Viver com Menos

Em agosto (eu sei, faz tempo), saiu uma matéria muito bacana sobre minimalismo na Revista Planeta. Semanas depois, o texto foi pro site da revista e muito, muito tempo depois, cá estou comentando sobre ele. Fui entrevistada e fiquei muito contente ao ver que a Marina, do blog Um Ano Sem Compras, também foi – afinal, a Marina foi minha grande inspiradora nessa jornada que começou há mais de dois anos, e até hoje ela escreve ótimas reflexões sobre o tema.

Curiosidade: a segunda foto no site (na revista, é a primeira) saiu com o nome da Marina, mas sou eu. 😉

A Larissa Veloso, que tem um blog sobre sustentabilidade, assinou a reportagem (e só meses depois da entrevista descobri que há tempos o blog dela está entre meus feeds).

Nesse frenesi consumista de fim de ano, vale a pena parar por uns minutos, ler a matéria e rever os próprios padrões de consumo. Quem sabe 2014 seja o momento certo para começar o seu caminho minimalista?

Vai lá: Viver com Menos.

Falta menos de um mês para o terror, digo, para o NaNoWriMo.

Eu gosto de projetos. Já deu pra perceber, né? Gosto de listas, desafios, prazos. Mas olha, dessa vez não estou tão confiante em conseguir completar a próxima missão que me coloquei.

NaNoWriMoÉ que, depois de dois anos ensaiando, resolvi participar do NaNoWriMo, ou National Novel Writing Month. Trata-se de uma maluquice inventada por um grupo de uns vinte doidos há 14 anos e que hoje conta com centenas de milhares de participantes ao redor do mundo. Em resumo, é o seguinte: novembro é o mês de escrever um romance (“novel) de pelo menos 50.000 palavras. Ou seja, quase 1.700 palavras por dia.

Todo mundo que já tentou escrever sabe que esse número é insano, mas essa é mesmo a ideia da coisa. Com uma meta tão ambiciosa, você se força a desligar o censor interno. Não pode editar enquanto escreve. Não tem tempo pra buscar a frase ideal. Por não se render ao perfeccionismo, as chances de conseguir concluir o romance são maiores.

“Ah, mas e a qualidade?”. Ela não é o foco do NaNo. O foco é escrever como se não houvesse amanhã, e chegar em dezembro com o primeiro rascunho do seu romance. Já dizia Hemingway: “o primeiro rascunho de qualquer coisa é uma merda”. Sempre. Mas é a peça mais importante para, enfim, produzir algo que valha a pena. Sem o primeiro rascunho de merda, você nunca terá um bom livro.

As regras para participar do NaNo são poucas. Em resumo:

  1. Você deve começar a escrever a história do zero em primeiro de novembro (mas pode fazer um planejamento antes).
  2. O texto deve ser um romance, ou seja, uma prosa ficcional.
  3. Para ser considerado vencedor, precisa copiar e colar o romance no contador de palavras do NaNo até 30 de novembro, e conseguir validar 50.000 palavras (para isso, você precisa se cadastrar no site).
  4. Ninguém vai ler seu texto. Você não precisa ficar com vergonha.
  5. Você pode escrever em qualquer idioma (mas o site do NaNo é todo em inglês, com exceção dos foruns regionais – o Brasil está lá).

No site do NaNo você encontra as respostas a todas as suas dúvidas e toda a história e os números do desafio. No blog Nem Um Pouco Épico há alguns textos sobre o NaNo, inclusive um FAQ bem-humorado. Existe também um twitter oficial e uma comunidade de brasileiros participantes no facebook.

Então, vai encarar? Quanto mais gente entrar no surto na brincadeira, mais divertida a coisa fica!

Sobremesa Facílima com Morangos

Em Brasília, o fim de agosto marca o auge da temporada de morangos. Bandejas baratinhas recheadas de morangos doces são encontradas em vários pontos da cidade. Que tal aproveitar para fazer uma sobremesa super simples e fechar com sofisticação e leveza um bom jantar?

Ingredientes

  • 20 morangos (uma bandeja)
  • 2 colheres (sobremesa) de açúcar
  • uma caixinha de creme de leite

Preparo

Lave os morangos. Remova o talo e fatie as frutas. Distribua as fatias por duas tigelinhas e polvilhe uma colher de açúcar sobre cada uma.

Sobremesa Facílima com Morangos
Esse é todo o trabalho que você terá.

Cubra-as com filme plástico e leve à geladeira por cerca de 12 horas, ou até que o açúcar seja absorvido e os morangos liberem um pouco de água, formando uma espécie de calda.

Sobremesa Facílima com Morangos
Vê a calda?

Na hora de servir, basta adicionar uma colherada generosa de creme de leite.

Sobremesa Facílima com Morangos
Simples e deliciosa!

Dicas e Complementos

Tampar bem as vasilhas é essencial para que os morangos não ressequem na geladeira.

Você pode usar uma grande tigela para preparar toda a receita (o que é mais prático se não pretende fazer apenas duas porções). Nesse caso, misture suavemente o açúcar às fatias de morango, para ter certeza de distribuí-lo igualmente.

Esses morangos também rendem uma ótima cobertura para sorvete e ficam deliciosos batidos com iogurte natural.

Recomendo o creme de leite de caixa por ser mais firme.

Uma colherada de brigadeiro mole quente substitui muito bem o creme de leite se você é chocólatra.

