Seinfeld

Este artigo é a sétima parte da tag As 10 Melhores Séries de Todos os Tempos.

Kramer, George, Elaine e Jerry Seinfeld.Uma série sobre… nada. É assim que Seinfeld se define. Tente lembrar-se dos detalhes de um episódio qualquer, mesmo que você o tenha visto há apenas dois ou três dias – é um desafio e tanto. Jerry, George, Kramer e Elaine se envolvem nas mais inusitadas aventuras, freqüentemente deixando de lado qualquer escrúpulo.

Dos quatro amigos, Jerry Seinfeld é o mais bem-sucedido. George Costanza é o perdedor nato (o perfeito “loser”), Cosmo Kramer está sempre dando um jeitinho para se virar (podia ser brasileiro) e Elaine Benes tem uma situação estável profissionalmente, mas caótica em termos sociais e afetivos.

A série tem tiradas hilariantes. Fugindo ao padrão das sitcoms (as comédias de situação), Seinfeld é subversiva, sarcástica e irônica, destacando-se pelo humor negro.

Personagem Favorito

Jerry Seinfeld, com suas idiossincrasias em assuntos amorosos e seu hábito incorrigível de tirar sarro dos amigos.

Cena Inesquecível

O Nazista da SopaQualquer fã de Seinfeld é capaz de passar horas recordando momentos absolutamente nonsense do seriado. Sem dúvida, uma das primeiras situações a ser lembrada será a do Nazista da Sopa, do episódio The Soup (sexta temporada): se o freguês do tal restaurante de sopas pensa um pouco mais na hora de fazer o pedido, ou se comete a audácia de reclamar de algo, fica sem sua refeição (“No soup for you!!!”):

(George e Elaine estão na fila da loja de sopas. É a primeira vez de Elaine.)
George: Shh! Preciso me concentrar. Estou entrando no “modo de sopa” [soup mode]
Elaine: Ai, meu Deus!
(A fila anda. Chega a vez de George.)
George: Boa tarde. Uma sopa grande de caranguejo para viagem. Pão. Lindo.
Nazista da Sopa:Você está abusando da sorte, homenzinho…
George: Desculpe. Obrigado. (Recebe a sopa e sai.)
Elaine: Oi pra você. Hum, uh… (Tamborila no tampo da linha de serviço.) Oh! Oh! Oh! uma sopa mulligatawny [segundo o Kramer, uma sopa indiana feita com maestria pelo Nazista] e… uma… De que é essa aí? Feijão?
Nazista da Sopa (já sem paciência): Sim.
Elaine: Nunca gostei muito… (Tosse sobre o balcão.) Uhm… (Encara o Nazista.) Sabe de uma coisa? Alguém já lhe disse que você é a cara do Al Pacino? Sabe, o de “Perfume de Mulher”.
Nazista da Sopa: Muito bom. Muito bom.
Elaine: Bem, eu…
Nazista da Sopa: Sabe de uma coisa?
Elaine: Hmmm?
Nazista da Sopa: Nada de sopa pra você!
Elaine: O quê?!
Nazista da Sopa: Volte no ano que vem! O próximo!

Curiosidade: a cena é baseada num restaurante de sopas real, que tem um dono tão nazista quanto o Nazista.

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Will & Grace

Este artigo é a oitava parte da tag As 10 Melhores Séries de Todos os Tempos.

Jack & Karen, Will & Grace.Mais uma sitcom. Aqui, dividem espaço Will Truman, um advogado gay bem-sucedido, Jack McFarland, um projeto mal-sucedido de ator (também gay) que vive se aproveitando do seu amigo Will, Karen Walker, uma socialite fútil (sei, isso é pleonasmo) e Grace Adler, uma decoradora. O passatempo preferido de Karen e Jack é debochar de Grace e Will, embora corram para eles à menor emergência (principalmente se for financeira).

