Vinhos: onde comprar?

De vez em quando, alguém me pergunta onde comprar vinhos decentes – e por “decente” entenda-se o seguinte:

  • algo que não seja fechado com chapinha
  • que não seja vendido em galão
  • que custe mais que cerveja
  • que não tenha as expressões “fino de mesa” ou “suave” escritas no rótulo
  • que não cause a mãe de todas as ressacas no dia seguinte

Estes são os parâmetros mínimos para um vinho decente. O céu é o limite, claro, quando se trata de qualidade e de preço – tudo vai depender do seu bolso e do seu paladar. Mas acredite: você não precisa desembolsar três dígitos para apreciar um vinho honesto. Na verdade, sabendo onde e como comprar, com 20 reais já dá pra começar a brincadeira.

Não vou dar aqui uma aula de enologia. A sessão de gastronomia das livrarias e a internet são ótimas fontes de informação para quem está começando. Nas livrarias, sugiro que você dê uma folheada e fuja de livros com expressões rebuscadas, que tentam descrever um vinho como tendo “o sabor de maçãs quase verdes colhidas numa manhã nevoenta e rosada dos Alpes” – existem livros sobre vinhos que não são pedantes, vai por mim. Na internet, um bom lugar pra começar é o blog Sommelier Wine (falo mais da Wine a seguir), ou o bom e velho Google.

Agora vem a parte em que realmente indico alguns locais pra compra de vinhos. Vou começar pelas lojas físicas, então se você não é de Brasília pode achar que não vale a pena continuar lendo – mas vale, porque tem umas dicas gerais no meio. Vem comigo.

Sam’s Club: se você mora numa das cidades que têm Sam’s Club (o mercado atacadista do Wal-Mart), aproveite. É preciso ter cartão de sócio e a anuidade custa 60 reais. Garanto que vale a pena, e uma das razões principais são os vinhos. Você não vai encontrar sempre os mesmos rótulos ou os mesmos preços, e nem tudo tem um preço justo, mas sempre haverá algumas boas opções. Gosto de ficar de olho nos espumantes e nos Casillero del Diablo. Também é uma boa checar os outros chilenos e os argentinos.

Clube des Sommeliers Pão de Açúcar: nem todos os rótulos que levam a marca Club des Sommeliers do Pão de Açúcar são bons e eu jamais me arriscaria a dar um deles de presente, mas vale a pena comprar uns de vez em quando para consumo próprio – especialmente quando estão em oferta. Costumo me dar bem com os espumantes e já tomei bons carmenères e merlots. Nunca dei sorte com os cabernets. A dica é sempre dar uma olhada nas prateleiras – ou, se você mora em uma cidade com entrega em casa, verifique o site de vez em quando.

Outros Supermercados: eventualmente, aparecem boas oportunidades no Big Box e no Wal-Mart. Quando estiver fazendo as compras de mês, dê uma olhadinha, mas não espere encontrar garrafas que valham a pena. Se não estiver anunciado em promoção, não compre – é quase certo que você pagará mais do que o vinho realmente custa.

Adega do Vinho, na CLSW 104, Bloco C, Sudoeste, também merece uma visita, especialmente se você está buscando uma garrafa para presentear alguém.

“Mas Lu, e a Superadega?”

Bem, a Superadega é um caso à parte.

Ela realmente tinha preços excelentes logo que abriu sua loja física no SIA, há alguns anos. Rapidamente se tornou conhecida dos apreciadores de vinho e ainda hoje é o primeiro nome que vem à mente da maioria deles. Só que, atualmente, ela se vale da fama do passado e, olha, você pode quebrar a cara por lá, não só com os vinhos, mas com todos os produtos (já que ela virou, na verdade, um hipermercado). Ainda assim, vou à Superadega quando quero algo muito especial, ou uma indicação muito particular de uva ou harmonização –  no subsolo da loja ficam os melhores vinhos e um enólogo muito competente, pronto a dar informações. (No subsolo também ficam os melhores destilados e o preço às vezes vale a pena.)

Agora chego à minha dica favorita: Wine.com.br. E essa dica todo mundo pode aproveitar, porque a Wine entrega no Brasil inteiro.

