Farol Santander

Dica de passeio em São Paulo: exposições no Farol Santander.

Estava com muita vontade de ver a exposição “Lendo a Cidade” e consegui me organizar pra visitá-la ontem. Não decepciona: curiosidades sobre letras e tipos, murais lindos, fotos e mais fotos (no andar debaixo) e um vídeo interessantíssimo sobre a história da tipografia.
Não sabia da exposição de máscaras e acabei me surpreendendo: máscaras de todas as épocas, credos, países e temas. Achei riquíssima. E esse bate-bola, gente? Eu morria de medo deles, tive altos pesadelos e saía correndo quando os ouvia chegar.

Senti falta do antigo mirante e de um folheto com explicações, mesmo que mínimas, sobre as exposições, pra organizar a visita. O pessoal da recepção não dá informação alguma, quem ajuda mesmo são as ascensoristas.

O sistema de vendas por internet com horário marcado é confortável e o preço é camarada, 25 realezas.

Free Walking Tour em São Paulo

Edifício Itália
Edifício Itália

É um clichê: a gente deixa de fazer turismo na cidade em que mora. Tenho tentado reverter isso, especialmente considerando que há tanto o que ver e fazer em São Paulo.

Sempre que viajo, busco free walking tours, que são simplesmente roteiros a pé guiados por um local (nem sempre um guia turístico no sentido formal) e gratuitos, ou melhor, remunerados mediante gorjeta – o turista fica livre para dar quanto quiser, inclusive nada. Descobri os free walking tours em 2015, no Chile, e desde então já fiz vários. Chegou, então, a hora de fazer um em São Paulo!

Na internet você encontra todas as informações relevantes sobre o São Paulo Free Walking Tour: ponto de encontro, horários, roteiros disponíveis e detalhes dos percursos. Escolhi o percurso pelo centro histórico (Old Town), embora já conhecesse algo dele (muito menos do que eu imaginava, como descobri durante o passeio), porque a área é um tanto perigosa para um turista sozinho e, estando em grupo, seria possível tirar umas fotos.

Edifício Matarazzo (Prefeitura)
Edifício Matarazzo (Prefeitura)

O passeio começa na Praça da República com us 15 minutos de História do Brasil (irrelevante pra gente, que aprendeu na escola, mas interessante para os estrangeiros, que compõem a grande massa do público). De lá, segue para o início da Rua da Consolação, fala sobre as opções de diversão no centro e no Baixo Augusta, passa pela Biblioteca Mário de Andrade e pelo Theatro Municipal, vai até o Vale do Anhangabaú, atravessa o Viaduto do Chá e conta a história do Edifício Matarazzo (sede da prefeitura). Na região seguinte, que já reuniu os bancos mais importantes da cidade, o passeio destaca a Bolsa de Valores e o Centro Cultural Banco do Brasil. Após uma pausa para lanche e banheiro, o grupo segue para a Catedral da Sé (com visita interna), passa pelo Centro Cultural Caixa e caminha até o Pátio do Colégio, onde São Paulo foi fundada. Em seguida, passa pelo prédio do Banespa (agora Farol Santander) e pelo Edifício Martinelli. A caminhada termina perto do Mosteiro de São Bento.

Vale do Anhangabaú
Vale do Anhangabaú

Durante o passeio, a guia – a minha foi a Natalí – destaca opções de entretenimento, lanches, restaurantes e visitas culturais. Além disso, logo no começo cada turista recebe um mapinha e alguns cupons de desconto. Pena que vencem rápido (fiz o tour dia 22/09 e os cupons vencem dia 30/09), mas para quem está de folga mesmo o tempo é suficiente para aproveitar dois ou três descontos. Um dos cupons dá uma capirinha (no bar Ramona), outro dá desconto em sandálias Havaianas, ou seja, foram (bem) pensados para o turista estrangeiro.

