Projeto Urban Gallery

De vez em quando, surge um pouco de cor em meio ao cinza dos grandes centros urbanos. Aqui em Brasília, esse toque vem da grama verdinha assim que começa a estação das chuvas, dos flamboyants floridos, do pôr-do-sol inspirador. Dificilmente, porém, está presente nas construções tediosas do Plano Piloto e de algumas outras áreas.

Uma região que não é muito querida por alguns brasilienses, mas que contribui com cores e detalhes arquitetônicos bonitos é Águas Claras. Carinhosamente (ou nem tanto) apelidada de de paliteiro, ela ousa subir além dos seis andares limitados pelo tombamento. O bairro ainda é novo, mas está cada dia melhor e será meu novo lar daqui a um ano.

Projeto Urban GalleryDescobri hoje que Águas Claras está prestes a ganhar mais um pouco de cor quando recebi uma gravura do artista Flavio Samelo e um catálogo comemorativo dos 40 anos do MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo. O Flavio Samelo será responsável por conferir arte aos tapumes de um empreendimento do qual muita gente daqui já ouviu falar, o DF Century Plaza – um mix de shopping, salas comerciais e apartamentos em processo de construção junto ao campus da Unieuro em Águas Claras. Como ele, outros artistas serão responsáveis por embelezar tapumes de Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. O projeto é da Brookfield Incorporações e leva o nome de Urban Gallery.

Claro que tem toda uma questão de marketing e tal, mas achei a proposta bacana mesmo. Adoro quando passo em frente a uma construção e, em vez daquelas placas cor-de-rosa-reciclado, deparo-me com formas e cores vivas. Ou quando vejo pinturas em túneis de metrô. Brasília tem concreto demais e poesia de menos, portanto iniciativas como essa são sempre bem-vindas.

Em tempo: devo dizer que morri de amores pelo catálogo. O MIS é um dos meus lugares favoritos, tanto pela bela região em que está quanto pelas suas exposições. Meu gosto por lá deve ser hereditário, já que a primeira pessoa que me falou dele foi a Sra. Monte. 😉

Folgando na Rede # 27

Rede arco-írisPalhaços adoram discutir religião. Numa campanha eleitoral em que se diz qualquer coisa para conquistar os votos dos religiosos, esse quadrinho é mais apropriado do que nunca. Dica (antiga) da Vi.

Como tirar fotos melhores para vender seus produtos online. – O texto mostra como improvisar um mini-estúdio com cartolina e encoraja o uso de diferentes ângulos. Via Lifehack.

Era Virtual – Museus. – Um passeio virtual por alguns museus brasileiros, com o Museu do Oratório (Ouro Preto) e a casa de Cora Corarina (Goiás Velho). É possível fazer um passeio pelas redondenzas dos museus e uma narração conta a história do lugar. Achei a iniciativa muito bacana, mas por enquanto o passeio é limitado a seis museus. Tomara que o projeto cresça!

Margaret Gould Stewart explica como o youtube monitora direitos autorais. – O mais legal, no entanto, é rever o vídeo do casamento mais feliz do mundo e perceber a repercussão que ele teve.

Sobre socialismo e capitalismo. – Texto excelente, centrado e coerente. E sim, também prefiro o capitalismo, da mesma forma que prefiro a democracia: não são sistemas perfeitos, mas são os menores males.

Fotometria: Dominando sua Câmera (Parte 2). – Ótimas dicas para aprender a usar a luz a seu favor na hora de fotografar.

Mude Um Destino. A Associação dos Magistrados Brasileiros fornece, num único site, todas as informações necessárias para adotar uma criança.

Desafio Literário: quem topa?

Como acompanho o blog da Luma Kimura, já sabia da existência do Desafio Literário, mas nunca fui atrás da sua origem ou de realmente saber como funcionava. Esta semana, a Luma postou um link para as regras do Desafio Literário 2011 e aí descobri o blog do projeto e a mecânica da coisa.

