Das pequenas grosserias do dia-a-dia.

Por que será que é tão difícil respeitar o próximo? Veja que não me refiro ao respeito pelos amigos ou familiares (embora esse também não ande lá essas coisas), mas àquele que você deveria ter pelas pessoas que vivem no seu prédio, na sua rua, na sua cidade.

Gentileza gera gentileza.

Meu condomínio tem uma lista de discussão e ela não costuma ser um ambiente agradável, o que se reflete também na dita “vida real”: vizinhos incapazes de dizer bom-dia quando entram no elevador, vizinha de cima que insiste em andar de salto toc-toc-toc-toc, gente que larga lixo pelas áreas comuns, e por aí vai.

Qual a graça de tornar o cotidiano dos outros um pouco pior?

Qual a graça de jogar na calçada o papel que entupirá o bueiro, de passar de carro com o som tão alto que as janelas das redondezas tremem, de não dar seta, de buzinar quando o trânsito está obviamente parado?

Qual a graça de fingir que está dormindo no assento preferencial do metrô pra não ceder o lugar a quem precisa, ou de ficar na frente da porta atrapalhando entrada e saída mesmo quando há espaço nos corredores?

Qual a graça de tratar mal a caixa do supermercado, de achincalhar o namorado em público, de ficar com o troco que foi passado a mais por engano, de bater em cachorro?

Qual a graça de pautar a vida pelo “digo tudo o que penso, danem-se os outros”?

Qual a graça de invadir o espaço alheio, física ou verbalmente?

Qual a graça de demonstrar indignação com “os rumos do país” e não fazer o mínimo pra se tornar uma pessoa um pouquinho melhor no dia-a-dia?

Atualização: A Simone fez um texto sobre a falta de gentileza que nos cerca, e que começa cedo.

Imagem: Bruno Coutinho, cc.

Razão nº 87.237 pra não valer mais a pena pedir a Nota Legal

Eis o que recebi dia desses da Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal, referente a diversas contestações de notas fiscais que fiz contra a mesma empresa:

Informamos que devido à não regularização do documento fiscal pela empresa e da finalização dos procedimentos de fiscalização, a reclamação foi concluída.

Comunicamos, ainda, que a SEF/DF não está autorizada a informar o motivo da não geração do crédito ao consumidor, por envolver informação da empresa emitente protegida pelo sigilo fiscal.

Observe: a empresa não regularizou os documentos fiscais, eu não recebi o crédito e o Governo do Distrito Federal, vulgo GDF, não me deu qualquer explicação a respeito, alegando “sigilo fiscal”.

O valor envolvido não era pequeno. As notas fiscais somadas totalizavam quase dois mil reais.

Além disso, essas notas foram emitidas em junho de 2012. O GDF mandou o comunicado acima em maio de 2014. Ou seja, levou quase dois anos para prestar alguma satisfação (pífia, ainda por cima).

Essa é uma das várias razões pelas quais não vale mais a pena pedir Nota Legal. Depois que o GDF incutiu o hábito nos cidadãos, preferiu adotar a política do “se vira aí”, dificultando ao máximo o recebimento dos créditos e minimizando os benefícios. Senão, vejamos algumas das modificações introduzidas nos últimos anos:

  • É necessário ir à Secretaria de Receita entregar pessoalmente, de tempos em tempos, as notas e cupons fiscais contestados e não regularizados pelas empresas. O que sempre foi ruim ficou pior, com a exigência de se juntar cópia de todos os cupons (no início essa exigência era restrita apenas às notas fiscais, que são bem mais raras no dia-a-dia) e com o encurtamento do prazo que o cidadão tem para comparecer, uma vez notificado.
  • O consumidor será notificado por email (e quem não tem ou não usa?) para apresentar os comprovantes fiscais, terá que imprimir uma declaração (e quem não tem impressora?) e dirigir-se a uma das raras agências de atendimento espalhadas pelo DF (nove no total – no plano piloto e adjacências, só há uma – e o gasto de passagem ou combustível?), que só funcionam de 12h30m a 18h30m, nos dias úteis (e quem trabalha nesse horário?).
  • O montante de créditos repassado ao consumidor caiu drasticamente, graças a mudanças que atingiram, principalmente (mas não com exclusividade), compras em supermercados, um dos gastos principais das famílias. Em 2014, os consumidores receberam de volta metade do valor que obtiveram em 2013, ou até menos. E isso depois de ter a trabalheira acima. Se o consumidor não se der ao trabalho de guardar notas e cupons, fazer as reclamações online e apresentar os comprovantes no prazo, recebe uma fração desse valor.
  • Nem vale a pena mencionar como a instabilidade do site dedicado ao Nota Legal aumentou.
  • O tempo para avaliar as contestações é enorme. Não raro, o GDF pede ao consumidor um cupom fiscal que foi emitido há mais de um ano.
  • Outras vezes, demora dois anos, como no caso acima… e sai-se com essa resposta mequetrefe.

Continuo pedindo a Nota Legal (e ainda atualizo a lista de estabelecimentos que fazem os lançamentos regularmente), mas não perco mais meu tempo e dinheiro apresentando os comprovantes quando as empresas não fazem a parte delas. Aliás, algumas que costumavamlançar tudo direitinho estão parando de fazê-lo – provavelmente porque já perceberam que o GDF não fiscaliza e que os consumidores não têm mais paciência pra desempenhar uma função que, afinal de contas, é do governo.

Se o GDF quer que os cidadãos trabalhem pra ele, deveria ao menos facilitar-lhes o processo – e remunerá-los adequadamente. Ou, pra usar um ditado popular (muitas vezes citado em contexto negativo): quem quer rir, tem que fazer rir.

O que fazer com o resultado do desapego?

Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante, uma leitora me perguntou o que eu faço com as coisas que não quero mais, aquelas das quais me desapego, as que considero que passaram ao status de tralha. Tem tanta coisa que eu poderia falar a respeito que acabava nem começando o texto. Agora, resolvi responder sem a pretensão de esgotar o tema e contando com a contribuição dos leitores na sessão de comentários.

A primeira providência é separar a tralha em 3 montes: o que vai direto pro lixo, o que pode ser vendido e o que pode ser dado ou doado.

Feita essa triagem, você pode começar a tomar as devidas providências.

Lixo

Etá velho, puído, quebrado, rasgado, sem par, vencido? Lixo, sem piedade. Para cada item, faça duas perguntas:

  • Eu gostaria de ganhar esse treco nesse estado?
  • Eu teria coragem de dar isso a algum amigo, nesse estado?

Se responder negativamente a uma dessas questões, jogue fora!

Mas… toda regra tem exceção e essa não é tão absoluta como a coloquei. Algumas coisas que mereceriam o lixo podem, na verdade, ser reaproveitadas por artesãos, algo que aprendi com a Senhora F. Roupas podem virar retalhos, esmaltes vencidos podem virar tinta, brincos desemparelhados podem virar decoração, papéis podem virar estampas. Assim, se você conhece algum artesão, ou associação de artesãos, converse com eles e veja se eles podem aproveitar algo. Mas converse antes, não chegue despejando o seu lixo.

Vender

Vendi muito pouco do meu desapego. Aqui, paciência é mesmo a chave: você precisará tirar fotos, fazer descrições e anunciar em sites como Mercado Livre ou Bom Negócio. Também pode criar um blog para divulgar seus itens, ou enviar emails aos amigos (com cópia oculta, por favor, e sem torrar o saco deles – não seja spammer). Pode organizar uma garage sale (dentro do seu apartamento mesmo) ou um bazar, de repente até com outros amigos que queiram vender os próprios desapegos.

