Filmes favoritos em dezembro de 2022

Recentes

Arthur Moreira Lima: um piano para todos (2022): de 2002 a 2018, o consagrado pianista levou sua música e seu talento a mais de um milhão de pessoas Brasil afora, indo a cidades que nem piano tinham. 4 estrelas

Marte Um (2022): eu achava que seria um filme com forte debate político, mas é a história de uma família pobre que tenta sobreviver, prosseguir, superar barreiras e ir além do destino que lhes parece posto. Ou seja, é político, sim, mas não é partidário. 4 estrelas

Flee: Nenhum Lugar para Chamar de Lar (2021): a história real de uma família afegã que foge do país no fim dos anos 80, com foco nas transformações que a situação traumática provocou em Amin, filho caçula. Concorreu ao Oscar de melhor animação em 2022 e merecia ter ganhado no lugar de Encanto. Também concorreu ao Oscar de melhor documentário e achei-o mais interessante que o vencedor Summer of Soul. 5 estrelas

Biutiful (2010): um homem descobre que está morrendo e tenta acertar seus negócios e sua família no tempo que lhe resta. Filme pesado, triste, sensível, com uma interpretação sensacional de Javier Bardem. 5 estrelas

Direto do Túnel do Tempo

Napoleão (1927): filme mudo de quase quatro horas que usa todos os recursos então disponíveis e inventa alguns. Uma pérola dos primórdios do cinema que, espantosamente, está disponível no telecine. Vale demais para quem curte história do cinema, e sugiro ver em “capítulos”, como se fosse uma minissérie. 4 estrelas

Filmes favoritos em novembro de 2022

Vi poucos filmes em novembro e a maioria foi apenas ok, então a lista é pequena. Gandhi devia ter entrado, já que vi no dia 2, mas me atrapalhei e incluí em em outubro. Então, vamos ao que resta.

Recente

Da Colina Kokuriko (2011): uma garota meio deslocada acaba encontrando sua turma e, no processo, se apaixona por um garoto, mas talvez esse amor não tenha futuro. Enquanto isso, a turma salvar o clube da escola da demolição. Bem fofo. Animação dos estúdios Ghibli. 4 estrelas

Direto do Túnel do Tempo

Neste mundo e no outro (1946): durante a segunda guerra mundial, um piloto britânico encontra tempo para se apaixonar por uma mulher a serviço do exército norte-americano enquanto seu avião cai – e é retribuído. Ele escapa da morte por um erro celestial, mas o céu quer reparar esse equívoco. Dramédia com ótimas atuações. 5 estrelas

Livro: A Arte da Divagação

Livro da vez: A Arte da Divagação, de Moshe Bar.

“Com base na psicologia, neurociência, psiquiatria e filosofia, o renomado neurocientista cognitivo Moshe Bar explora os benefícios comprovados da divagação da mente e seu impacto positivo no humor e na criatividade”: essa é a sinopse do livro, mas eu não sabia direito o que esperar quando comecei a leitura. Seria um manual de autoajuda? Ou um livro profundamente técnico e quase incompreensível?

Nem uma coisa, nem outra. Moshe Bar faz um ótimo trabalho explicando pesquisas que, por sua vez, tentam explicar o funcionamento do cérebro e a importância de ter consciência dos próprios pensamentos, chave importante par o controle do humor e a melhoria da saúde mental.

Bar ensina que pensamentos são associativos, é difícil freá-los e daí nascem as divagações, que podem ser amplas, conduzindo à criatividade e melhorando o humor, ou ruminativas, vinculadas à depressão e à ansiedade. Essas duas condições levam, necessariamente, a pensamentos ruminativos, e o autor propõe que quebrar essa cadeia ajuda no tratamento de um modo que remédios nem sempre conseguem.

Mas como controlar os pensamentos? Eis o ponto: a ideia não é controlá-los, mas reconhecê-los, rotulá-los e seguir adiante, e Moshe Bar defende a meditação como instrumento para isso. Mas não é uma defesa cega: o autor diz que, para ele (e para muitas outras pessoas), a meditação ajuda a esvaziar a mente e dar a devida atenção ao presente; para outras pessoas, a corrida ou atividades imersivas podem ser mais úteis.

Confesso que, ironicamente, peguei-me divagando durante a leitura, porque embora a linguagem seja fácil, alguns conceitos são abstratos e eu me perdia em um fluxo de pensamentos e tinha que voltar alguns parágrafos na leitura. Será que está na hora de, novamente, experimentar a meditação? Acho que vou tentar.

Recomendo “A arte da divagação” para quem tem curiosidade sobre o funcionamento do cérebro e quer incrementar a própria caixa de ferramentas na busca de uma vida mais satisfatória.

Estrelinhas no caderno: 4 estrelas

Filmes favoritos em outubro de 2022

Recentes

Prisioneiros (2021): o tema é o trabalho em condições análogas à escravidão e o subtexto é o homem sendo lobo do próprio homem. Rodrigo Santoro excelente. A sonoplastia ruim tira uma estrela do filme. 4 estrelas

Argentina, 1985 (2022): nem todo herói usa capa, e o promotor Julio Strassera está aí para provar, assessorado por uma turma de jovens dedicados. A história real do julgamento de nove militares que governaram a Argentina durante a ditadura. Emocionante. 5 estrelas

Uma Garota de Muita Sorte (2022): entre o presente e o flashback, a história traumática de Ani é contada. Algumas cenas podem ser consideradas fortes, mas o filme está longe de ser apelativo. Dica da @smiletic. 4 estrelas

Kung Fu Panda (2008): animais fofos e uma história bem contada – como não gostar? Menção especial para a cena do Po disputando o último dumpling com seu mestre. 5 estrelas

O Nevoeiro (2007): um nevoeiro denso cai sobre uma cidadezinha, e coisas horripilantes se escondem, prontas a atacar. Baseado em uma novela do Stephen King, é um desses casos em que o filme é melhor que o livro. 4 estrelas

Direto do Túnel do Tempo

Nos Bastidores da Notícia (1987): uma produtora percebe que o telejornalismo está se vendendo ao puro entretenimento. Um repórter talentoso não é promovido por não ser midiático. Um âncora bonito e burro é bem-sucedido. Divertido e crítico ao mesmo tempo. 4 estrelas

Viagem ao mundo dos sonhos (1985): três garotos constroem uma espaçonave e vivem aventuras muito loucas. Filme infantil, mas divertidíssimo, há tempos eu não ria tanto com um filme. Um achado que a @soterradaporlivros me apresentou. 5 estrelas

Gandhi (1982): quase documental, narra os esforços de Gandhi para tornar a Índia um país independente e unificado. Eu desconhecia várias coisas, daí ter achado o filme interessante. 4 estrelas