Basicamente, você monta uma lista de doze leituras para o ano, mas o tema de cada mês é predefinido. Em janeiro de 2011, por exemplo, o livro deve ser infanto-juvenil; em fevereiro é a  vez da biografia e assim por diante.

Tem premiação (por sorteio entre os leitores mais vorazes), mas o que me parece mais bacana e realmente desafiador é a diversidade de temas, obrigando o participante a sair da sua zona de conforto.

Estou bem tentada a entrar na brincadeira. Doze livros em um ano não é nada. O grande problema é: como ousaria adquirir mais livros se tenho pilhas e pilhas esperando a vez?

Vou vasculhar as tais pilhas; se conseguir pelo menos dez livros que se enquadrem em dez meses do desafio, encaro. Os dois que eventualmente faltarem virão de empréstimos ou trocas. Comprar, no meu caso, está fora de questão!

E você, vai encarar o desafio?

Cântico de Sangue

Cântico de Sangue - capa antiga.
Capa antiga.

Anne Rice já foi melhor. Muito melhor.

Numa época de Diários De Vampiro, Crepúsculo e sei lá o que mais, dá uma certa vergonha admitir que sou fã de histórias de vampiros. Não gosto nada desses vampiros galãs e bonzinhos interpretados por e para adolescentes, mas curto Anne Rice desde que vi Entrevista com o Vampiro (no cinema), não dispenso contos vampirescos sangrentos, já joguei muito Vampire (tanto o rpg quanto o jogo pra PC) e True Blood está na fila, esperando uma brecha na longa lista de seriados que tento acompanhar.

Li praticamente todas as Crônicas Vampirescas. Comecei por Entrevista com o Vampiro, pouco após o filme. Fiquei encantada. Devorei O Vampiro Lestat, A Rainha dos Condenados e A história do ladrão de corpos. Memnoch fisga pelo inusitado da história. O Vampiro Armand e Sangue e Ouro têm o mérito de aprofundar personagens pouco conhecidos, mas algumas passagens resvalam no tédio. Os outros livros… bem, simplesmente não valem a pena. A impressão que tenho é que, quando o negócio começou a dar dinheiro, Anne Rice começou a escrever qualquer coisa. O nível das histórias despencou.

Pandora e Vittorio são esquecíveis (o primeiro ao menos tem um pano de fundo histórico bacana). Cântico de Sangue, sua mais recente história vampiresca, não tem nenhum atributo. Seu único “mérito” é fundir as Crônicas Vampirescas à saga das bruxas Mayfair (composta de quatro livros que, a tomar pelo que vi em Cântico, prefiro continuar sem conhecer). Mistura que acabou virando um samba do crioulo doido.

Vampiros, bruxas, taltos (uma espécie não-humana bem parecida conosco, que teria se desenvolvido paralelamente), traficantes e não sei mais o quê compõem uma história forçada, previsível e monótona. Lestat é o narrador – mas cadê o Lestat carismático de outros tempos? Aqui, ele é apenas um vampiro resmungão, egocêntrico e com complexo de santo. Se essas características são interessantes quando aparecem pontualmente em outras histórias, tornam-se tediosas quando repetidas página após página. Aturar um vampiro com crise de consciência por quase trezentas páginas não é tarefa agradável.

No fim das contas, parece que Anne Rice foi a precursora dos vampirinhos bobos que povoam a ficção atualmente, com esse Lestat pós-adolescente-apaixonado-reclamão-em-crise de Cântico de Sangue.

Estou aqui pensando, folheando o livro, tentando encontrar pontos positivos, mas realmente está difícil. Talvez o problema seja perceber o quanto as histórias de Anne Rice decaíram. Se você não leu nenhuma das crônicas vampirescas, talvez não ache Cântico de Sangue tão ruim. Por outro lado, é bem provável que perca o interesse em ler os outros livros da autora se começar por esse…

Ficha

  • Título original: Blood Canticle
  • Autora: Anne Rice
  • Editora: Rocco
  • Páginas: 285
  • Cotação: 1  estrela
  • Encontre Cântico de Sangue.
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