Buenos Aires – gastronomia

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Adoro turismo gastronômico, mas confesso que não aproveitei Buenos Aires tanto quanto poderia nesse aspecto. Saía para bater perna antes das 10 da manhã, voltava para o hotel exausta às 7 da noite e, geralmente, não tinha ânimo para ir aos restaurantes. Para complicar, vários lugares pedem reserva e eu não queria engessar meu dia.

Teto do Café Tortoni
Café Tortoni.

Vai daí que meu turismo gastronômico ficou centrado nos cafés e padarias, e devo dizer que a capital argentina está muito bem servida neste ponto. As empanadas deles são as nossas coxinhas. Encontrei empanadas assadas em todo canto e empanadas folhadas na confeitaria London City (Avenida de Mayo, 599), deliciosas. Em tempo: sob nenhuma circunstância peça empanadas nos kioskos 24 horas espalhados pela cidade – as chances de se deparar com algo pior que salgado de praia da semana passada são grandes.

Buenos Aires tem um circuito de cafés notáveis, ou cafes notables, que se destacam pela importância cultural ou histórica para a cidade. O London City é um deles. O Café Tortoni (Avenida de Mayo, 825) é o mais famoso do roteiro e está sempre cheio à noite, quando exibe um show de tango. Se não quiser perder a viagem ou esperar na fila, prefira conhecê-lo de manhã. A decoração é belíssima e só por ela já vale visitar.

Outro que está no roteiro é o Richmond (Florida, 468). Nele descobri que o nosso hambúrguer é conhecido por lá como “milanesa” – e eis aí uma excelente opção de almoço, já que é (muito bem) servida no prato.

Sendo fã do filme Evita, foi atrás da Confitería Ideal, em que foi filmada uma das minhas cenas favoritas: a canção “Oh What a Circus”. Achei o lugar, entrei, sentei… tomei uma coca zero e saí correndo. Embora faça parte do circuito de cafes notables e tenha um site com belas fotos, o lugar exala decadência, desleixo e abandono (nem vou dizer o que ele exala em sentido literal).

As padarias são uma ótima alternativa para lanches rápidos. Na Calle Defensa, esperando a Feira de San Telmo pegar fogo, encontrei a La Continental; a La Quintana foi um achado do dia de compras pelos outlets e fica na esquina da Scalabrini Ortiz com a Corrientes, a dois passos da estação Malabia da linha B do metrô.

O atendimento nos cafés e padarias não é, como direi, paulista. Os garçons não estão sempre a postos, não atendem rapidamente e, na verdade, não parecem ter pressa pra nada. Pode ser porque os 10% venham em nota separada e sejam, realmente opcionais (no Brasil, convenhamos, são quase obrigatórios), mas esse descaso acaba caindo bem, já que você pode usar o wi-fi gratuito do estabelecimento (o único lugar em que entrei e não tinha wi-fi foi o Havanna Café) sem pressa e sem sentir qualquer obrigação de consumir.

Não pode faltar uma parada na sorveteria Freddo (se não tiver tempo, peça do hotel que eles entregam). Todos os sabores que provei eram deliciosos, mas o de doce de leite é coisa de outro mundo.

Quanto à alta gastronomia, Buenos Aires concentra em Palermo a maior parte dos seus restaurantes internacionais. A Recoleta também conta com bons representantes e, claro Puerto Madero é visita obrigatória. A região não conta com tantos restaurantes – oito ou nove, talvez -, mas todos têm comida e atendimento de primeira, além de uma linda vista para o rio da Prata. Consegui comer sem fazer reserva no Bahia Madero, mas talvez tenha dado sorte, já que era cedo para os padrões dos argentinos. Às oito da noite, quando cheguei, o restaurante estava quase vazio. Saí depois das dez, e aí a casa já estava bem movimentada.

Os preços das refeições continuam muito favoráveis aos brasileiros (até McDonalds é mais barato por lá). No Bahia Madero, pedi entrada (uns bolinhos que de “inhos” não tinham nada, de espinafre e não me lembro mais o quê), prato principal (massa e molho com filé), sobremesa (crème brûlée), água e vinho por cerca de 75 reais.  Todos os pratos estavam deliciosos e muito (exageradamente) bem servidos.

Com este texto, encerro a viagem por Buenos Aires. A seguir: Montevidéu. 🙂

O Minimalista

Essa dica é pra quem gosta de cozinhar sem prender-se tanto a receitas e medidas. O Minimalista ensina em vídeos de 5 minutos (ou menos) receitas práticas, inovadoras ou simplesmente apetitosas, sem se preocupar muito em passar quantidades ou detalhes. O importante é pegar a ideia geral e adaptá-la ao seu paladar.

Por exemplo, ele dá a chave para um bom molho de salada: gordura, ácido e alguma outra coisa para dar sabor. A partir daí, sua criatividade manda. Também ensina a fazer arroz frito com alho, gengibre e alho poró, mas não espere que ele diga quanto colocar de alho, gengibre ou arroz. Você está vendo, pode ter uma noção. O que vale é aprender a combinar os ingredientes.

Algo mais sofisticado, como confit de laranja? Tem. Modismos como os smoothies (“aquelas coisas pelas quais você paga uma fortuna nas lanchonetes”)? Tem também. São mais de 70 receitas.

“O Minimalista” se chama Mark Bittman e escreve sobre comida para o jornal The New York Times, além de ter um blog. Os vídeos que linkei estão na TV UOL e têm dublagem em português.

Deu vontade de ir para a cozinha e testar algumas coisas novas neste fim-de-semana?

Canelone da Preguiça

Essa é pra quando você está a fim de uma comidinha mais elaborada, mas a preguiça impera. Ou para um jantarzinho a dois facílimo, pra sobrar energia para a “sobremesa”.

Ingredientes

  • 10 unidades de canelone seco, como o da caixa aí ao lado
  • 10 fatias finas de presunto
  • 10 fatias finas de queijo mussarela
  • 340 gramas (uma lata) de molho pronto para usar

Você também precisará de

Preparo

Canelone da Preguiça.
Fácil, rápido e gostoso.

Preaqueça o forno por 10 minutos.

Enquanto isso, pegue uma fatia de presunto, coloque sobre uma fatia de mussarela e enrole bem apertado. Ponha o rolinho dentro de um canelone seco e deposite-o sobre a travessa que irá ao forno.

Repita a operação até encher todo os canelones.

Jogue o molho por cima.

Cubra com papel-alumínio e leve ao forno baixo por 30 minutos.

Pronto. Polvilhe queijo ralado e sirva com vinho, se desejar.

Dicas e Complementos

Os rolinhos de recheio têm que ser bem apertados ou não entrarão no canelone.

Você pode usar presunto magro ou gordo e até substitui-lo por blanquet de peru ou coisa semelhante. Fica ao gosto do freguês.

O queijo mussarela costuma ser vendido em fatias mais finas, mas nada impede que você o substitua por provolone, se encontrá-lo finamente fatiado.

Você pode preparar os canelones de manhã e, à noite, adicionar o molho e levar a travessa ao forno. Fica mais rápido ainda.

Use o molho de sua preferência; se desejar, faça seu próprio molho. A ideia, aqui, é uma refeição facílima, mas você pode incrementá-la como desejar.

Outra forma de incrementar (tendo mais trabalho) é rechear os canelones com ricota temperada.

  • Tempo de preparo: 40 minutos (por causa do tempo de forno)
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 2 porções

Molho de Mostarda para Carnes

Receita facinha para dar um tchan no filé.

Ingredientes

Molho de Mostarda para Carnes
Ingredientes.
  • 150 ml. de leite
  • 150 ml. de creme de leite (pode usar o desnatado)
  • 4 colheres (sopa) de mostarda dijon (aquela de boa qualidade, em vidro, mais cara – mas vale quanto custa)
  • pimenta-do-reino (se for moída na hora, melhor ainda)
  • sal

Você também precisará de

  • panela pequena
  • molheira

Preparo

Molho de Mostarda para Carnes
Com filé mignon.

Na panela, leve o leite e a mostarda ao fogo baixo, mexendo até dissolver a mostarda. Aproveite para acrescentar uma pitada de sal e o quanto desejar (dentro dos limites do bom senso) de pimenta-do-reino.

Assim que começar a ferver (as bolinhas começam a aparecer junto às paredes da panela, mas o centro ainda não está fervendo), adicione o creme de leite e misture bem. Prove o molho: se quiser adicionar sal ou pimenta, a hora é agora, mas retire a penela da chama, tempere, mexa, prove e volte ao fogo.

O molho não deve ferver para não talhar o creme de leite.

Despeje-o numa molheira e sirva como acompanhamento de carnes.

Dicas e Complementos

Fiz o molho originalmente para filé mignon, mas também fica gostoso com frango e imagino que vá bem com peixes de sabor acentuado, como o salmão. Na verdade, até como molho de macarrão eu já usei.

  • Tempo de preparo: 15 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: 6 porções