no currículo, mas era desconhecido do grande público até O Sexto Sentido, que fez enorme sucesso. Naturalmente, alçou as expectativas em torno dele às alturas a partir de então. Seu filme seguinte, Corpo Fechado, não foi excepcional como O Sexto Sentido, mas não chegou a frustrar a maior parte da audiência, que continuou esperando o melhor de Shyamalan.

Aí, veio Sinais, e foi o início da desilusão para alguns. O filme dividiu opiniões (estou no grupo que gosta de Sinais) e lançou dúvidas: será que o tal Shyamalan é mesmo aquilo tudo? Ou deu “sorte de principiante” em O Sexto Sentido?

A Vila foi, para dizer pouco, fraco. Revelou-se um verdadeiro fiasco de crítica e de público. A Dama Na Água suscitou opiniões tão negativas que muita gente – inclusive eu – nem teve ânimo de ir ao cinema para tirar a prova.

Fim dos Tempos, a mais nova obra de Shyamalan, também tem sido alvo de bombardeios de todos os lados. Desta vez, no entanto, assisti ao filme e acredito que várias críticas ao filme são injustas.

Não que Fim dos Tempos seja um filme fantástico – não é, nem de longe. Talvez o título original, The Happening, fosse menos impactante, gerando menos expectativas. Seria melhor que tivesse sido mantido, para evitar que se esperasse mais da produção do que ela oferece.

Por outro lado, o filme cumpre o papel de divertir a platéia. O enredo é interessante e, embora não haja sustos – eu, que pulo da cadeira por qualquer coisa, só me assustei uma vez -, há suspense suficiente para manter o público ligado na história.

O problema é que as pessoas vão assistir aos filmes de Shyamalan esperando novos O Sexto Sentido. O cara fez um grande filme e todos esperam que ele faça vários outros tão espetaculares quanto. Acontece que O Sexto Sentido está fora da curva das produções de suspense em geral, e das produções de Shyamalan em particular; não deveria servir de parâmetro para julgar seus trabalhos seguintes.

Se Fim dos Tempos for avaliado por si, pode-se ver o filme como realmente é: uma história que diverte, contada num bom ritmo, sem grandes destaques. Medíocre, sim, mas não ruim. De quebra, traz a moral da moda: se não cuidarmos bem da natureza, ela não cuidará bem de nós.

Se quiser ver um filme bastante razoável, assista a Fim dos Tempos (pode esperar o lançamento em dvd – é daqueles filmes que não perdem nada na tv). Se, por outro lado, você espera uma obra-prima, é melhor nem passar perto.

Cotação: 3 estrelas

Curiosidades

Fim dos Tempos foi filmado em apenas 44 dias.

John Leguizamo já participou de vários seriados. Seu papel mais conhecido foi em E.R. (Plantão Médico), como o Dr. Victor Clemente, na décima-segunda temporada da série eterna (dizem que a décima-quinta, com início em setembro de 2008, será a última).

Mark Wahlberg, por sua vez, não costuma mostrar a cara em séries, mas está na produção de Em Terapia, seriado que vai ao ar pela HBO no Brasil. Dizem que é ótimo.

Além da Tela

Fim dos Tempos apresenta, logo no início, uma frase atribuída a Albert Einstein:

Se as abelhas desaparecerem da superfície da Terra, a humanidade pode não ter mais de 4 anos de vida.

Em seguida, o professor Elliot comenta com sua classe sobre o misterioso desaparecimento das abelhas nos Estados Unidos.

Embora não haja comprovação de que Einstein tenha dito essa frase algum dia, o mistério do desaparecimento das abelhas é real. Em 2007, a National Geographic publicou matéria em que mencionava o desaparecimento de inúmeros enxames do território norte-americano – alguns relatos afirmam que 90% deles deixaram de existir. Nem os cadáveres são encontrados – as abelhas simplesmente somem. Um belo dia, saem para fazer seu trabalho e não retornam à colméia, como aquele cara que foi comprar cigarros e nunca mais voltou.

