Arroz à Piamontesa

Não sou fã de arroz branco. Puro, assim, sem mais nada? Que sem graça. Arroz, pra mim, é no sushi ou no temaki. Ou frito em bolinhos. Ou doce. Ou em forma de risoto.

E tem o arroz à piamontesa. Posso comer uma pratada dele sem mais nada, nem uma carninha. Se eu fosse condenada à morte, minha última refeição conteria arroz à piamontesa (e mais uma dezena de guarnições, pode apostar – eu é que não iria fazer dieta à beira da morte; talvez até morresse antes da execução, de tanto comer).

Para ser perfeito, só falta ser simples de fazer – ops, não falta nada! É facílimo!

Arroz à Piamontesa - ingredientes
Ingredientes.

Ingredientes

  • 1 xícara de arroz cru
  • 350 ml. de leite
  • 200 gramas (um copo) de requeijão
  • 100 gramas de queijo parmesão ralado de boa qualidade

Você também precisará de

  • panela média

Preparo

Cozinhe o arroz sem qualquer tempero. Reserve.

Leve ao fogo o leite e o requeijão. Mexa para que o requeijão derreta completamente.

Quando ferver, adicione o queijo ralado e abaixe o fogo. Mexa de vez em quando, até atingir um ponto levemente cremoso. Acrescente o arroz cozido. Mexa de vez em quando, sempre suavemente para não quebrar os grãos do arroz.

Estará pronto quando estiver cremoso como um risoto ou um arroz doce. Não deixe secar!

Sirva com a carne de sua preferência.

Dicas e Complementos

Arroz à Piamontesa
Com filé mignon.

Se você tem dificuldade em acertar o ponto do arroz (bastante gente tem), pode usar o que vem embalado em saquinhos individuais, pronto pra ser colocado na água fervente. Um saquinho equivale a uma xícara. Ele sempre fica cozido no ponto certo e soltinho.

Não use sal ao preparar o arroz. Todo o sal de que você precisa virá do requeijão e do queijo ralado.

Se secar, você pode corrigir adicionando um pouco de leite quente. Não é recomendável – o ideal é que você não se distraia e desligue o fogo na hora certa – mas é melhor que jogar tudo fora e começar do zero.

  • Tempo de preparo: 40 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 6 porções

Tiramisù

Faz séculos que queria aprender a fazer tiramisù, sobremesa tipicamente italiana que adoro. Aqui no Brasil, normalmente é vendida uma espécie de tiramisù-de-faz-de-conta-semicongelado quase sem gosto. Raramente comi um gostoso; portanto, pensava que devia ser um doce difícil de fazer. Ledo engano.

Certo, talvez tenha sido difícil algum dia, levando-se em conta que algumas teorias remontam a origem do tiramisù ao distante século XVII. Afinal, o mascarpone é meio que um creme de leite batido e fazer isso a mão, sem batedeira, séculos atrás, devia ser tormentoso. Pior ainda, como conservar um doce baseado em leite e ovos e com pouquíssimo açúcar (um conservante natural) numa época em que não existia geladeira?

Felizmente, vivemos tempos moderno. Com os confortos da eletricidade, tudo ficou mais fácil.

Chega de papo e vamos à receita.

Ingredientes

Tiramisù - Ingredientes
Ingredientes para o tiramisù.
  • 400 gramas de queijo tipo mascarpone
  • 4 ovos
  • 100 gramas de açúcar
  • 300 gramas de biscoito champanhe coberto com açúcar fino
  • 300 ml. de café amargo
  • cacau em pó para polvilhar

Você também precisará de

Preparo

Prepare os 300 ml. de café. Deixe esfriar enquanto você faz o restante.

Separe as gemas das claras.

Bata as claras em neve com metade do açúcar e reserve.

Bata as gemas com a outra metade do açúcar até obter um creme esbranquiçado. Acrescente o mascarpone e volte a bater, até ficar uniforme.

Acrescente as claras em neve à mistura de gemas e queijo. Misture suavemente. Isso é importante: o creme deve ficar homogêneo, bem leve e sem grumos de clara. Pra conseguir isso, você deve misturar a mão, com delicadeza.

Molhe cada biscoito no café, rapidamente. Não empape o biscoito, não o deixe de molho. Apenas molhe-o num segundo. Coloque cada biscoito na travessa de servir, até forrá-la.

Jogue metade do creme sobre os biscoitos. Nivele com uma espátula ou com as costas de uma colher.

Polvilhe cacau em pó. A peneira entra aqui, pra que você consiga polvilhar uniformemente.

Tiramisù pronto para comer.
Quer um pedaço de tiramisù?

Mais uma camada de biscoitos passados no café, dessa vez arrumados em sentido contrário ao da primeira camada; a outra parte do creme e cacau em pó por cima. Pronto!

Antes de servir, deixe-o em geladeira por, no mínimo, uma hora.

Dicas e Complementos

A travessa que usei tinha 30 x 20 x 4 cm. Deu certinho.

Mascarpone é um queijo cremoso amanteigado, um tanto caro (200 gramas custam de 10 a 15 reais) e difícil de achar. Tem gente que faz “tiramisù” com ricota ou queijo cottage. Nenhum deles lembra, nem de longe, o mascarpone. Compre-o apesar do preço.

Se não achar o mascarpone de jeito nenhum e, mesmo assim, quiser fazer tiramisù, bata creme de leite fresco gelado até virar chantilly, e um pouco mais – ele deve chegar quase ao ponto da manteiga. Não vai ficar igual ao tiramisù de verdade, mas certamente ficará mais decente do que o feito com ricota.

