Um Ano Sem Comprar – Janeiro

Apenas essa semana ocorreu-me compartilhar mês a mês minha experiência de um ano sem compras. Deixei um comentário no blog da Marina dizendo que os textos dela são uma inspiração e acabei me lembrando de algumas pessoas que me falaram o mesmo quando comecei o desafio… então, nada mais justo que dividir como tem sido esse caminho, não é? Assim, uma vez por mês vou fazer uma atualização do desafio por aqui.

Mal tinha começado o desafio, e quase deslizei – e pior, inconscientemente! Estava no supermercado quando vi uma colher de servir sorvete fofa, laranja (adoro a cor!), por menos de 20 reais. Sem nem pensar, pus no carrinho. Minha sorte foi que, antes de passar no caixa, eu me toquei do vacilo: “ei, ano sem compras, não posso levar esse supérfluo!”. Diga-se de passagem que já tenho uma colher de sorvete, teoricamente ótima, mas nunca me entendi muito bem com ela.

Minimalismo - Saber Viver
Clique para ler a reportagem.

Enfim. Deixei a colher. No mesmo supermercado, tinha visto um conjunto de petisqueiras de cerâmica lindo por uns 20 reais e quase morri de paixão. Nesse dia, acabei me dando conta de que o mais difícil, durante o ano, não será abrir mão de comprar maquiagem, roupas, sapatos, nada disso – porque, a bem da verdade, desde 2010 eu tenho diminuído os gastos com esses itens. O mais difícil será deixar de comprar coisinhas para a minha casa. Sei não, mas acho que eu comprava mimos para a casa numa base quase semanal, sem sequer dar-me conta.

Poucos dias depois dessa constatação, fui entrevistada para uma matéria sobre minimalismo pro Correio Braziliense. O Max achou meu blog, sugeriu a entrevista e, de quebra, indiquei duas amigas que me servem de exemplo nessa revisão de hábitos de consumo: a Karla (arquiteta que está encarregada do projeto do meu futuro lar, doce lar) e a Vanessa (ex-dona de um Ka rosa – foi por causa dele que nos conhecemos! -, gateira e viajante de carteirinha). Elas também foram entrevistadas e a matéria ficou bem bacana – se você não leu, é só clicar na foto ao lado (se um plugin for solicitado, ignore e clique no link “baixar” que estará à direita – é um pdf). Quando o jornalista me perguntou qual era a parte mais difícil da brincadeira, respondi que era justamente abandonar as comprinhas para a casa.

(Uma correção: onde se lê “Quanto mais ‘destralho’ na casa, mais leve fica o meu dia a dia”, leia-se “Quanto mais destralho a casa, mais leve fica o meu dia a dia” – “destralho”, aqui, é conjugação do verbo “destralhar” 😉)

Outra coisa que não é muito fácil é passear no shopping. Não tem jeito, aquele treco é feito para o consumo e é impossível sair sem vontade de alguma coisa. E as benditas faixas anunciando as liquidações de janeiro?! Vontade de provar tudo… mas provar pra quê, se não compraria nada? Se não preciso de nada?

Por fim, teve uma visitinha a um brechó com uma amiga. Vi um vestido roxo (uma das minhas cores favoritas para roupas), com saia evasé (amo!), de tricô (perfeito para o inverno…) e baratinho, 50 reais. Ai! Nem experimentei. Talvez devesse ter provado para, vendo-o no corpo, julgá-lo horrível, mas vai que ele ficasse perfeito, né?

Depois desse dia, decidi que posso até entrar em lojas para acompanhar amigas durante esse ano, mas sem tocar em nada. De preferência, com as mãos amarradas para trás e uma venda sobre os olhos.

Apesar de tudo isso, devo admitir que janeiro foi mais tranquilo do que eu imaginava. Achava que a tortura das liquidações seria maior, achava que o primeiro mês seria pior, mas tudo ficou dentro do razoável. Será que vai ficar mais difícil com o passar do tempo?

