Um ano em uma ilha deserta

Tive a honra de ser convidada pela Patricia, criadora do meme Um ano em uma ilha deserta, para respondê-lo. Atrasada como sempre nos meus textos, demorei tanto a atender o chamado que chegaram mais dois convites, da Lu Freitas e da Maysa de Castro. Bom, dizem que é melhor tarde que nunca…

Ilha DesertaVocê vai passar exatamente um ano em uma ilha deserta, onde existe uma certa infra-estrutura, mas ela é limitada. Além de você não haverá mais ninguém na ilha, mas você terá acesso a alguns privilégios limitados. Com isso em mente, seguem as perguntas:

1. Na ilha você terá água à vontade e frutas nativas. Se souber pescar, com sorte vai poder comer um peixe de vez em quando. Fora isso, você terá que escolher apenas um tipo de comida salgada e um tipo de comida doce para comer todos os dias, o ano inteiro (podem ser cruas ou cozidas). Quais você escolhe?

Comida salgada: pão francês. Está longe de ser minha comida favorita, mas sei que não enjoaria. Poria fazer sanduíches de vários sabores com os peixes e os vegetais da ilha.

Comida doce: chocolate amargo, sem pensar duas vezes.

2. Além da água (e, também com sorte, água de côco se você estiver disposto(a) a subir no coqueiro) não há nenhuma outra bebida na ilha, mas você pode também escolher um único tipo de bebiba, fria ou quente, alcoólica ou não, para ter à sua disposição ao longo do ano. Qual você escolhe?

Coca Zero.

3. Para manter a tradição, você pode também levar um único livro. Que livro você leva?

Isso vai soar nerd pra caramba, mas… eu levaria o Vademecum da Editora Riedel. Vademecum, pra quem não sabe, é uma compilação de leis e códigos. O da Riedel é o mais completo.

Não, não gosto de Direito – longe disso. Mas preciso estudar. Que melhor oportunidade do que passar um ano longe de quase tudo que realmente me interessa?

4. Igualmente, você poderá levar um único filme para assistir. Que filme você leva?

O Auto da Compadecida, pra rir muito.

5. Você terá um notebook à sua disposição, mas com um único programa instalado. Mas você não pode usar um programa de comunicação (como email ou mensagens instantâneas). Qual programa teria mais utilidade para você e por que?

Photoshop. Renderia horas e horas de entretenimento e possibilitaria um aprendizado e tanto, impossível no dia-a-dia corrido.

6. Você poderá acessar a internet, mas este acesso é limitado a um único site, o ano todo. (Se você escolher o Google, por exemplo, não poderá navegar para os links dos resultados da sua busca, que estão fora do Google). Também não pode ser seu webmail, Meebo e afins ou sites de notícias (o que elimina os portais). Fora isso, não há restrição nenhuma ao tipo de site, inclusive os que permitem comunicação de outros tipos. A qual site você quer ter acesso por um ano e por que?

Sem dúvida, o Google Reader, meu agregador de feeds, para manter contato com o mundo e com os blogs por meio da leitura.

7. Você também poderá ouvir música. Mas, claro, você terá que ouvir a mesma música o ano todo, pois só pode escolher uma. Qual você leva? E se fosse um CD?

Uma só? Qualquer que seja, vou enjoar. Talvez Faroeste Caboclo (Legião Urbana[bb]) já que, de tão grande, devo demorar um pouquinho mais pra pegar abuso. 😉 Quanto ao cd, imagino que possa ser uma coletânea de mp3? Não? Certo, então fico com U2 – The Best of 1980-1990 & B Sides[bb].

8. Você poderá escolher um dia do ano para fazer uma única ligação para uma única pessoa, com quem poderá falar por 10 minutos. Para quem você vai ligar, quando e por que?

Na metade do período de um ano, ligaria para a casa dos meus pais e falaria com quem atendesse. Aproveitaria para matar a saudade, perguntar de um para o outro e ouvir as novidades.

9. Você poderá escolher um programa de TV para assistir ao longo deste ano na ilha – limitado à freqüência de uma vez por semana. Você só não poderá assistir nenhum tipo de noticiário, fora isso não há restrições. Que programa você quer assistir?

