Filmes favoritos em novembro de 2023

Recentes

Coherence (2013): um cometa está passando perto da Terra e algumas pessoas acreditam que isso pode gerar perturbações… e pode mesmo, como descobrem amigos reunidos em um jantar. O melhor filme de ficção científica que vi no ano. 5 estrelas

Starter for 10 (2006): comédia dos anos 80 filmada nos anos 2000 (portanto, corretinha). Um jovem brilhante mas um tanto inapto socialmente ingressa na faculdade e vive loucas aventuras. Bônus: Benny Cumberbatch (além de outros futuros famosos). 4 estrelas

Direto do Túnel do Tempo

Tempo de Matar (1996): no Mississipi, um advogado em início de carreira precisa defender um negro acusado de matar dois brancos que estupraram sua filha de 10 anos. Racismo à flor da pele, do começo ao fim. Elenco brilhante. Baseado no livro de John Grisham. 4 estrelas

A Loja da Esquina (1940): dois vendedores de uma loja mal se suportam, até que… Clichê sim, mas conduzido à perfeição e com uma vibe Jane Austen. Mensagem para Você costuma ser mencionado como um remake desse filme, mas está mais para uma homenagem. 5 estrelas

Tempos Modernos (1936): daqueles filmes que a gente vê tantos trechos que acha que já viu inteiro. Além da crítica ao sistema de produção industrial, o filme tem um romance bem bonitinho acompanhado da canção “Smile”. 4 estrelas

Onde assistir: https://www.justwatch.com/

Livro: “A Casa dos Espíritos”

Livro da vez: A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende.

A Casa dos Espíritos é o primeiro livro da escritora, lançado em 1982, em plena ditadura chilena. Quem já leu Cem Anos de Solidão perceberá semelhanças, especialmente nos primeiros 20%. As semelhanças até se justificam, já que ambas obras pertencem ao realismo fantástico, mas me incomodaram um pouco. Felizmente, depois desse início a autora encontra voz própria e passa a narrar com segurança e propriedade a saga de uma família, especialmente das suas mulheres cheias de força, Clara, Blanca e Alba.

O tema político permeia toda a história, com reflexões sobre a exploração e o capitalismo (as discussões políticas não são estranhas a Cem Anos, aliás), mas é nos 25% finais que a luta de classes, as manobras políticas e a sangrenta ditadura se tornam protagonistas. O lirismo dos primeiros capítulos cede lugar a sequestros, desaparecimentos e matanças. Algumas passagens são tão fortes que se tornam difíceis de ler.

Recomendo para quem gosta de realismo mágico, de literatura feminista e/ou de história latino-americana. 4 estrelas

Filmes favoritos em outubro de 2023

Recentes

Amor à Primeira Vista (2023): comédia romântica bem afinadinha, com boa química entre os atores, uma ou outra surpresinha e uma trilha sonora excelente. 4 estrelas

All the Beauty and the Bloodshed (2022): documentário que acompanha a artista plástica Nan Goldin e seu grupo, empenhados em chamar a atenção para a epidemia de opióides que tornou a família Sackler milionária. Bem melhor que “Império da Dor”, que também trata do tema. 4 estrelas

Amor e Tulipas (2017): na Amsterdã do séc. XVII, uma jovem infeliz no casamento se apaixona por um pintor. Reconstituição de época belíssima, referências visuais aos pintores holandeses, boas interpretações e umas viradas na trama. 4 estrelas

Os Sonhadores (2003): na primavera de 1968, um universitário americano em Paris conhece um casal de gêmeos e vive aventuras com eles, tendo como pano de fundo a turbulência política da época. Papos sobre cinema e música permeiam o filme. 4 estrelas

Direto do Túnel do Tempo

A Malvada (1950): uma fã se aproxima da atriz que tanto admira e, no começo, parece cheia de boas intenções, até que se revela. Boas reviravoltas e uma discussão interessante sobre o papel da mulher. A história foca na carreira (embora interesses românticos também estejam presentes). 4 estrelas

Ninotchka (1939): Greta Garbo é uma espiã soviética seríssima cujo trabalho é evitar que uns espiões patéticos não estraguem uma missão. Nesse meio tempo, ela se apaixona. Sátira, crítica política, ótimas piadas e romance. 4 estrelas

Onde assistir: https://www.justwatch.com/

Livro: “A Última Missão de Gwendy”

Livro da vez: A Última Missão de Gwendy, de Stephen King e Richard Chizmar.

Adorei o primeiro (A Pequena Caixa de Gwendy), achei o segundo apenas razoável (A Pena Mágica de Gwendy, escrito somente pelo Chizmar, parece um episódio filler de série, daqueles que não acrescentam muito à temporada) e fiquei gratamente surpresa com o terceiro.

Na sua última missão, Gwendy está na casa dos 60 anos, é viúva, senadora e atormentada por uma questão séria de saúde. Novamente visitada por Richard Farris, recebe de novo a caixa de botões e agora tem uma missão bem específica: destruí-la, antes que ela – a caixa – destrua o mundo (ou os mundos).

O mais esquisito foi ver um livro do King ambientado no espaço, mas no fim das contas ele não envereda pela ficção científica, mantendo-se na fantasia e no sobrenatural.

Embora o terceiro livro não tenha a magia do primeiro,  é um fecho à altura para a história de Gwendy, com um final emocionante.

Recomendo para quem leu os dois primeiros, e especialmente para quem leu A Torre Negra (será bem menos interessante para quem não leu). 4 estrelas