Leia os outros relatos mensais no fim do texto de abertura deste projeto: Um Ano Sem Comprar – Um Ano Sabático.

Desafio da Despensa

Adoro inventar moda na cozinha. Vejo uma novidade no supermercado e já quero comprar pra testar, criar uma nova receita (algumas delas acabam vindo para o blog, você sabe), aprender a preparar este ou aquele prato.

Além disso, tenho as minhas fases: a fase da massa, do peixe, da carne moída, do ovo… quando entro numa dessas fases, passo a semana fazendo variações sobre o mesmo tema. O efeito colateral é que acabo me empolgando nas compras e enchendo a despensa de massas diferentes, ou entupindo o congelador de peixes. Aí, a fase passa e aquilo fica ali, acumulado (e nem me fale nos ovos que estragam na geladeira).

Armário - Desafio da Despensa
Quatro pacotes de macarrão... Havia cinco antes de começar o Desafio.

Olha que meu espaço nem é grande: uma geladeira duplex que era o menor modelo frost free existente quando foi comprada, uma prateleira pequena (mas muito alta), uma gaveta e um canto do armário para os enlatados – a isso se resume minha despensa. Mesmo assim, tem coisas suficientes pra manter-me por um mês… não é à toa que me interessei pelo Pantry Challenge quando li a respeito, há algumas semanas.

O que é o Desafio da Despensa

Nas palavras da Jessica, idealizadora da coisa (e na minha tradução):

O Desafio da Despensa é focar, por tempo limitado, em “alimentar-se da despensa”. Em vez de fazer compras normalmente, eu foco no que já possuo. Crio minhas refeições com os ingredientes que tenho evitado. Às vezes é algo trabalhoso, às vezes simplesmente tive preguiça de ser criativa. O Desafio da Despensa me ajuda a lidar com esses itens – e me mostra o que não comprar novamente.

Quais as vantagens do Desafio:

  • Esvaziar a despensa, recuperando o espaço perdido.
  • Favorecer uma faxina nos armários e na geladeira quando finalmente estiverem mais vazios.
  • Estimular a criatividade.
  • Reduzir o desperdício.
  • Poupar algum dinheiro.
  • Aprender o que não agrada, portanto não deve ser comprado novamente.

O que NÃO É o Desafio da Despensa

  • Uma total abstinência das compras.
  • Ter uma alimentação sem graça.
  • Passar fome, sofrer privação ou torturar a si mesmo.
  • Comer só enlatados.

As Regras do Desafio

Regras? Bem, melhor chamar de linhas gerais ou sugestões.

A ideia é, por um mês, “comprar” primeiro na sua geladeira e no seu armário, em vez de correr para o supermercado. Recorrer ao mercado não é proibido, claro. Você ainda precisará de alimentos frescos como verduras, frutas e ovos. Se você está acostumado a tomar leite todo dia e ele acabar no meio do mês, compre! Por outro lado, se você precisa de requeijão para fazer um arroz cremoso… que tal tentar improvisar com o que tem em casa, como queijo meia-cura ralado e creme de leite? Eu fiz exatamente isso e ficou muito bom!

Comecei o Desafio no dia 15 de janeiro. Até agora, estou indo muito bem. Finalmente abri o pacote de filé congelado de tilápia e, embora não tenha ficado tão gostoso na primeira tentativa, na segunda já ficou uma delícia. Fiz o tal arroz cremoso dia desses, e o que sobrou foi acrescido de azeitonas, presunto picado e molho de tomate e virou um delicioso arroz de forno. Nada se perde, tudo se transforma.

Congelador - Desafio da Despensa
Quatro pacotes de peixe (dois caminhando para o fim) e um de camarão, além de outras coisas.

Ainda há pilhas de comida no congelador e no armário, e começo a acreditar que um mês não será suficiente para eliminá-las…

O fundamental é estimular a criatividade, explorar alternativas, divertir-se! O Desafio não existe para limitar, mas para expandir.