Uso açúcar de baunilha quando faço a receita. Dá um toque especial.

Cobertos, os morangos açucarados (sem o creme de leite!) duram alguns dias na geladeira.

  • Tempo de preparo: 10 minutos
  • Grau de dificuldade: fácil
  • Rendimento: duas porções

Qual é a experiência que importa?

Cena 1: seu namorado passa na sua casa, de carro. Vocês vão sair pra jantar. No trajeto até o restaurante (digamos, uns quinze minutos), ele mal olha para você. As atenções do moço estão todas voltadas para a ligação no celular (bem, você espera que tenha sobrado um pouquinho de atenção para o trânsito). Enquanto isso, você vai contando os postes da rua para se distrair.

Cena 2: você e sua amiga marcam um almoço para colocar o papo em dia. Vocês mal fazem o pedido e sua amiga recebe uma mensagem. Ela responde e, finalmente, você começa a contar as novidades. Um minuto e meio depois, o celular da amiga toca novamente. Ela lê a mensagem, e responde. Vira para você e diz “pode continuar”. Ah, que bom que você pode continuar. Você tenta e… o celular da amiga toca de novo. Outra mensagem, que ela responde. O papo – com o celular – deve estar bem interessante. Você desiste de entabular qualquer conversa. Melhor não atrapalhar.

Cena 3: você e dois amigos resolvem se encontrar para um happy hour. Eles sabem que você sai mais tarde do trabalho e vai se atrasar uns vinte minutos. Quando você chega, um dos amigos está com cara de bunda, enquanto o outro está pendurado num tablet. Há vinte minutos. Ignorando solenemente o amigo que está na frente dele. E nem vê que você chegou, claro.

Cena 4: você resolveu almoçar sozinha num dos seus restaurantes favoritos. Na mesa ao lado, estão quatro pessoas, provavelmente quatro amigos (você supõe, ao menos, que não sejam inimigos). Um está teclando furiosamente (provavelmente postando fotos no instagram), outro está aos berros numa ligação e os outros dois são os únicos realmente tentando interagir – mas não conseguem manter o fio da meada por causa do companheiro gritando ao celular. Aliás, ninguém no restaurante consegue.

Se você nunca passou por uma dessas situações (ou por alguma outra bem parecida), você é um sortudo. Ou um privilegiado, porque todos os seus amigos e conhecidos sabem se comportar. Hum… mais provavelmente, é você o amigo desagradável.

Veja, eu entendo essa conectividade permanente e, confesso, sou fã número 1 dela. Tenho computador, tablet, smartphone (que até faz ligações, embora eu deteste usar esse recurso), pacote de dados, wifi. São poucos os momentos em que não há uma tela conectada no meu nariz. Isso, bem entendido, quando estou sozinha. Quando almoço sozinha, o twitter é uma companhia agradável. Em casa, vendo televisão, uma das telinhas também está constantemente em uso.

Quando, porém, saio com outras pessoas, as telas somem. Só deixo o celular em cima da mesa se estiver esperando uma ligação, quase sempre de algum amigo que ainda não chegou. Nem olho eventuais mensagens que cheguem e, se tiver mesmo que atender o telefone, peço desculpas e procuro resolver em menos de um minuto. De preferência, nem atendo – sempre posso retornar a chamada mais tarde. E, certamente, não serei eu a fazer uma ligação e alienar as pessoas que estão comigo.

Amo meu celular, a internet, a possibilidade de estar sempre conectada e a chance de conversar com novos e velhos amigos a qualquer momento. Só que, por princípio, a pessoa que está na minha frente é sempre mais importante que qualquer outra. Eu não saí contigo para que você tenha que contar as mesas do restaurante pra se distrair, nem tenha que recorrer ao seu próprio celular se quiser algum tipo de interação social. Eu saí com você para estar com você. As outras pessoas, por mais interessantes ou legais que sejam, não estão comigo. Não sou médica ou veterinária, portanto não posso salvar a vida delas ou dos eventuais bichinhos de estimação (sim, dou salvo-conduto aos profissionais de saúde, e só a eles). Qualquer assunto que brote no meu celular pode esperar.

Deixar você plantado ouvindo o vento enquanto eu me ocupo de outras coisas é sinal de absoluto desrespeito. É descaso profundo. É como se eu dissesse “eu sou importante demais para focar meus olhos e ouvidos em você, tenho mais o que fazer – e estou aqui, fisicamente, por uma deferência à sua pessoa, mas meu espírito e minha atenção estão em outro lugar; contente-se com isso”.

Aí, você pode me dizer: “ah, mas isso é o progresso, nós estamos sempre conectados, conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo e, olha só, eu posso perfeitamente estar batendo papo no twitter ou me pendurar num telefonema e te dar atenção ao mesmo tempo”.

Não, cara-pálida. A conectividade, a modernidade, a contemporaneidade, o raioqueopartadade não são desculpas para a sua falta de consideração.

Entenda: a pessoa que está na sua frente abriu mão de algo para estar ali. Ela podia estar fazendo qualquer outra coisa. Ela podia, inclusive, estar fazendo nada. Pelo simples fato de estar ali, ela merece que você também esteja, e não só de corpo presente.

Se você não é capaz de entender isso, lamento muito pelas pessoas com quem se relaciona – se é que sobrou alguma.

(Texto inspirado por essa crítica. Há algo
errado quando o que importa é a experiência de
um produto, não quem está na sua frente.)