House M.D.[bb]. A temporada atual está arrasando e não me importaria de assistir às reprises quando acabasse.

10. Quando for seu aniversário, você terá direito a receber uma carta de um(a) amigo(a) ou familiar que tenha uma novidade para contar (sobre si próprio ou não). De quem você gostaria de receber a carta e com qual notícia?

De uma querida amiga, a Andie, que escreve divinamente e muito, sem economia de palavras. Seria uma carta grande e interessante. Gostaria de notícias dela, dos amigos em comum e da cidade.

11. Como não queremos que você transforme uma bola de vôlei no seu melhor amigo imaginário e a única pessoa na ilha será você, você terá direito a levar um animal de estimação para lhe fazer companhia (veja como estou facilitando sua vida!). Que tipo de animal você escolhe e por quê? É um animal que você já tenha?

O Bóris ou a Charlote – o felino que a Lu Freitas não levasse com ela, iria comigo (melhor que deixá-lo sozinho, não é, Lu?)

12. Do que você acha que sentirá mais falta? (Contato com as pessoas? Tecnologia? Não saber o que está acontecendo no mundo? Etc…)

Internet e tudo que ela proporciona: informação, bate-papo, interação, manutenção e reforço de laços, aprendizado, diversão…

13. Por outro lado, o que você acha que será positivo, proveitoso ou benéfico na experiência? Ou divertido?

Tempo para pensar sem agito e a possibilidade de desenvolver a capacidade de focar em um só assunto sem dispersar seriam ganhos. Estudar, finalmente, seria altamente proveitoso. Conhecer um novo lugar, escrever adoidado, fotografar tudo, isso seria divertido.

14. Por fim, você tem direito a levar 3 outros ítens à sua escolha que:
a) não entrem em contradição com nenhuma das perguntas anteriores
b) não seja algo que você vá usar para sair da ilha, como um barco, por exemplo.
O que você vai levar e por que?
  • O maior caderno do mundo, pra ter espaço de sobra para escrever
  • Uma caneta que dure o ano todo
  • Minha câmera fotográfica digital

Com isso, teria entretenimento garantido e produtividade em alta.

Como a tag já rolou por bastante tempo, não vou indicar as 5 pessoas para participarem. Quem quiser entrar na brincadeira, responda que eu coloco o link aqui.

Salada de Natal

Que tal uma salada natalina, fácil e feita com alguns ingredientes da ceia, para saborear no almoço de Natal? Afinal, depois dos excessos do dia 24, nada como uma refeição leve e saborosa para recuperar as energias.

Ingredientes

  • 12 folhas de alface verde (lisa ou americana, tanto faz)
  • 12 folhas de alface roxa
  • 100 gramas de uvas passas sem sementes
  • 100 gramas de damascos secos
  • 24 tomates-cereja
  • 1 cenoura crua sem casca
  • 1/2 beterraba crua sem casca
  • 80 gramas de nozes sem casca

Preparo

Cubra com água morna as uvas passas e os damascos. Aguarde uns 20 minutos, até que estejam hidratados, e escorra.

Fatie os damascos hidratados no sentido do comprimento.

Triture levemente as nozes com o auxílio de um multiprocessador ou de um rolo de macarrão (enrole as nozes em papel-toalha ou pano de prato limpo e bata com o pau de macarrão).

Rale a cenoura e a beterraba.

Salada de Natal Rasgue as folhas de alface. Não use faca para picá-las – as folhas escurecem em contato com o metal. Você pode usar uma faca de plástico, mas é mais simples e rápido rasgá-las com as mãos, além de ser bonito o efeito provocado pela irregularidade de formas e tamanhos.

Misture (novamente, com as mãos) todos os ingredientes, inclusive os tomates-cereja (eles entram inteiros) e sirva.

Aproveite a carne branca que sobrou da ceia para incrementar o prato sem exagerar nas calorias.

Se quiser usar molho na salada, prefira algo suave, como uma mistura suave à base de aceto balsâmico, ou o sempre bem-vindo mostarda-e-mel.