CCBB São Paulo
CCBB São Paulo

Para mim, o tour foi cheio de novidades:

  • Eu não sabia que é preciso pagar para ir ao Terraço Itália – são 30 reais só para subir até o mirante, no 41º andar. Das 15h às 19h, a entrada dá direito a um drink (à escolha da casa, não sua).
  • O Edifício Itália não é o mais alto de São Paulo, é o terceiro (mas é o mais alto com visitação). O segundo mais alto é o Edifício Martinelli (que receberá um centro cultural em breve). O mais alto é um horrendo chamado Mirante do Vale, que recebeu cinco andares sem paredes só para ganhar o título.
  • O Edifício Copan permite subir até o topo nos dias úteis, às 10h30m ou às 15h30m, pela Portaria F. Recomenda-se chegar meia hora antes.
  • Eu nunca tinha ido ao Vale do Anhamgabaú e achei lindo.
  • A Prefeitura de São Paulo tem uma minifloresta na cobertura e a visitação é aberta ao público, de segunda a sábado, às 10h30, 14h30 e 16h30, grátis. Recomenda-se chegar meia hora antes.
  • O prédio do Banespa virou Farol Santander e, além do mirante, agora tem um centro cultural e até uma pista de skate no 21ºandar (ingresso pago).
  • A Catedral da Sé tem o maior órgão de tubos do Brasil e da América Latina. São 12 mil tubos! Nunca foi tocado com mais de 10% da sua capacidade, pois isso poderia abalar a estrutura da Catedral e estouraria os vitrais.
  • O Mosteiro de São Bento tem uma padaria no seu interior, com produção própria. Os monges também fabricam cerveja.
  • O bauru nasceu na cidade de São Paulo e o lugar onde nasceu, o bar Ponto Chic, ainda funciona e o serve.
Catedral da Sé
Catedral da Sé

No geral, o passeio foi interessante e divertido. O grupo era bem grande – mais de 40 pessoas – mas isso não foi um problema (aliás, além do meu grupo saiu outro um pouco antes – a procura é grande, pelo visto). O mapa é uma mão na roda para quem não conhece a cidade e o verso traz as linhas de metrô (numa letrinha muito miúda, é verdade). Além da guia, fomos acompanhados pela Mari, que cuidava da “retaguarda”, tirava dúvidas e aumentava a sensação de segurança. Outro ponto positivo é que o passeio começa e termina em estações de metrô (República – linhas vermelha e amarela – e São Bento – linha azul). Também achei ótimo que não volte para o ponto de partida, assim fica mais dinâmico. As guias se colocaram à disposição dos turistas no fim do passeio para tirar dúvidas, explicar itinerários e dar indicações (tudo isso também pode ser feito durante o tour, mas achei legal elas se colocarem explicitamente à disposição no final).

Pátio do Colégio
Pátio do Colégio

Agora, os pontos fracos:

  • O principal problema é que o tour só acontece em inglês. Um dos organizadores comentou que estão pensando em formar grupos em português aos fins-de-semana, no futuro.
  • A gorjeta sugerida é alta para o padrão de renda do brasileiro: de 25 a 30 reais. Dito isso, relembro que a gorjeta é opcional e que o passeio é voltado a estrangeiros. O valor sugerido equivale a mais ou menos a 5 dólares ou 5 euros, e pelo mundo afora é usual que a sugestão seja nessa faixa.
  • O tour dura longas três horas e meia. Nunca vi um que fosse tão extenso! No fim, torna-se cansativo (embora não seja tedioso). Esse tempo todo não é necessário. O horário de saída é às 11h30m, mas assim que você chega há uma fila enorme de turistas esperando para preencher um formulário (meio longo) num tablet. O passeio teve início às 11h50m, ou seja, são 20 minutos perdidos. A pausa para lanche e banheiro durou uns 25 minutos. Algumas paradas poderiam ser mais curtas. Ou seja, o tour poderia ter duas horas e meia de duração com tranquilidade. Um passeio mais curto eliminaria a necessidade de intervalo para comida e banheiro. O tablet poderia ser passado durante o tour ou, melhor ainda, poderia nem existir (um pré-cadastro no site atenderia a fins demográficos e de pesquisa de opinião, ou uma simples lista para anotar emails poderia ser passada durante o passeio).
  • O trajeto é feito sob o pior sol possível – ainda pior para a maioria dos estrangeiros. O início às 10h ajudaria a resolver a questão (e eliminaria de vez a necessidade de pausa para o lanche).
Mosteiro de São Bento
Mosteiro de São Bento

No fim das contas, o saldo é bem positivo e recomendo muito o São Paulo Free Walking Tour, tanto para os turistas quanto para os nativos. Os outros dois percursos são pela Vila Madalena e pela Avenida Paulista e pretendo fazer em breve.

