Branca como a Neve

Filme: Branca como a Neve.

Claire desperta ciúmes em sua madrasta, Maud, a ponto de fazê-la querer dar fim na enteada. Ela foge e começa a desabrochar ao encontrar sete homens, cada um especial à sua maneira.

A produção francesa brinca com o conto de fadas mais conhecido, ora adaptando-o, ora subvertendo-o. As referências estão lá: a maçã, os animais da floresta, os sete anões e outras brincadeiras, como a Brasserie Chapeau Rouge. Encontrar semelhanças e diferenças entre o filme e o conto é um jogo divertido.

A protagonista está excelente. O padre e o músico – dois dos “anões” – são cativantes. A edição poderia ser mais ágil.

Em cartaz a partir da próxima quinta-feira.

Estrelinhas no caderno: 3 estrelas

A Tabacaria

Dica de filme: “A Tabacaria”.

Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, na Viena recém-ocupada pelos nazistas, um rapaz de 17 anos começa a deixar de ser um garoto para tornar-se um adulto. O crescimento vem com aprendizados sobre amor, perda, morte, traição e amizade, contando com a ajuda inusitada de Sigmund Freud.

O filme, coprodução Áustria/Alemanha, é baseado em romance homônimo. As ótimas atuações são complementadas por uma edição precisa e pela bela fotografia. A história é sensível e provoca reflexões… afinal, pessoas comuns acreditaram na barbárie nazista e na propaganda do partido. Se você era antinazista, era automaticamente comunista, uma falsa polarização que gerou uma cegueira coletiva. Dito isso, não é uma história ostensivamente política, mas sim de formação.

Em exibição nos cinemas a partir de amanhã.

Estrelinhas no caderno: 5 estrelas

Ps.: tenho ouvido tanto falar de Freud nos últimos dias, por caminhos tão variáveis, que é impossível não pensar no conceito de sincronicidade de Jung – oh, the irony!

Um Amor Impossível

Dica de filme: “Um Amor Impossível”.

Rachel, aos 25 anos, já é quase “velha” demais pra casar, segundo os padrões do fim dos anos 50. Um dia, conhece Philippe, um homem inteligente, charmoso e sedutor. Do namoro, nasce Chantal. Philippe é um pai ausente, para tristeza de Rachel, que passa anos tentando corrigir isso.

Quando acabou, eu e a @smiletic (que me convidou pra cabine) ficamos apenas olhando os créditos por uns minutos, tentando digerir a história. Não é um filme leve. Não quero me estender para não dar spoilers – apenas veja.

Distribuição: @A2_filmes.

Estrelinhas no caderno: 4 estrelas

Chega de hobbies!

De vez em quando acontece a tal da sincronicidade: você tem uma ideia, cria um plano e aí, logo em seguida, alguém te fala praticamente a mesma coisa ou você lê em algum lugar exatamente a mesma ideia. Assim que começou o ano, fiz uma resolução: nada mais de hobbies! Um ou dois dias depois, o Leo Babauta fez um post traduzindo meus pensamentos.

Não pretendo largar todo e qualquer hobby, de jeito nenhum! Simplesmente, não vou inventar novos. A ideia é aprofundar os principais – o que nunca foi uma tarefa muito fácil pra mim. Sou useira e viseira em ir atrás de novos interesses. Alguns duram por anos, outros por apenas algumas semanas. Enjoo logo das “modas” que eu mesma invento.

O resultado? Pouca profundidade em um monte de assuntos – o que, pra ser honesta, não me incomoda – e gastos supérfluos aos montes. Porque, claro, cada novo passatempo vem acompanhado das suas necessidades, gerando “investimentos” em cursos, equipamentos, materiais diversos, espaço em casa… isso não é nada minimalista.

(Nem vou falar da “perda de tempo” porque isso também não me incomoda: tempo usado para adquirir novos conhecimentos ou habilidades é tempo bem usado, sempre.)

No fim das contas, pouquíssimos interesses me acompanham ao longo dos anos. Basicamente, livros, filmes e seriados. Viajar? Não considero que seja um hobby. É uma coisa que adoro fazer – como adoro tomar sorvete – mas não chega a ser um passatempo, não.

Minha resolução de ano novo, então, é não inventar novos hobbies; em vez disso, vou dedicar meu tempo livre em 2018 a aprofundar os passatempos que cultivo há anos. O plano é ler bastante (pelo menos dois livros por mês, de preferência quatro), ver muitos filmes (um por semana) e curtir seriados (sem metas nesse caso – quando eu atingir a meta, eu dobro a meta).

O Leo Babauta – ou melhor, outro blogueiro de quem ele pegou a ideia – chamou isso de “Depth Year“, ou “Ano em Profundidade“. A ideia é “ir mais fundo, não mais vasto” (“go deeper, not wider”).

Pra mim, isso quer dizer não investir tempo nem gastar dinheiro com passatempos novos em 2018. Nada de despesas com equipamentos e cursos, nada de horas e horas pesquisando novos assuntos, nada de ir atrás de novos interesses. O post do Leo Babauta, na verdade, abrange outros aspectos, não apenas hobbies. Além disso, ele também está determinado a não comprar livros em 2018, promessa que nem me arrisco a fazer. No meu caso, quero só um pouco de foco e profundidade nas minhas horas livres.

Gostaria de dizer que essa é uma resolução permanente, que nunca mais vou me aventurar em passatempos novos, que vou me dedicar apenas às coisas que desde a infância consistentemente me interessam, mas duvido muito que consiga manter essa pegada pra sempre. Então, um ano de cada vez. Ano que vem eu vejo como a coisa rolou e como vai ficar.

(A pegadinha é que, no fim de 2017, enveredei por duas novas atividades: tentar aprender a desenha algo além de casinha com chaminé e ressuscitar meu francês, em coma há uns quinze anos. Estou contando isso como aprendizado, não como hobby. E, pra ser franca, em janeiro ainda não consegui retomar esses estudos.)