Gatos Persas e PKD – Atenção!

Texto escrito pela Renata Porto. Ela quer informar sobre PKD (doença dos rins policísticos), distúrbio comum em gatos persas, negligenciado por vendedores e desconhecido por muitos donos. Leia com atenção!

Tobias, vira-lata legítimo.
Tobias, vira-lata legítimo.

Meu primeiro gato foi o Tobias, um SRD (sem raça definida) que encontrei em uma avicultura, dentro de uma gaiola, desesperado, chorando muito. Ao vê-lo foi amor a primeira vista e o levei imediatamente para casa. Após três meses percebi que seria bom para o Tobias ter um amigo, já que ele passava muito tempo sozinho em casa, ele precisava de alguém da mesma espécie para compartilhar seu dia a dia, aprender e brincar.

Certo dia, ao entrar num Pet vi um anúncio: “vendo lindos gatos persas”. Sabendo da docilidade dos persas fui ao local conhecer a ninhada e me encantei com aquele gatinho, reservado, observador e de bigodes cortados!!

Foi assim que comprei meu segundo gato, Batatinha.

O Tobias (SRD), muito ciumento, demorou alguns dias para aceitá-lo.

Mas, o Batatinha nunca reagiu as agressões de disputa de território do Tobias. Acho que se existe anjos, ele é um.

Hoje estou com três gatos e nunca conheci um gato como o Batatinha. Ele é carinhoso ao extremo, amoroso, sensível, delicado, pacífico e doce.

Quando um de seus irmãos adoece, ele fica o tempo todo junto, cuidando, sofrendo, acolhendo. Se fico deprimida ele cuida de mim, com seus carinhos, e seus ronrons. E se choro, ele chora junto com seu miado triste e acolhedor. Ele é muito solidário na dor. E é um gato que retribui tudo, com muito amor.

Batatinha, um anjo em forma de gato.
Batatinha, um anjo em forma de gato.

Com passar dos meses percebi que a companhia do Batatinha era muito boa, realmente, para o Tobias, mas o Tobias sempre foi muito independente e caçador deixando o Batatinha muito tempo só.

Preocupada, dessa vez, com o Batatinha entendi que ele precisava de um amigo da mesma espécie e raça. Um amigo que tivesse o mesmo padrão comportamental, então teria que ser outro persa.

E assim surgiu o Miguel, um persa silver.

O Miguel chegou com muitos problemas de saúde. Fui a muitos veterinários, muitas clínicas e vários hospitais veterinário até entender que os gatos possuem diversas peculiaridades e não devem ser tratados, nunca, como cães de pequeno porte (como é de costume).

Hoje tenho essa pessoa especializada, só em gatos, e se não fosse ela eu não teria mais o Miguel, e também não teria descoberto que o Batatinha é um gato persa PKD positivo, e por isso requer muito cuidado e tratamento. Eu devo a vida de meus gatos à Dra. Vanessa Pimentel (MV, MSc, CRMV-DF 1609).

Quanto ao PKD, que descobrimos precocemente no Batatinha, doença do Rim Policístico ou PKD (do inglês “Polycystic Kidney Disease”), gostaria de alertar todos os donos de gatos persas, ou pessoas que pretendem ter gatos dessa raça para que ao comprá-los exija o teste de PKD, pois a doença dos rins policísticos não tem cura e é letal.

O que percebo, em Brasília, é que muitas pessoas desconhecem a existência de PKD em gatos, o importante é que o comprador de um filhote, sobretudo persa, deve estar também atento a existência de tais exames.

O persa é um gato muito sensível por natureza, mas com alguns cuidados é possível ter um companheiro persa por muitos e muitos anos.

Donos de gatil e pessoas que pensam em reproduzir gatos persas devem se preocupar em testar o plantel para verificar se há ou não gatos PKD positivos. Caso o exame dê positivo é preciso castrá-los.

Todas as raças derivadas ou portadoras de linhagens de sangue do persa, bem como o próprio persa, apresentam maior propensão à doença (prevalência estatística). Filhotes destas raças devem apresentar exames negativos para PKD, que indiquem ausência da mutação.

O PKD acarreta no surgimento de cistos nos rins, causando disfunção renal. Não se trata de doença contagiosa, ou seja, não é transmissível, mas sim hereditária. Os problemas começam com o crescimento dos cistos, que causam disfunção renal, levando, finalmente, à falência renal.

Miguel, o prateado.
Miguel, o caçula.