Onde está Wal... Lu?
Onde está Wal… Lu?

A primeira Bienal, a gente nunca esquece.

Quando eu tinha 11 anos, visitei uma feira do livro pela primeira vez. Lembro do meu encantamento com a imensidão do espaço, o número de expositores e, claro, a quantidade de livros! Nunca tinha visto tantos num só lugar. A escala era impressionante, nada comparável às livrarias ou bibliotecas que eu conhecia.

Logo depois, descobri que existia um negócio chamado Bienal do Livro em São Paulo, e já nasceu o sonho de um dia conhecer a tal Bienal.

Vai daí que vim morar em São Paulo em 2015 e, ora, obviamente aproveitei pra conhecer a Bienal em 2016, né? Não, não mesmo. Tenho cada vez menos tolerância com multidões, odeio filas e confesso que a visita à CCXP (Comic Con Experience) em 2015 (e de novo em 2016, por quê?!) me deixou um tanto traumatizada com relação a qualquer evento de grande porte em São Paulo (aliás, São Paulo em si é um evento de grande porte que não deu certo).

Bienal do Livro em São Paulo 2018
No stand da Amazon dava para experimentar o kindle.

Mas a vontade continuou… e este ano tomei coragem. Dei uma olhada na programação, escolhi um dia de semana com palestras que me interessavam (nem olhei o roteiro dos fins-de-semana, eles foram descartados de cara) e… não é que adorei?

Cheguei na Bienal na terça-feira (07/08), umas onze da manhã. O transporte foi fácil: metrô até a estação Portuguesa-Tietê, depois um trajeto de 5 minutos feito com ônibus gratuito oferecido pela organização da Bienal. Problema: a sinalização de onde pegar o transporte gratuito é pífia. Pergunte e torça para que passem a informação correta. Até o motorista do ônibus resolveu sacanear quem estava esperando no lugar errado, dizendo que pararia no começo da rua seguinte, quando na verdade o “ponto” é no fim da tal rua. O lugar, aliás, é bem degradado e sujo, e não há proteção contra chuva. Na chegada à Bienal, o ônibus pára bem depois da entrada (se estiver chovendo, você se dá mal), em local também sem sinalização. Com tudo isso, ainda acho a combinação metrô+ônibus grátis a melhor forma de chegar à Bienal. Uma boa alternativa é pegar um táxi/uber na saída da estação de metrô – a corrida custará menos de 10 reais. Qualquer coisa é melhor que pagar incríveis 40 reais pelo estacionamento.

Na entrada, mostrei na catraca o ingresso comprado pelo celular (não precisa imprimir) e não peguei fila nenhuma. Maravilha!

Fui direto para o último corredor (são organizados de A a O) e visitei a exposição “de trás pra frente”. Há vários banheiros (nas laterais do centro de exposições) e não tinham fila. A limpeza era precária, não pela falta de gente limpando, mas pela porquice dos usuários mesmo (ouvi as faxineiras comentando que duas crianças fizeram “número 2” no chão). Há bebedouros junto aos banheiros. Levar uma garrafinha de água ajuda bastante. A comida é cara como dizem? Em regra, é. Por outro lado, há guloseimas variadas e acessíveis, como sorvetes e brigadeiros. Também vi um restaurante no mezanino por 32 reais (não lembro se por pessoa ou por quilo) que pode ser uma boa opção pra quem não conseguiu se planejar e quer uma comida saudável. Eu preferi levar polenguinho e castanhas (mas sucumbi a um brigadeiro de ovomaltine, que nem estava tão bom assim).

A melhor decisão foi escolher o dia da visita com base na programação. Descobri que a melhor parte da Bienal não são os livros, mas os eventos que acontecem no meio deles.

