Instinto

Nicoline, psicoterapeuta experiente, deve tratar e avaliar Idris, um perigoso criminoso sexual. Os colegas de Nicoline acreditam que Idris já não representa perigo e pode ser reintegrado à sociedade. Ela discorda. Apesar de reconhecer o perigo em seu paciente e de toda a sua experiência profissional, vê-se enredada por Idris.

É um filme incômodo. Nicoline carrega algum trauma e tem claros problemas de intimidade. Há momentos em que o espectador chega a pensar se Idris não estaria, realmente, recuperado, e se a rigidez de Nicoline não partiria de suas próprias experiências anteriores, numa avaliação parcial do criminoso.

O desfecho me levou a questionar todo o arco dramático e terminei com a impressão de que Nicoline é tão capaz e forte quanto parece ser na cena inicial.

O elenco é famoso: Idris é interpretado por Marwan Kenzari (o Jafar de Aladdin) e Carice van Houten (a Melisandre de Game of Thrones) faz Nicoline.

Divulgação: @a2filmesoficial

Estrelinhas no caderno: 4 estrelas

Farol Santander

Dica de passeio em São Paulo: exposições no Farol Santander.

Estava com muita vontade de ver a exposição “Lendo a Cidade” e consegui me organizar pra visitá-la ontem. Não decepciona: curiosidades sobre letras e tipos, murais lindos, fotos e mais fotos (no andar debaixo) e um vídeo interessantíssimo sobre a história da tipografia.
Não sabia da exposição de máscaras e acabei me surpreendendo: máscaras de todas as épocas, credos, países e temas. Achei riquíssima. E esse bate-bola, gente? Eu morria de medo deles, tive altos pesadelos e saía correndo quando os ouvia chegar.

Senti falta do antigo mirante e de um folheto com explicações, mesmo que mínimas, sobre as exposições, pra organizar a visita. O pessoal da recepção não dá informação alguma, quem ajuda mesmo são as ascensoristas.

O sistema de vendas por internet com horário marcado é confortável e o preço é camarada, 25 realezas.

Branca como a Neve

Filme: Branca como a Neve.

Claire desperta ciúmes em sua madrasta, Maud, a ponto de fazê-la querer dar fim na enteada. Ela foge e começa a desabrochar ao encontrar sete homens, cada um especial à sua maneira.

A produção francesa brinca com o conto de fadas mais conhecido, ora adaptando-o, ora subvertendo-o. As referências estão lá: a maçã, os animais da floresta, os sete anões e outras brincadeiras, como a Brasserie Chapeau Rouge. Encontrar semelhanças e diferenças entre o filme e o conto é um jogo divertido.

A protagonista está excelente. O padre e o músico – dois dos “anões” – são cativantes. A edição poderia ser mais ágil.

Em cartaz a partir da próxima quinta-feira.

Estrelinhas no caderno: 3 estrelas

Quando Tudo Estiver Pronto

Dica de teatro em São Paulo: “Quando tudo estiver pronto”.

Não acredito que quase deixei passar esse post. “Quando tudo estiver pronto” é uma das melhores peças que vi nos últimos anos.

A história começa no fim do Shivá, o período de sete dias de luto que sucede o enterro na tradição judaica. Marido, filho, sogros e cunhada estão tentando voltar à rotina após a morte repentina de Estela, a responsável pela harmonia familiar. E então…

Não vou contar o que acontece, mas já aviso que todas as resenhas da peça contam. Pesquise por sua conta e risco. Eu não sabia o que esperar e adorei não ter sabido.

O texto é um drama com boas pitadas de comédia. Os temas são universais: morte, luto, família. Os atores estão excelentes.

Em cartaz no Teatro Folha (Shopping Pátio Higienópolis) até 15 de setembro. Corre!

Estrelinhas no caderno: 5 estrelas