Conheça o Cabaré das Donzelas Inocentes

Estreou ontem no CCBB de Brasília o espetáculo Cabaré das Donzelas Inocentes.  Baseada no livro Conversas de Cafetinas, de Sérgio Maggio – que, por sua vez, escreveu-o a partir de depoimentos – e maravilhosamente interpretada, a peça é sensacional.

A plateia é surpreendida já ao chegar ao CCBB. Ao invés de dirigir-se ao teatro, é convidada por um luminoso para uma entradinha lateral que deságua num salão – o salão do cabaré. Procure chegar cedo (uns 20 minutos antes da hora marcada) e se acomode em um dos pufes. Sim, pufes. Garanto que são confortáveis. Enquanto o espetáculo não começa, observe o cenário – você estará praticamente dentro dele.

Então começa a história. China é a dona do puteiro decadente onde trabalham Minininha, Cabeluda e Saiana.  Você conhecerá suas histórias, dores, amores, decepções e convicções – aliás, Saiana é “a puta mais convicta que já passou por esse salão”, nos dizeres de China. A peça tem palavrões, sim, vários deles. Afinal, você está diante do cotidiano de quatro prostitutas que não fazem a menor questão de se comportarem como damas na sala.

As histórias dessas mulheres emocionam, provocam e fazem rir, ainda mais quando se sabe que simbolizam pessoas reais. A proximidade entre o público e as atrizes torna as cenas ainda mais impactantes. As atuações, aliás, são de uma intensidade e de uma entrega tremendas.

Num tempo de Genis de carne e osso, de violência dirigida a quem usa roupa curta, de abuso contra quem tem por emprego vestir-se de coelhinha da playboy, numa época em que as próprias mulheres cometem a infâmia de dizer “ela mereceu” e em que jovens acham natural bater numa mulher porque pensaram que era prostituta, Cabaré das Donzelas Inocentes vem lembrar que seres humanos são muito mais que uma profissão ou um traje. Ao fim e ao cabo, as prostitutas encenadas são simplesmente mulheres.

Sobre mulheres, seu valor intrínseco, o valor que a sociedade lhes dá e seu direito à liberdade de fazer o que lhes der na telha, sugiro a leitura de Damas do dia, damas da noite e Piriguete Pride, dois textos curtos e diretos. Quanto ao livro que inspirou a peça, já vou atrás dele, certa de que vale a leitura.

Ficha e Serviço

  • Direção: Murilo Grossi e William Ferreira
  • Roteiro: Sérgio Maggio
  • Elenco: Bidô Galvão, Catarina Accioly, Adriana Lodi e Carmem Moretzsohn
  • Ingresso: 15 reais (R$7,50 a meia entrada)
  • Classificação etária: 16 anos
  • Horário: de quinta a sábado às 21 horas; domingo às 20 horas. Até dia 6 de dezembro.

Em tempo: a sala (novo espaço do CCBB de Brasília, inaugurado com esta peça) tem capacidade para somente 100 pessoas , portanto convém garantir a entrada antecipadamente. Os ingressos começam a ser vendidos no domingo que antecede o espetáculo, na bilheteria do CCBB, das 9h às 21h (não abre às segundas-feiras).

LuluzinhaCamp em Brasília no próximo dia 21!

Mulheres do Distrito Federal, uni-vos!
Mulheres do Distrito Federal, uni-vos!

Dia 21 de novembro acontece mais um LuluzinhaCamp em Brasília! Eu e a Srta. Bia convidamos você, mulher interneteira que habita o Distrito Federal, a comparecer e participar de uma tarde muito bacana no Balaio Café (201 Norte, Bloco B, piso superior).

Dá só uma olhadinha no que vai rolar:

Ação Solidária: desta vez, destacaremos o Papai Noel dos Correios. A idéia é reunir pessoas para ratear os custos de algumas bicicletas (o número exato dependerá das doações).

Oficinas: sobre a Amazônia com a Aninha, de maquiagem com a Lúbina Letícia, representante Mary Kay e de malabares com a Susa.

Discussões: tem blogagem coletiva à vista, sobre violência contra a mulher – ótimo tema a ser discutido e, infelizmente, mais atual do que nunca. Como bom “camp”, a pauta do LuluzinhaCamp de Brasília é livre e sempre surgem vários assuntos durante o encontro.

Bazar de Trocas: traga bijouterias e acessórios em geral, cds, dvds ou livros para trocar com as outras moças! Você traz alguns badulaques que enjoou (até o limite de cinco) e volta pra casa com novidades.

Amiga Oculta: participa quem trouxer um presentinho de 10 a 15 reais. A gente sorteia os nomes entre as participantes no vapt-vupt.