Deve-se consumir o tiramisù em poucos dias. Se preferir, faça metade da receita. Conserve-o em geladeira.

Curiosidade: o maior tiramisù do mundo, reconhecido pelo Livro dos Recordes Guinness, pesava 1.075 quilos. Foi montado sobre uma pista de patinação no gelo para garantir que se mantivesse na temperatura correta. A proeza ocorreu em Villeurbanne, na França, em 31 de outubro de 2009.

  • Tempo de preparo: 40 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 8 porções

Pequenos prazeres da mesa e de consumo

Sábado passado, a Nunca Fui Santa comemorou 5 anos de vida. Conheci a loja (que tem blog e twitter) há uns  dois anos graças à querida Denize, e imediatamente tornou-se uma das minhas lojas de acessórios favoritas.

Mara Alcamim
Posando pra foto enquanto prepara o ceviche.

Pra comemorar o aniversário, a NFS organizou um café-da-manhã seguido de uma aula grátis com a Mara Alcamim, uma das mais importantes chefs de Brasília, responsável pelos conhecidos Universal Diner, Zuu e Quitinete. A proposta da aula: ensinar comidinhas fáceis de preparar para receber os amigos em cima da hora.

O curso-relâmpago durou meia hora e foi recheada de dicas megabacanas e comidinhas deliciosas – sim, porque tudo foi degustado. A cada minuto, eu agradecia interiormente por ter deixado a preguiça sabadeira de lado. Mara Alcamim, além de ser uma grande empreendedora e reconhecidamente talentosa, é uma professora competente e divertidíssima. Ensinou a fazer ceviche, por exemplo, num pulo e deu umas dicas de petiscos com queijo brie que não vejo a hora de fazer.

Ca-la-ro que, além de aproveitar a aula, o café-da-manhã e o espumante, aproveitei também pra fazer umas comprinhas…

Arcos e Brincos
Não resisti.

Detalhes culinários da aula? Vou compartilhar aqui no ddf em breve. 😉

Julie & Julia

Ficha Técnica

  • Título: Julie & Julia
  • País: EUA
  • Ano: 2009
  • Gênero: Drama
  • Duração: 2 horas e 3 minutos
  • Direção: Nora Ephron
  • Roteiro: Nora Ephron, baseado no livro Julie & Julia, de Julie Powell, e My Life in France, de Julia Child e Alex Prud’homme
  • Elenco: Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci, Chris Messina, Linda Emond.
  • Sinopse: 1948. Julia Child (Meryl Streep) é uma americana que mora em Paris devido ao trabalho de seu marido, Paul (Stanley Tucci). Para ocupar-se, estuda culinária e passa a apresentar um programa de tv sobre o assunto. Cinquenta anos depois, Julie Powell (Amy Adams), prestes a completar 30 anos, está frustrada com sua vida. Em busca de um objetivo, resolve passar um ano cozinhando as 524 receitas do livro de Julia Child, Mastering the Art of French Cooking, e cria um blog para relatar a experiência.

Comentários

Julie e Julia

Filmes de culinária estão se tornando uma categoria à parte. Julie & Julia é mais uma dessas histórias que têm na comida o ponto de partida e, sem querer fazer trocadilhos, é deliciosa.

Diga-se que Julie & Julia não é somente um filme sobre culinária, é um filme sobre blog(ueiros). Impossível não se identificar com os primeiros passos de Julie, a surpresas dos primeiros comentários, o prazer em saber que existe gente do outro lado da tela lendo o que ela escreve. Minhas partes preferidas do filme giram em torno do blog, não da cozinha.

Aliás, o problema de filmes que se passam em duas realidades diferentes é que costumo preferir uma delas e torcer loucamente para que a outra termine logo e tenha continuidade a minha eleita. Por incrível que pareça, embora Meryl Streep esteja ótima como sempre (bastante irritante, mas condizente com a Julia Child original), minha história favorita é mesmo a de Julie. Amy Adams está excelente no papel com o qual sou obrigada a me identificar: 30 anos, servidora pública frustrada com sua carreira e… blogueira.

Ao fim e ao cabo, Julie & Julia usa culinária e blog para falar sobre buscas, metas e realização pessoal. Pode-se dizer que, embora trate de cozinha, é um filme feminista, enfocando a força dessas duas mulheres separadas pela geografia e pelo tempo. Os homens estão lá, sim, como apoio. Elas são as estrelas de suas próprias vidas.

Cotação: 4 estrelas

Curiosidades

Julia Child foi a primeira mulher norte-americana a estudar na famosa escola de gastronomia Le Cordon Bleu.

Meryl Streep é bem mais baixa que Julia Child (que tinha impressionantes 1,90 m.), então foram necessários truques de câmera e de cenário, além de muito salto alto, para fazê-la parecer enorme.

O casal Meryl Streep e Stanley Tucci já havia contracenado no excelente O Diabo Veste Prada.

Nora Ephron, a roteirista e dirtora, é especializada em filmes fofos. Na lista estão, por exemplo, Mensagem para Você, Sintonia de Amor e, meu favorito, Harry e Sally – Feitos Um Para O Outro.

Ainda é possível ler algo do The Julie/Julia Project (o blog que inspirou o livro que inspirou o filme), e Julie Powell mantém outro blog em atividade, o What Could Happen?.

O primeiro post do blog original fala em 536 receitas. O filme repete o tempo todo que são 524.

Segundo o IMDB, Julie & Julia é o primeiro filme com importância baseado em um blog.

Serviço

Imagem: divulgação.