A Wine é a salvação da lavoura pra quem mora em cidades pequenas, que geralmente não contam com boas lojas para comprar vinhos, mas também é muito interessante pra quem mora em cidades grandes, graças a uma carta de vinhos variada e a um preço honesto – com a comodidade de receber suas garrafas em casa. Você pode se associar a uma das três modalidades do ClubeW (ou a todas…) e receber mensalmente uma seleção de vinhos. Associados compram qualquer vinho do site com 15% de desconto e frete grátis, mas quem não é sócio também pode comprar e conta com boas ofertas, além de frete grátis de vez em quando. Os vinhos vêm muito bem embalados e chegam rápido – e, se houver algum problema, o Serviço de Atendimento ao Consumidor é prestativo e eficiente. No mínimo 60% do meu consumo mensal de vinho é provido pela Wine hoje em dia.

Se você resolver se associar à Wine, pode usar esse código: LCNM028. Você ganhará um presente da Wine, e eu também. 😉

Eis minhas dicas para comprar vinhos, especialmente em Brasília, com uma boa relação custo x benefício. E as suas?

Atualizações:

A Vanessa lembrou que a Wine é excelente pra comprar meias garrafas – realmente, é o lugar onde você encontrará mais opções.

O Ricardo conta que a Adega da 303 Sul tem ótimas opções de vinhos italianos a 25 reais e Chablis por 55 reais, além de espumantes a bons preços. Gosto muito dos italianos, mas é difícil encontrar opções em conta em Brasília. Devo conhecer essa loja em breve!

Sobremesa Facílima com Morangos

Em Brasília, o fim de agosto marca o auge da temporada de morangos. Bandejas baratinhas recheadas de morangos doces são encontradas em vários pontos da cidade. Que tal aproveitar para fazer uma sobremesa super simples e fechar com sofisticação e leveza um bom jantar?

Ingredientes

  • 20 morangos (uma bandeja)
  • 2 colheres (sobremesa) de açúcar
  • uma caixinha de creme de leite

Preparo

Lave os morangos. Remova o talo e fatie as frutas. Distribua as fatias por duas tigelinhas e polvilhe uma colher de açúcar sobre cada uma.

Sobremesa Facílima com Morangos
Esse é todo o trabalho que você terá.

Cubra-as com filme plástico e leve à geladeira por cerca de 12 horas, ou até que o açúcar seja absorvido e os morangos liberem um pouco de água, formando uma espécie de calda.

Sobremesa Facílima com Morangos
Vê a calda?

Na hora de servir, basta adicionar uma colherada generosa de creme de leite.

Sobremesa Facílima com Morangos
Simples e deliciosa!

Dicas e Complementos

Tampar bem as vasilhas é essencial para que os morangos não ressequem na geladeira.

Você pode usar uma grande tigela para preparar toda a receita (o que é mais prático se não pretende fazer apenas duas porções). Nesse caso, misture suavemente o açúcar às fatias de morango, para ter certeza de distribuí-lo igualmente.

Esses morangos também rendem uma ótima cobertura para sorvete e ficam deliciosos batidos com iogurte natural.

Recomendo o creme de leite de caixa por ser mais firme.

Uma colherada de brigadeiro mole quente substitui muito bem o creme de leite se você é chocólatra.

Uso açúcar de baunilha quando faço a receita. Dá um toque especial.

Cobertos, os morangos açucarados (sem o creme de leite!) duram alguns dias na geladeira.

  • Tempo de preparo: 10 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: duas porções

Chilli com Carne

Aprendi a base dessa receita num minicurso de culinária tex-mex, portanto não se trata do autêntico chilli mexicano. Como faço com alguma frequência, obviamente já mudei a receita que me foi ensinada. O que posso garantir é que fica uma delícia!

Ingredientes

  • 250 gramas de carne moída (prefiro músculo)
  • 250 gramas de molho de tomate (de latinha mesmo)
  • 250 gramas de feijão cozido (uso o “carioquinha”)
  • 2 conchas do caldo do feijão
  • meia cebola picadinha
  • três ou quatro dentes de alho moídos
  • azeite ou óleo para refogar
  • salsinha a gosto
  • sal a gosto
  • pimenta a gosto
  • queijo ralado ou fatiado finamente, se desejar

Você também precisará de

  • panela média

Preparo

Chilli com carne, e doritos para acompanhar.
Chilli com carne, e doritos para acompanhar.

Refogue a cebola no óleo ou no azeite. Quando estiver transparente, coloque o alho e refogue até dourar.