O que achou da proposta? Vai implementá-la na sua casa?

Um Ano Sem Comprar – Um Ano Sabático

Quando falei da minha vontade de editar a vida, fiquei surpresa com a quantidade de comentários positivos que recebi (não só no blog, mas também pelo twitter e facebook). Como essa é uma ideia que me acompanha há vários meses, já tinha comentado a respeito por aí e nem sempre ganhei respostas positivas. De algumas pessoas, recebi até um tom de agressividade, como se elas se sentissem atacadas por mim e fossem obrigadas a se justificar.

Felizmente, antes que eu me sentisse a única doida do universo, houve quem me desse força – sem contar que há uma muitos blogs escritos por pessoas que repensam o consumo e o consumismo, e são verdadeiras inspirações.

Como tudo começou

Passei a analisar meus hábitos de consumo no início de 2010. Quando visitei minha amiga-irmã Nospheratt, em abril de 2010, muitas das nossas conversas transformaram-se em reflexões e mudaram minha forma de ver as coisas.

Na mesma época, comecei a ler o blog mnimalist. Embora o Leo Babauta seja radical (e eu não tenha simpatia por nenhum tipo de radicalismo), várias críticas que ele faz à sociedade de consumo são relevantes.

Depois, conheci o Hoje Vou Assim Off e a proposta de recessionismo fashion da Ana. Eu tinha passado os últimos três ou quatro anos comprando mais roupas do que precisava, sempre naquela de “não posso perder essa liquidação” ou “essa saia é linda demais pra não levar”. Resultado: um armário abarrotado e eu usando sempre as mesmas peças – havia roupas compradas dois anos antes que ainda tinha etiqueta! Eu tinha muita roupa, muito mais do que precisava. Decidi parar de comprar e usar tudo que eu tinha em sete meses – o que não fosse usado, seria doado. A experiência foi fantástica e em breve farei um relato dela.

No início de 2011, li uma matéria sobre desapego na revista Vida Simples e comecei outro desafio: os 50 desapegos. Passei adiante (mais) roupas, cds, dvds, material de artesanato, utensílios de cozinha… Joguei fora papéis, ferramentas enferrujadas, brincos quebrados. Foi gratificante ver o resultado: uma casa mais leve e organizada.

Falando em organização, criei um blog, o Mania de Organizar, dedicado ao tema. A sra. Monte não me deixaria dizer que sou organizada “desde sempre”, porque a verdade é que meu armário era uma bagunça quando eu era pirralha. O hábito da organização surgiu da necessidade, quando passei a morar sozinha e num espaço bem pequeno. Não demorou muito para que organizar se tornasse um prazer e um passatempo para mim.

Durante 2011, encontrei cada vez mais blogs sobre organização, consumo e minimalismo – esses três assuntos caminham juntos e, em outro texto, falarei dessa relação. Um dia, achei o Um Ano Sem Compras. Os textos da Marina são excelentes, trazem reflexões sobre o consumismo, mostram como é difícil mudar velhos hábitos e resistir às compras por impulso… Li o blog de cabo a rabo, sempre pensando: será que dou conta? E resolvi tentar um 2012 sem compras.

Ano Sabático?

Sim, ano sabático no tocante aos hábitos de consumo. Um período sabático é, por definição, um tempo dedicado à reavaliação – você pode fazer um sabático para refletir, analisar e reavaliar toda a sua vida, ou a sua carreira, ou seus relacionamentos etc. Seu sabático pode durar dois dias ou dois anos.

2012 será meu sabático de compras. Pelo que tenho acompanhado da jornada da Marina, não se trata simplesmente de decidir não comprar e pronto; manter a decisão exige esforço e acaba levando a um maior autoconhecimento: quais são meus padrões?; quais são meus impulsos?; o que me faz falta, e por que sinto falta dessas coisas?

Um ano sem comprar NADA?

