O Vampiro-Rei – Volume 2

O Vampiro-Rei - volume 2 - capa.Gosto de livros de fantasia. Mesmo. De verdade. Mas olha, aguentar o volume 2 de O Vampiro-Rei não foi moleza. A experiência de ler O Vampiro-Rei – volume 1 já não tinha sido das melhores. Prossegui para o volume 2 com poucas esperanças e, mesmo assim, consegui me decepcionar.

A coisa toda é fantástica demais até para o meu gosto. No volume 2, não há só vampiros: tem bruxa, supervampiro, dragão e até elementos do folclore brasileiro (não vou dizer quais para não tirar o seu prazer em descobrir; digo… ah, deixa pra lá).

As cenas de batalha são inúmeras, imensas e tediosas. A vontade que dá é de correr os olhos para chegar logo ao desfecho de cada uma e descobrir que “ah tá, eles venceram”.

Somado a tudo isso, a revisão desse volume é tão descuidada quanto a do primeiro. Para completar, há diversas construções que, embora não sejam erradas, denotam falta de cuidado. Frases como “Dessa vez foi a vez” não são bacanas, sabe?

Com esse livro, encerro minha aventura pela obra de André Vianco – já não era sem tempo.

Ficha

  • Título: O Vampiro-Rei – Volume 2
  • Autor: André Vianco
  • Editora: Novo Século
  • Páginas: 502!
  • Cotação: 1 estrela pelo esforço – o dele, não o meu.
  • Encontre O Vampiro-Rei – Volume 2.
Este texto faz parte do Desafio Literário 2011, cujo tema em julho são novos autores. Conheça o Desafio Literário.

Solidão Viciante

A solidão, dizem, é uma tristeza, um desamparo, um pedaço que falta. Em alguns caso, é um vício. Não como o vício em cocaína ou álcool. Está mais para o vício em cigarro. Você sabe que deveria parar, que talvez, quem sabe, no futuro isso pode ser prejudicial. No momento, porém, é tão prazeroso que você não quer parar. Até poderia, conseguiria, mas não quer.

Claro, todos os vícios trazem efeitos colaterais.

Você se torna dependente. Agarra-se àquilo como a uma tábua de salvação. A mera perspectiva de ficar sem o objeto do vício traz angústia. O fumante não precisa estar 24 horas por dia com um cigarro na boca; mas precisa tê-lo por perto, ao alcance da mão. O adicto em solição pode sair com amigos, ter uma turma, festejar, badalar. Só precisa saber-se só.

É necessário que chegue numa casa silenciosa, abra a geladeira sabendo o que há dentro, aviste a cama exatamente como a deixou. É preciso que o chinelo esteja no meio da sala, a roupa do dia anterior espalhada no sofá, o computador desligado, a louça na pia. É absolutamente imprescindível que cada coisa esteja como ele deixou antes de sair.

Mais fundamental ainda é que seu coração esteja como sempre esteve: desocupado. Não vazio, não. Apenas desocupado. Como um apartamento mobiliado, desses que são alugados por temporada mas nunca se tornam um lar.

Eventualmente, algum inquilino deseja prolongar a estada. Outro faz uma proposta de compra. O solitário não aceita. Sabe que dará um jeito de despejar o inquilino, ou cancelará o contrato de compra e venda no último minuto.

Um dos efeitos colaterais do vício em solidão é a eventual melancolia. De tempos em tempos, ela aflora e o solitário quer virar plural. Mas passa logo.

Volta e meia, o solitário é cobrado por quem absolutamente não entende o vício. “Mas você não quer casar? Ter família? Filhos?”. É como perguntar ao fumante: “mas você não quer viver mais?”

O vício é tão bom…

(Escrito no começo de 2008, provavelmente. Tenho o hábito de datar tudo que escrevo, mas passei batido aqui.)

O Vampiro-Rei – Volume 1

O Vampiro-Rei - Volume 1Depois de Os Sete, chegou a vez de O Vampiro-Rei, em dois volumes. Comecei Os Sete receosa mas, como tive uma experiência legal, fui para o primeiro volume de O Vampiro-Rei com boas expectativas. Pena que o livro não correspondeu.

