Este artigo é a sexta parte da tag As 10 Melhores Séries de Todos os Tempos.
Um relacionamento entre mãe e filha pode ser livre de atritos? Na ficção, a resposta é sim. Lorelai e Rory são tão unidas que poderiam ser irmãs.
No início da série, Rory está com 16 anos e vai começar o segundo grau na escola particular Chilton. A vida da garota, de sua mãe, Lorelai, e dos habitantes da cidadezinha fictícia Stars Hollow, em Connecticut é o tema do seriado, que teve sete temporadas, encerrando-se com a formatura de Rory em Yale.
Admito que Gilmore Girls tem um tom muito, muito noveslesco. Boa parte do enredo se desenvolve em torno das vidas amorosas de Rory (que, nesses sete anos, teve três namorados sérios – Dean, Jess e Logan) e Lorelai (num “indo e vindo infinito” entre Luke e Christopher, pai de Rory). Conflitos familiares também são um tema recorrente. Embora as protagonistas se dêem bem na maior parte do tempo, Lorelai vive às turras com sua própria mãe. A melhor amiga de Rory, Lane, tem que driblar uma mãe religiosa ultraconservadora. Já Sookie, melhor amiga de Lorelai, divide o tempo entre o trabalho como chef de cozinha, o marido e os filhos pequenos. Luke, o dono da lanchonete freqüentada por Lorelai, também vive enrolado com sua família.
Apesar desse clima de soap opera, Gilmore Girls cativa pelo clima de constante otimismo e alegria. É daquelas séries perfeitas para assistir quando você precisa acreditar que, no fim, tudo termina bem.
A sétima temporada da série começou fraquíssima, provavelmente como efeito da saída de Amy Sherman-Palladino, criadora do seriado, e de seu marido, produtor executivo. Embora tenha recuperado o embalo no decorrer dos episódios, Gilmore Girls não foi renovada. O episódio final foi deveras emocionante.
Personagem Favorito
Lorelai e Rory são como gêmeas siamesas: tão grudadas e interdependentes que não dá pra escolher entre uma delas. Entre os coadjuvantes, meu preferido é o rabugento Luke Danes (Scott Patterson).
Cenas Inesquecíveis
Gilmore Girls é sobre o cotidiano; portanto, é feita de pequenos momentos, não de eventos grandiloqüentes (à exceção da despedida de Rory, no último episódio da série – mas prometi que não citaria finais de séries).
Ainda assim, uma seqüência que marcou bastante é a que encerra The Incredible Shrinking Lorelais (quarta temporada). Esse episódio foge completamente ao alto astral típico da série: tudo está dando errado para as garotas Gilmore; para piorar a situação, elas não conseguem se falar há dias, o que aumenta sua sensação de desamparo e solidão. Rory desaba no colo do ex-ex-namorado Dean; na seqüência seguinte, Lorelai desabafa com Luke.
Dean: Qual é o problema?
Rory: Nenhum.
Dean: Qual é o problema?
Rory: …Tudo está desmoronando! Eu achava que tinha tudo sob controle, mas não tenho.
Dean: O quê? O que estava sob controle?
Rory: Todo mundo consegue lidar com as matérias, mas eu não. E eu devia conseguir. Eu devia fazer cinco matérias. Todo mundo faz. Quero dizer, meu avô fez. Meu Deus, como vou contar para o meu avô que eu repeti?
Dean: Você repetiu?
Rory: Não, eu nem tive a chance de repetir. Quero dizer… (quase chorando) eu tive que desistir da matéria. Me mandaram desistir da matéria.
Dean: Isso não é um problema.
Rory: Isso É um problema. Eu não devia desistir de uma matéria. Não sou dessas pessoas que desistem. Eu tenho boas notas. Eu… controlo as coisas.
Dean: Ei, qual é… (passa o braço em torno dos ombros de Rory)
Rory: E Lane, ela não está mais por perto, e eu… eu sei que ela tinha que ir embora, mas eu sinto falta dela, e eu gostava de tê-la por perto, e não consigo falar com a minha mãe, e eu preciso falar com ela, e ela não está por perto. E eu estou fracassando. Estou fracassando em tudo. Eu não consigo mais. Eu não controlo mais. Estou errando em tudo! Ai, meu Deus, olha só isso.
Dean: Olha só o quê?
Rory: Você sendo legal comigo. Quero dizer, você não devia ter que ser legal comigo. Eu fui péssima com você, e agora você está casado com alguém legal e que não sou eu e que não é um fracasso.
Dean: Você não é um fracasso.
Rory: Sou, sim. Eu simplesmente não consigo, eu… eu tenho que falar com minha mãe, porque simplesmente não sei o que fazer.
