Ficha técnica
Brasil, 2005. Documentário. 126 minutos. Direção: Paulo Thiago. Com Carlos Lyra, Cacá Diegues, Roberto Menescal, Joyce, Paulo Jobim, Arthur da Távola, Nélson Motta.
Um painel histórico, musical e informativo, sobre como ocorreu o movimento musical chamado Bossa Nova, que teve início nos anos 50 e atingiu seu ápice em 1962, com a confirmação de sua internacionalização.
Mais informações: Adoro Cinema.
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Paulo Thiago constuiu um belíssimo panorama sobre a Bossa Nova. Carlos Lyra e Roberto Menescal são os condutores da história. Ao longo de duas horas, destacam-se diversos artistas fundamentais para o surgimento e afirmação desse novo estilo musical, legitimamente brasileiro: Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Newton Mendonça, Ronaldo Bôscoli, Nara Leão, Joyce, Wanda Sá, João Gilberto e vários outros. Miele, Arthur da Távola e Tárik de Souza são alguns dos nomes que contribuem para a reconstituição histórica.
São duas horas de poesia pura, com direito a momentos emocionantes, como quando Paulo Jobim, tão parecido com o pai, executa algumas canções de Tom, ou quando Menescal conta que a belíssima música Ah! Seu eu Soubesse foi feita em homenagem a Nara, após a sua morte (preste atenção à letra e você também se emocionará). Há, ainda, algumas passagens engraçadas: a origem do banquinho associado à Bossa Nova provoca risos, e mais ainda a explicação sobre o motivo de ser a Bossa Nova um gênero tão intimista.
Faz falta a participação em carne e osso de João Gilberto. Provavelmentea ausência se deve ao seu caráter sabidamente arredio.
Eu, que não vivi a época da Bossa Nova, mas escuto o gênero desde pirralhinha (e sempre foi um dos meus preferidos), amei o documentário. Fez-me sentir nostalgia por uma época que não vivi.
Agora, se você é como uma criatura que estava na fila comprando ingresso e, alertada de que o filme começara há meia hora, respondeu “Ah, é documentário mesmo, meia hora não faz diferença”, então nem perca seu tempo. Se a tal meia hora não fizesse diferença, não estaria lá. Mania que as pessoas têm de levarem mais a sério filmes de ficção do que históricos.
Coisa Mais Linda é um serviço prestado à memória musical de um país caracterizado por esquecer tudo rapidamente. A edição é bem cuidada e inclui diversas imagens da época, além de tomadas lindíssimas da cidade do Rio de Janeiro – a Bossa Nova, falando de céu, sol, mar e amor, só poderia mesmo ter nascido na Cidade Maravilhosa.
Sem querer ser chata, mas já sendo: do que é que os futuros documentaristas vão falar quando olharem para o panorama musical dos anos 90 e 2000? É o Tchan? Tati Quebra-Barraco?