O Blog Action Day deste ano convoca blogueiros, twitteiros, facebookeiros etc. e tal a debaterem sobre as mudanças climáticas e suas consequências. Já publiquei diversos textos aqui no DdF relacionados ao tema. Veja alguns:
Como novidade, incluo uma dica bacana: a Tetra Pak, fabricante daquelas caixinhas longa-vida pra sucos, leite e quetais, usou o Google Maps para criar uma Rota de Reciclagem para as embalagens. Você informa seu endereço e o mapa indica pontos de coleta, cooperativas e estabelecimentos que pagam pelo material (mas, normalmente, só se você tiver muito material – o foco desses locais são as cooperativas).
Além do ganho com a economia de matéria-prima, a reciclagem tem o mérito de evitar que as embalagens acabem em lixões, onde não só levariam décadas para se decomporem como também ocupariam um espaço considerável, fazendo surgir a necessidade de lixões maiores, com todos os problemas que acarretam.
Ninguém deseja voltar ao tempo das vendas a granel e dos alimentos não-pasteurizados. Conforto é tudo de bom, sim. Se podemos minimizar o impacto desse conforto no meio ambiente, por que não fazê-lo?
Em tempo: vários dos pontos de coleta listados na rota de reciclagem aceitam outros tipos de lixo seco. É o caso do Pão de Açúcar, que tem recipientes separados para papel, plástico, vidro, alumínio e metais diversos. As embalagens longa-vida podem ser recicladas como plástico ou como alumínio.
Amanhã, 22 de setembro, celebra-se o Dia Mundial Sem Carro. A ideia é conscientizar a população sobre os transtornos que o uso exagerado do carro podem trazer às nossas cidades, incentivando o uso de meios alternativos de transporte ao menos um dia por ano.
A poluição do ar é só um dos problemas gerados pelo excesso de carros nas ruas. A poluição visual e sonora também reduzem nossa qualidade de vida, as horas perdidas diariamente no trânsito roubam-nos tempo de lazer e convivência com família e amigos, os engarrafamentos são estressantes.
Se você puder, deixe seu carro na garagem amanhã. Use o transporte público para chegar ao trabalho. Se tiver condições, vá de bicicleta, ou quem sabe a pé – e aproveite para praticar exercício. Se não houver jeito de abandonar o carro, tente oferecer carona a um amigo para ir e voltar do trabalho.
Sei que nem todos podem aderir ao manifesto. Costumo participar do Dia Mundial Sem Carro quando ele cai num fim-de-semana. Infelizmente, durante a semana isso é completamente inviável. Moro numa cidade de concreto e asfalto em que tudo foi pensado para os carros, sem deixar espaço ao ser humano. As linhas de ônibus são pífias e várias delas (inclusive a que me atenderia na volta para casa) são desativadas muito cedo todos os dias. O metrô é lento, superlotado, insuficiente. Não há calçadas. Não há sombras para aplacar o sol, nem iluminação pública na volta para casa. Não há ciclovias.
O que há são inúmeras promessas governamentais (como a construção de 600 quilômetros de ciclovias) e pouca ação (apenas algumas dezenas de quilômetros em construção). Há, também, uma facilidade incrível para a compra do carro, mas nenhuma orientação sobre os juros das prestações ou o custo de manter um automóvel.
Para completar o quadro, existe uma total falta de educação no trânsito, em que vale a lei do mais forte. Pedestres têm vez, é verdade, nas faixas. Ciclistas e motociclistas precisam contar com a sorte para sobreviverem aos desmandos dos possuidores de veículos de quatro rodas. Entre os carros, mesmo, vale o “eu primeiro”: ligar a seta para mudar de pista é interpretado pelo carro ao lado como “vou correr pra não dar chance a esse sujeito”.
“Ecologia” não é só cuidar de plantas. É respeitar o ambiente (inclusive o urbano) e seus componentes (inclusive o homem). Se você, como eu, não pode deixar o carro em casa amanhã, ao menos tente usá-lo com civilidade. Dê a preferência, não jogue lixo pela janela, proteja os que usam meios de transporte mais frágeis. Não se trata apenas de ser “verde” ou de seguir o Código de Trânsito Brasileiro, mas de ter educação, esse artigo que anda tão em falta nos últimos tempos.
Dia desses – não faz um mês – comprei uma centrífuga, dessas que fazem suco de tudo com qualquer coisa. Não é aquela da televisão, a tal Juicer Philips Walita, porque o treco é caríssimo – e, pelo que andei lendo, injustificadamente. Comprei uma muito semelhante da NKS, com bocal de alimentação enorme, corta-pingos na saída, 2 anos de garantia e 700 watts de potência. No fim das contas, o que importa mesmo nesses aparelhos é a potência, para que o máximo de suco seja extraído com o mínimo de esforço.
