Seja Breve

Quando você me deixar, não dê explicações. Não use frases feitas. Não diga que o problema é você, não eu. Não fale que gosta de mim como amiga. Não me venha com aquele papo de pessoa-certa-na-hora-errada. Não coloque a culpa no trabalho, nos estudos, na falta de tempo. Sobretudo, não coloque a culpa em mim.

Quando você me deixar, não use desculpas, porque não passam disso: palavras vazias e convenientes. Já estive em seu lugar, já as utilizei e bem sei que são todas mentiras.

Quando você me deixar, não retome velhas brigas, não reviva ressentimentos, não reabra as feridas.

Quando você me deixar, não me beije, não me abrace. Não me lance seu olhar de piedade. Não tente me consolar. Diga somente que está me deixando – diga com todas as letras, porque precisarei ouvir. Depois, cale-se e vá embora.

Quando você me deixar, em nome dos nossos bons momentos, tenha clemência: seja breve.

(Escrito em 07 de setembro de 2011.)

O Retorno do Capitão Kirk

O Retorno do Capitão Kirk - capaFrancamente, não sou a pessoa mais indicada pra resenhar esse livro. Acho o William Shatner fantástico, pra mim tudo que ele faz é incrível, assistia Boston Legal por causa dele e sou órfã do $h*! My dad says. Por outro lado, tenho que admitir que, embora a Série Clássica seja melhor que a Nova Geração, o Picard é melhor que o Kirk. Mas veja só a época: Kirk era um desbravador, um aventureiro, praticamente um pioneiro. Quando Picard comandou, os tempos eram outros – mais burocráticos, mais tranquilos, com menos planetas inexplorados repletos de mocinhas carentes e parcamente vestidas…

Mas divago.

O que gosto no Shatner é justamente o que apontam como seu defeito: seu jeito canastrão. E O Retorno do Capitão Kirk é canastrão desde o título original: Star Trek – The Return. Porque, afinal de contas, o que seria de todo o universo criado por Gene Roddenberry sem seu personagem principal, não é mesmo? Ele retorna, a série inteira retorna junto.

Não que a história não seja boa: ela é muito bem escrita e foi feita pra agradar em cheio aos trekkers. Mas veja, o livro só existe porque Bill Shatner ficou revoltado demais com a morte do seu personagem no filme Generations (e quem não ficou?) e é egocêntrico o suficiente pra tentar mudar o curso das coisas, nem que seja só no mundo dos livros de Star Trek (que não são considerados parte da mitologia da série). Não é um golpe digno do Capitão Kirk? Bill trapaceou dentro do jogo dos roteiristas, diretores e da Paramount. Kobayashi Maru!

Claro que ele contou com uma ajudinha… embora a capa do livro diga “Escrito por William Shatner”, na folha de rosto a gente descobre um “com Judith e Garfield Reeves-Stevens”. Esse casal é famoso pelos seus ótimos livros baseados em Jornada nas Estrelas e por seu intenso envolvimento com a franquia. Fiquei pensando qual foi a real contribuição do Shatner para o livro (além de dizer “Olha, escrevam sobre a volta do Capitão Kirk!”).

Mas tergiverso..

Kirk não morreu! - cena de Generations
Kirk não morreu!

Voltemos ao livro. Estão lá todos os elementos para uma boa história de Star Trek: membros da Série Clássica, a honrada tripulação da Nova Geração, tem até um passeio pela Estação Espacial 9… e os vilões, claro, os vilões! Romulanos e borgs, juntos e ao vivo! Basicamente, os dois melhores grupos de vilões de toda o universo trekker. Kirk, dado por morto e enterrado, é ressuscitado por eles para servir a fins escusos que podem ser resumidos no objetivo geral dos vilões de  Jornada: conquistar 24 territ- ops, quero dizer, destruir a Frota Estelar e a Federação.

No processo, o leitor se emociona (como não?), diverte-se e experimenta bons momentos de suspense. Em alguns pontos aparece um certo tédio e alguma irritação pelos constantes “cortes de cena” (algumas delas são bem desinteressantes). No geral, porém, a história não decepciona. Digo mais: um trekker vai não apenas curtir o livro, mas vai se deliciar com o desfecho pra lá de surpreendente! E aí fico pensando: como raios isso não pode ser canônico??? É bom demais pra ficar restrito a um livro.

Desculpe, eu sei que este artigo só faz sentido pra quem é muito fã de Jornada nas Estrelas, mas assim também é o livro. O Retorno do Capitão Kirk é praticamente um trabalho de arqueologia pelo longo universo de Star Trek, que hoje, 8 de setembro de 2011, completa gloriosos 45 anos, audaciosamente indo aonde nenhuma série jamais esteve. E este texto está mais pra cartão de aniversário que pra resenha literária.

Parabéns a todos os envolvidos! 🙂

Ficha

  • Título original: Star Trek – The Return
  • Autores: William Shatner, com Judith e Garfield Reeves-Stevens
  • Editora: Meia Sete
  • Páginas: 415
  • Cotação: 5 estrelas
  • Encontre O Retorno do Capitão Kirk.

Imagens: capa do livro e cena de Star Trek: Generations (divulgação).

Mobília multifuncional

Link para o vídeo: http://www.youtube.com/embed/dAa6bOWB8qY

Quero toooooooodos esses móveis! Todos! Com eles, moraria até numa caixa de sapatos!

Ron Barth, o presidente da empresa que vende essas coisas fantásticas, explica que cada móvel da linha Space Saver (de projeto italiano) tem ao menos duas funções, e todos eles são facilmente manejáveis. A ideia é levar conforto, versatilidade e espaço livre até aos menores ambientes.

O vídeo é de babar! Tem prateleira que vira pé de cama (mantendo-se todos os objetos na prateleira), sofá que vira beliche e um monte de outras coisas.

Já disse que quero tuuuuuudo?