Por isso é muito importante fazer o controle, o acompanhamento da evolução dos cistos. (Num gato com suspeita de PKD ou PKD +). O diagnóstico pode ser feito de maneira nada agressiva, por meio de ultra-sonografia, ou através de exames de DNA. Aqui na cidade temos bons profissionais, com equipamentos sofisticados de ultra-sonografia.

O cisto do Batatinha foi detectado com 0,2 mm. Hoje, o acompanhamento do U.S. é feito pela Dra. Ceres, que atende no Hospital São Francisco enquanto que o tratamento quem faz é a Dra. Vanessa Pimentel, que é especializada e mestre em medicina felina.

Eu sei que o Batatinha viverá menos que um gato saudável, devido ao diagnóstico de PKD. Mas enquanto viver ele será o gato mais feliz do mundo. Ele é o príncipe da nossa casa.

Alerto às pessoas que ao comprarem um gato investiguem muito o gatil/o criador. Conheçam pessoalmente o local e as condições de higiene, também.

E exijam o teste de PKD negativo. (gatos PKD positivo não devem procriar).

Além disso, é essencial ter um excelente veterinário, sempre. (independente da raça do gato).

Para aqueles que não querem se preocupar com PKD, nada melhor que nossos maravilhosos SRD. Eles são incrivelmente fortes e donos de uma genética maravilhosa. Vira lata é tudo de bom! Gato é tudo de bom! Quem tem sabe!

Se você quiser trocar informações e experiências com a Renata, pode escrever para ela:
correioeletronico.renata [at] gmail.com.

Quarentena para gatos na Inglaterra

Poucas coisas são mais cruéis do que a quarentena a que o Reino Unido submete gatos de estimação que estejam chegando no país com seus donos. Os felinos são obrigados ao isolamento em gatis de qualidade duvidosa por… quarenta dias? Não! Por seis meses!

Cento e oitenta longos dias num ambiente minúsculo, sem o contato diário com seus donos, lutando conta o desconforto e a sensação de abandono. Absurdo, especialmente se você lembrar que exames de laboratório constatariam eventuais doenças e poupariam gatos e humanos de tamanho sofrimento. Se eu tivesse de me mudar e pudesse escolher, optaria por um país que não submetesse minhas gatinhas a tamanha violência.

Só que nem sempre podemos escolher. Nesses casos, o melhor é preparar-se psicológica e financeiramente e cuidar com antecedência de todos os trâmites. Uma enorme ajuda é o blog Gato de Malas. Leia em ordem inversa (da página mais antiga – primeira postagem – até a mais recente) e conheça a experiência de Miss Kitty, Pichu e Ana Amélia.

Miss Kitty fala sobre as exigências legais, os contatos a fazer ainda no Brasil, detalhes do transporte, os gatis que conheceu e os critérios para a decisão de qual hospedaria seus gatinhos. Uma verdadeiro passo-a-passo para tornar essa experiência o menos traumática possível para todos os envolvidos.

Achei o Atum!

[Post escrito pela Mel.]

Eu já tinha ouvido falar que esse treco é gostoso, mas não sabia que era tão bom assim! Noooossa… só com o cheiro eu já fiquei alucinada! E olha que eu estava sem apetite, mal belisquei a ração o dia todo…

Foi assim: mamãe me levou pro hospital (não sei por quê, eu não estava sentindo nada). Fui posta pra dormir, raspada, cortada… acordei sem dor, mas grogue como nunca. Imagina que eu nem conseguia andar direito, trançava as pernas!

Mesmo assim, assim que cheguei em casa, fui logo comer. Estava roxa de fome! E não é que, umas horas depois, pus tudo pra fora? Eca, eca, eca! Eu nunca tinha visto aquilo acontecer, fiquei tão assustada e com tanto nojo! Eu fui pra caixinha fazer cocô (eu achava que a vontade era de cocô, entende?) e saiu toda aquela comida pela minha boca…

Até comi de novo (eu tava com fome, né?), mas fui mais devagar, comi menos…

No dia seguinte, eu nem estava grogue, mas não quis mais saber de comer. Fiquei com medo de passar mal.

Aí, de noite, a mamãe abriu uma latinha desse tal de atum! Uau, que delícia!!!!! Macio, molhadinho… ai, que cheiro bom! Fico com água na boca só de lembrar! Comi tudinho, lambi o prato! Até comi uns grãozinhos de ração que a mamãe jogou por cima e que pegaram o gosto do atum!

Cadê o Atum?
Achei o atum!!

De madrugada, a mamãe pôs mais atum no prato, e um monte de grãos de ração (e tirou essa foto aí ao lado). Eu comi quase tudo ao longo da noite, mas ignorei a ração, hahahaha!