Agora, seja realista: você não conseguirá recuperar seu “investimento”. Em regra, qualquer produto usado vale, no máximo, metade do preço do mesmo produto novo. No caso de produtos de informática, celulares e afins, essa relação tende a ser ainda pior.

Vender seus itens é uma forma de estender a validade deles, contribuir para o uso racional de recursos e fazer um dinheirinho, mas nem comece se você pensa que poderá “recuperar o prejuízo”. Você terá trabalho, responderá várias perguntas, terá de aguentar gente pechinchando e desvalorizando itens que podem até ainda ser queridos para você, precisará marcar encontros com desconhecidos ou frequentar a agência de correios.

Tem gente que nem acha tudo isso trabalhoso, que sente prazer em negociar as próprias coisas. Gente que tem tino pra vendas e aproveita até pra fazer amigos no processo. Se esse é o seu caso, vá em frente!

Na fase de desapegos inciada em 2010, limitei-me a vender livros e cds em sebos, nunca por mais de um quarto do preço que tinha pago por eles. Em outros tempos, vendi móveis e equipamentos eletrônicos usados por cerca de metade do valor, normalmente no Mercado Livre.

Dar/Doar

De longe, minha opção preferida. Se eu juntasse tudo que dei ou doei nos últimos quatro anos, encheria um caminhãozinho. Aqui, as opções são ilimitadas. Sempre tem gente precisando ou querendo os desapegos da gente. Vou dar alguns exemplos do que fiz com os meus.

Quando encarei o desafio dos #50desapegos, postei as fotos no flickr e várias pessoas se interessaram pelos itens. Uma amiga ficou com quase todos os cds, outra levou itens de artesanato e assim por diante.

Também participei de bazares de trocas entre amigas, uma forma muito divertida de destralhar e, de quebra, renovar o guarda-roupa. Alguns itens que consegui nesses bazares estão comigo até hoje e são muito queridos. É facinho organizar um: reúna as amigas num sábado à tarde com alguns comes e bebes e comece as trocas. Aposto que será bacana.

Quando destralhava alguns itens, pensava que Fulana ou Sicrana poderiam gostar deles. Eu perguntava pra amiga, explicava que era usado e tals e, se a destinatária se interessasse, ganhava de presente, sem troca. Tem gente que acha isso esquisito, e talvez seja mesmo necessário ter um certo grau de amizade… muita gente torce o nariz, na base do “ain, mas é usado”. Também ganhei coisas nesse mesmo esquema e sempre ficava contente: “pô, Fulana lembrou de mim e esse treco é realmente a minha cara, que legal”. Mas cada um é cada um, né.

Quando eu tinha faxineira, ela sempre se beneficiava quando o destralhamento passava pela cozinha: potes, pratos, copos, tudo em ótimo estado, claro. Coisas trincadas, quebradas, sem tampa etc. nem devem ser oferecidas, é lixo e pronto (vide o começo desse post).

Isso não entra bem no quesito “destralhamento”, mas vale a menção: quando reformei o apartamento, portas, bancadas e peças de louça dos banheiros (sem uso) foram doados para a Secretaria da Mulher do Governo do Distrito Federal (por dica da Senhora F, de novo). A Secretaria estava construindo abrigos para mulheres vítimas de violência doméstica e qualquer material de construção era bem-vindo. Para coisas específicas assim, vale a pena procurar órgão do governo ou associações civis, com a vantagem de que, nesse caso, você pode pedir que os beneficiados retirem as doações no local.

A propósito, a Secretaria da Mulher também aceita doações de roupas, brinquedos e itens de uso doméstico.

Falando em itens domésticos, potes de vidro com tampa de plástico podem ser doados para bancos de leite. No Distrito Federal, os bombeiros até pegam os potes em casa. Já doei vários.