Dicas e Complementos

Essa combinação de ingredientes foi escolhida por algumas razões:

  • a salada fica deliciosa (sempre a razão principal para qualquer combinação)
  • você aproveita alguns ingredientes que sobraram da ceia: damasco, uvas passas e nozes
  • as cores são natalinas: vermelho, verde e dourado (nos damascos e nozes). O laranja e o roxo fazem um bom complemento
  • o prato é muito saudável, na medida certa para combater a comilança da noite anterior.

As uvas passas entram com o açúcar, para repor as energias perdidas na bagunça.

Beterraba contém ácido fólico (folato), um antidepressivo natural. Vai me dizer que você não fica jururu no dia 25?

As nozes colaboram com gordura monoinsaturada – o tipo mais saudável, que ajuda na redução do mau colesterol (LDL), protegendo o coração. Também são fonte de proteína.

A alface é abundante em fibras e água, ajudando a limpar o organismo dos excessos.

O potássio do tomate, do damasco e da cenoura é excelente para curar a ressaca, cuja principal causa é a perda de potássio e sódio provocada pela ingestão de álcool.

Cenoura e damasco são ricos em betacaroteno – ideal para garantir um bronzeado saudável se você estiver passando as festas na praia.

A beterraba (ela, de novo) e o tomate colaboram com vitamina C, dando um reforço no sistema imunológico após a farra (porque no Reveillon tem mais, e você quer estar com pique total).

Além disso, todos os ingredientes possuem sais minerais, importantes para o bom funcionamento do organismo.

Boas Festas!

3 desafios de uma vez [Desafio 21]

Já que estou atrasada com o Desafio 21 da Nospheratt, resolvi juntar 3 deles no mesmo texto.

Agradecimento aos Colaboradores

Hesitei muito em dar resposta a ao desafio do agradecimento. Não porque não tenha a quem agradecer – é justamente o contrário. Tanta, tanta gente contribuiu para o Dia de Folga este ano que é impossível agradecer a todos.

Em todo caso, há 4 pessoas que foram mais que fundamentais para o Dia de Folga este ano. Pessoas que ajudaram nos momentos críticos, que me fizeram repensar e melhorar o DF, que contribuíram para que eu levasse essa história de blog mais a sério (sem deixar a diversão de lado, claro). Nospheratt, Janio Sarmento, Lucia Freitas e Manoel Netto, este ano foi o mais legal do Dia de Folga, graças a vocês. 😉

Dezenas de pessoas deram alguma contribuição para o DdF, seja em forma de comentários, seja tirando dúvidas, seja com palavras de incentivo, seja com ótimos textos em seus próprios blogs. Todas elas, em algum momento, foram citadas por aqui, como forma de agradecimento e a todas dou meu muito obrigada. Se tentasse fazer uma lista exaustiva agora, aí sim, cometeria injustiças.

Good Blogs Hunting

O desafio era descobrir 3 bons blogs dentro do meu nicho. Tentei pesquisar no BlogBlogs e no Technorati e foi um rematado desastre. Achar bons blogs buscando por tags como “variedades” ou “entretenimento” é quase impossível: a grande maioria deles é feita para caçar paraquedistas e, por mais que eu defenda a liberdade de cada blogueiro fazer o que quer com seu espaço, não queria citar blogs que não fossem realmente interessantes para meus leitores.

Recorri, então, à minha tática para encontrar bons blogs antes mesmo de começar a escrever o meu próprio: xeretar os blogrolls (listas de blogs) presentes nos blogs que eu gostava de acompanhar. Encontrei:

Os três são blogs opinativos, interessantes, diversificados e bem escritos. Já estão no meu agregador de feeds.

Jogo dos 7 Erros

Blogar é assim mesmo: aprende-se por tentativa e erro. Listar entre 3 e 7 erros cometidos durante o ano é uma chance de rever os acidentes de percurso e evitar que outros blogueiros os comentam.