Estou feliz da vida com o bichinho. Sim, ocupa um espaço enorme na pia do meu apartamento minúsculo. Sim, há várias peças pra lavar, mas quase todas são tão fáceis de limpar quanto um copo. A peneira com microtrituradores dá um pouquinho mais de trabalho, mas nada que uma escovinha (tipo as que são usadas pra limpar unhas) não resolva em dois tempos.
Vale a pena fazer um único copo de suco e ter de lavar tudo? Na minha opinião, vale. Estou me alimentando melhor e com uma facilidade incrível. Certo, gasto 10 minutos lavando louça, mas faço um suco gostoso e nutritivo em poucos segundos – uma coisa compensa a outra, não? Especialmente se você pensar que fazer uma salada de frutas ou ralar uma cenoura e uma beterraba para o almoço tomam muito mais tempo.
Bem, mas não comecei este artigo pra falar da minha centrífuga nova…
Como meu consumo de comida saudável aumentou, comecei a pensar: quais são as frutas e legumes da estação? Produtos da estação são mais gostosos, isso é um fato. As frutas são mais suculentas, os legumes são mais adocicados, as folhas são mais saborosas e tudo tem menos agrotóxico. Além de todas essas vantagens, produtos da época costumam ser mais baratos. Essa diferença de preço às vezes nem é tão significativa, mas em alguns casos chega a 200%: tomate, laranja e abacaxi são bons exemplos de frutas que ficam muito mais baratas na estação. Isso pra não falar do morango, que custa os olhos da cara fora do período certo.
Eu sei, é cômodo e tentador comprar o que dá na veneta, sem levar em conta a época do ano. Nos grandes supermercados você encontra tudo a qualquer época. Não abro mão totalmente dessa comodidade, admito. Não deixo, por exemplo, de comprar tomates. Adoro e como o ano inteiro. Por outro lado, se você sabe que janeiro é tempo de goiaba, que tal lembrar-se delas e levar pra casa um saco enorme? (Nota: goiabas e centrífuga não combinam. Vá por mim.)
Voltando à pergunta: como saber que produtos são típicos de cada mês? Reparar nos preços, na beleza e na quantidade deles ajuda, mas nem sempre (agrotóxicos conseguem esses efeitos, lembre-se). Minha saída foi recorrer a São Google, padroeiros dos curiosos. Não precisei pesquisar muito para encontrar o site do Ceasa de Campinas, que traz uma lista mês a mês dos alimentos próprios e tabelas que facilitam a consulta, sinalizando as melhores épocas para cada verdura, legume e fruta.
Já salvei a lista nos Favoritos do firefox e dou uma olhadinha antes de passar na quitanda (aliás, outra dica: uma boa quitanda cobra mais caro, mas tem alimentos mais gostosos que os supermercados). Assim, vou tendo idéias de combinações pros meus sucos de centrífuga, evito cair na mesmice e não enjôo do brinquedo.
Você não precisa ter uma centrífuga para aproveitar frutas, legumes e verduras da época, ter produtos mais saborosos na sua geladeira, colaborar com a sua saúde, com seu bolso e, de quebra, com o meio ambiente. É uma lista considerável de bons motivos para observar a tabela antes das compras, não?
Ontem foi o dia mais quente em Brasília desde que… bem, desde que Brasília existe. Em 48 anos, nunca havia sido registrada a temperatura de 35,8ºC que o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) marcou ontem (embora alguns relógios pela cidade registrassem mais que isso).
Para completar, a seca continua por aqui: a umidade relativa do ar estava em 13% ontem, agravando o calor. Clima desértico mesmo e nem uma brisa para amenizar. Ficar na rua era impossível e o ar condicionado de todos os cantos lutava para dar conta. Hoje a coisa não está muito diferente disso como, aliás, não estava na segunda-feira. No domingo, o asfalto de algumas ruas estava mole e na bancada de granito em que fazíamos um churrasquinho dava pra fritar um ovo. Literalmente.
Um efeito colateral dessa onda de calor é a sobrecarga da rede elétrica da cidade. Ontem foi dia de picos de luz e apagões em diversas áreas de Brasília. A CEB diz que a culpa é nossa, claro, já que aparelhos de ar condicionado estão no limite – mas a CEB é aquela empresa que nem nas CNTP consegue atender a demanda e deleita-nos com quedas de luz frequentes, chova ou faça sol.
De quebra, o número de focos de incêndio está mais elevado que nunca, especialmente levando-se em conta a época do ano – novembro já é temporada chuvosa na Capital Federal.
As explicações passam pela ocupação excessiva (embora não desordenada) da cidade, pelo uso exagerado de concreto, pelos prédios de vidro sem isolamento térmico adequado e pelo número de veículos nas ruas. Cada comentarista, especialista ou cidadão comum apresenta a sua hipótese.
A minha é bem simples: o aquecimento global chegou. Fujam para as montanhas.