Benjamim

Ficha técnica

Brasil, 2004. Drama. 100 min. Direção: Monique Gardenberg. Com Paulo José, Cleo Pires e Dalton Mello.

Homem encontra uma jovem que o faz lembrar de um romance turbulento, vivido na época da ditadura. Baseado em livro homônimo de Chico Buarque. Da mesma diretora de Jenipapo.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

3 estrelas

Fui ver o filme motivada pela atuação da Cleo Pires, que foi premiada no exterior pelo trabalho em Benjamim. Realmente, ela está ótima. É um papel difícil, denso. Ela se saiu muito bem. A atuação do Paulo José é outro ponto forte.

A história não agradou muita gente. Benjamim não segue uma linearidade temporal e, por vezes, fica confuso. Este é o estilo de escrita do Chico Buarque. Quem já leu algum dos livros dele sabe que, de vez em quando, perde-se o fio da meada, para reencontrá-lo páginas à frente. Isso exige do leitor uma atenção constante, atenção que tem de ser ainda maior no cinema, já que não se pode simplesmente voltar a fita e rever o que ficou nebuloso.

Nunca tinha visto um filme dessa diretora. Ela fez um bom trabalho, retratando as idas e vindas da história e reunindo um elenco de primeira.

Um bom entretenimento, um filme bem construído, um desfecho marcante.

Revelações

Ficha técnica

The Human Stain. EUA/ Alemanha/França, 2003. Drama. 106 min. Direção: Robert Benton. Com Anthony Hopkins, Nicole Kidman e Ed Harris.

Baseado em livro de Philip Roth, descreve os problemas de um professor universitário que tenta evitar que um segredo venha à tona.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

3 estrelas

Revelações até que não é ruim. Hopkins e Nicole Kidman estão excelentes em seus papéis. O enredo, contudo, não conseguiu me cativar. Para piorar, não “comprei” a moral da história.

Teoricamente, o protagonista (Hopkins) foi injustamente acusado de racismo e essa injustiça custou seu emprego e a vida de sua esposa. Só que, por tudo que o filme conta, fiquei com a impressão de que a acusação não foi tão injusta assim… talvez, injusto o momento em que foi acusado, mas não a acusação em si. Afinal, ao longo de toda a vida o protagonista buscou esconder suas origens. Renegou sua ascendência negra, escondeu sua família. Magoou profundamente sua mãe. Tudo porque tinha vergonha e, ao mesmo tempo, medo da reação das outras pessoas ao saberem que vinha de uma família negra. Isso não é uma espécie de racismo? Um preconceito, uma discriminação contra si próprio e contra os seus?

Não consegui, enfim, ver o protagonista como um sujeito bonzinho.

Simplesmente Amor

Ficha técnica

Love Actually. Inglaterra, 2003. Comédia Romântica. 135 min. Direção: Richard Curtis. Com: Hugh Grant, Colin Firth, Emma Thompson, Rodrigo Santoro e Laura Linney.

O filme acompanha a história de vários personagens envolvidos em questões amorosas, desde uma empregada portuguesa até o primeiro-ministro britânico, às vésperas do Natal. Estréia na direção do roteirista de Quatro Casamentos e um Funeral (1994).

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

Certo, é um filme bobo, não nego. Daqueles que, daqui a três ou quatro anos, irá parar na Sessão da Tarde ou, na melhor das hipóteses, na Sessão de Sábado. Só que é um filme bobo delicioso!

É “água com açúcar” na medida certa. Todo mundo que já se apaixonou ao menos uma vez na vida vai se identificar com alguma cena, com alguma história: o primeiro amor, a fase da conquista, as tentativas frustradas, a traição, o recomeço.

O enredo é construído a partir de várias histórias paralelas, o que dá agilidade às mais de duas horas de projeção. Gosto desse tipo de filme, formado por vários esquetes. O elenco é excelente, contando com grandes nomes e outros não tão conhecidos, mas que desenvolvem muito bem seus papéis. O Rodrigo Santoro arrancou suspiros extasiados da platéia na sua primeira aparição e em algumas nutras cenas muito, muito bonitas, eu diria. Inegavelmente, está um gato!

Se você está amando, não deixe de ver o filme. Se está feliz sozinha, como eu, também assista-o pois, além da “água com açúcar”, Simplesmente Amor traz situações inesperadas, provocando bons momentos de risos. Ótima opção para as férias.

Matrix Revolutions

Ficha técnica

The Matrix Revolutions. EUA, 2003. Ficção Científica. 129 min. Direção: Andy e Larry Wachowski. Com Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Laurence Fishburne e Hugo Weaving.

A última parte da trilogia continua no momento em que parou Matrix Reloaded, quando as sentinelas tinham conseguido invadir Sião, a única cidade dominada pelos humanos.

Mais informações: Adoro Cinema.

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3 estrelas

Tudo que envolve muita expectativa também envolve um grande risco de decepção. Assim foi com Matrix Revolutions. A trilogia, que começou brilhantemente e teve uma boa continuação, terminou de modo frustrante.

Não digo que joguei dinheiro fora, ou que o filme não presta. Presta, sim. Recomendo. Assista, como uma boa forma de lazer. Só não espere grandes questões filosóficas, muito menos a resposta para todas as que foram levantadas nas duas primeiras partes. Não há respostas. É justamente nesse aspecto que o filme decepciona.

Os efeitos especiais são fantásticos. O filme é recheado de ação. Não entedia, não dá sono. Mantém a atenção do público.

O problema é a falta de argumentação, de explicações convincentes ou, simplesmente, de explicações, ponto. Quando Matrix Revolutions termina, você se pergunta: “Já acabou? Era só isso?”. Primeiro, pensei que não tinha entendido nada. Depois, percebi que não havia mesmo nada para entender. Então, senti-me lograda.

A conclusão a que se chega é que 90% de toda a filosofia que foi vista em Matrix estava apenas na cabeça dos fãs. Os irmãos Wachowski não tinham tantas intenções quanto procurávamos ver nos filmes. Não eram tão profundos. Não estavam deixando pistas. Simplesmente, criaram uma trama interessante e fizeram um excelente filme de ação. Isso é meritório, mas pára por aí. Debater as grandes questões da humanidade não estava nos planos dos Wachowski. Nós, os fãs, é que pensamos que estava.

Acontece. É comum uma manifestação artística ou cultural tomar dimensões maiores do que as desejadas ou esperadas pelos próprios criadores. Sou fã de Star Trek e, às vezes, surpreendia-me com a quantidade de significados que os trekkers conseguiam tirar de uma simples frase. Em outras ocasiões, eu mesma pegava-me divagando profundamente sobre alguma passagem que, provavelmente, foi escrita sem maiores pretensões.

Após Matrix Reloaded, circularam inúmeros textos filosóficos sobre a trilogia, com as mais diversas e ricas interpretações. Tudo coisa da cabeça dos admiradores da série. Apenas isso. E sobre os diversos finais? Li alguns infinitamente mais interessantes do que o final de Revolutions. Parece que faltou imaginação aos Wachowski. Faltou saber como acabar a história. Daí, fizeram qualquer coisa.

A Folha de São Paulo deu uma estrela. Eu daria três. Repito: o filme vale a pena. Não me arrependo de ter visto no cinema e certamente vou revê-lo na TV, futuramente. É um excelente filme de ação. Não espere mais que isso, e gostará bastante.