O seriado retrata a amizade desses quatro malucos com muito bom-humor. Um grande mérito dos roteiros é tratar a homossexualidade de modo natural, aproveitando-a em piadas sem paternalismo ou falso moralismo (do tipo “é feio falar disso”) e, certamente, sem preconceito.

Os roteiros também tiram sarro com outros temas delicados, como alcoolismo, imigração ilegal, sexo e ditadura da beleza.

Personagem favorito

Karen (Megan Mullally), por uma dose de vodca de diferença (o páreo entre esses quatro é duríssimo).

Cenas Inesquecíveis

Na primeira temporada, em The Truth About Will and Dogs, Will divide sua atenção entre seu novo cachorrinho de estimação e um importante cliente:

Will (para o filhote, com voz infantil): Você quer água, garoto? Glub glub glub glub glub glub glub glub! (Para Harlin, o cliente, com voz normal) Engraçado, eu nunca me vi como um dono de cachorro!
Harlin: Certo… sua gente gosta de gatos.
Will: E por “sua gente” você quer dizer…
Harlin: Advogados, é claro.

Saiu-se bem dessa saia justa, o tal Harlin.

Jack conhece Cher, sua musa inspiradora.Mas a cena mais lembrada de Will & Grace é do Jack. Cher é a musa inspiradora desse aspirante a ator, seu ídolo, alvo de veneração, adoração, amor incondicional. No episódio Gypsies, Tramps and Weed (terceira temporada), Jack a encontra em carne e osso… e a confunde com uma drag queen:

Cher: Sabe, cara, é meio bizarro você conversar com minha boneca.
Jack: Acho que não preciso que uma drag queen me diga o que é um comportamento normal. Mas vou te dizer, sua montagem é impecável.
Cher: Que seja.
Jack: Uhmmm, incorporando a atitude. Ok, você é boa.
Cher: Eu tenho muita prática.
Jack: Ei, ei. Você não é tão maravilhosa assim, irmã. Eu imito a Cher melhor que você.
Cher: Você acha mesmo?
Jack: Na verdade, é “você acha mesmo, hooooooooe”.
Cher: Você está de gozação comigo?
Jack: Ok, a mão está perfeita, mas é mais como “você está de gozação comigo, hooooooooe”.
Cher: Vai cuidar da vida. [Get a life.]
(Ela se afasta, depois volta.)
Cher (canta): If I could turn back time.
Jack (limpa a garganta e canta): If I could turn back time, hooooooooe. Time hooooooooe. Time hooooooooe. Time hooooooooe.
Cher (empurra Jack): Cai na real!

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Highway to Heaven (O Homem Que Veio do Céu)

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Mark Gordon e Jonathan Smith - Highway to HeavenO primeiro seriado de que gostei a ponto de acompanhar sem perder um capítulo sequer. As histórias do charmoso anjo Jonathan Smith e seu fiel escudeiro Mark Gordon eram sensíveis, emocionais mesmo, daquelas que deixam os olhos cheios d’água, e costumavam trazer uma lição de moral.

Foi exibida no fim dos anos 80 e começo dos anos 90, no SBT; depois saiu de cena para todo o sempre. As três primeiras temporadas já foram lançadas em dvd, mas não chegaram ao Brasil.

Personagem Favorito

Jonathan Smith (Michael Landon). Na verdade, a série só tinha dois personagens fixos: Jonathan Smith e Mark Gordon (Victor French), que estava mais para coadjuvante que para protagonista.

Cena Inesquecível

Certo, aqui eu jogo a toalha: assisti a O Homem que Veio do Céu pela última vez há mais de 15 anos! Sequer houve muitas reprises naquela época. Obviamente, esqueci todas as cenas. Puxando muito pela memória até surge um trecho ou outro, mas nada consistente.

