Blog Retrospectiva 2010

Recordar é viver, já disse alguém. Nesta retrospectiva (que aprendi a fazer com a Nospheratt), selecionei um texto por mês, durante 2010.  São, na minha opinião, os melhores artigos do DdF nos últimos doze meses.

Divirta-se com a coletânea!

Janeiro

Vergonha, vergonha. Não escrevi nada em janeiro. Nunca antes na história deste país… bom, você sabe. Que isso sirva de lição para mim.

Fevereiro

É a Via, é bonita e é bonita! – o mês também foi de pouca produção, mas marcou a transferência do ddf para a Via Hospedagem. Sou uma blogueira mais feliz desde que migrei para a Porto Fácil, em 2007. A empresa do Janio se especializou em serviços de grande porte e mudei para a Via, do Becher. São as únicas empresas de hospedagem que recomendo de olhos fechados.

Março

Nada? Nada. Pois é.

Abril

Ai, ai. Essa retrospectiva não vai muito bem, né não? Quem sabe escrevo mais em 2011?

Maio

Tem figurinha repetida? – finalmente um texto! Meu mais novo hobby em 2009 e 2010 foi colecionar figurinhas. Dei uma pausa na brincadeira por falta de tempo (dá pra perceber pelo ritmo baixo de postagens?), mas em 2014 volto pra fazer o álbum da Copa.

Junho

Samantha Sweet, executiva do lar – a resenha entra na retrospectiva por ser de um dos meus livro favorito do gênero chick lit, empatado com primeiro é O Diário de Bridget Jones.

Julho

Arroz à Piamontesa – um dos meus pratos preferidos! Fiquei espantada quando descobri como é fácil prepará-lo.

Agosto

Canelone da Preguiça – uma das várias receitas que inventei esse ano com o que tinha à mão. Essa já foi repetida muitas vezes.

Setembro

O Minimalista – grande achado culinário do ano.

Outubro

Violando minhas regras, recomendo dois artigos.

Eu tenho muita coisa. – o texto que mais gostei de fazer em 2010. Esse artigo foi, para mim o início de uma nova forma de pensar as compras, o consumo e o consumismo. Trouxe-me uma verdadeira mudança de hábito.  Na verdade, entre tudo que já escrevi esse texto se destaca por sua importância pessoal.

Buenos Aires – city tour. – meu artigo mais trabalhoso de todos os tempos. Foram mais de cinco horas pesquisando, escrevendo, linkando – sem contar o tempo gasto para taguear e legendar as fotos. Faz parte de uma série de textos sobre a minha viagem por Buenos Aires e Montevidéu.

Novembro

Montevidéu – dicas variadas. – meu texto preferido sobre o Uruguai ainda não foi escrito e será sobre o Teatro Solís, pela beleza do lugar, mas esse merece o destaque de novembro por ter contado com uma grande ajuda da minha querida Nospheratt, que também colaborou tremendamente na legendagem das fotos.

Dezembro

Desafio Literário 2011 – Minha Lista de Livros – tenho esperança de que a proposta faça pelo meu hábito de ler o mesmo que o Eu tenho muita coisa fez pelo meus hábitos na hora de me arrumar: que traga renovação, estimule a criatividade e gere um compromisso positivo.

Que venha 2011 – com mais artigos!

Desafio Literário 2011 – Minha Lista de Livros

Desafio Literário 2011
A pilha de livros para 2011.

Já comentei sobre o Desafio Literário no DdF. A ideia é manter um bom ritmo de leitura ao longo do ano e, ao mesmo tempo, sair da zona de conforto ao ler estilos que não estão entre os favoritos. Você pode ler mais a respeito no blog do Desafio Literário e, se quiser participar, deve se apressar: as inscrições terminam dia 15 de dezembro.

Demorei para postar minha lista por causa de três temas: peças teatrais, autores regionais e clássicos brasileiros. Minha intenção era cumprir as 11 propostas (o livro de dezembro será decidido no decorrer de 2011) com os trocentos livros não lidos acumulados no meu armário e quase consegui, mas não havia nenhum que se encaixasse nestes temas. Depois de procurar, a estante dos meus pais supriu as omissões de peças e autor regional. Quanto ao clássico nacional, recorrerei às bibliotecas. Desafio literário e sustentável, que tal?

