Frank Pierce é um paramédico acostumado a salvar vidas no violento Hell’s Kitchen (Cozinha do Inferno), bairro de Nova Iorque – mas sua própria vida está indo pelo ralo.
Em toda esquina, vê o fantasma de uma garota de 18 anos que atendeu e não conseguiu salvar. Seu casamento está acabando. Seus nervos estão em frangalhos e só a bebida lhe dá alguma paz. O ambiente de trabalho está além do que poderia ser definido como estressante e não é incomum que seus colegas surtem.
As ruas de Nova Iorque são vistas sob a perspectiva de Frank. O paramédico sobe prédios decadentes para salvar quem nem sempre quer (ou deve ser salvo). Cumpre seu dever, mas não há consolo nisso. Ao contrário, Frank fica cada vez mais doente. Ele sequer tenta melhorar (embora peça demissão quase todos os dias), busca apenas sobreviver – e fazer seus pacientes, aos quais se apega demais, ganharem um tempo extra sobre a Terra.
O livro é bem escrito, cru, algo frenético e um tanto deprimente. Virou filme, com Nicholas Cage no papel principal. Não suporto Cage, mas até acho que ele deve ter dado um bom Frank Pierce, com aquela cara de ausente que lhe é peculiar.
O autor foi paramédico em Nova Iorque, portanto escreveu o romance com conhecimento de causa.
Ficha
- Título Original: Bringing out the dead
- Autor: Joe Connely
- Editora: Companhia das Letras
- Páginas: 342
- Cotação:

- Encontre Vivendo no Limite.
Você pode odiar Nelson Rodrigues, mas o fato é que o cara tinha uma habilidade impressionante para contar histórias em poucas páginas. Seus contos são curtíssimos, ele não precisava de mais de três ou quatro páginas para criar personagens marcantes e tramas sórdidas.
Will Freeman (adoro esse nome) é um quase quarentão bon vivant. Sua vida é arranjar o que fazer durante o dia, já que não precisa trabalhar. É divertido, fã de música pop e um tanto alienado. Marcus é um garoto de 12 anos que tem uma mãe hippie depressiva e mal consegue sobreviver à nova escola. Em comum entre eles, apenas a idade mental. Esses dois garotos têm muito a aprender um com o outro.
A contracapa informa que este é o livro “mais radical” de John Grisham. Certamente, não é “radical” na gíria para “excelente”, porque há diversos livros melhores do mesmo autor. Também não é “radical” no sentido de dedicar-se às raízes do Direito porque, de todos os livros de Grisham, este é o menos jurídico – o foco dele está na política. Em todo caso, é um livro muito bom.