Por que será que é tão difícil respeitar o próximo? Veja que não me refiro ao respeito pelos amigos ou familiares (embora esse também não ande lá essas coisas), mas àquele que você deveria ter pelas pessoas que vivem no seu prédio, na sua rua, na sua cidade.
Meu condomínio tem uma lista de discussão e ela não costuma ser um ambiente agradável, o que se reflete também na dita “vida real”: vizinhos incapazes de dizer bom-dia quando entram no elevador, vizinha de cima que insiste em andar de salto toc-toc-toc-toc, gente que larga lixo pelas áreas comuns, e por aí vai.
Qual a graça de tornar o cotidiano dos outros um pouco pior?
Qual a graça de jogar na calçada o papel que entupirá o bueiro, de passar de carro com o som tão alto que as janelas das redondezas tremem, de não dar seta, de buzinar quando o trânsito está obviamente parado?
Qual a graça de fingir que está dormindo no assento preferencial do metrô pra não ceder o lugar a quem precisa, ou de ficar na frente da porta atrapalhando entrada e saída mesmo quando há espaço nos corredores?
Qual a graça de tratar mal a caixa do supermercado, de achincalhar o namorado em público, de ficar com o troco que foi passado a mais por engano, de bater em cachorro?
Qual a graça de pautar a vida pelo “digo tudo o que penso, danem-se os outros”?
Qual a graça de invadir o espaço alheio, física ou verbalmente?
Qual a graça de demonstrar indignação com “os rumos do país” e não fazer o mínimo pra se tornar uma pessoa um pouquinho melhor no dia-a-dia?
Atualização: A Simone fez um texto sobre a falta de gentileza que nos cerca, e que começa cedo.
Imagem: Bruno Coutinho, cc.
Então, desde uma conversa minha com a minha psicóloga quando o Robbin Willians morreu eu tenho ficado com essa coisa na cabeça: falta de empatia.
Dizem que os humoristas acabam sendo pessoas depressivas porque tem empatia demais, eles se colocam no lugar do outro e, por conta disso, também acabam sentindo mais as tristezas, problemas, perdas.
Talvez seja impressão minha, mas as pessoas tem tentado se proteger muito e, no processo, perderam a empatia. Afinal, se não querem sofrer nem pelas suas perdas, que dirá pelas dos demais.
Sem empatia, fechados em si mesmos, vão ficando mais egoístas, mesquinhos, grossos. E, infelizmente, tudo isso tem começado cada vez mais cedo – Carol tem umas amigas que me dão medo.
Acho que essa grosseria generalizada, com suas várias possíveis causas, passa mesmo por essa questão da empatia que você colocou, Si. As pessoas, hoje, entram na idade adulta, mas não saem da primeira infância mentalmente. Acham que o mundo gira em torno do umbigo delas. Não penso que seja para se protegerem, mas simplesmente porque não se importam; têm com o próximo o mesmo descaso que uma criança de 3 anos. E acho que o problema começa dentro de casa – vide o exemplo que você deu das amigas da Carol…
Enfim. “O mundo anda tão complicado…”
Olá!
Já nem lembro como vim parar aqui, mas muito provavelmente em algum lugar do tempo o tema “bicicleta” em comum no twitter me fez começar a seguir seu blog.
Seguia pelo Google Reader e agora pelo Feedly.
Deixo poucos comentários, mais pela correria do dia a dia do que por falta de interesse mesmo.
Mas esse foi um dos posts que mais gostei por aqui e resolvi dar as caras.
Principalmente pra recomendar um autor, Alex Castro, talvez até conheça. Caso não conheça deixo um link com os exercícios de empatia propostos por ele.
http://alexcastro.com.br/empatia/
Grande beijo!
Álvaro, obrigada por prestigiar o blog e pela dica de leitura. Volte sempre!