Escolher os títulos não foi difícil – afinal, são livros que já comprei, portanto tenho interesse neles. Fantasia e ficção científica predominam na lista porque são gêneros que adoro e se encaixaram bem em várias propostas. A pilha ficou bem alta e contém cerca de um terço dos meus livros não lidos. Se vou dar conta de todos em parcos onze meses, não tenho ideia.

Sem mais delongas, vamos à lista.

Janeiro: Literatura Infanto-Juvenil

  1. As Crônicas de Nárnia – volume único, de C.S Lewis.

Fevereiro: Biografia ou Memórias

  1. O Aviador, de Charles Higham.
  2. Renato Russo – o trovador solitário, de Arthur Dapieve.
  3. Paixão Pagu – a autobiografia precoce de Patrícia Galvão.

Março: Obras Épicas

  1. O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel, de J.R.R. Tolkien.
  2. O Senhor dos Anéis – As Duas Torres, de J.R.R. Tolkien.
  3. O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei, de J.R.R. Tolkien.

Abril: Ficção Científica

  1. Eu Sou a Lenda, de Richard Matheson.
  2. Neuromancer, de William Gibson.
  3. Jornada nas Estrelas – O Retorno do Capitão Kirk, de William Shatner.

Maio: Livro-Reportagem

  1. 1808, de Laurentino Gomes.

Junho: Peças Teatrais

  1. Calabar, de Chico Buarque e Ruy Guerra.
  2. Gota d’Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes.

Julho: Novos Autores

  1. Os Sete, de André Vianco.
  2. O Vampiro-Rei – volume 1, de André Vianco.
  3. O Vampiro-Rei – volume 2, de André Vianco.

Agosto: Clássicos da Literatura Brasileira

  1. Esaú e Jacó, de Machado de Assis.
  2. O Tempo e o Vento – O Continente, de Érico Veríssimo.
  3. O tempo e o Vento – O Retrato, de Érico Veríssimo.

Setembro: Autores Regionais

  1. Muita Vela pra Pouco Defunto, de João Carlos Ronca Júnior.

Outubro: Nobel de Literatura

  1. O General em seu Labirinto, de Gabriel García Márquez.

Novembro: Contos

  1. Contos de Horror do Século XIX, escolhidos por Alberto Manguel.
  2. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século, coletânea de Ítalo Moriconi.

Dezembro: Lançamentos do Ano

A serem escolhidos durante 2011.

Para cada tema, o participante do DL pode incluir de um a três livros. Listei tantos quanto consegui dentro do que já tinha em casa, mesmo sabendo, por exemplo, que será bem improvável ler os três volumes de O Senhor dos Anéis em março. Outros meses ficaram pobres e possivelmente servirão para dar vazão aos livros que ainda aguardam no armário.

As resenhas serão publicadas nos moldes que já uso no DdF e concentrarei os links aqui.

No fim das contas, são vinte e três livros, mais o de dezembro. Força na peruca!

Mauricio de Sousa ao vivo!

As Aventuras da Turma da Mônica - capa do vinil
A capa do meu primeiro disco!

Quem não leu gibi, não teve infância. Quem leu, mas deixou de lado a Turma da Mônica, teve uma infância menos divertida.

Minha recordação mais antiga da turminha não é dos quadrinhos, mas do LP As Aventuras da Turma da Mônica. O disco foi lançado em 1982 e foi o primeiro vinil que chamei de meu. Do alto dos meus três anos de idade, sabia todas as músicas de cor e até hoje posso ouvir nas minhas memórias o “Sou a Mônica, sou a Mônica, dentucinha e sabichona”, alto e claro. E sim, ainda tenho o disco.

Depois vieram as revistinhas, as assinaturas, os desenhos animados (levanta o mouse quem curtiu A Sereia do Rio, com participação da Tetê Espíndola!), os gibizinhos (você juntava não sei quantas tampinhas de refrigerante, ganhava um e começava a coleção)… A Turma da Mônica marcou minha infância, sim, e se tenho uma queixa é não terem feito o Sansão de pelúcia quando eu era criança.

Palestra com o Mauricio de Sousa
Centro de Convenções de Brasília, 21.10.2010.

