Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Ficha técnica

Harry Potter and the Prisioner of Azkaban. EUA, 2004. Aventura. 136 min. Direção: Alfonso Cuarón. Com Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Gary Oldman e David Thewlis.

Na terceira aventura baseada na obra homônima de J.K. Rowling, o estudante de magia Harry Potter está em perigo, depois que um bruxo, supostamente envolvido com a morte de seus pais, escapa da prisão de Azkaban.

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é um bom filme, bem conduzido e com um visual muito bonito. A adaptação foi bem feita. Ok, muita coisa foi cortada. Mas ninguém falou em transcrição fiel, certo? Seria impossível fazer isso. O essencial do livro está lá, de uma forma cativante, prendendo a atenção do começo ao fim – mais de duas horas de filme, que nem senti passar. Isso é o que importa.

Notinha: para a minha felicidade, não havia nenhuma criança no cinema.

O Outro Lado da Rua

Ficha técnica

Brasil, 2004. Drama. 97 min. Direção: Marcos Bernstein. Com Fernanda Montenegro, Raul Cortez e Laura Cardoso.

Mulher solitária de 65 anos vigia prédios vizinhos de Copacabana com seu binóculo e acredita ter visto um homem aplicar uma injeção letal na mulher. Por conta própria, ela resolve segui-lo e eles acabam se envolvendo.

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

Tinha uma idéia completamente diferente do filme. Pelo trailer, esperava algo como um policial, ou um filme de suspense. No fundo, é quase um filme de amor. Um romance que aproveita para questionar a forma como vemos o mundo. Tudo é realmente como vemos? Extrapolando um pouco: nossos valores são os “melhores”? De quebra, discute a velhice.

A propósito, tenho um certo pânico de envelhecer. Mas, se for pra ficar como a Fernanda Montenegro (capaz, lúcida e bonita aos 75 anos), até que não reclamaria, não.

Os pontos altos  de O Outro Lado da Rua são as grandes interpretações de Fernanda Montenegro e Raul Cortez e os excelentes diálogos. Queria colocar um deles aqui, mas demorei demais para escrever e agora só me lembro de fragmentos.

Diários de Motocicleta

Ficha técnica

The Motorcycle Diaries. Peru/Chile/Inglaterra/Argentina/Brasil, 2004. Drama. 124 min. Direção: Walter Salles. Com Gael García Bernal, Rodrigo de la Serna e Mía Maestro.

O filme acompanha a viagem pela América do Sul do estudante de medicina Ernesto Guevara e do bioquímico Alberto Granado, que, em 1952, cruzaram o continente com uma moto. Do mesmo diretor de Central do Brasil e Abril Despedaçado.

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

Estava com o pé atrás quanto ao filme. Receava deparar-me com uma produção de índole doutrinadora, catequizadora. Felizmente, não é esse o foco principal da história.

A primeira metade de Diários de Motocicleta é plena de momentos cômicos. Impossível não rir diante das situações inusitadas em que se metem os protagonistas, várias delas causadas pela motocicleta, ironicamente batizada de “La Poderosa”. Na segunda metade, o roteiro recebe cores mais carregadas, mais trágicas e comoventes. A realidade de pobreza e abandono da América Latina é destacada. Ernesto Guevara começa a questionar uma série de coisas e leva consigo, nesse questionamento, o espectador.

É interessante comparar o Ernesto do início do filme com o de seu encerramento. O moleque ingênuo, honesto demais e absolutamente crente no mundo cresce muito nos seis meses durante os quais se desenrola a história. Adquire malícia, graças ao seu companheiro de viagem e às situações em que se vê metido. Principalmente, desenvolve um olhar crítico aguçado, que o faz dar novo rumo à sua vida. Essa é a parte da história que poderia ser chamada de “catequética”, porque tem o claro intuito de levar o espectador também à reflexão. Mais do que um discurso sobre política ou regime, no entanto, o que se vê é um questionamento sobre condições sociais e valores humanos, numa busca pelo rompimento de barreiras que não têm nenhuma outra razão de existir, a não ser a meramente “psicológica”.

Ponto alto: a belíssima fotografia (não, não vou comentar sobre o Gael, não o achei isso tudo).

Ponto fraco: poderia durar uns quinze minutos a menos.

Diários de Motocicleta ganhou o Oscar de Melhor Canção Original em 2005, pela lindíssima Al Otro Lado del Río, do uruguaio Jorge Drexler, primeira canção em espanhol a ser indicada ao prêmio (vale a pena procurar a trilha sonora do filme). A produção da festa, no entanto, não permitiu que ele cantasse a música na premiação, conferindo sua interpretação a Antonio Banderas. Drexler não se fez de rogado: ao receber a estatueta, cantou um trecho de sua música e terminou com um “Obrigado”.

Em tempo: não saia antes dos créditos finais, quando são exibidas fotos da viagem.

Anjos da Noite – Underworld

Ficha técnica

Underworld. EUA/Alemanha/Inglaterra/Romênia, 2003. Aventura. 121 min. Direção: Len Wiseman. Com Kate Beckinsale, Scott Speedman e Michael Sheen

No meio de uma guerra entre vampiros e lobisomens, uma bela vampira guerreira tenta descobrir por que os rivais estão atrás de um humano.

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

Adoro histórias de vampiros. Vi Entrevista com o Vampiro no cinema e vejo novamente sempre que o SBT exibe. Li todas as Crônicas Vampirescas, da Anne Rice, exceto a mais recente. Vampire é meu jogo de RPG favorito – na verdade, o único de que realmente gosto. Ainda não li Drácula, mas pretendo cobrir logo essa lacuna. Assim sendo, não poderia deixar de assistir a Underworld (quem inventou o título em português?!).

É um filme para quem gosta do gênero. Os que já jogaram Vampire não podem perder. Vão identificar diversos conceitos do jogo e reconhecer alguns dos clãs.

Se você curte fantasia e não fica o tempo todo dizendo “Nossa, isso é um rematado absurdo!”, também será capaz de apreciar o filme.

A história é, repetindo o que diz um dos personagens lá pelas tantas, a mais antiga de todas: o amor impossível. Um Romeu e Julieta do submundo, onde não há Montéquios e Capuletos, mas vampiros e lobisomens (lycans). É o amor e a incapacidade das “famílias” em aceitar diferenças que conduzem o filme. Em meio a isso, há muita ação, batalhas e pirotecnia, com direito a abundante uso da computação gráfica (nem sempre bem aplicada). Não é uma historinha “água com açúcar” – na verdade, é possível apreciar a ação sem dar crédito ao pano de fundo.

Não espere uma obra prima do cinema, sequer em efeitos especiais. É um entretenimento leve, capaz de empolgar quem gosta do gênero e, penso eu, de entediar quem não gosta.