Luke: Está tudo bem?
Lorelai: O quê?
Luke: Você está bem?
Lorelai: Por quê?
Luke: Porque você não parece bem.
Lorelai: Puxa, nossa, leve-me agora, marujo.
Luke: É que você parece distraída.
Lorelai: Distraída? Não. Bom, talvez. É. Distraída, ok, claro. Eu estou muito distraída.
Luke: Algo que eu possa fazer?
Lorelai: Sabe, tem pouquíssimos momentos na minha vida em que eu me vejo pensando “Eu queria estar casada”, mas hoje… Quero dizer, eu estou feliz. Sabe? Eu gosto da minha vida. Gosto dos meus amigos. Gosto das minhas coisas. Meu tempo, meu espaço, minha tv.
Luke: Sim, claro.
Lorelai: Mas de vez em quando, só por um momento, eu queria ter um parceiro, alguém pra aliviar o peso. Alguém para esperar o cara da tv a cabo, pra me fazer café de manhã, pegar a pia estúpida antes que ela volte para o Canadá.
Luke: O que aconteceu?
Lorelai (com a voz falhando): Ai… é que eu achava que tinha tudo sob controle, mas eu não tenho, e a pousada está desmoronando. Ela tem sido meu sonho desde sempre, e eu consegui, e está aqui, e estou fracassando. Eu não consigo controlá-la. Gasto cada minuto correndo atrás e trabalhando e pensando. E eu achava que teria ajuda, mas Sookie tem o Davey, e Michel tem Celine, e eu estou… eu não consigo fazer tudo sozinha. E eu nem tenho tempo para ver minha filha e, que inferno, tudo bem não vê-la, eu queria pelo menos falar com ela. E eu sinto falta dela. E eu sentei hoje na frente dos meus pais, só ouvindo minha avó basicamente tratar-me como um caso de caridade, e eu não consegui nem brigar com ela, eu nem podia dizer nada, por que eu sou. Estou ficando sem dinheiro, e não sei o que fazer a respeito, e eu ia, eu ia te pedir trinta mil dólares no jantar hoje à noite. Eis o tanto que sou patética.
Luke: Trinta mil dólares. Bom, ok, quero dizer, se você…
Lorelai: Não quero falar sobre isso agora. Não quero pensar sobre isso… Eu estou fracassando… Estou fracassando.
Luke: Você não está fracassando.
Lorelai: Não sei o que fazer… Não sei o que fazer… Não sei o que fazer…
Saiba mais
- Gilmore Girls – Séries Online
- Gilmore Girls – Wikipédia
- Gilmore Girls – Site Oficial (em inglês)
- Gilmore Girls – IMDB (em inglês)
Uma série sobre… nada. É assim que Seinfeld se define. Tente lembrar-se dos detalhes de um episódio qualquer, mesmo que você o tenha visto há apenas dois ou três dias – é um desafio e tanto. Jerry, George, Kramer e Elaine se envolvem nas mais inusitadas aventuras, freqüentemente deixando de lado qualquer escrúpulo.
Qualquer fã de Seinfeld é capaz de passar horas recordando momentos absolutamente nonsense do seriado. Sem dúvida, uma das primeiras situações a ser lembrada será a do Nazista da Sopa, do episódio The Soup (sexta temporada): se o freguês do tal restaurante de sopas pensa um pouco mais na hora de fazer o pedido, ou se comete a audácia de reclamar de algo, fica sem sua refeição (“No soup for you!!!”):
Mais uma sitcom. Aqui, dividem espaço Will Truman, um advogado gay bem-sucedido, Jack McFarland, um projeto mal-sucedido de ator (também gay) que vive se aproveitando do seu amigo Will, Karen Walker, uma socialite fútil (sei, isso é pleonasmo) e Grace Adler, uma decoradora. O passatempo preferido de Karen e Jack é debochar de Grace e Will, embora corram para eles à menor emergência (principalmente se for financeira).
Mas a cena mais lembrada de Will & Grace é do Jack. Cher é a musa inspiradora desse aspirante a ator, seu ídolo, alvo de veneração, adoração, amor incondicional. No episódio Gypsies, Tramps and Weed (terceira temporada), Jack a encontra em carne e osso… e a confunde com uma drag queen:
O primeiro seriado de que gostei a ponto de acompanhar sem perder um capítulo sequer. As histórias do charmoso anjo Jonathan Smith e seu fiel escudeiro Mark Gordon eram sensíveis, emocionais mesmo, daquelas que deixam os olhos cheios d’água, e costumavam trazer uma lição de moral.