  1. Preguiça: em algumas épocas, o DdF ficou bem abandonado. Em conseqüência, as visitas caíram e a motivação arrefeceu. Solução: estabelecer uma meta de 3 textos por semana e fazer o possível e o impossível para manter-me dentro dela. Nem sempre consegui, mas a tentativa servia como um bom empurrão.
  2. Ausência de uma política de comentários: estou trabalhando numa – há meses. Na verdade, está juntando poeira na minha caixa de rascunhos… Preciso agilizar isso.
  3. Ausência de mediakit: gerou-me complicações quando entraram em contato pedindo preços de anúncios. Tive que fazer um esboço muito porco às pressas. Resisti muito à idéia de fazer um mediakit, mas parece que o treco é mesmo necessário.
  4. Excesso de textos sobre a blogosfera: assunto que adoro, mas que não é interessante para parte do público do DF. Estou tentando corrigir o problema, dosando melhor os assuntos – mas ficar sem escrever sobre a blogosfera, já vi que não dá.
  5. Péssima escolha de formato de permalinks: usava o formato https://diadefolga.com/categoria/nome-do-artigo. Não demorou muito até perceber que esse formato podia trazer complicações e que menos é mais quando o assunto é permalink. A solução foi alterá-lo para https://diadefolga.com/nome-do-post. As dores de cabeça que a alteração gerou duraram meses.
  6. Pouco uso do negrito: eu sei que negrito facilita a leitura de textos, principalmente quando são longos como os meus. O leitor pode “scanear” o artigo em busca das informações que lhe interessam. Ainda não me acostumei a usá-lo e tenho de policiar-me todo o tempo.

Hum… 6 erros. Já está de bom tamanho para cumprir o desafio.

Conduta de Risco

Ficha Técnica

Michael Clayton. EUA, 2007. Drama. 119 minutos. Direção: Tony Gilroy. Com George Clooney, Tom Wilkinson, Sydney Pollack, Michael O’Keefe, Tilda Swinton, Dennis O’Hare, Julie White.

George Clooney trabalha numa poderosa firma de advocacia. Seu trabalho é limpar os nomes e os erros dos clientes da empresa.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

3,5 estrelas

Conduta de Risco Mais uma grande história com a participação de George Clooney[bb] e seguindo a linha dos seus filmes “sérios”, como Syriana e Boa noite e boa sorte. Clooney é um curinga: ótimo em comédias, em filmes de ação e em roteiros “cabeça” como Conduta de Risco.

Clooney representa um advogado que teve uma brilhante carreira por um tempo e, em seguida, tornou-se um trabalhador dos bastidores, um “faxineiro”, um pau-pra-toda-obra. Embora brilhante no trabalho, é amargurado e problemático. O vilão, dessa vez, é uma grande indústria de agrotóxicos, alvo de um processo indenizatório milionário em face de danos que seus produtos teriam causado a várias famílias.

O filme tira o espectador de tempo, começando pelo fim e intrigando a platéia. A história não é, propriamente, de tribunal, mas de bastidores – dos sujos bastidores que podem existir quando se lida com bilhões de dólares.

A trama joga com questionamentos morais. Os diálogos saem de cena em algumas situações para dar lugar a ótimas seqüências de ação. Se o desfecho não é tão surpreendente, as viradas significativas imprimem ritmo às duas horas de filme. O elenco é de primeira linha, com destaque para Clooney – que rouba a cena e nem precisa usar seu charme para isso – e Wilkinson, intenso em todas as cenas.

Acima de tudo, Conduta de Risco é um filme inteligente – em meio a outros tantos superficiais, sangrentos ou infantis, é agradável perceber que uma parte de Hollywood ainda se preocupa com a qualidade e profundidade das histórias.

O roteirista e diretor Tony Gilroy (aqui, estreando na direção) foi co-roteirista de outro excelente filme de tribunal, Advogado do Diabo.

Conduta de Risco concorre ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme Dramático, Melhor Ator em Filme Dramático (George Clooney) , Melhor Atriz Coadjuvante em Filme Dramático (Tilda Swinton) e Melhor Ator Coadjuvante em Filme Dramático (Tom Wilkinson). Deve ser indicado a alguma estatueta no Oscar 2008, também.