Para o desapego de itens de informática, tem o Comitê para a Democratização da Informática, com unidades pelo Brasil todo. Já doei pra lá uma impressora que não puxava mais o papel, computadores e monitores (funcionando) e um netbook cuja bateria não pegava mais carga. Nesse caso, você pode doar coisas que não funcionam: eles remontam, reaproveitam peças e, inclusive, usam os equipamentos para dar aulas em cursos profissionalizantes de manutenção. Sempre perguntei antes de levar algo que não estivesse funcionando, e eles sempre aceitaram.

Roupas e calçados em geral, acabo doando para igrejas ou para a Comunhão Espírita. Essas instituições sempre atendem gente muito carente e podem reaproveitar bastante coisa (mas, pelamor, não custa repetir: não doe o que deveria ir pro lixo). A Comunhão Espírita de Brasília dá cursos profissionalizantes e aproveita cosméticos – quando parei de pintar o cabelo, ainda tinha uns três tubos de tinta fechados e doei pra lá.

Por fim, doei muitas coisas novas ou seminovas para a Salvando Vidas Protetores Independentes. A SVPI é um grupo de protetoras muito sérias que fazem o possível e o impossível para resgatar animais abandonados, feridos, maltratados, e conseguir lares amorosos para eles. De vez em quando, elas fazem bazares para arrecadar dinheiro pra bancar as contas altíssimas de veterinários. Doei roupas e acessórios sem uso algum, livros, cds e outras coisas pra esses bazares. Aconselho fortemente que você procure uma organização bacana na sua cidade, que faça um trabalho relevante e sério, não importa em que área: proteção animal, ambiental, auxílio a crianças carentes, a idosos etc. etc. etc. etc. Escolha uma causa que lhe seja cara e veja se os seus desapegos podem ajudar

Dá pra ver que as opções são muitas, não? O fato é que, quando você está destralhando, é mais fácil desapegar quando sabe que aquele item pode ser mais útil para outra pessoa do que é pra você. Isso sempre funcionou comigo. Já aconteceu de eu ter algo de que gostava muito, mas que estava subaproveitado na minha casa. Aí, alguma amiga via, gostava, e eu sabia que ela daria melhor uso que eu: pronto, desapego realizado. Ou eu pensava “pôxa, eu adoro esses livros, mas nunca mais vou lê-los… eles podem ser vendidos num bazar” e conseguia desapegar.

Essa é uma das razões pra eu vender tão pouca coisa do meu desapego: normalmente, prefiro fazer uma boa ação. Eu já gastei mesmo aquele dinheiro, já dispus dele. Por que não fazer o bem a outra pessoa passando o item adiante?

Nenhum partido me representa.

Ontem, apareceu na minha timeline um twit que me incomodou em diversos níveis:


“gente ‘apolítica’ e ‘apartidária’ é perigosa. no fundo, eles não acreditam em democracia.”

Tantos erros em tão poucas palavras.

1. Num regime democrático, ninguém pode definir como você deve pensar. Já falei sobre isso, em outros termos. Ainda estamos em uma democracia. Você tem o direito democrático de ser apolítico ou apartidário, ou de defender o PT, o PSTU, o DEM, o PSDB o PV ou a sopa de letrinhas da sua preferência. Você tem liberdade de opinião, e essa liberdade não é um atentado contra a democracia, mas uma expressão dela.

2. Apolítica é uma coisa, apartidarismo é outra completamente diferente. Não, não são sinônimos, nem de longe. Apolítica é aquela pessoa que tem nojo, aversão por política, ou simplesmente não se interessa por ela. A origem da política está nas cidades-Estados gregas, as polis.  Política era, e é, a atividade da organização da sociedade, das cidades e dos Estados. As presentes manifestações são absolutamente políticas. É o povo indo às ruas e dizendo o que quer e o que não suporta mais. É um ato tão político quanto o voto, com a legitimidade extra da sua não obrigatoriedade. Você tem todo o direito de não se interessar por política. Isso não faz de você um antidemocrático. Não faz de você um perigo. Apolíticos não atentam contra a democracia. O que atenta contra a democracia são os maus políticos, que vestem um manto formal para revogarem explícita ou implicitamente os seus direitos de cidadão.

