Quando eu morava em Recife – já se vão mais de dez anos – quem quisesse ir a Porto de Galinhas ficaria numa pousada na própria vila. Se desejasse algo mais sofisticado, a escolha recaía sobre algum hotel de Recife, a uma hora de distância (de carro) de Porto.
Bem, a coisa mudou muito.
A orla de Muro Alto (imediatamente antes de Porto de Galinhas), antes quase deserta, foi tomada por hotéis, vários deles quase fincados na areia. Poucos quilômetros antes da orla há outra fila de hotéis – em breve (a promessa é abril de 2010), haverá uma ciclovia interligando a rede hoteleira à praia, e espero que os hotéis aproveitem mesmo a ideia, colocando bicicletas à disposição dos hóspedes.
Sobre o padrão dos hotéis, há para todos os gostos e bolsos: desde apartamentos bacanas para acolher uma família com filhos sem recorrer ao cheque especial até resorts com tudo incluso e diárias começando em 1.000 reais.
Durante o Porto Cai na Rede, tive a chance de passar por alguns deles e, ainda que as visitas tenham sido rápidas, escolhi onde pretendo ficar na próxima viagem a Porto.
Se minhas gatas começarem a produzir fios de ouro em vez de bolas de pelo, o Enotel será minha escolha. Não pesam nisso o quarto enorme ou o esquema all inclusive (mesmo – inclui até bebidas alcoólicas), mas o spa. Ah, o spa… Eu, Lu Freitas e Nospheratt demos só uma olhadinha, mas a vontade era fazer de conta que tínhamos nos perdido e ficar por lá mesmo. (Em tempo: o spa não está incluso no valor da diária).
Se tudo continuar como está, o destino será o Marupiara Suítes. O apartamento tem sala, cozinha americana e um quarto espaçoso. Acomoda facilmente quatro pessoas. A diária começa em 220 reais (o casal, baixa temporada) e pode-se negociar pacotes direto com a gerência. Como é comum por lá, conta com piscinas e bar molhado. Quase dentro do hotel, está um pedaço da praia de Muro Alto, de água quentinha, cristalina e sem ondas.
Pra mim, o grande diferencial do Marupiara foi o excelente atendimento (como direito a caipirinhas e salgadinhos e toda a atenção do gerente). Isso e o fato de não cobrarem dos hóspedes o uso da internet sem fio (hotéis da região chegam a cobrar nove reais por hora).
Fiquei hospedada no Village, na Praia do Cupe (entre Muro Alto e Porto de Galinhas), durante o evento. O hotel é lindo, o complexo aquático é enorme (com direito a cestas de basquete numa piscina, hidromassagem em outras), a comida é excelente (e inclui tapioca feita na hora no café-da-manhã, ao gosto do freguês) e a praia está logo ali.
Apesar de tudo isso, o Village não entra na minha lista de favoritos. Primeiro, porque o quarto não é funcional: teoricamente acomoda quatro, já fica apertado com três e, por não ter gavetas ou armários (à exceção de uma arara aberta), a bagunça se instala num instante. Segundo, porque o wi-fi é cobrado a cada 24 horas. Terceiro, porque deixou a desejar no atendimento (pedir uma toalha de banho quatro vezes no espaço de meia hora não é glamour). Sem falar que cobram R$2,50 para deixar o hóspede levar uma toalha pra praia.
(Verdade seja dita: quando precisei que alguém arrombasse o cadeado da minha mala – porque a anta aqui trancou com a chave dentro – a manutenção chegou num minuto e resolveu o problema.)
Leia também sobre os passeios em Porto de Galinhas.