Bienal do Livro em São Paulo 2018
Stand da Microsoft – o futuro das salas de aula é a realidade virtual.

Assisti ao debate “O feminismo e a literatura”, com as escritoras Martha Batalha, Carola Saavedra, Aryane Cararo e Duda Porto. Saí de lá cheia de coisas pra pensar e de recomendações de livros pra ler (talvez role um texto só pra ele em breve). Também vi uma entrevista com a dubladora Carol Crespo, voz oficial de Emilia Clarke no Brasil (Como eu era antes de você; a Daenerys de Game of Thrones). Esses eventos foram, sem dúvida, minha parte favorita da Bienal.

Bienal do Livro em São Paulo 2018
Muro do stand da Cia. das Letras. Muita vontade de ler “Mulheres Extraordinárias”!

Além disso, havia muitas montagens bacanas para tirar fotos (quase sem filas, por ser dia de semana) e vários expositores com livros baratos. Havia uma infinidade de livros infanto-juvenis por 10 reais ou menos. Minha meta era não comprar livro algum (porque prefiro ler no kindle e porque já fui muito consumista com livros e prefiro evitar a tentação), mas acabei comprando uns infanto-juvenis para presentear – os três custaram 20 reais no total. Rolou também comprinha nerd – uma placa por 20 reais e um bottom por 5.

Bienal do Livro em São Paulo 2018
Comprinhas.

Falando em crianças, o segundo maior desafio na Bienal é desviar dos bandos de adolescentes e dos grupos de escola (o primeiro é não comprar livros mesmo). Não dá pra criticar, né? Precisamos mesmo cultivar gerações de leitores.

Bienal do Livro em São Paulo 2018

Saí da Bienal no fim da tarde, cansada e muito feliz por ter ido.

Em 2020 tem mais!

Campos do Jordão

Já que estou morando em São Paulo, resolvi aproveitar a oportunidade para conhecer alguns pontos turísticos próximos e que, se não estivesse do lado, não me daria ao trabalho. Comecei com Campos do Jordão.

A Viagem

A passagem de ônibus de ida e volta custou 106 reais (já com a taxa de conveniência por comprar em casa), pela empresa Pássaro Marron. É preciso trocar o voucher na rodoviária antes de embarcar, o que achei uma grande perda de tempo mas, pelo menos, na ida já pude trocar o voucher da volta também.

O ônibus é básico, mas confortável (sem wifi, como o motorista fez questão de avisar antes que tivesse de ouvir 34 pessoas perguntando) e a estrada, claro, é excelente. Afinal, estamos em São Paulo. A viagem dura três horas.

O Hotel

Campos do Jordão me espantou pelos preços. Já sabia que era um destino caro – aparentemente, todo paulista é ricaço -, mas mesmo assim levei um susto ao pesquisar preços no booking.com. Qualquer pousada simples e com avaliação abaixo de 9 cobra 300 reais a diária, em baixa temporada.

Pesquisando em blogs, descobri a Pousada solar D’Izabel (que não está no booking.com). Os comentários sobre ela no TripAdvisor são os melhores possíveis, e com justiça. Ok, não foi baratinha, 285 reais a diária. Pela qualidade, localização e pelos preços da cidade, porém, acabou sendo justa.

A pousada está mais para um hotel, na verdade. É grandinha, com recepção 24 horas, amenidades de banheiro e quartos espaçosos (o armário é pequeno, mas presume-se que você não ficará muito tempo em Campos do Jordão – volto nisso mais à frente). Tudo muito limpo, novo, bem cuidado.

Dois são os pontos fortes da pousada. O primeiro é a localização – não poderia ser melhor! Está a uns oito minutos a pé do centrinho de Campos do Jordão (no Capivari). Você chega num segundo na parte turística da cidade. Por outro lado, dorme em paz. Não há bares por perto, não há música noite adentro, não há ninguém perambulando na rua. Uma paz de dar gosto. (A pousada admite crianças, e algumas têm pais que não sabem educar, mas fazer o quê, isso é vida em sociedade.)