Enquanto Os Sete é uma aventura sem maiores pretensões, O Vampiro-Rei quer ser um épico (que, descobri depois, começa um livro antes, de nome Bento), gênero que não me atrai. Tudo tem início com a Noite Maldita, que libertou terríveis vampiros. Os humanos caíram em um estado de sono profundo e passaram a servir de alimento para as criaturas noturnas. Os que eventualmente acordavam deparavam-se com um mundo devastado, rodeado pelo caos, em que a noite existe apenas para ter temida. Lembrei-me bastante de Eu Sou a Lenda.

Há, contudo, uma esperança: uma profecia narra quatro milagres que aconteceriam quanto os trinta escolhidos – os bentos – acordassem. Liderados por Lucas, os bentos iniciais formam um grupo pequeno, mas quase invencível. Munidos de espadas de prata e com a ajuda de um grupo de despertos sempre crescente, seu plano inicial é destruir os vampiros e retomar o controle das grandes cidades brasileiras.

A história caminha bem em alguns trechos. É interessante descobrir esse novo Brasil pouco a pouco – como em Os Sete, André Vianco guarda sempre alguns mistérios e esse é o grande trunfo do livro. A curiosidade faz o leitor continuar página após página. Por outro lado, há enormes sequências tediosas, batalhas longas demais, passagens que mereceriam poucos parágrafos em vez de páginas inteiras. A leitura torna-se, em boa parte do tempo, cansativa. E, se Os Sete careceu de uma pequena revisão, em O Vampiro-Rei os erros de português/digitação são ainda mais frequentes.

Já comecei a leitura do volume 2 e devo dizer que, embora continue curiosa pelo desfecho – ainda há várias lacunas a serem preenchidas -, o tédio parece estar ainda mais presente nessa segunda parte da história…

Ficha

  • Título: O Vampiro-Rei – Volume 1
  • Autor: André Vianco
  • Editora: Novo Século
  • Páginas: 401
  • Cotação: 2 estrelas
  • Encontre O Vampiro-Rei – Volume 1.
Este texto faz parte do Desafio Literário 2011, cujo tema em julho são novos autores. Conheça o Desafio Literário.

Os Sete

Os Sete - capaSe eu te dissesse a quantidade de livros sobre vampiros que já li ou que aguardam na estante de casa, você se surpreenderia – e todos adquiridos pré-Crepúsculo, que essa coisa de vampiro do bem não me convence.

Entre os da estante, estão três do brasileiro André Vianco: Os Sete, O Vampiro-Rei Vol. 1 e O Vampiro-Rei Vol. 2 (e nesse momento ouço a voz do Bento Carneiro, o “vampiro brasileiro”). Comecei por Os Sete, meio (ok, muito) receosa. E não é que a história é bacana?

Uma grande caixa de prata guarda há quase 500 anos sete cadáveres. Gravada na caixa, uma mensagem de alerta: “Nobres homens de bem, jamais ouseis profanar este túmulo maldito. Aqui estão sepultados demônios viciados no mal e aqui devem permanecer eternamente. Que o Santo Deus e o Santo Papa vos protejam”. Ainda se lêem sete palavras: Lobo, Tempestade, Inverno, Gentil, Espelho, Acordador e Sétimo. Sete nomes. Os Sete.

Claro que a mensagem é ignorada, claro que o túmulo de prata é aberto e aí começa a aventura por terras riograndenses (com uma passagem por São Paulo). Cada cadáver é um vampiro, cada vampiro guarda um poder especial. A partir daí, os amigos que descobriram o “tesouro”, os estudiosos e o Exército Brasileiro juntam forças para derrotar os demônios.

Não faltam cenas insólitas, apropriadas para um livro de fantasia. A mocinha e o herói também estão lá. O mistério é desvendado gradualmente, sempre preservando-se alguma emoção para as páginas seguintes. Perseguição, luta e suspense fecham o pacote desse romance que, se não é sensacional, é bastante honrado, com um bom ritmo e uma escrita fluente (embora merecesse uma pequena revisão). Fiquei curiosa pela continuação, Sétimo, mas só depois de zerar os livros acumulados.

Ficha

  • Título: Os Sete
  • Autor: André Vianco
  • Editora: Novo Século
  • Páginas: 380
  • Cotação: 3 estrelas
  • Encontre Os Sete.
Este texto faz parte do Desafio Literário 2011, cujo tema em julho são novos autores. Conheça o Desafio Literário.