A única lembrança realmente nítida é a abertura do seriado, formada por belas imagens de céu e estrada, com uma música suavemente melancólica. Resolvi procurar naquele que tudo vê e voilà: encontrei a seqüência de abertura de Highway to Heaven! Como as coisas costumam sumir desse site de repente, já dei meu jeitinho de guardar essa preciosidade no meu computador.

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Heroes

Este artigo é a décima (e última) parte da tag As 10 Melhores Séries de Todos os Tempos.

HeroesHesitei bastante em colocar Heroes na lista. Por mais que goste da série, ela está apenas em sua primeira temporada – há muito espaço para a decadência e a conseqüente decepção dos seus fãs.

O lance é que Heroes é viciante. Estruturada como um grande épico dividido em livros e capítulos, a trama faz o espectador ansiar pela parte seguinte. A primeira temporada trouxe uma ou outra subtrama fraca, mas que livro consegue manter o ritmo em rigorosamente todas as páginas? No fim das contas, os 23 episódios formaram um conjunto harmonioso, entremeando ação pura com papos-cabeça.

Os símbolos de Heroes.Heroes ainda pode crescer bastante. Há margem para muita discussão ética, aventura, intrigas e relacionamentos entre os personagens. A próxima temporada, que estréia nos Estados Unidos em setembro, promete ser interessantíssima, a julgar pelo desfecho do episódio How to Stop an Exploding Man?.

Espero que não seja daquelas séries que começam bem e vão decaindo, como Desperate Housewives e Lost (ok, pode jogar os tomates podres).

E sim, Heroes chupinhou muita coisa de X-Men e de outras fontes, mas quem se importa?

Atualização em 27.07.2007: esqueci-me de mencionar uma grande qualidade de Heroes: ao contrário da chatíssima Lost, Heroes entrega ao espectador, a cada dia, respostas aos enigmas estabelecidos, ao mesmo tempo em que cria novos mistérios. É exatamente essa característica que o torna absolutamente viciante – você precisa ver a parte seguinte, precisa saber como a história vai se desenrolar, e não se sente frustrado/enganado/enrolado nesse processo. (Por que me lembrei, agora, de mencionar isso? Porque acabei de ler o texto do Cardoso, que fala desse aspecto da série.)

Personagem Preferido

Hiro Nakamura (Masi Oka) é hors concours – preferido de dez entre dez fãs, nem tem graça citá-lo. Minha segunda personagem favorita é a cheerleader Claire Bennet (Hayden Panettiere). Caramba, ela tem o fator de cura do Wolverine, isso é o máximo!

Cenas Inesquecíveis

Yataaaaaa!!!!Uma das cenas mais divertidas do seriado é a chegada de Hiro da Times Square, em Nova Iorque, via… teletransporte. A alegria do moço é contagiante: “Yataaaaaa!!!!”. O episódio é Don’t Look Back.

O Hiro do futuro encontra Peter Petrelli.O encontro do Hiro do futuro com Peter Petrelli, no episódio Collision, foi chocante. Acostumados a um Hiro sorridente e otimista, os espectadores foram apresentados a uma versão que transmite amargura e tristeza no olhar sério. A partir desse ponto, fica claro que o futuro será um lugar sombrio.

George Takei em Heroes.Outro grande momento, mas talvez apenas para os trekkers, é a participação de George Takei, o querido tenente (posteriormente promovido a capitão) Sulu, de Jornada nas Estrelas: Série Clássica. Takei aparece pela primeira vez em The Fix . Com o desenrolar dos episódios, cresce a importância de seu personagem na trama.

Aliás, referências a Star Trek são uma constante na primeira temporada.

Saiba mais

Não costumo gostar de resenhas de episódios. Em geral, limitam-se a um resumão dos eventos, acrescentando pouco ou nada a quem já assistiu ao programa. As resenhas de Heroes no site TeleSéries são a exceção. O Ale Rocha não se limita a resumir, mas faz críticas contundentes e procura agregar novos elementos em cada análise, como mitologia, História e cultura pop. Vale a leitura.

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