O destralhamento no método FlyLady.

Já falei aqui no blog: não existe organização sem destralhamento. Todo mundo que trabalha com organização ou que gosta do assunto vai dizer o mesmo. É impossível arrumar, limpar e organizar a bagunça. Bagunça é bagunça, sempre será bagunça. Não importa o quanto você arrume, ela sempre estará no seu caminho, atravancando sua casa e sua vida.

A FlyLady sugere uma rotina de destralhamento: todos os dias (claro, pode ser apenas de segunda a sexta), use seu celular (ou o microondas, ou qualquer timer) para um alarme dentro de 15 minutos. Durante esse tempinho, você andará pela casa destralhando.

Você pode escolher começar por um cômodo; ou dar uma geral na casa; ou atacar uma gaveta. Você é quem sabe. O importante é trabalhar ativamente por 15 minutos. Não pare pra pensar – se precisar decidir sobre um objeto, deixe-o pra depois. Comece pelo que você sabe que está mais bagunçado, que tem mais tralha, mais coisa que pode e deve ir para o lixo, ou que pode ser doada.

Aliás, separe dois sacos pra esse trabalho: um receberá o lixo propriamente dito; outro, aquilo que pode ser doado.

Não se deixe abalar, não pense “tenho muita coisa, por onde eu começo?”, não pense no trabalho que vai dar. Você gastará apenas 15 minutos por dia nesse processo. Como a FlyLady sempre diz, você pode fazer qualquer coisa por 15 minutos.

Se precisa de sugestões de por onde começar, aqui vão algumas:

  1. A gaveta da bagunça (todo mundo tem uma).
  2. A despensa (comece jogando fora o que está vencido e separando pra doar o que está perto de vencer, ou o que você sabe que não vai mesmo comer).
  3. As vasilhas de plástico que habitam o armário da cozinha (jogue fora as que estão sem tampa, rachadas etc.)
  4. A gaveta de remédios (descarte o que está vencido, doe o que está próximo do vencimento e você não vai usar a tempo).
  5. A gaveta de maquiagem (jogue fora o que está quebrado, ou vencido, ou cheirando mal; doe o que for excessivo – quem precisa de 4 batons da mesma cor?).
  6. A gaveta de roupa íntima (livre-se do que não tem mais condições de uso).
  7. A estante cheia de enfeitinhos dos quais você nem gosta e só dão trabalho pra limpar.

Não perca tempo, nesse momento, tentando arrumar as coisas. Destralhe primeiro. Depois que você tiver mais espaço, será muito mais fácil arrumar tudo.

Essa também não é a hora de consertar nada, nem de digitalizar documentos, nem de anunciar coisas para vender. Esses 15 minutos são de puro destralhamento.

Também não é pra sofrer, viu? Se não consegue se desapegar de certas coisas, deixe-as onde estão e vá para áreas em que a parte emocional não comprometa o destralhamento.

Fazendo um pouquinho por dia, logo sua casa estará mais habitável e mantê-la limpa será muito mais fácil.

Cabine Para Mulheres

Cabine Para Mulheres - capaPode uma mulher independente ser feliz? É esta a pergunta que a capa de Cabine Para Mulheres faz, adiantando o tema do livro.

Akhila não tem a resposta. Ou melhor, tem-na, mas não quer conformar-se a ela. Desde pequena, foi criada para acreditar que a mulher só está completa quando tem um homem ao seu lado. Apesar disso, resolve deixar sua família e viver sozinha. No trem, na cabine reservada para mulheres (que me lembra, tristemente, o vagão para mulheres do metrô do Rio de Janeiro), Akhila conhece outras cinco – que viajam acompanhadas por homens, mas segregadas ao vagão especial -, cada qual com sua história. Ao longo da viagem, as revelações de suas companheiras de cabine a farão refletir sobre a própria vida.

A história de Akhila se passa na Índia dos fim dos anos 90. Ela tem 45 anos. Ter de cuidar, desde adolescente, da mãe e dos irmãos. Toda a felicidade era para eles; nada sobrava para Akhila. Perdeu as oportunidades de se casar. Dona de um emprego público razoável, acostumou-se a ser a provedora e a ser sozinha. Aos 45, ela decide que quer seguir sozinha pela vida. Será que pode envelhecer sozinha? Será que pode deixar para trás os parentes que até hoje a tolhem e impedem-na de encontrar a felicidade?

As mulheres que partilham suas vidas com Akhila são muito diferentes entre si, mas têm em comum a energia para tentar romper as barreiras sexistas, para fazerem-se ouvir, para dizerem a que vieram. Não querem submeter-se à sociedade indiana patriarcal. Não querem viver à margem de pais, filhos ou maridos que não permitem que desenvolvam seu potencial, suas ideias e suas emoções.

De todas, Akhila é a mais radical em suas opções – talvez não por escolha, mas porque a vida lhe colocou situações que a forçaram neste caminho. Como todas, tem inseguranças e medos. Como todas nós, só quer ser feliz.

Trechos

– Essa coisa de igualdade no casamento não existe – disse amma. – É melhor aceitar que a mulher é inferior ao marido. Assim, não haverá atritos, nem desarmonia. É só quando alguém quer provar que é igual aos outros que passa o tempo todo lutando e combatendo. É tão mais simples e tão mais fácil aceitar nosso próprio lugar na vida, e viver de acordo com ele. A mulher não foi feita para assumir o papel do homem. Se fose, os deuses a teriam feito assim. Portanto, que história é essa de os dois serem iguais, num casal? (p. 28)

Entende o que estou querendo dizer? São mulheres legais, mas daquelas que não se sentem completas sem um homem. Podem até dizer o contrário, mas eu as conheço, e outras como elas. No fundo do coração, acham que o mundo não quer saber de uma mulher sozinha. (p. 133)

“E eu?” Foi o que quis perguntar. Será que não tenho o direito de esperar nada dele? Eu não trabalho, tanto quanto ele, e mais ainda, porque tenho de cuidar também da casa? Por que você acha que ele é ocupado e eu tenho todo o tempo do mundo? Sendo minha mãe, não deveria ficar do meu lado? Não deveria ouvir o meu ponto de vista? O que aconteceu com essa coisa chamada amor incondicional que, supostamente, os pais sentem por seus filhos? (p. 155)

Nenhum dos dois me amava. Mas ambos precisavam de mim. Quem não pode ter amor deve se contentar com a necessidade. O que é o amor, senão uma necessidade disfarçada? (p. 343)

Ficha

  • Título Original: Ladies Coupé
  • Autor: Anita Nair
  • Editora: Nova Fronteira
  • Páginas: 364
  • Cotação: 3 estrelas
  • Encontre Cabine Para Mulheres.

Mantenha o guarda-roupas organizado.

Cinco dicas simples para manter as roupas em ordem no armário:

  1. Tenha um lugar para cada coisa e guarde-a novamente no mesmo lugar.
  2. Não tenha medo de reorganizar quando achar necessário. Será que os vestidos ficariam melhor dobrados, e as camisas penduradas? Experimente. Se não der certo, é só desfazer.
  3. Tenha algum espaço extra para acondicionar itens que devem ser doados e peças que precisam de consertos. Tome as respectivas providências quando tiver um número razoável de peças. (Se você mesma puder realizar os consertos, faça-o hoje!)
  4. Não entupa seu armário! Não é porque existe um espacinho que você precisa sair correndo pra comprar algo e preenchê-lo.
  5. Desapegue-se de roupas que não caem bem, que não servem ou que você não usa por qualquer motivo. Se não usou em um ano inteiro, provavelmente não usará nunca.