O segundo ponto forte do Solar D’Izabel é a alimentação. O café-da-manhã é muito completo e vai das 8h ao meio-dia, com várias frutas, sucos, pães, frios e bolos, entre outras guloseimas. Há a opção de pedir ovos feitos na hora. À tarde, há chás de vários sabores (twinings, pra minha felicidade), café espresso (grão moídos na hora – nova onda de felicidade) e bolo à disposição. A recepção informa que ficam até as 19h, mas acho que esse é apenas o horário máximo para a reposição dos bolos. O que sobra fica lá e a máquina de café (que também libera a água quente pro chá) pode ser usada até as 22h. Pra finalizar, às sextas e sábados há sopa (no meu primeiro dia, era um creme de palmito divino; no segundo, uma sopa toscana) das 19h às 20h30m, que você pode comer à vontade com torradas feitas lá mesmo e queijo ralado.

Pra ficar ainda melhor, a comilança é servida em uma louça linda.

O Transporte na Cidade

Conforme um taxista me disse, Campos do Jordão tem duas ruas principais e quase nada além disso. É fácil se localizar na cidade. Por outro lado, se você não está de carro, terá contratempos.

Eu nunca estou de carro quando viajo, detesto dirigir onde não conheço e detesto perder tempo procurando vaga. Normalmente, fico bem contente em usar o transporte público. Acontece que transporte público não é o forte de Campos do Jordão e quase todos os pontos turísticos são distantes – o ônibus demorará muito, ou até nem haverá linha de ônibus.

A segunda opção, claro, é o táxi (não existe uber e, a bem da verdade, os apps para chamar táxis não funcionam a contento). Prepare-se para se assustar com a conta. Não vi o preço da bandeirada, mas é alta: uma corrida de 3 km. custa entre 25 e 30 reais, sem trânsito.

Existe a possibilidade de contratar uma van, formando um pequeno grupo (adequado a famílias grandes) ou encaixando-se em um (opção para casal ou pessoas viajando sozinhas), mas claro que isso traz o inconveniente da “excursão”: horários fixos e companhias que você não escolhe. Por outro lado, sai bem mais barato que corridas avulsas de táxi.

Campos do Jordão implora por um ônibus do tipo hop on/hop off.  São cerca de dez pontos turísticos relevantes, num raio de cerca de dez quilômetros. No trânsito fácil da cidade, um ônibus como esse, com circulação em fins-de-semana e feriados, economizaria tempo e dinheiro e beneficiaria as próprias atrações turísticos com uma afluência maior e mais constante de público.

As Atrações Turísticas

Eu tinha três dias e escolhi aproveitá-los com calma, sem querer conhecer todos os pontos famosos da cidade – até poque vários deles envolvem trilhas e caminhadas pelo mato, que me interessam apenas em doses homeopáticas.

Baden Baden

Cheguei à rodoviária, almocei muito bem (mais abaixo) e fui para a fábrica da Baden Baden. É necessário agendar o tour. É mesmo necessário agendar o tour. Se você não agendar, pode até conseguir um encaixe, mas precisará de sorte e paciência.

O tour dura cerca de meia hora. O visitante é apresentado aos quatro elementos que compõem qualquer cerveja: água, lúpulo, levedura e malte de cevada ou trigo (também é alertado de que aquelas cervejas baratas de latinha levam milho ou arroz em vez de cevada, por isso são baratinhas e quase intragáveis). É possível ver os tonéis por onde passa a mistura até virar cerveja. O tour se encerra com a apresentação da linha completa da Baden Baden (ressaltando-se a composição de cada uma e dicas de harmonização) e com a degustação de dois tipos. No meu dia (fiquei com a impressão de que isso varia), era a vez da indian pale ale e da chocolate. Por fim, o turista ganha um copinho de cerveja de lembrança (confesso que esperava uma das taças bonitas da Baden, mas nem) e passar na loja, que não tem os melhores preços, mas pode ser interessante para comprar uma ou outra linha que dificilmente se vê em supermercados. Eu comprei a Witbier, cerveja de trigo adicionada de laranja e coentro, premiada em competições na Europa. Muito leve e fresca, pouco amarga, gostei bastante.

