O Médico e o Monstro

Livro da vez: “O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson, última leitura do ano do projeto #lendoscifi.

Ou “O estranho caso da história que todo mundo pensa que conhece, mas não é bem assim”.

A transformação do Dr. Jekyll em Mr. Hyde está meio que no inconsciente coletivo, graças às inúmeras adaptações e referências, de Pernalonga ao Incrível Hulk. Mesmo assim, o livro me surpreendeu. Eu não conhecia as motivações do Jekyll, nem as vilanias do Hyde, e ambos os aspectos geraram um debate interessante no grupo.

A forma como a história é narrada é bem interessante, incluindo cartas e trechos de jornal, tudo para criar uma aura de realismo apesar do tema fantástico.

A ficção científica está ali, mas bem de tênue. Nisso, o livro lembra Frankenstein. Também são parecidos pela egolatria humana e, em menor grau, pela relação entre criador e criatura.

um livro fininho e sem dúvida um clássico que merece ser lido. Fechou com chave de outro o #lendoscifiano2. Já aguardo ansiosamente pelo #lendoscifiano3. Quer entrar na roda? Fala com a @soterradaporlivros!

Estrelinhas no caderno: 5 estrelas

Coisas Boas de Novembro

Pelos meus cálculos, novembro durou uns 82 dias, mais ou menos.

Livro favorito: passei boa parte do mês lendo o segundo e o terceiro volumes da trilogia A Terra Partida, da N. K. Jemisin, e amei. Jemisin é uma escritora de fantasia que foge de todos os clichês do gênero, então recomendo fortemente a leitura mesmo que você torça o nariz para os ditos clássicos de fantasia. Aqui não tem ambientação medieval, nem capa-e-espada, nem duelos de varinhas, nem bardos, elfos e anões. O que tem: personagens complexos e multifacetados, mulheres fortes e protagonistas, enredo com camadas e camadas de discussões sobre preconceito (racial também, mas não só), meio-ambiente e política, relações interpessoais belíssimas e uma construção de mundo (worldbuilding) de cair o queixo.

Filme favorito: vi muitos nos primeiros dias do mês (e nada no restante) e destaco Let the right one in, filme sueco que atualiza o mito dos vampiros (tem um remake  de Hollywood que não vi ainda). Menção honrosa para Por um punhado de dólares, porque sou aquela pessoa que sempre disse que odeia bang-bang, e de repente me peguei gostando muito de um filme que é justamente um clássico do faroeste.

Série favorita: em novembro, o grande acontecimento seriadístico  foi o encerramento de Supernatural, e depois de quinze anos acompanhando a série estou me sentindo como o Sam adolescente – perdida no mundo. E sim, gostei do final. Gostei muito. Apesar dos altos e baixos – especialmente dos fossos das últimas temporadas -, Supernatural se consolidou como uma das minhas séries favoritas da vida.

Hum, agora que notei: em livro, filme e série, o mês foi voltado para a fantasia. Nada mais justo em um ano em que a realidade tem sido muito dura.

Bônus: fiz um curso bem bacana sobre história do cinema no Museu da Imagem e do Som (MIS). Um viva para os cursos online, porque jamais teria disposição de ir ao MIS três vezes por semana, à noite, durante um mês e meio. Vale a pena olhar de vez em quando a página de Cursos do MIS – a programação é bem interessante e variada.

Coisas Boas de Outubro

Um mês que tem dias de férias nunca é um mês ruim. Ainda que a pandemia do coronga tenha impedido o turismo, consegui descansar e recarregar as baterias.

Livro favorito: Com Sangue, do mestre Stephen King, foi o único no mês a levar 5 estrelas. O livro traz quatro contos excelentes. Publiquei uma resenha no instagram.

Filme favorito: Luzes da Cidade, do Chaplin, foi o filme do mês. Ainda na era do cinema mudo, Chaplin é um vagabundo que se apaixona por uma florista cega; ao mesmo tempo, conhece um milionário que o considera seu melhor amigo, mas apenas durante as bebedeiras. O filme tem muito da comédia física característica do gênio Charles Chaplin e dei boas risadas, mas também me emocionei.

Série favorita: continuo revendo Gilmore Girls. Ando sem pique para encarar séries novas.

Bônus: comprei uma sorveteira! É uma Fun Kitchen doméstica, modesta, parece um brinquedo, mas funciona direitinho. Fazer e ler sobre sorvetes, balanceamento de fórmulas e criação de sabores foi o passatempo do mês. Até agora testei oito sabores, com diferentes graus de sucesso. Ainda dá pra melhorar – e a sorveteirinha não faz milagres, não dá pra competir com sorvetes artesanais bacanas – mas todos os sabores variaram entre o “bom” e o “excelente”, então estou bem satisfeita com a brincadeira. Tem fotos no instagram (que desde  meados de outubro já não permite o uso dos posts dentro do wordpress, blargh).

E seguimos para o nível 11 de Jumanji.

Rose Madder

Resenha do dia: “Rose Madder”, o livro de outubro do projeto #lendoKing, organizado pela @soterradaporlivros e pela @seguelendo.

Rosie se casou ainda jovem com Norman – e sofre abusos físicos e emocionais há 14 anos. De forma inesperada até para ela própria, reúne coragem e foge para a cidade mais distante que consegue. Lá começa a reconstruir sua vida.

Um dia, vagando por uma rua ainda pouco familiar, Rosie entra em uma loja de penhores e encontra três coisas que mudarão seu destino: uma pintura, um homem bondoso e um trabalho. Mas nada será fácil, porque Norman parte atrás dela, não por amor, mas por vingança.

Nesse livro, King mistura terror e fantasia em partes iguais, o que é bem inusitado – os livros que já li sempre pendem para um lado ou outro. A fantasia me incomodou no começo, mas acostumei. Quanto ao terror, é do tipo que mais dá medo: o tipo realista. As cenas de abuso são gráficas. É um livro muito tenso. Norman está entre os vilões mais assustadores do mestre do horror.

Estrelinhas no caderno: 5 estrelas