Brindes: sabonefeeds da Srta. Bia (claro que não podem faltar), peças da Primosia, um kit da Natura oferecido pela Janaína e um da Mary Kay ofertado pela Lúbina Letícia. Além disso, outros brindes estão viajando agorinha pra Brasília. Veja a lista.

Lembramos que o principal, no LuluzinhaCamp, é a confraternização, a troca de ideias e o bate-papo entre interneteiras. Você participa da ação solidária, do bazar de trocas e da amiga oculta se quiser. O importante é comparecer!

Você encontra mais informações no blog oficial do LuluzinhaCamp.

Espero você lá, a partir do meio-dia!

Ningyos, os bonecos japoneses

O Japão é permeado por ritos e tradições em todos os aspectos cotidianos – não seria diferente quando o assunto é brinquedo. A exposição O mundo mágico dos ningyos apresenta bonecos de tradição milenar, riquíssima em simbolismos.

Os ningyos (a palavra quer dizer “forma humana” em japonês) inspiram admiração e são guardadas pelos seus donos como relíquias de família. Na verdade, não são bonecos com os quais as crianças possam brincar, dadas a sua fragilidade e a carga de significados que carregam.

A mostra enfatiza três tipos de ningyos:

Hina Ningyo
Hina Ningyo simbolizando sacerdotisa xintoísta, a fim de proteger a menina e inspirar-lhe o casamento ou a vida religiosa.

Hina-Nyngions: ofertadas no Dia das Meninas (3 de março), relacionam-se com o casamento ou a vida religiosa.

Musha Ningyos: bonecos guerreiros para o Dia dos Meninos (5 de maio), representam os samurais e devem inspirar-lhes honra e coragem.

Gosho Ningyos: bonecos-bebês ofertados a recém-nascidos para conferir-lhes proteção, sendo deixados perto das crianças para absorver energias negativas.

Também estão expostas algumas gravuras (ukiyo-e) do século XIX, cujo traço limpo e forte inspirou o atual mangá.

Embora a exposição seja voltada para crianças (os bonecos, inclusive, são posicionados em altura menor que a usual, para facilitar-lhes a visão), duvido que algum adulto deixe de se encantar com os detalhes dos adornos, os penteados e os ricos tecidos que vestem os bonecos.

A exposição é pequena – em menos de meia hora, você vê e revê (ótimo para não cansar as crianças). Está em cartaz no CCBB de Brasília até 10 de janeiro de 2010, de terça a domingo, das 9h às 21h (entrada franca).

Os Normais 2 – A Noite Mais Maluca de Todas

Ficha Técnica

  • País: Brasil
  • Ano: 2009
  • Gênero: Comédia
  • Duração: 1 hora e 15 minutos
  • Direção: José Alvarenga Jr.
  • Roteiro: Alexandre Machado e Fernanda Young
  • Elenco: Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres, Drica Moraes, Danielle Winits, Daniele Suzuki, Cláudia Raia, Mayana Neiva, Alinne Moraes e Daniel Dantas.
  • Sinopse: Rui e Vani estão completando 13 anos de namoro. Para evitar que o relacionamento deles entre em crise, o casal decide realizar uma grande fantasia. A intenção é apimentar o relacionamento, realizando um ménage à trois. Em busca da parceira ideal, eles sondam uma prima de Vani, uma bicampeã de kickboxing, uma bissexual, uma francesa e uma garota de programa.

Comentários

Os Normais 2 Com a relação esfriando cada vez mais, o ménage à trois parece ser o caminho para recuperar a paixão dos tempos de namoro – mas, como se trata de Rui e Vani, as coisas não correm tranquilamente, para a alegria da plateia.

No geral, o filme vai bem. Algumas situações são forçadas demais, é verdade. Os roteiristas exageraram no pastelão. As piadas mais engraçadas são, justamente, as menos escrachadas (por exemplo, o impagável gráfico da Vani demonstrando como o tempo de relacionamento interfere – para pior – na quantidade de sexo). Embora seja um filme curto, uma cena ou outra ainda poderia ter dançado na edição final, tornando-o mais consistente.

No mais, assim como o primeiro filme, Os Normais 2 é um episódio do seriado em versão estendida, quase como um episódio duplo. As tarjas pretas estão lá, os diálogos ágeis também, Drica Moraes também. Danielle Winits quase passa batido num papel que explora mais sua (boa) interpretação que seus seios. Fernanda Torres e Luis Fernando Guimarães continuam com uma excelente química.

Se você, como eu, é fã do seriado, vai se divertir com o filme. Se espera algo além de um bom episódio, espere passar na tv.

Cotação: 3 estrelas

Serviço

Imagem: divulgação.