Ontem tive a honra de ver ao vivo e a cores, a poucos metros de distância, o criador desse mundo que cativa geração após geração. Mauricio de Sousa brindou mais de 1.000 pessoas com recordações, casos divertidos, vídeos (Cebolinha e Mônica falando mandarim provocaram furor) e lições como só alguém que sempre perseguiu seus sonhos pode dar.

Quando apresentou seus desenhos a um editor pela primeira vez, Mauricio foi aconselhado a desistir. Em vez disso, tentou novamente anos depois e conseguiu emplacar suas tirinhas na Folha de São Paulo. Isso foi há 51 anos. De lá pra cá, a cada década ele se colocou um novo objetivo: ampliar a tiragem das revistinhas, criar um parque temático, emplacar desenhos animados, levar os personagens ao exterior… Conseguiu tudo isso e muito mais. Pra você ter uma ideia, a Turma da Mônica já está em 50 países, e esta semana foi inaugurado o primeiro Parque da Mônica no exterior (em Luanda, capital da Angola). E vem mais pela frente: entre outros planos, um longa-metragem com animação de babar está no forno (tivemos uma prévia); um braço da Mauricio de Sousa Produções desenvolve, no Nordeste, soluções em softwares; um Parque do Cebolinha (“ladical!”) está a caminho, e outro do Chico Bento, antenado com as questões relativas a meio ambiente e sustentabilidade e pronto a ensiná-las às crianças (Mauricio conhece e acredita no poder educativo das suas histórias).

Sobre a queda das vendas de quadrinhos apregoada por alguns, o desenhista diz que é puro papo; segundo ele, as vendas só aumentam. A Turma da Mônica Jovem, por exemplo, é a revistinha mais vendida no Brasil hoje. Aliás, a ideia para a publicação tomou forma no dia em que Mauricio percebeu que seu filho mais novo (hoje com onze anos de idade) pela primeira vez não pegou as revistinhas da Turma da Mônica de cara, mas titubeou entre elas e os mangás. “Meu filho não pode deixar de me ler!” – e assim Mônica e cia. ganharam cara de mangá.

O caminho para o sucesso não costuma ser fácil pra ninguém, e também não foi sempre um mar de rosas para o Mauricio. Quando, por exemplo, decidiu sair da Editora Abril nos anos 80, ao sentir que não crescia por estar à sombra das historinhas da Disney (publicadas pela mesma editora), passou quatro anos negociando o novo contrato com a Editora Globo. Valeu a pena: no primeiro mês na casa nova, a tiragem das suas revistinhas saltou de um milhão para três milhões e meio. Focar num objetivo é fundamental, ensina, ainda que eventualmente seja necessário mudar o curso.

Mauricio de Sousa!
Após a palestra, foto e autógrafo.

Mauricio não descansa sobre os louros e não pára no tempo. Enquanto muita gente não entende e até mesmo teme a internet, ele diz que ela “veio para ajudar mais ainda”. Em vez de intimidar-se pelo novo, afirma com clareza que não há nada a temer, pois sua empresa é uma fábrica de conteúdo, “a mercadoria mais importante hoje em dia”. Não se trata de desenhos, produtos ou merchandising, mas de conteúdo de qualidade, “que está fazendo falta no mundo”. Novas plataformas não o assustam: “iPod, iPad, iPid, iPud, temos que estar em tudo”. Enquanto muito tiozinho não se entende com o caixa eletrônico do banco, Mauricio, que já é bisavô, tem um BlackBerry que serve, entre outras coisas, para atualizar sua ótima página no twitter.

Essa capacidade de se renovar e de traçar novas metas deve ser a fonte da eterna juventude do Mauricio. No próximo dia 27, ele faz 75 anos de idade. Ninguém diria. O corpo é de 50 (se tanto) e a mente é de um jovem de 20 anos empreendedor, ousado e cheio de planos. Arrependimentos? Nenhum. Segundo ele, o segredo “é terminar o dia achando que você fez o possível para aquele dia, sem se angustiar; amanhã é um novo dia”.

PS.: muito obrigada ao Marietta, que sorteou dois convites para a palestra de ontem pelo twitter @marietabsb; e à VBN, fã nº 1 do Mauricio, que foi comigo; se eu estivesse sozinha, não teria a determinação necessária para conseguir o autógrafo no meu História em Quadrões 2, nem a foto ao lado do Mauricio de Sousa.