Só que aí… não ganhei mais atum. 🙁

A mamãe falou que não pode me dar isso o tempo todo, que faz mal, que não é saudável… mas é tãããão gostoso! Eu quero mais!

Bom, o jeito foi voltar a comer ração. Tudo bem, eu gosto dela… mas o atum é melhor, é sim!

Ah, outro dia a mamãe tentou fazer uma pasta com o que sobrou na lata e, quando eu vi que ela não ia me dar, enchi tanto a paciência que ela até gritou comigo. Eu nem ligo, sei que ela grita quando eu provoco, mas logo depois fico toda dengosa e ganho carinho…

Use e abuse de produtos da estação!

Dia desses – não faz um mês – comprei uma centrífuga[bb], dessas que fazem suco de tudo com qualquer coisa. Não é aquela da televisão, a tal Juicer Philips Walita, porque o treco é caríssimo – e, pelo que andei lendo, injustificadamente. Comprei uma muito semelhante da NKS, com bocal de alimentação enorme, corta-pingos na saída, 2 anos de garantia e 700 watts de potência. No fim das contas, o que importa mesmo nesses aparelhos é a potência, para que o máximo de suco seja extraído com o mínimo de esforço.

Estou feliz da vida com o bichinho. Sim, ocupa um espaço enorme na pia do meu apartamento minúsculo. Sim, há várias peças pra lavar, mas quase todas são tão fáceis de limpar quanto um copo. A peneira com microtrituradores dá um pouquinho mais de trabalho, mas nada que uma escovinha (tipo as que são usadas pra limpar unhas) não resolva em dois tempos.

Vale a pena fazer um único copo de suco e ter de lavar tudo? Na minha opinião, vale. Estou me alimentando melhor e com uma facilidade incrível. Certo, gasto 10 minutos lavando louça, mas faço um suco gostoso e nutritivo em poucos segundos – uma coisa compensa a outra, não? Especialmente se você pensar que fazer uma salada de frutas ou ralar uma cenoura e uma beterraba para o almoço tomam muito mais tempo.

Bem, mas não comecei este artigo pra falar da minha centrífuga nova…

Como meu consumo de comida saudável aumentou, comecei a pensar: quais são as frutas e legumes da estação? Produtos da estação são mais gostosos, isso é um fato. As frutas são mais suculentas, os legumes são mais adocicados, as folhas são mais saborosas e tudo tem menos agrotóxico. Além de todas essas vantagens, produtos da época costumam ser mais baratos. Essa diferença de preço às vezes nem é tão significativa, mas em alguns casos chega a 200%: tomate, laranja e abacaxi são bons exemplos de frutas que ficam muito mais baratas na estação. Isso pra não falar do morango, que custa os olhos da cara fora do período certo.

Aproveite o melhor da melancia em janeiro e fevereiro!
Aproveite o melhor da melancia em janeiro e fevereiro!

Eu sei, é cômodo e tentador comprar o que dá na veneta, sem levar em conta a época do ano. Nos grandes supermercados você encontra tudo a qualquer época. Não abro mão totalmente dessa comodidade, admito. Não deixo, por exemplo, de comprar tomates. Adoro e como o ano inteiro. Por outro lado, se você sabe que janeiro é tempo de goiaba, que tal lembrar-se delas e levar pra casa um saco enorme? (Nota: goiabas e centrífuga não combinam. Vá por mim.)

Voltando à pergunta: como saber que produtos são típicos de cada mês? Reparar nos preços, na beleza e na quantidade deles ajuda, mas nem sempre (agrotóxicos conseguem esses efeitos, lembre-se). Minha saída foi recorrer a São Google, padroeiros dos curiosos. Não precisei pesquisar muito para encontrar o site do Ceasa de Campinas, que traz uma lista mês a mês dos alimentos próprios e tabelas que facilitam a consulta, sinalizando as melhores épocas para cada verdura, legume e fruta.

Já salvei a lista nos Favoritos do firefox e dou uma olhadinha antes de passar na quitanda (aliás, outra dica: uma boa quitanda cobra mais caro, mas tem alimentos mais gostosos que os supermercados). Assim, vou tendo idéias de combinações pros meus sucos de centrífuga, evito cair na mesmice e não enjôo do brinquedo.

Você não precisa ter uma centrífuga para aproveitar frutas, legumes e verduras da época, ter produtos mais saborosos na sua geladeira, colaborar com a sua saúde, com seu bolso e, de quebra, com o meio ambiente. É uma lista considerável de bons motivos para observar a tabela antes das compras, não?