Dia da Terra

Dia da TerraO Dia da Terra é celebrado em duas datas distintas: 21 de março e 22 de abril.

O dia 21 de março marca o primeiro equinócio do ano, o início da primavera no hemisfério Norte e do outono no hemisfério Sul. Em 1970, a ONU passou a considerá-lo o “Dia da Terra”, um dia para celebrar a vida no planeta. Hoje, a data é mais conhecida como Dia Internacional da Terra.

O dia 22 de abril, cuja primeira comemoração também se deu em 1970, teve a clara intenção de mobilizar a sociedade contra a destruição ambiental. Devido ao forte apoio popular ao movimento de 22 de abril de 1970, com a adesão de mais de 20 milhões de norte-americanos, o dia 22 de abril ganhou projeção e, hoje em dia, é comemorado em mais de 175 países como o Dia da Terra.

O Dia da Terra é um momento de reflexão sobre o que tem sido feito ao meio ambiente e sobre a responsabilidade que cada indivíduo tem de usar racionalmente os recursos naturais. Com a questão do aquecimento global ocupando destaque na pauta mundial, extrapolando os interesses dos ecólogos e ganhando destaque em discussões políticas e econômicas nos quatro cantos do globo, ficou claro que a preservação do meio ambiente não é apenas um discurso de ecochatos, mas uma necessidade urgente, cabendo a cada indivíduo uma quota de responsabilidade.

Ações simples fazem a diferença no contexto atual. A coleta seletiva de lixo e o uso racional da eletricidade e da água são bons exemplos dessas ações individuais.

O que você tem feito para preservar o meio ambiente?

Referências

Campanha da Fraternidade e Ecologia

Todos os anos, na quarta-feira de cinzas, a Igreja Católica lança a Campanha da Fraternidade (CF), que vigora durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa. Acima de qualquer doutrinação, a CF procura despertar a sociedade civil para problemas comuns a todos os seus membros. A proposta é gerar o debate, sensibilizar e buscar soluções para questões que ultrapassam qualquer denominação religiosa.

Freqüentemente, o tema escolhido liga-se a algum grupo social marginalizado. Idosos, deficientes, índios e desempregados, por exemplo, já estiveram no foco da Campanha. Em 2007, fugindo a essa regra, o assunto é a Amazônia.

Não é a primeira vez que a CF aborda uma questão ecológica: em 2004, o tema foi “Fraternidade e Água”, revelando-se a preocupação com a poluição e com a má distribuição dos recursos hídricos. O pioneirismo da Campanha da Fraternidade 2007 está em tratar um tema localizado geograficamente (embora de interesse nacional e mesmo mundial).

A abordagem integra as preocupações ambientais e sociais. De um lado, tem-se o cuidado com os indíos, caboclos e ribeirinhos, com a preservação do seu espaço, dos seus hábitos e dos seus meios de subsistência; de outro, a questão climática – apesar do consenso de que a Amazônia não é o “pulmão do mundo”, sabe-se que um desequilíbrio em seu complexo ecossistema implica na perda de riquezas naturais inestimáveis e as constantes queimadas na região são responsáveis por grande parte das emissões de gás carbônico do Brasil, incrementando o aquecimento global.

Presente se faz, também, a preocupação com o braço da globalização avançando gananciosamente em direção aos recursos amazônicos que, se são patrimônio mundial, são, antes de mais nada, patrimônio do Brasil. Cabe, então, ao povo brasileiro agir para a preservação da Amazônia e para a proteção de seus povos, pressionando as autoridades para que implementem medidas de desenvolvimento sustentável, patrulhamento, combate ao desmatamento e à evasão de recursos naturais e melhoria dos índices de desenvolvimento humano da população amazônica.

Cartaz da Campanha da Fraternidade 2007Dos vários textos lançados todos os anos para a divulgação da Campanha da Fraternidade, tradicionalmente um deles traz os elementos principais que embasam e justificam a escolha do tema: a explicação do cartaz escolhido para ilustrar a CF (foto ao lado). Dada a clareza do texto, transcrevo-o abaixo.

Explicação do Cartaz da CF 2007

“Na parte superior do Cartaz, a terra seca e rachada representa a realidade de algumas partes da Amazônia durante a estiagem e adverte que, sem o devido cuidado, toda a região pode ser destruída.

A abundante presença da água lembra que a Amazônia é uma importante reserva de água doce no planeta, além de transmitir uma sensação de transparência, força e vitalidade.