Não, não é bem assim. Como todos que encaram essa proposta, tenho as minhas exceções.

O que posso comprar:

  • Uma lente fotográfica, porque no fim de 2011 ganhei o corpo de uma Canon EOS 500.
  • Equipamentos para praticar pilates em casa, um plano para o segundo semestre.
  • Um netbook (porque o meu está sem bateria há meses).
  • Serviços: restaurante, cabeleireiro, médicos, veterinária (tenho uma gata), internet, revelação de filmes etc. A ideia é não consumir bens materiais; não é viver como uma ermitã.
  • Experiências: “experiências” são aquelas coisas que não ocupam espaço, mas contribuem para a felicidade. A lista é pessoal – a minha engloba viagens, vinhos, queijos, saídas com os amigos, idas ao teatro etc. Estou fazendo essa experiência para ser mais feliz, não o contrário.
  • Itens de consumo constante e inevitável: alimentos, produtos de higiene pessoal, material de limpeza, remédios, combustível, tênis (eu pratico corrida e, seu meu tênis furar, será inevitável comprar outro).
  • Presentes (para outros, não para mim mesma, claro!).

O que não posso comprar:

  • roupas
  • sapatos
  • acessórios
  • cosméticos
  • livros
  • cds
  • dvds
  • eletrônicos (a não ser para reposição por quebra)
  • revistas (isso vai ser difícil)
  • e tudo que não se encaixar na lista de exceções.

Por que estou fazendo isso?

Sempre que comento que não vou comprar nada em 2012, a primeira pergunta que ouço é “por quê?”. Eis as respostas:

  • Porque eu quero. Ninguém está me obrigando. Não tenho dívidas. Meu saldo não está no vermelho. Não vou picar meus cartões de crédito.
  • Para ver se consigo. Nunca fui uma compradora desenfreada a ponto de gastar mais do que podia, mas em diversos momentos comprei mais do que precisava. Tive a fase dos casacos, a dos cds, a das maquiagens, a dos esmaltes… Quero ver se consigo passar um ano inteiro sem ter um surto consumista.
  • Porque será um desafio. Embora tenha reduzido muito meu consumo em 2011, dei-me ao luxo de comprar um sapatinho lindo e a coleção completa de Friends, por exemplo. Como será quando eu quiser muito alguma coisa durante 2012?
  • Porque será um processo de autoconhecimento, a julgar pelos textos da Marina e de outros blogueiros que encaram desafios semelhantes.
  • Para usar melhor tudo que já tenho: minhas roupas, meus sapatos, a maquiagem, os dvds…
  • Para poder falar sobre o tema. Consumo consciente é um tema que me interessa cada vez mais. Suas implicações no conjunto de valores pessoais e no meio ambiente são dois dos aspectos que mais me cativam.
  • Porque acredito que menos coisas geram mais felicidade.

Virei minimalista?

Não. Essa proposta me lança no mundo do consumo mínimo, não do minimalismo. Ainda tenho coisas demais pra poder me considerar minimalista e, embora continue em eterno processo de desapego, não creio que chegue ao ponto de viver com apenas 100 itens. Ou 50. Nem pretendo dar todos os meus livros e dvds.

Como eu disse lá em cima, radicalismos me desagradam e há muito radicalismo entre os minimalistas. Li certa vez que alguns chegam a competir para ver quem tem menos coisas – o que é o exato oposto do consumismo, em que se compete para ver quem tem mais coisas. A virtude, como sempre, está no meio.

Há, contudo, vários minimalistas que não se livram de absolutamente tudo. Esses procuram o equilíbrio e são os que dão os insights mais bacanas. Aos poucos vou compartilhando textos e referências por aqui.

Acompanhe a experiência

A cada mês, publico um texto sobre a experiência de ficar sem comprar durante um ano. Você pode ver todos eles aqui:

O que você acha disso tudo?

