Uma estação desequilibrada e um governo alienado

Esta estação tem sido um prato cheio para os que defendem mudanças urgentes na política e na economia mundiais a fim de evitar os danos causados pelo aquecimento global. Eis alguns dos vários fenômenos registrados:

1. Na Lapônia, terra do Papai Noel, não nevou no Natal de 2006, para decepção dos turistas. Em Londres, a primeira neve da estação só caiu hoje, e mesmo assim em pouca quantidade. Os europeus acumulam prejuízos financeiros com o cancelamento de reservas em hotéis e a diminuição da temporada de esqui.

2. Os nova-iorquinos também não viram neve no último Natal; aliás, a neve só caiu na “Grande Maçã” em 10 de janeiro, timidamente. Foi o término do mais longo período invernal sem neve da história da cidade.

3. O Brasil está na lista: para citar apenas dois exemplos, no Rio de Janeiro choveu nos nove primeiros dias do ano o que costuma chover durante todo o mês de janeiro; na Zona Rural de Ipameri (GO), choveu em dezoito dias 15% a mais do que chove durante o mês inteiro na região.

Bush e o aquecimento globalEnquanto isso, temos um governo federal que, influenciado pela (primeira-)ministra da Casa Civil, vê o meio ambiente como um entrave ao crescimento econômico. O Brasil está na contramão da questão ambiental. A União Européia propôs reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 20% até 2020. A preocupação com o meio ambiente é uma das prioridades no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça – este ano sem a espessa camada de neve que costuma compor a paisagem.

O Brasil, adotando uma postura retrógrada diante das questões que envolvem o meio ambiente, fica isolado, aliena-se das grandes discussões e coloca-se na companhia nada lisonjeira dos Estados Unidos, liderado pelo tacanho George W. Bush. Mesmo ele, porém, pressionado pela comunidade científica internacional e pela opinião pública, começou a mudar seu discurso, ainda que timidamente. E Lula, quando fará o mesmo?

4 comentários on “Uma estação desequilibrada e um governo alienado

  1. Mas a gente não pode esquecer que apenas parte da responsabilidade é dos governantes. A população tem que se mexer, pra ontem. Economizar agua, energia, não ir de carro a todos os lugares (em Curitiba, um dia por ano é proibido dirigir carro no centro, as pessoas tem que ir trabalhar de onibus e isso já é grande coisa pra evitar a poluição). As pessoas estão sentindo as mudanças climáticas mas eu escuto falar disso desde meus 10 anos, na escola, e ninguém faz nada pra evitar a emissão de gases poluentes.
    Falar nisso, no meu blog tem um post sobre isso com links que tratam do tema, de como CADA UM de nós pode colaborar.

  2. Pancada, concordo plenamente contigo: todos têm sua contribuição a dar. Já mudei hábitos para fazer a minha parte. O bônus de algumas dessas mudanças é o seu efeito imediato e positivo nas finanças pessoais. Tenho algumas sugestões a respeito e pretendo colocá-las no blog em breve.

    Agora, os especialistas já fizeram o alerta: a participação dos indivíduos podem retardar o caos ambiental, mas é absolutamente incapaz de evitá-lo. Para não colhermos os amargos frutos do aquecimento global nos próximos vinte anos, é urgente e imprescindível que os governos alterem suas políticas. Só com a colaboração governamental será possível impedir as catástrofes anunciadas para um futuro próximo.

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