Há duas formas de avaliar o BlogCamp do Espírito Santo, que rolou nos dias 22 e 23 de março de 2008: pelo networking e pelos debates. Dependendo do enfoque, posso dizer que o BlogCamp ES foi excepcional ou que foi esquecível.
Festas e afins
O BlogCamp ES, dos três que já participei, foi o mais pródigo em eventos off-evento. Senão, vejamos:
Quinta-feira teve pré-pré-blogcamp no bar Abertura, na Lama (isso não tem um nome mais simpático, não?). Na companhia do Rafael Silva, conheci a Emily, o Raphael Mendes, o Lucas Lima, o Ivo Neuman (que, surpreendentemente, tem uma profissão séria nas horas vagas) e o Saulo. Conheci, também, o kieber, um dos petiscos de boteco mais gostosos que já vi.
Sexta-feira foi dia de moquecas de badejo e de camarão, com direito a picolé Garoto de sobremesa, no restaurante Pirão (Praia do Canto). Presentes: Rafael Silva, Alexandre Sena, Juliano, Guilherme e Lu Freitas, que chegou do aeroporto direto para a moqueca. O Alexandre fez um videozinho durante o almoço.
Sexta à noite rolou o pré-blogcamp oficial, na filial do Abertura na Praia do Canto.
Sábado à noite, tivemos bar e pista de dança fechada para os blogueiros, no Spettaculo, sob o comando do blogueiro/DJ Raphael Mendes. Ainda teve gente com pique de amanhecer numa rave.
Domingo à tarde, os meninos improvisaram uma pelada (futebol, gente, futebol) à tarde.
Domingo à noite, o pós-blogcamp foi no Abertura – novamente o da Lama. E dá-lhe kieber.
Acha que acabou? Na-na-ni-na-não. Na segunda-feira (24), o Matheus Costa e sua digníssima esposa Mônica levaram as Lus e o Ivo para a praia – foi o pós-pós-blogcamp. Aliás, Matheus e Mônica são um Casal 20 e cativaram pela generosidade e simpatia fora de série, quebrando altos galhos quando o assunto era carona e proporcionando hoooras de ótimo bate-papo.
Dá pra ver que o BlogCamp ES foi um excelente evento para conhecer gente nova, jogar conversa fora, fazer o tal do networking, rir muito e, claro, bolar parcerias de primeira. Foi, também, a chance de reencontrar gente bacana conhecida em outros BlogCamps, como a Miriam Bottan e o Bruno Dulcetti, além de ver ao vivo e a cores o Jonny Ken.
O BlogCamp propriamente dito
O que rolou?
Nada. Niente. Rien. Ou quase.
Teve, no sábado de manhã, a apresentação do Videolog, interessantíssima, feita pelo Mackeenzy. Depois… bom, depois, todos ficaram olhando uns pras caras dos outros, sentados na sala de aula, como que esperando o professor.
A Lu Freitas resolveu agitar a coisa e puxou uma nuvem de tags, montada com a participação de todos os blogueiros e que deveria servir de pauta para as próximas horas. Mas aí, o povo saiu para almoçar, e você sabe como é… o debate esfriou de novo.
A nuvem de tags acabou servindo de norte para a gravação de um podcast, com quase 40 participantes (a maior parte de ouvintes) e uma hora de duração. Você pode ouvi-lo no Radar Cultura. Foi o ponto alto do evento (e adorei essa minha primeira experiência com podcast).
No domingo? Pfff…
Ca-la-ro que houve rodinhas de bate-papo e que dessas rodinhas surgiram idéias interessantes. Claro que surgiram parcerias e planos de dominação mundial. Sim, houve contatos proveitosos que não teriam acontecido de outra forma.
Só que é o seguinte: se eu tivesse gasto cerca de 1.000 reais para ir ao BlogCamp na esperança de participar de discussões produtivas sobre os rumos da blogosfera, teria ficado muito puta da vida.
Conclusões e Sugestões
O modelo de BlogCamp já deu o que tinha que dar? Correndo o risco de tomar algumas pedradas, digo que sim. Networking é bacana, mas quando ele se torna a única conseqüência produtiva de um evento, está na hora de rever conceitos.
Isso quer dizer que BlogCamps precisam ser banidos do mapa? Não necessariamente. Acho que o modelo precisa de uma revisão e, talvez, de desmembramentos. Algumas idéias:
1. Durante o BlogCamp, poderia haver módulos de debates previamente agendados, com horário para começar e terminar. O modelo pode seguir o da desconferência: todos falam, sem que um palestrante ponha-se a discursar. Caberia a um moderador convocar os interessados para o debate no horário marcado e avisá-los quando estivesse na hora de encerrar. O papo está muito interessante? Sem problemas, prolonga-se o debate. A questão é: uma pauta vaga e um moderador para lembrá-la aos presentes tornariam os encontros muito mais produtivos e evitariam as caras de o-que-a-gente-faz-agora.
Também no decorrer do BlogCamp, oficinas poderiam rolar, a fim de atender demandas anteriormente detectadas, ou até percebidas somente na hora do evento. O Ivo, lá pelas tantas, estava ensinando a um grupo de novos blogueiros como se faz e para que serve um trackback. Não podemos partir do pressupostos de que todos estão na web há anos.
Saindo da seara dos BlogCamps, uma outra iniciativa que poderia funcionar seriam as videoconferências. Quem não está em São Paulo sente-se freqüentemente isolado, por fora, atrasado. Videoconferências podem reduzir a barreira física a um baixo custo, contribuindo para a inter-relação entre as várias blogosferas Brasil afora, fomentando debates e proporcionando crescimento.
São idéias para que o BlogCamp, uma ótima iniciativa que aproximou blogueiros de norte ao sul do Brasil, não morra por falta de foco.
Agradecimentos e Elogios
Parabéns à Confraria Secreta dos Blogueiros Capixabas (já nada secreta). Elogios especiais para a escolha do local do BlogCamp: de fácil acesso, com várias salas, wi-fi e uma excelente estrutura. A UFES foi o lugar ideal para o evento.
Muito, muito, muitíssimo obrigada a dois fofos: o Rafael Silva, e o Matheus Costa. O Rafa me recebeu no aeroporto, acompanhou-me em passeios e foi de Vitória a Vila Velha de ônibus só pra me levar ao pré-pré-blogcamp (em Vitória). O Matheus, ao lado da Mônica e da filhota, deu caronas para as Lus e apresentou-nos o litoral de Vila Velha.
Falando em Lus, obrigadíssima à Lu Freitas, companheira querida de papos, passeios e hotel, que não me deixa esquecer de comprar água e ainda leva (e deixa por lá) repelente para a desprevenida aqui.
Obrigada, também, ao Gustavo, que apinhou o carro dele de blogueiros esfomeados no sábado e deixou-nos em um restaurante à beira-mar com uma moqueca de cação maravilhosa.
Parabéns, finalmente, ao Nick Ellis, ao IdeiasNet e ao iMúsica, pela nova coleção de Coolnex Cards. Só me faltou o do Jacaré Banguela.
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Imagens: Arlys (logomarca do evento), Jonny Ken (foto da galera) e divulgação (CoolnexCards).