Ainda não se estabeleceu a causa para o sumiço das abelhas: aquecimento global, poluição e doença são algumas das hipóteses, mas não há certezas.

Já há relatos de desaparecimento em larga escala das abelhas em países da Europa.

Serviço

Outros filmes citados

Onde os Fracos Não Têm Vez

Ficha Técnica

  • Título original: No Country for Old Men
  • País de origem: EUA
  • Ano: 2007
  • Gênero: Suspense
  • Duração: 122 minutos
  • Direção: Ethan Coen e Joel Coen
  • Roteiro: Ethan Coen e Joel Coen, baseado em livro de Cormac McCarthy[bb].
  • Elenco: Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Josh Brolin, Woody Harrelson, Kelly Macdonald.
  • Sinopse: um caçador (Josh Brolin) pega uma valise cheia de dinheiro após encontrá-la com um traficante de drogas abandonado no deserto. Um assassino psicótico (Javier Bardem) parte em seu encalço e, por sua vez, é seguido pelo xerife local (Tommy Lee Jones).

Comentários

Onde os Fracos Não Têm Vez Sou a primeira a defender que filmes não precisam e não devem ser mastigadinhos e que pontos de interrogação tornam os roteiros mais interessantes, mas Onde os Fracos Não Têm Vez[bb] exagera. Você sai do cinema com a nítida sensação de que pegou o bonde andando, sentou na janelinha e foi jogado pra fora antes do ponto.

Pegar o bonde andando não foi nada, já que é fácil acompanhar o trajeto. Ruim mesmo foi, depois de 2 horas, olhar para a telona com cara de “acabou mesmo?”, como o restante do cinema. Embora a cena final não tivesse nada de engraçada, o corte foi tão abrupto que uma parte da platéia soltou risadinhas nervosas.

Inegavelmente, o filme é muito bem realizado. As locações, as interpretações e os diálogos passam perfeitamente o clima de tensão, perseguição e luta pela sobrevivência. A direção dos irmãos Coen é excelente. O encadeamento de cenas é ótimo e os diálogos enriquecem o filme. Mesmo assim, falta alguma coisa – algo como uns 20 minutos a mais.

Motociclistas (não confunda com motoqueiros ou motoboys) costumam dizer que o importante, numa viagem, não é a chegada, mas o trajeto. Onde os Fracos Não Têm Vez apóia-se nessa premissa, acreditando que o fundamental é a caçada. Só que quando você vai ao cinema, naturalmente espera um desfecho para 2 horas de projeção. Mesmo que seja um desfecho aberto (por contraditório que seja), daqueles que oferecem múltiplas interpretações e tornam o filme mais interessante justamente por isso. Onde os Fracos Não Têm Vez não se dá nem a esse trabalho – está mais para Você Decide que para Vanilla Sky[bb].

Onde os Fracos Não Tem Vez é o recordista de indicações ao Oscar 2008: concorre às estatuetas de melhor filme, melhor direção, melhor ator coadjuvante (Javier Bardem), melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor som, melhor edição de som e melhor edição. A fotografia e o som, realmente, são excelentes. A interpretação de Javier Bardem é impecável, muito superior ao que mostrou no recente O Amor nos Tempos do Cólera. Diga-se de passagem, aliás, que Tommy Lee Jones e Josh Brolin também estão excepcionais, completando magnificamente o trio que se reveza nos papéis de caça e caçador.

Agora, melhor filme de 2008? Vamos lá, Academia: não queira ser mais realista que o rei ou, em termos cinéfilos, mais cult que os cults.

P.S.: este texto foi agendado. Você, que está lendo agora, já assistiu ao Oscar e sabe se Onde os Fracos Não Têm Vez levou ou não. Aproveite e conte o que achou da premiação.

Cotação: 3 estrelas

Serviço