“To be taught, if fortunate”, é minha segunda leitura da Becky Chambers. Nele, a autora guia o leitor pela exploração de quatro planetas muito, muito distantes – 14 anos-luz distantes da Terra. Foi minha quarta leitura para a maratona #JornadaLendoSciFi, da @soterradaporlivros.
Chambers não perde tempo com technobabble e isso é um dos pontos fortes da sua escrita. Em “To be taught”, ela conta o necessário para entendermos em que pé está a exploração espacial e introduz um conceito fascinante: somaforming, um jeito de adequar o corpo do explorador ao planeta que vai visitar, em vez da velha conhecida terraformação.
Não demora para que o leitor se veja imerso em novos planetas, descritos com precisão e ritmo. A tripulação é pequena, apenas quatro membros, e a história é narrada por Ariadne, a líder da expedição. O livro também é pequeno, cerca de 140 páginas, mas há tempo para a construção de relacionamentos, que é o que Chambers faz de melhor.
Amei o primeiro livro que li da autora, “A longa viagem a um pequeno planeta hostil”, e esperava ter amado “To be taught”, mas não foi bem assim. Gostei do livro, não entenda mal, mas pra mim ele tem dois problemas. O primeiro é que, lá pelas tantas, Ariadne toma uma atitude pouco condizente com a personagem e, se Chambers realmente quisesse aquela cena, poderia ter entregado a outro personagem, com ganho para a trama. O segundo é o final. Detestei o final. Mas veja, eu detestei, você pode curtir. Não é objetivamente ruim. Então, sim, recomendo a leitura.
Estrelinhas no caderno: