Má Educação

Ficha técnica

La Mala Educación. Espanha, 2004. Drama. 105 min. Direção: Pedro Almodóvar. Com Gael García Bernal, Javier Cámara, Féle Martinez e Daniel Giménez Cacho.

O filme narra o reencontro de dois amigos que compartilharam o medo dos abusos sexuais de um padre numa escola católica.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

4 estrelas

Preciso fazer uma confissão. É uma coisa muito feia. É que… bem… sabe como é… este foi o primeiro filme do Almodóvar que vi. É isso. Feio, não? Especialmente para alguém que se diz cinéfila. Enfim… nunca é tarde pra começar, não é mesmo?

O que amigos meus andaram dizendo é que Má Educação é um dos melhores filmes dele. O que digo é que o filme é, realmente, muito bom. Cenários simples, movimentação de câmeras comum. Como meu pai comentou, a Globo faz filmes mais vistosos. Toda a ênfase de Má Educação foi posta na interpretação dos atores (excelente) e no roteiro fantástico, psicologicamente denso e com algumas reviravoltas surpreendentes.

O filme até proporciona um ou outro momento leve, mas vá preparado para assistir a uma história carregada, tensa e dramática, que é o que você terá na maior parte do tempo. Almodóvar não economiza em cenas fortes, capazes de chocar os puritanos. Elas não estão lá, entretanto, por mero capricho, mas como parte integrante e fundamental do enredo.

Ainda não foi ver? Vá hoje mesmo. Eu, assim que tiver um tempo livre, vou até a locadora mais próxima (bolas, não tem nenhuma aqui perto…) pegar outros filmes do Almodóvar e tirar o atraso.

O Exorcista – O Início

Ficha técnica

Exorcist: The Beginning. EUA, 2004. Terror. 114 min. Direção: Renny Harlin. Com Stellan Skarsgard, James D’Arcy e Nick Komornicki.

O longa mostra o primeiro contato do padre Merrin (interpretado por Max von Sydow em 1973) com o demônio.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

4 estrelas

Se você curte levar sustos homéricos e ver cenas repulsivas, assista a O Exorcista – O Início. Não é tão impactante quanto o primeiro, mas é muito bom no que se propõe. Utiliza alguns recursos presentes em O Exorcista – Versão do Diretor, como efeitos sonoros abundantes e vindos de todos os lados. Além disso, usa e abusa da computação gráfica – inverossímil em alguns momentos, diga-se de passagem, mas não a ponto de prejudicar o conjunto.

Vale a pena, para passar medo.

Notinhas

Assisti ao filme com alguns amigos. O pobre que ficou ao meu lado, coitado, quase teve o braço esmagado, de tanto que o apertei, a cada susto que levava. Lá pelas tantas, numa cena bastante tensa, senti algo vibrando bem no meu cotovelo. Quase arranquei o braço do meu amigo, dei um pulo de dois metros de altura e um berro considerável, imaginando que algum monstro tinha saltado da tela em direção ao meu braço. E era só o celular do meu amigo vibrando…

Sempre que assisto a esse tipo de filme, passo a sessão inteira questionando a minha sanidade mental, por ter gastado meu rico dinheirinho para sentir medo. Toda vez, juro que será a última. Pena que nunca consigo manter a promessa…

Os Esquecidos

Ficha técnica

The Forgotten. EUA, 2004. Suspense. 91 min. Direção: Joseph Ruben. Com Julianne Moore, Gary Sinise e Anthony Edwards.

Mulher tenta superar morte do filho, mas seu psiquiatra diz que a criança é fruto de sua imaginação e nunca existiu.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

Uma estrela

Quer uma sugestão? Esqueça Os Esquecidos. Desculpe o trocadilho infame, mas é isso mesmo. A idéia é até boa, só que se perde em meio a um roteiro fraco. O elenco não colabora. No fim das contas, tem-se um arremedo de Arquivo X que peca previsibilidade e por algumas incoerências grosseiras (um exemplo: como a detetive foi convencida tão rapidamente? Uma ligação de uma desconhecida, e pronto! Oras…).

Pontos positivos: três bons sustos e a pouca duração do filme – apenas uma hora e meia.

Eu, Robô

Ficha técnica

I, Robot. EUA, 2004. Ficção Científica. 115 min. Direção: Alex Proyas. Com Will Smith, Bridget Moynahan, Alan Tudyk e James Cromwell.

Em 2035, detetive investiga o assassinato de um cientista em que o principal suspeito é um robô. Inspirado em contos de Isaac Asimov.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

4 estrelas

Adoro ficção científica, gosto muito do Asimov e sou fã do Will Smith. Logicamente, na minha visão parcial, só posso considerar esse filme ótimo, bem além das duas estrelas dadas pela Folha.

O roteiro de Eu, Robô não guarda semelhanças com a história homônima de Asimov. O único ponto de contato são as três leis da robótica – aliás, um dos melhores conceitos já criados pela ficção científica, usado e abusado por diversos autores e roteiristas de cinema. Ah, você não as conhece? São as seguintes:

  1. Um robô não pode fazer mal a um ser humano ou, por inação, permitir que algum mal lhe aconteça.
  2. Um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a primeira lei.
  3. Um robô deve proteger a sua integridade física, exceto quando isto contrarie as duas primeiras leis.

O sistema, criado para dar segurança a uma humanidade cada vez mais envolvida com os robôs, mostra-se falho e incompleto no filme, introduzindo-se a discussão de que nada pode superar o livre arbítrio humano. O plano filosófico, disputa espaço com diversas cenas de ação, efeitos especiais de primeira qualidade e um Audi que encantou até a mim, que não sou aficcionada por carros.

As boas interpretações e uma trama que reserva surpresas até o desfecho completam o conjunto, fazendo de Eu, Robô um filme que vale a pena ser visto, ainda que a ficção científica não seja seu gênero preferido.

Notinhas

Continuo querendo ter um gato. Nem precisa ser o Gato de Botas do Shrek. Pode ser aquele de Eu, Robô, mesmo.

O filme guarda alguma semelhança com Inteligência Artificial, só que consegue manter-se interessante e coerente até a última cena – o que é mais que se pode dizer de A. I..

Alguém me explica por que as salas de cinema costumam lembrar frigoríficos? Passei boa parte da sessão tentando convencer-me de que frio é psicológico.