Junte a carne moída, tempere com sal e pimenta e mexa para fritar por igual.

Quando a água liberada pela carne secar, adicione o molho de tomate. Corrija o sal e a pimenta, acrescente a salsinha e deixe apurar por alguns minutos.

Em seguida, junte o feijão cozido. Prove novamente os temperos e acrescente o que for necessário. Não deixe o chilli secar – para evitar que seque, use o quanto baste de caldo de feijão. A consistência do chilli é úmida, mas densa. Não pode virar sopa.

Sirva quente, com totopos (vale substituir por doritos). Se quiser abrasileirar, sirva com pão. 😉

Dicas e Complementos

Costuma-se usar coentro no lugar de salsinha. Eu prefiro a salsinha.

A pimenta é essencial nesse prato, mas cuidado para não exagerar. Mexicanos usam muito a jalapeño. No Brasil, você encontrará mais facilmente a malagueta (bem ardida) ou a dedo-de-moça (mais suave). Se for usar a malagueta, duas pimentinhas bastam. No caso da dedo-de-moça, pode-se usar um pouco mais (recomendo retirar as sementes). Eu prefiro usar tabasco porque acho mais fácil controlar a quantidade e evitar que o chilli fique intragavelmente picante.

Na dúvida, use menos pimenta e deixe que seus convidados acrescentem mais se quiserem, depois de pronto o chilli.

Morro de preguiça de cozinhar feijão. Existem umas caixinhas longa-vida de feijão cozido e é isso que uso. A caixinha de 380 gramas vem com aproximadamente 250 gramas de grãos, e o restante de caldo. É a conta exata para essa receita.

  • Tempo de preparo: 20 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: serve duas pessoas se for o único prato, ou quatro pessoas se houver mais petiscos

Petit Gâteau

Traduzindo ao pé da letra, o nome dessa sobremesa é “bolinho”. Na prática, indica um bolo com pouco tempo de forno, de forma que a massa fique líquida no centro, formando ela mesma um recheio super cremoso. Apesar do nome, o petit gâteau não é francês. A origem certa é desconhecida, mas reza a lenda que surgiu em Nova Iorque, quando um chef errou o ponto da sobremesa. Seja lá como for, é deliciosa e fácil de fazer.

A maior parte das receitas leva quase o dobro de manteiga. Achei um exagero, tentei fazer diferente e deu certo.

Ingredientes

  • 170 gramas (uma barra) de chocolate ao leite de qualidade
  • 100 gramas de manteiga em temperatura ambiente
  • 3 ovos
  • 3 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 2 colheres (sopa) de açúcar

Você também precisará de

Preparo

Petit Gâteau
Recheio de cholocate cremoso, para a nossa alegria.

Pique (basta seguir os quadradinhos, não precisa picar mais que isso) e derreta o chocolate. Eu prefiro derreter no microondas, abrindo de minuto em minuto para misturar e homogeneizar o calor. Leva mais ou menos 2 minutos e meio em potência alta, pra derreter uma barra.

Adicione a manteiga. Depois que estiver bem misturada, acrescente os ovos. Peneire a farinha de trigo e o açúcar para não haver grumos e junte-os à massa. Mexa bem até incorporar todos os ingredientes.

Com a ajuda de uma concha, preencha as forminhas da assadeira. Leve ao forno baixo (180ºC) pré-aquecido e asse por 8 minutos. Dê uma olhada: ele deve estar assado nas laterais e em cima. Se ainda não estiver, deixe mais uns dois minutos no forno e confira novamente.

Sirva quente, com sorvete.

Dicas e Complementos

Não adianta enfiar um palito para testar se o bolo está pronto porque a ideia é justamente que o recheio esteja úmido. O jeito é ir no olhômetro. Se você tentar tirar um bolinho da fôrma e ele estiver grudado ou ameaçar “vazar”, é porque ainda precisa de mais uns minutinhos de forno.

Use assadeira antiaderente para garantir que o bolo vai sair sem quebrar. Para retirá-lo, use duas colheres e bastante delicadeza.

Se sobrar, você pode guardar o petit gâteau para mais tarde e aquecê-lo por uns 30 segundos no microondas antes de servir.

  • Tempo de preparo: 15 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: de quatro a oito bolinhos, dependendo da profundidade da sua forma; a minha é bem rasa, foram oito bolinhos.