
Gabriel García Márquez misturou história e ficção para compor as últimas semanas do general Simón Bolívar, herói da independência da América Espanhola. São dias pouco documentados – dizem que Bolívar escreveu cerca de 10.000 cartas ao longo de sua vida, mas no fim dela compôs apenas três ou quatro – e, portanto, García Márquez teve um bom espaço para criar. Por outro lado, o romance traz muitos dados históricos, especialmente porque não é linear: Bolívar, febril e debilitado, frequentemente se perde em pensamentos que remetem aos seus dias gloriosos, às batalhas que venceu e ao seu sonho de reunir todas as ex-colônias espanholas sob uma única bandeira.
Esse é o labirinto (muitas vezes melancólico) do general: suas memórias confundidas ao momento presente e permeadas por alucinações. É por esse labirinto que o leitor é conduzido, perdendo-se com certa frequência nas reminiscências e sem ter certeza do que é história e do que é ficção. Bolívar é apresentado como um sujeito conturbado, amado por alguns e odiado por outros, contraditório nos seus desejos de poder, impulsivo e orgulhoso. Às vezes cruel, outras compassivo; às vezes, monarquista, outras republicano; um grande líder,embora na hora da morte contasse apenas com um punhado de servidores leais
Embora seja interessante, dos quatro livros que já li de Gabriel García Márquez, este é o único que não recomendaria. Não é um livro ruim – como poderia ser? -, mas achei-o tedioso em diversas passagens. Certamente será mais cativante para alguém com mais interesse na história da formação dos países sul-americanos de língua hispânica.
Trechos
Na confusão dos cumprimentos alguém tornou a incorrer na sandice eterna: “Aqui faz tanto calor que as galinhas põem ovos fritos”. (p. 75)
– A coisa é que deixamos de ser espanhóis e depois andamos daqui para lá, em países que mudam tanto de nome e de governo de um dia para o outro que já nem sabemos onde carajos estamos. [dito pelo general] (p. 187)
Era [o general] tão rigoroso no manejo dos dinheiros públicos que não conseguia voltar a esse assunto sem perder as estribeiras. Quando presidente, tinha decretado a pena de morte para todo funcionário público que malversasse ou roubasse mais de dez pesos. (p. 192)
– Carajos! – suspirou [o general]. – Como vou sair deste labirinto? (p. 266)
Ficha
- Título original: El General en su Laberinto
- Autor: Gabriel García Márquez
- Editora: Record
- Páginas: 283
- Cotação:

- Encontre O General em seu Labirinto.
Francamente, não sou a pessoa mais indicada pra resenhar esse livro. Acho o William Shatner fantástico, pra mim tudo que ele faz é incrível, assistia Boston Legal por causa dele e sou órfã do $h*! My dad says. Por outro lado, tenho que admitir que, embora a Série Clássica seja melhor que a Nova Geração, o Picard é melhor que o Kirk. Mas veja só a época: Kirk era um desbravador, um aventureiro, praticamente um pioneiro. Quando Picard comandou, os tempos eram outros – mais burocráticos, mais tranquilos, com menos planetas inexplorados repletos de mocinhas carentes e parcamente vestidas…
Os irmãos bíblicos rivais emprestam o nome ao romance centrado em Pedro e Paulo, gêmeos parecidos fisicamente e praticamente opostos no caráter. Sua vida é feita de disputas desde o ventre de sua mãe, passando por rusgas no dia-a-dia, brigas sobre política e ciúmes no amor.
Gosto de livros de fantasia. Mesmo. De verdade. Mas olha, aguentar o volume 2 de O Vampiro-Rei não foi moleza. A experiência de ler