À noite, saí pra conhecer o centrinho de Capivari. Eu já tinha comido (o creme de palmito delicioso da pousada), então fui só passear e tomar chocolate quente. Não faltam opções pra isso, aliás. Acabei indo à loja Araucária, tanto por ser famosa quanto por ter um espaço agradável e um preço menos caro. Chocolate quente aprovado, cremoso, delicioso. No dia seguinte, provei o chocolate branco quente e, como se pode imaginar, é muito doce. Ficou perfeito quando segui a sugestão da vendedora e derreti um tablete de chocolate amargo nele.

Sobre o centrinho, é bem inho mesmo, mas charmoso e bom pra andar a pé (as ruas são fechadas para carros). Tem um clima meio natalino, graças ao friozinho da Serra da Mantiqueira e às luzinhas que decoram algumas fachadas. Quase todo restaurante tem música ao vivo, o que pode ser um pesadelo se você não curte MPB e rock dos anos 80 (eu curto, desculpa). Tem umas galerias, umas lojinhas de artesanato, várias lojas de malhas e tricôs e um empório – o Matterhorn – que fica aberto até a meia-noite, ótimo pra comprar água e lanchinhos.

Outros pontos que visitei e foram bacanas:

  • Amantikir: lindo, mas muito difícil de chegar.
  • Teleférico e Parque dos Elefantes: divertido especialmente para crianças.
  • Palácio Boa Vista: se você tiver tempo.
  • Bosque do Silêncio: perto do centro e bastante agradável.

Pontos turísticos famosos que não me interessaram: Pico do Itapeva (só tem uma vista incrível se o céu estiver limpinho, e estava nublado durante a maior parte da viagem), Pedra do Baú (trilhas e mais trilhas), Horto Florestal (talvez eu fosse se tivesse um dia a mais, mas, como ouvi dizer que não é bem cuidado, não me animei), trenzinho pela cidade (tedioso), trem até Santo Antônio do Pinhal (seria uma alternativa se eu tivesse um dia a mais, mas já fiz passeios de trem maiores e mais bonitos), fábrica de chocolate da Araucária (apenas uma sala com vidraças e duas pessoas temperando chocolate) e Ducha de Prata (vi fotos e achei bem mequetrefe).

Comes & Bebes

Assim que desembarquei na rodoviária, abri o TripAdvisor pra escolher onde almoçar. A sugestão que acolhi foi o Sans Souci (pertinho da rodoviária, dá pra ir a pé), sétimo restaurante melhor avaliado da cidade (de uns 360). Não me arrependi.

Outros restaurantes que visitei e foram bacanas:

  • Restaurante Capivari
  • Villa Gourmet

Tudo isso entremeado com as comidinhas da pousada e com o chocolate quente da Araucária. No fim das contas, comer faz parte das atrações turísticas da cidade.

“Mas você não foi ao Restaurante Baden Baden?!” O restaurante fica no centrinho e, a bem da verdade, não é da Baden há anos, embora revenda os produtos. Está sempre cheio, o que me desencorajou, porque dizem que o atendimento fica péssimo quando está cheio. No domingo à noite estava vazio, tentei dar uma chance, mas fui mal atendida e saí antes de pedir qualquer coisa. Então não, não fui à Baden Baden, e não recomendaria, num lugar com tantas outras opções.

“Mas você não comeu o pastel do Maluf?!” O tal do pastel gigante, na verdade, equivale a dois pastéis de feira e custa 30 reais. Eu moro uma região cheia de feiras com pastéis deliciosos por menos de 5 reais cada. Então, não, não fiz a menor questão de comer o pastel do Maluf, que deve ter esse nome por ser um roubo, só pode.

Veredito

A viagem foi muito agradável. Foram dias gostosos, com um friozinho bom e tempo pra espairecer, mas não entendo essa fissura de alguns paulistanos de quererem ir pra lá todo ano, e até várias vezes no mesmo ao. Três dias está de ótimo tamanho (eu teria ficado entediada com mais tempo), e passemos aos próximos destinos.