Falei demais – e não cheguei nem perto de esgotar o assunto. Agora é sua vez de falar. O formulário de comentários é serventia da casa. 🙂

A Histeria Natalina

Jingle Bells, Jingle Bells, já chegou o Natal… e sabe o que mais chegou? A histeria coletiva.

Todo ano é a mesma coisa.

O trânsito fica ainda mais caótico porque as pessoas querem resolver a vida em uma semana. A maioria delas está com a cabeça no mundo da lua – ou melhor, nos presentes, nos gastos… ai, os gastos! “Como vou pagar por isso? Será que encontro mais barato em outro lugar? Fulano disse que viu o celular que meu filho quer em promoção, e a loja nem é tão longe assim, fica só a uns 30 quilômetros daqui. Internet, internet, preciso de internet pra pesquisar os preços “- ufa!

Canso só de escrever, aliás, só de pensar nesse frenesi.

Vejo as filas quilométricas de carros com gente ansiosa para entrar em estacionamentos lotados, acotovelar-se nos corredores dos shoppings, correr de uma loja a outra, encarar filas monstruosas para pagar (caro) pelos cobiçados presentes… cobiçados por quem, mesmo? Pode ser que o presenteado goste, mas há uma boa chance que aquilo vire mais um excesso, mais uma tranqueira sem uso. E você investiu tanto tempo, esforço e dinheiro para agradá-lo, não é mesmo? E tinha que ser agora, no natal, sem falta!

Diga, por que você se esforçou tanto? Foi por amor? Sim, em alguns casos foi. Em outros tantos (a maioria, arrisco-me a dizer), foi apenas para cumprir uma obrigação social. Nem vou falar do consumismo, da hiper-exposição a anúncios, da pressão interna e externa para comprar, comprar, comprar e comprar um pouco mais. Estamos cansados de saber que é assim que o mercado funciona.

E você se rende ao mercado. Normalmente nem percebe essa loucura toda, sequer toma uma decisão consciente de participar desse fenômeno. Quando tudo acaba, o resultado é cansaço, estresse, endividamento e, ainda por cima, um gostinho amargo de que não fez o suficiente, não deu o melhor presente, esqueceu de alguém, desagradou não sei quantos, não cumpriu sua obrigação a contento. Jura que vai fazer diferente no ano seguinte – pelo menos, vai antecipar as compras! – mas lá no fundo sabe que tudo se repetirá.

Não é à toa que tanta gente chega absurdamente estressada aos dias das festas, incapaz de aproveitar o que quer que seja e com um pavio tão curto que não precisa muito para surgirem as tradicionais brigas familiares.

Minha família é pequena. De comum acordo, abolimos os presentes de natal há vários anos. Confesso, um tanto envergonhada, que não gostei da decisão logo de cara. Hoje, no entanto, sinto-me privilegiada. Fico verdadeiramente feliz quando percebo que estou fora dessa roda vida, que estou livre da neurose, que posso ter um fim de ano decente, até sossegado. Ao meu redor, as pessoas estão ensandecidas, correndo feito baratas tontas, histéricas mesmo. Assisto a tudo como se fosse um filme em fast foward e fico me perguntando: como elas aguentam?! Como não piram no meio da rua, como não saem batendo o carro, esbravejando e xingando o mundo?? (Bem, algumas fazem exatamente isso.)

Não vou aqui dizer pra você fazer o mesmo que fizemos na minha família. Não vou dizer que esse consumismo todo é vicioso, venenoso e destruidor. Não vou dizer que é preciso mudar os valores, as prioridades e o estilo de vida que tem predominado nas últimas décadas.

Cada um faz o que quer. Cada um escolhe o que acha melhor.

Desde que seja uma escolha.

Você já pensou que tem uma escolha?

Já pensou que as coisas não precisam ser assim?

Que as festas de fim de ano podem ser mais leves?

Que a falta de presentes não significaria falta de amor (da mesma forma que presentes não significam amor)?

Que talvez valha a pena tentar algo diferente no ano que vem?