O elemento principal do Cartaz é a vitória-régia, conhecida pelos índios como “panela de espíritos”. Considerada um dos símbolos da Amazônia, essa planta é forte e tem raízes profundas que tocam o leito do rio; ao mesmo tempo, é sensível, assim como o povo nativo da região, que sobrevive com muita garra, mas precisa do apoio fraterno de toda a sociedade brasileira.

As três flores brancas e amarelas têm extrema relevância no Cartaz, uma vez que representam a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Essas flores lembram que a Amazônia é obra de Deus Criador e Providente entregue aos nossos cuidados.

A criança representa os índios e toda a comunidade da região, suas crenças, sonhos e esperanças. Seu olhar inocente e o sorriso sutil são um convite à superação das dificuldades e à construção de um futuro melhor para a Amazônia.

Ao mostrar o contraste entre a terra seca e a exuberância da água, o Cartaz chama a atenção para a devastação da Amazônia e o descaso com a vida. Representa a esperança de encontrar uma solução para os conflitos da região com base na solidariedade e no respeito às diferenças.”

Referência

Pena de morte

Desde o último dia sete, data do assassinato bárbaro do menino João Hélio, de apenas seis anos de idade, dois assuntos dominam as atenções da opinião pública e são debatidos em todas as rodas: a redução da maioridade penal e a pena de morte.

Quase ninguém discorda da necessidade de se reduzir a maioridade penal, como forma de coibir a impunidade e diante do fato inconstestável de que muito antes dos 18 anos o adolescente já sabe o que é certo e errado e tem discernimento suficiente para escolher entre uma conduta e outra. Afinal, se aos 16 anos o jovem já pode votar e concretizar diversos atos da vida civil, como o casamento, nada mais justo que pague pelos seus crimes como qualquer adulto.

Já a questão da pena de morte é muito, muito mais polêmica. Defensores e críticos da medida defendem apaixonadamente seus argumentos. Nos últimos dias, tenho conversado com diversas pessoas, cada qual com convicções firmes sobre o assunto. Baseando-me nas opiniões predominantes, montei a enquete ao lado: Pena de morte – contra ou a favor?

Vote na enquete e, se desejar, deixe sua opinião nos comentários a este artigo.

Atenção – algumas regras para os comentários

  • Não comente sobre a questão da pena de morte em outros tópicos. Este artigo foi escrito exclusivamente para isso, então use-o.
  • Respeite as opiniões divergentes. Exponha seu ponto de vista sem ofender os demais. A riqueza da humanidade está na sua infinita diversidade em infinitas combinações (tm StarTrek).
  • Seja educado. Comentários que não sejam escritos com o mínimo de civilidade serão sumariamente apagados. Quem decide o que é “mínimo de civilidade” sou eu, obviamente (isso aqui é um blog, não uma democracia anárquica).
  • Não alimente os trolls.

Uma estação desequilibrada e um governo alienado

Esta estação tem sido um prato cheio para os que defendem mudanças urgentes na política e na economia mundiais a fim de evitar os danos causados pelo aquecimento global. Eis alguns dos vários fenômenos registrados:

1. Na Lapônia, terra do Papai Noel, não nevou no Natal de 2006, para decepção dos turistas. Em Londres, a primeira neve da estação só caiu hoje, e mesmo assim em pouca quantidade. Os europeus acumulam prejuízos financeiros com o cancelamento de reservas em hotéis e a diminuição da temporada de esqui.

2. Os nova-iorquinos também não viram neve no último Natal; aliás, a neve só caiu na “Grande Maçã” em 10 de janeiro, timidamente. Foi o término do mais longo período invernal sem neve da história da cidade.

3. O Brasil está na lista: para citar apenas dois exemplos, no Rio de Janeiro choveu nos nove primeiros dias do ano o que costuma chover durante todo o mês de janeiro; na Zona Rural de Ipameri (GO), choveu em dezoito dias 15% a mais do que chove durante o mês inteiro na região.

Bush e o aquecimento globalEnquanto isso, temos um governo federal que, influenciado pela (primeira-)ministra da Casa Civil, vê o meio ambiente como um entrave ao crescimento econômico. O Brasil está na contramão da questão ambiental. A União Européia propôs reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 20% até 2020. A preocupação com o meio ambiente é uma das prioridades no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça – este ano sem a espessa camada de neve que costuma compor a paisagem.

O Brasil, adotando uma postura retrógrada diante das questões que envolvem o meio ambiente, fica isolado, aliena-se das grandes discussões e coloca-se na companhia nada lisonjeira dos Estados Unidos, liderado pelo tacanho George W. Bush. Mesmo ele, porém, pressionado pela comunidade científica internacional e pela opinião pública, começou a mudar seu discurso, ainda que timidamente. E Lula, quando fará o mesmo?