3. Agora, sobre essa “gente apartidária”. Sim, o que estamos vendo nas ruas é um movimento apartidário. Por isso, as bandeiras convocadas pelo PT foram barradas pelos próprios manifestantes ontem. Por isso, o PSTU também foi barrado nos protestos do início da semana. Sim, é direito seu defender um partido, mas a Roberta Zouain acertou na mosca quando disse que:


“É direito erguer bandeira, qualquer que seja, na manifestação? Sim. Também é direito ir com a camisa do Palmeiras na torcida do Corinthians.”

A Cynara Menezes acha que gente apartidária é perigosa. Que gente apartidária não acredita em democracia. Faltou dizer que gente apartidária é o bicho-papão e vai te comer à noite.

Não é. Não somos. Somos, isso sim, uma expressão da democracia, e um grito contra o que não está funcionando no regime democrático.

Perguntei ao Sr. Monte (também conhecido como meu pai) se nas Diretas Já havia todo esse repúdio aos políticos e aos partidos que estamos vendo nos últimos dias (eu tinha 5 anos). Ele disse que não, não havia: “quem protestava naquela época acreditava que, com políticos eleitos, todos os problemas se resolveriam”.

Quase três décadas depois, o que temos? “Político corrupto” é quase um pleonasmo. Encher  as burras de dinheiro público é prática comum. Deputados levam um padrão de vida muito superior ao que o seu salário mensal permitiria. Governantes vão à televisão fazer falsas promessas em que já nem fingimos acreditar. Dizem que não há dinheiro para melhorar a saúde, a educação e os transportes, mas vemos que há dinheiro para estádios bilionários, contas fantasma e maletas recheadas.

E não adianta votar em outro partido. Tivemos alternâncias suficientes em todas as esferas de poder para descobrirmos que não adianta. Mudam os rostos, continuam os desmandos.

Essa descrença toda com os partidos políticos não surgiu da noite para o dia. Não começou semana passada. Nas primeiras vezes em que votei, costumava votar apenas na legenda para os cargos legislativos, porque acreditava que aquele partido fazia um contraponto necessário, uma oposição saudável e produtiva. Faz uns dez anos que descobri que estava enganada. Tem mais ou menos esse tempo que não acredito em partido algum.

Nenhum partido me representa.

Esse é o pensamento de muita, muita gente. De centenas de milhares. De milhões. É essa gente que está saindo às ruas bradando contra todas as bandeiras políticas, contra todos os governantes indistintamente, contra todas as instituições – e, em alguns casos, partindo para o imperdoável vandalismo.

Mas você não vê cartazes contra a democracia no protesto. Você não ouve gritos pedindo uma ditadura. O que você vê é gente pedindo a reforma política, e querendo que o Ministério Público continue tendo o direito de investigar. Gente que quer o reforço das ferramentas democráticas, não o seu fim. Deseja-se uma democracia melhor, mais participativa, mais sólida. Uma democracia que não fique nas mãos de corruptos. Uma democracia na qual tenhamos realmente em quem votar, não simplesmente votemos no “menos pior”.

Gente apartidária não é perigosa. Perigoso é vender a alma a um partido. Perigoso é acreditar cegamente em uma bandeira. Perigoso é perder a capacidade de questionar, de se revoltar, de mudar de ideia, de ir pras ruas.

Os que estão no poder realmente nos acham muito perigosos agora. Depois de décadas de silêncio, vêm a população reagir e simplesmente não conseguem controlar essas multidões. Não conseguem se apropriar dos protestos. Estamos pensando livremente, e isso os amedronta.

Ainda não sei no que tudo isso vai dar – ninguém sabe -, mas estamos vivendo um momento profundamente democrático. Quem não percebe esse simples fato, é cego ou não quer ver.